sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A SITUAÇÃO IMUNDA DO PECADOR (10)




Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal” (ISAÍAS 1:16).
 A SITUAÇÃO DE IMUNDÍCIE É VISTA POR DEUS: “...de diante dos meus olhos...”
         Caro leitor, somente Deus pode ver a triste condição do homem no pecado. Se ignorar essa verdade conforme as Escrituras, simplesmente deslizaremos nesta vida, empurrados pelo engano de nossos próprios corações. Não esqueçamos que viemos do pecado e não de Deus, pois Deus não é autor do pecado. A culpa é totalmente nossa; somos produtos da queda que ocorreu lá no Éden, pois nossos pais pecaram e nós fomos gerados nessa mesma condição de pecadores, assim como uma serpente já sai do ovo como venenosa.
         Tenho procurado mostrar o quanto o coração é uma fonte contínua de maldade. É o próprio pecado que encobre essa verdade, pois somos constantemente induzidos pelo engano de nossos corações corrompidos. No engano do pecado achamos que conseguimos nós mesmos nos purificar; achamos que temos nossos próprios recursos, assim como Naamã achava que as águas dos rios da Síria eram melhores do que o simples Jordão (2 Reis 5). Estamos continuamente sujos, sem que vejamos a sujeira; acreditamos que podemos somos capazes, espirituais e aptos até para entrar no céu com nossos pés imundos, com nossas mãos manchadas e com nossas mentes poluídas (Salmo 15).
         Mas, meu caro leitor, encaremos seriamente o que diz a Palavra de Deus, pois ela descreve o pecado como sujeira, abominação, como praga da lepra, algo contagioso. Vejo em nossos dias esse constante ataque à Palavra de Deus; vejo homens e mulheres a todo instante querendo apresentar suas oferendas, sacrifícios pacíficos e louvores a Deus, enquanto suas mãos são vistas pelo Santo Senhor como mãos imundas. Você amigo é sempre cuidadoso em lavar suas mãos a fim de tomar suas refeições. Você acha que Deus vai permitir que você chegue à presença Dele com essas abominações de pecados e maldades. Por onde você andar, dentro ou fora de uma igreja, em qualquer lugar deste mundo, lembre-se que você carrega consigo seus pecados, assim como uma cobra carrega consigo o veneno. Seus pecados não são como bagagem que você pode deixá-la guardada em algum lugar. Você é visto por Deus em seu coração, meu amigo. Você não é visto pela roupa, ou em qualquer aspecto da sua aparência.
         Meu caro leitor, o pecado é nossa própria natureza, assim como a natureza de um porco é ser o que ele é – um porco. Ao andar com os discípulos Judas pode manter ocultos seus abomináveis motivos, mas assim que a oportunidade surgiu, então ele pode sentir-se livre à vontade para conseguir aquilo que sempre buscou, mesmo que tivesse que trair o filho de Deus. Hoje milhares tentam esconder suas abominações sob a capa da religião, com o nome de evangélicos e usando outros disfarces. Quem pode tirar o coração corrompido do homem? Há alguma igreja que pode fazer isso? Existe qualquer poder nas águas de qualquer batistério? Existe algum pastor com a mais poderosa oração que pode fazer do homem um novo ser perante Deus? Não! Absolutamente não! O grande Deus encara o pecador, mesmo os mais religiosos e ordena: “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos!”.
         Ó meu amigo! Sei que preciso ser diligente nessa mensagem! Preciso retirar toda e qualquer confusão criada pelo pecado e pelo pai da mentira, especialmente nestes dias maus. Portanto, encare agora sua condição em Adão; não se compare com aqueles que parecem mais abomináveis, porque enquanto você vê do lado de fora, Deus vê as coisas como estão no coração e não na aparência. Se percebermos que de um poço está saindo água imunda, não vai adiantar pintar o motor ou trocar os canos, pois o problema está dentro do poço e não por fora. É o coração amigo! Se você não foi salvo toda corrupção vista por fora está armazenada em seu coração.
         Quando o pecador reconhece seus pecados e os confessa a Cristo, eis que o Senhor vai lá, onde ninguém mais pode chegar – ao coração. É ali que a mudança ocorre e a purificação eterna acontece mediante o sangue do Cordeiro.

A LIVRE MISERICÓRDIA DE DEUS (8)




As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as Suas misericórdias não tem fim” (Lamentações 3:22)
AO RETIRAR AS MISERICÓRDIAS DE DEUS APARECE O JUÍZO: “...são a causa de não sermos consumidos...”
         Caro leitor é triste ver o quanto os homens desconhecem as misericórdias de Deus! Estou tomando esse texto de Lamentações porque faz realçar bem esse ensino tão necessário em nossos dias. Os homens da chamada pós-modernidade precisam saber que quando Deus retira Suas misericórdias deste mundo, imediatamente entra Seu juízo, assim como as trevas aparecem quando a luz vai embora. Foi exatamente isso o que aconteceu com Jerusalém, pois enquanto brilhava o sol da compaixão do Senhor sobre aquele povo, eis que a mensagem dos profetas circulava; a luz brilhava e o povo não acreditava que o juízo viria. Foi assim nos dias de Noé, pois enquanto aquele homem fabricava a arca, a mensagem para aquela população corrompida era como se fosse de um desvairado, até que o juízo veio e levou a todos.
         Caro leitor, prossigo para dizer que a santa lei declara o estado de maldição dos homens. Ela é exímia em sua função; ela não salva, mas mostra sim o quanto todos os homens merecem os justos juízos de Deus. Ignorar a lei é como ignorar a dor física; é anular a consciência culpada, é ficar insensível no tocante às coisas de Deus. Caro leitor, volte para as sagradas Letras, pois elas continuamente estão falando. Ninguém pode silenciar a lei, ela não foi mumificada e guardada. É claro que ela nada pode fazer no homem, a não ser conduzi-lo ao lugar certo – à humilhação. Viver, respirar, andar, etc. neste mundo, simplesmente mouco para as verdades da Palavra de Deus é agir como louco, é andar como um cego à beira de um precipício. Mas é assim que os homens vivem no pecado. Meu caro leitor, não há qualquer razão para que qualquer indivíduo viva sequer um minuto neste mundo, pois o juízo de Deus é Ele mesmo realizando uma faxina. Os homens no pecado são como as sujeiras que precisam ser tiradas pela vassoura de Deus; são como pulgões e outros elementos numa plantação, os quais precisam ser erradicados.
         Caro leitor, digo mais que, os próprios inimigos invisíveis fazem deste mundo um palco dos severos juízos de Deus. A cegueira do pecado impede que homens e mulheres vejam as realidades eternas e invisíveis, os quais estão ao derredor. O pecado guia os homens naquilo que é físico e sensual; eles se alimentam dessas coisas, assim como pulgas se alimentam de sangue. Satanás facilmente se oculta e ninguém sabe quem realmente é o pai da mentira. Ninguém percebe como um espírito tão capaz, inteligente e habilidoso consegue manipular e dominar o mundo inteiro (1 João 5:17). Os homens desconhecem o poder daquele que os mantém sob terrível escravidão e que os domina, engana e os conduz assim até a morte, até que sejam atirados no abismo. A presença de Satanás neste mundo é constante nada há de poder aqui que possa amedrontá-lo. Ele só tem medo da verdade de Deus. Vejo como muitos acham que com gritos, com declarações fortes e ordens podem espantar o pai da mentira. É como enfrentar um crocodilo com um pedaço de pau.
         Caro leitor, todo meu esforço tem como meta ajudar meus leitores na compreensão dessas verdades transmitidas a nós pela Palavra de Deus. Anelo que você veja este mundo como realmente é; que você veja sua situação em sobriedade bíblica; que você seja acordado para as realidades jamais ensinadas em qualquer escola ou faculdade deste mundo. O mundo inteiro jaz no maligno; o mundo inteiro é um lugar de densas trevas. Só resta aos pecadores uma solução: As misericórdias de Deus. Meu amigo, se o Senhor retirar Sua compaixão, o que será do seu destino? Que adianta ganhar tudo aqui, quando você realmente há de perder sua alma? Encare a realidade agora! Veja como sua alma está desamparada, sozinha e como o medo, a angústia e o desespero podem chacoalhar seu viver! Fuja desse palco de trevas, porque tudo o que você vê é apenas uma vela que foi acesa, mas que logo será apagada, e o que virá será sofrimento eterno.

SOMENTE PELA GRAÇA (8)




Porque pela graça sois salvos, mediante a fé e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não de obras para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8. 9).
A OBRA DA GRAÇA NA SALVAÇÃO: “Porque pela graça...”
         Caro leitor, ainda analisando as maravilhas desse texto, à luz do contexto, veremos como a graça é realmente soberana em todos os seus feitos. Nada há no homem que possa levá-lo a Deus; a graça de nada precisa, nem pede qualquer ajuda dos homens, assim como o morto nada pode fazer para erguer-se a si mesmo da sua condição. É o orgulho do coração que acha que pode estender qualquer socorro a Deus, como Pedro quis ajudar Jesus, para curtir a morte com Ele.
         Estamos vendo o que realmente significa o ato da fé salvadora. Preste atenção, porque quando a fé é derivada do homem, ela é mórbida e completamente fracassada. O texto mostra que a fé que vai a Cristo é produto da própria graça, assim como as outras atividades salvadoras: “...e isto não vem de vós, é dom de Deus”. Três coisas pudemos ver acerca da fé. A primeira foi que é a graça abrindo os olhos do pecador. A segunda foi que a fé é revelada numa fome e sede pela verdadeira justiça. E a terceira é que a fé verdadeira faz o pecador invocar ao Senhor para ser salvo. Creio que posso continuar mostrando esses maravilhosos efeitos da atuação da graça no meio dos homens. Elas não são manifestações naturais; não são coisas que se esperam dos homens; não podemos esquecer que por natureza não há quem busque a Deus (Romanos 3:10). A fé é a luz do céu acesa no coração, revelando que os atos sobrenaturais de Deus estão acontecendo.
         4. Boca confessando a Jesus. Ora, a salvação aparece para a boca que confessa seus pecados (1 João 1:9) e que confessa a Jesus (Romanos 10:9). A confissão da genuína fé a manifestação mais gloriosa da salvação, porque é na confissão que o domínio do pecado bate retirada; é sinal claro que um novo coração foi posto em lugar do velho e que agora Cristo reina. 5). O encontro do pecador com o Salvador. Oh, quanto engano com salvação em nossos dias! Hoje pessoas e mais pessoas declaram que aceitaram Jesus, mas nada disso é definido, porque nada houve de luz, de verdade exposta, de conhecimento daquilo que o evangelho transmite aos homens. Muitos não sabem em que realmente estão crendo. Então, o Jesus que professam não passa de um mito religioso, de um efeito supersticioso e o efeito disso é maior endurecimento no coração. Já investiguei várias pessoas e o que pude perceber que o “aceitar Jesus” é mais um produto de uma fé puramente carnal e mundana. Nada houve de humilhação, de convicção firme do pecado e de invocação por parte do pecador.
         Caro leitor, precisamos conhecer de perto as maravilhas da graça salvadora. Que abominemos todos os feitos dos homens, pois sabemos o quanto satanás procura manipular as mentes com falsificações religiosas. O “aceitar Jesus” tornou-se o rótulo evangélico de nossos dias e milhares se sentem saudáveis com isso. Muitos estão bem firmados nessa fé a ponto de enfatizar sua real certeza de salvação. Conheço pessoas que afirmam que vão para o céu por causa dessa decisão que tomaram, enquanto aqui estão vivendo no pecado e na prática desconhecem o poder transformador da graça. Continuam sendo o velho homem em Adão e por isso nada têm de piedade no viver. Claro que procuram ser fieis na igreja e dão com zelo seus dízimos, mas fazem tudo o que qualquer pessoa no pecado pode fazer.
         Caro leitor, Satanás de forma esperta consegue empurrar todas essas ilusões para os corações enganados e assim milhares têm um Jesus que serve de prisão, porquanto seus corações ficam ainda mais soberbos e resistentes à verdade. Milhares partem para a eternidade, embarcados nesse perigoso navio da morte, cujo piloto é o pai da mentira. A salvação bíblica é estendida aos pecadores arrependidos, às almas que foram humilhadas pela verdade do evangelho. Os pecadores que anseiam a salvação não estão buscando risos e felicidades entre os homens; não estão atrás de aprovação dos homens, mas sim querem conhecer o Senhor e Salvador no coração.

“Os incrédulos tropeçam — os crentes regozijam-se” (3)




“Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; e todo aquele que crer nela não será confundido.” (Rm 9:33)

Enquanto o judeu recolhia o seu manto de franjas estendidas e chamava a Cristo “pedra de tropeço”, o grego marchava para o seu templo clássico ou para a sua academia científica, e gritava: “Disparate! Os homens que falam assim devem estar loucos!” Em todo o tempo, inclusive até na nossa época, sempre que Cristo é pregado, o coração humano tem sido instigado imediatamente à ira contra Ele. O embaixador de Deus tem encontrado homens relutantes a receber a paz por ele proclamada. O amado Filho de Deus, que não veio senão com palavras de misericórdia e ternura, foi aborrecido e rejeitado pelos próprios homens a quem veio para abençoar. “Veio para o que era Seu, e os Seus não o receberam.”
Não obstante, nós temos pouco a ver com essas épocas passadas — temos a ver muito mais com o presente e conosco mesmo. E é uma coisa triste saber que no meio desta assembleia, ainda que suponho que nos autodenominamos Cristãos, há muitas pessoas para quem Cristo é ainda pedra de tropeço e rocha de escândalo. É um fato lamentável que há centenas de milhares de pessoas em Londres para quem o Evangelho de Cristo é tão pouco conhecido como dos hindus ou dos tártaros, Cristo não é uma pedra de tropeço para estes — pois não O conhecem e, portanto, não têm a culpa que alguns de vós tendes — por terdes ouvido Dele e rejeitá-Lo.
No meio da presente assembleia há alguns que tropeçam em Cristo por causa da Sua santidade. Ele é demasiado estrito para eles. Eles queriam ser Cristãos mas, não querem renunciar aos seus prazeres sensuais. Eles quereriam ser lavados no Seu sangue, mas desejam ainda rebolar-se no atoleiro do pecado. Há muitas pessoas que estariam suficientemente dispostas a receber a Cristo se, depois de O receber, pudessem continuar com a sua bebedeira, com a sua devassidão e com o seu comodismo. Porém, Cristo deita o machado à raiz das árvores—Ele diz-lhes que terão de renunciar a tudo isto— “porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos de desobediência”, e, além disso, “sem santidade ninguém verá o Senhor.”
A natureza humana se levanta contra isto. “Como? Não poderei gozar-me de alguma lascívia favorita? Não poderei desfrutar destas coisas, ao menos, de vez em quando? Tenho de abandonar, por completo, os meus velhos hábitos e os meus antigos caminhos? Tenho de ser feito uma nova criatura em Cristo Jesus?” Estes são termos muito duros, são condições muito severas, e assim, o coração humano regressa às panelas de carne do Egito e agarra-se ao alho e às cebolas do antigo estado de servidão, e não quer ser libertado nem através de um maior que Moisés que eleva a vara para dividir o mar, e promete dar-lhe Canaã, donde flui leite e mel. Cristo ofende os homens porque o Seu Evangelho é intolerante com o pecado.
Outros tropeçam com o nosso bendito Senhor porque não gostam do plano de ser salvos inteira e unicamente por meio da fé. Há algumas dessas pessoas aqui? Eu suponho que haverá algumas. Elas dizem: “O quê? As nossas boas obras não valem nada? Não há nada que possamos fazer para ajudar na nossa salvação? Dize-nos que o que justifica a alma é confiar unicamente em Cristo, sem nada mais. Então não o entendemos, ou ainda que o entendêssemos, nós não gostamos.” Isto é demasiado humilhante, demasiado simples, demasiado fácil. “Por quê”, diz o homem que sempre tem assistido na igreja da sua paróquia ou na sua casa de reunião, que não deve nada a ninguém e que é generoso para com os pobres— “Por que então a minha posição não é nada melhor que a da prostituta, que percorre as ruas, à meia-noite! Ou que a do ladrão que cumpre o seu mês de castigo, em trabalhos forçados.”

A PACIENCIA DE DEUS (11)




Não retarda o Senhor a Sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2 PEDRO 3:9)
A SUA VONTADE SOBERANA:
         Caro leitor, agora chegamos a conhecer um pouco mais da profundidade teológica que esse verso tão revelador traz para nossos corações. Os santos de Deus precisam conhecer essas maravilhas eternas, porque elas nos foram entregues. Os tesouros de Deus não são achados facilmente; não são como vidros quebrados à superfície de um terreno, mas são diamantes ocultos dos olhos da multidão incrédula. Os santos trabalham duros para encontrar as joias preciosas, ocultas em Cristo desde a eternidade.
         Chequemos de perto a frase: “...Não querendo que nenhum pereça...”. Todo problema achado na interpretação arminiana acerca desse verso tem sido causado justamente porque não é feito um exame minucioso no texto. Tudo tem sido visto de forma superficial, tentando apoiar nos termos “nenhum” e “todos”. Segundo a interpretação humanista, o texto está mostrando que Deus opera neste mundo na paciência Dele, porque tem em vista a salvação de todos; que Ele não quer que nenhuma pessoa deste mundo venha a perecer; segundo eles, Deus almeja que toda população da raça humana venha ao arrependimento. Caro leitor, veja bem como ao interpretar o texto assim, inevitável nuvem de confusão paira sobre a Palavra de Deus.
         Caro leitor, ao pensar assim, imediatamente os sentimentos ocupam o lugar da santa meditação; imediatamente a incredulidade vil recusar trabalhar, no afã de examinar as coisas de Deus mais profusa e profundamente. Ó, quantas heresias têm surgido por causa disso! Ó, quanto elementos perigosos têm feito aproveitado desse erro e erguido um evangelho barato e desacreditado! Nos dias de Spurgeon, mais de cem anos atrás, esse servo de Deus viu como a corrida arminiana era desenfreada e ele mesmo, como que profetizou um final desastroso, caso continuasse essa jornada desse evangelho humanista pelo mundo. Não há dúvida que aquilo que Spurgeon falou está acontecendo em nossos dias; o caminhão sem freio já chegou no fim da descida e o desastre foi feio.
         Mas não almejo tomar agora um rumo apologético. Pretendo continuar em meus argumentos na defesa do santo e soberano evangelho. Quando tratamos da pregação da verdade que nos foi revelada, então todo sentimento humanista deve ser colocado fora. Qualquer luz deste mundo trazida à Palavra, não passa de fogo estranho. Almejamos ver a Palavra de Deus com a luz gloriosa de Cristo. Do Soberano Senhor vem tudo perfeito para o bem do pecador. Deus não carece de nossa instrução, nós simplesmente chegamos cheios de temor para aprendermos Dele e que Ele é Santo, amoroso e poderoso para fazer o que Ele bem quer fazer. Se Ele é Soberano em todos os Seus atos, então Sua salvação é soberana e requer dos homens humilhação, temor e tremor.
         Mas vamos agora ao exame da frase: “...não querendo que nenhum pereça...”. Veja caro leitor como a frase está mostrando que leva consigo as mesmas cores do evangelho bíblico, conforme tudo aquilo que vemos nas Escrituras. Com quem o Senhor está falando? “convosco”! Ora, Deus sempre conversou com Seu povo eleito e são eles quem têm ouvidos para ouvir a doce palavra de amor do Senhor. Ele não conversa com os mortos; ele não conversa com orgulhosos, altivos, arrogantes e incrédulos. O Senhor comunica Sua intimidade com aqueles que O temem (Salmo 25:14). Outro detalhe é que o termo “convosco” mostra que Deus está falando com um grupo de pessoas. Está falando com pessoas que foram salvas e que agora podem compreender que foram tirados do mundo; que foram arrancados de uma condição tão vil; que eram condenados e que caminhavam com milhares pelo caminho largo, em direção à perdição eterna.