sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

USANDO AS PROMESSAS PARA ESTA VIDA (1)




Spurgeon
A piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser” (1 Timóteo 4:8).

         Uma espécie de relação emocional impede que alguns cristãos tratem a religião como se sua esfera abrangesse as coisas comuns da vida diária. Para eles, é transcendental e vaga; uma criação de ficção devocional em vez de um fato real. Acreditam em Deus superficialmente, para as coisas espirituais e da vida porvir, mas se esquecem totalmente que a consagração verdadeira a Deus tem a promessa da vida agora, assim como da que há de ser. Para estes seria quase uma profanação orar por questões pequenas que envolvem o cotidiano. Talvez tomassem um susto se eu me aventurasse a afirmar que sua atitude deveria fazê-los questionar a realidade de sua fé. Será que uma fé incapaz de ajudá-los nos pequenos problemas da vida, poderá lhes ser útil na provação maior da morte? Se ela não lhes serve para a comida e o vestuário, o que pode fazer por seu espírito imortal?

         Na vida de Abraão vemos que todos os acontecimentos de sua peregrinação na terra tinham relação com sua fé: ela estava relacionada com suas mudanças de um país para outro, com separação de seu sobrinho Ló, com as batalhas contra invasores e especialmente com o nascimento de seu filho prometido. Nenhuma área da vida desse patriarca estava fora do círculo da sua fé em Deus. No fim de sua vida, a Bíblia diz que “o Senhor em tudo o havia abençoado” (Gênesis 24:1), que inclui coisas temporais, tanto quanto espirituais.

         No caso de Jacó, o Senhor proveu-lhe pão para comer, roupa para que vestisse e o retorno em paz para a casa de seu pai (Gênesis 28:20) e tudo isso era de caráter temporal e terreno. Seguramente estes primeiros crentes não se privaram das bênçãos da aliança para o presente ou consideraram o crer em Deus algo místico ou vago. Ficamos impressionados com a ausência de qualquer distinção entre o secular e o sagrado em suas vidas; eles viajaram como peregrinos, lutaram como numa Cruzada, comeram e beberam como homens santos, viveram como sacerdotes e falaram como profetas. A vida era a religião deles e a religião era a vida deles. Confiavam em Deus não meramente para certas coisas de maior importância, mas para tudo e, por conseguinte, até um servo deles que foi enviado numa viagem, orou: “Ó Senhor, Deus de meu senhor, leva a bom termo a jornada em que sigo” (Gênesis 24:42). Era uma fé genuína e devemos nos apoderar dela, imitando-a e não mais permitindo que a substância da promessa e a vida de fé se evaporem em meras fantasias sentimentais e visionárias. Se confiar em Deus é bom em toda ocasião, também o é para tudo o que é abrangido pela promessa, o que certamente inclui a vida de agora.

         Que você, leitor, observe e faça uso prático de palavras de Deus como: “Servireis ao Senhor, vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e tirará do vosso meio as enfermidades” (Êxodo 23:25). “Confia no Senhor e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade” (Salmo 37:3). “Pois Ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Cobrir-te-á com as suas penas e, sob as suas asas, estarás seguro; a sua verdade é pavês e escudo. Não te assustarás do terror noturno, nem da seta que voa de dia, nem da peste que se propaga nas trevas, nem da mortandade que assola ao meio-dia. Caiam mil ao teu lado, e dez mil, à tua direita; tu não serás atingido” (Salmo 91:3-7).

         (continua)

























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