quinta-feira, 30 de abril de 2015

“OS DIREITOS ABSOLUTOS DE DEUS” (11)




“Então, Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e lançou-se em terra e adorou; e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1:21)
CONHECIDOS PELA FÉ QUE CONFESSA A SOBERANIA DE DEUS: “...O Senhor o deu e o Senhor o tomou...”
        Caro leitor, a fé, somente a fé dada aos santos pode entender o fato que, o mesmo Deus que deu, também “...tomou...”. A incredulidade vil quer aceitar o que Deus dá, e ao receber age como um leão arrancando a carne para si e fugindo. A incredulidade não consegue dar glória a Deus nem recebendo, nem tampouco quando perde. Mas estamos vendo como a graça prepara os crentes para perder aquilo que aqui recebera. Devemos aplicar-nos para entender santos ensinos dados aos alunos escolhidos.
        Em primeiro lugar, Ele toma sim, mas aquilo que para nós parece ser atitude cruel, não passa de ser a sabedoria perfeita do Pai celeste em ação na vida de homens e mulheres que foram um dia, arrancados deste sistema maligno aqui, a fim de torná-los herdeiros de Deus. Deus sabe o quanto os bens servem de tropeço para a jornada, por isso Ele como que “alivia a carga”. Noemi foi venturosa para Moabe, mas lá perdeu seus tesouros – o esposo e seus dois filhos (Rute 1). Que situação de amargura e dor para uma senhora! Mas quando retornou para Belém, era uma Noemi forte, corajosa, disposta e madura na fé: “O Senhor o deu, o Senhor tomou...”. Ela certamente não voltou trazendo seus amados consigo, mas veio com ela a recompensa da fé – sua nora, que para ela foi o maior tesouro que pode obter nesse regresso à sua terra. A fé jamais será obliterada com o tempo.
        Digo mais que o Senhor toma sim, mas tem algo ainda mais valioso que vem adiante. O Senhor quer mostrar aos salvos o quão valioso é Ele mesmo, infinitamente acima de tudo e de todos aqui. Nós somos pecadores que passamos muito tempo dormindo nas tendas mundanas, olhando sempre para o Egito, apaixonados por Sodoma e Gomorra e prontos para adorar a criatura em lugar do Criador. O Senhor sabe como apagar nossos desejos, sabe como nos levar a crucificar nossas paixões e silenciar nossos pedidos infames, a fim de gastar em nossos prazeres.
        Caro leitor, veja como nossas petições são sempre envolvidas com este sistema passageiro; veja como sempre estamos levando perante Deus nossas necessidades aqui; veja como é difícil para nossa natureza se erguer em ações de graças perante Deus; veja como sempre estamos ocupados em ter mais daqui e quando perdemos algo, imediatamente escrevemos nossos pedidos para que tenhamos de volta aquilo que perdemos. O que o Senhor quer é nos levar a dar-Lhe graças por tudo. É claro que devemos pedir, porque somos necessitados e Dele advém toda benção material. Mas os santos são exortados a levar suas necessidades a Deus tendo em seus corações o verdadeiro culto que exalta a Deus – o culto de ações de graças: “Rendei graças ao Senhor, porque Ele é bom...” (Salmo 107:1).
        Também, nosso Senhor quer mostrar o quanto Ele é melhor que ouro e bens! Como diz a primeira estrofe de um antigo hino:
                               Minha alma deleita-se em Cristo, afável é Ele pra mim.
                               Viver na Sua intimidade, dá gozo real e sem fim!
        Caro leitor, nosso amigo fiel e sempre presente quer nos mostrar o quanto Ele é suficiente, como é nosso tesouro infindo e que satisfaz a alma. Nosso Senhor, manso e humilde sabe como lidar com Seus santos e quando fere nossas almas ao tirar o que havia nos dado, Ele mesmo chega com Seu bálsamo para curar nossas feridas e falar ao nosso coração com terno amor. Os verdadeiros crentes sabem disso. Muitas vezes Ele parece que demora em dar a resposta, porque Seu silêncio revela Sua sabedoria em lidar com Seus santos que tanto sofrem neste mundo.
       

DESCOBRINDO A ATUAL SITUAÇÃO DE APOSTASIA (10)




“Ninguém há que clame pela justiça, ninguém que compareça em juízo pela verdade; confiam no que é nulo e andam falando mentiras; concebem o mal e dão à luz a iniquidade. Chocam ovos de áspide e tecem teias de aranha; o que comer os ovos dela morrerá; se um dos ovos é pisado, sai-lhe uma víbora” (Isaías 59:4,5).
VISTO NAS MENTIRAS DOS FALSOS MESTRES: “confiam na vaidade...”
        Caro leitor, os falsos mestres espalham confusão, alimentam a vaidade, enverdecem a soberba, e assim afastam os homens da pura e simples verdade da cruz. No campo evangélico tudo hoje resume em busca pela vaidade, por um caminho largo enfeitado de promessas bíblicas e de adoração perigosa. O culto a Deus em nossos dias é desprovido de realidade bíblica; não há luz, por isso tudo se torna impenetrável, porquanto o alvo dos falsos mestres é manter a multidão agitada do lado de fora, como povo de Israel adorava o bezerro de ouro, ignorando o furor da ira de Deus no cume do monte Sinai (Êxodo 32).
        Também, o culto a Deus é desprovido do genuíno amor bíblico. O amor conforme o mundo evangélico aprova não passa de sentimentos humanos, em nada ligado com a verdade, com exortações de santidade, de maturidade e de altruísmo cristão. Tudo hoje está envolvido com aquilo que o homem sente, quer e pensa; tudo está ligado à chamada democracia e não quer submissão à teocracia bíblica. Por essa razão tem sido desfeita a pregação, porque esta exalta sempre a magnificência de Deus e do Seu reino. A pregação enaltece a Palavra e traz ordens do céu aos pecadores. Eis aí, caro amigo, a razão porque os homens nem sequer interessam em saber o que realmente significa amor bíblico.
        Também, a mensagem dos falsos mestres nada tem de esperança da glória, porquanto a esperança deles está aqui mesmo, é focada no mundo, é completamente horizontal em seu escopo. Não há mais a realidade de “...Cristo em vós, esperança da glória”, porque a esperança está num mundo melhor, em como ter sucesso aqui, como ter dinheiro, riquezas e todos os meios, a fim de gastar com suas paixões infames. Na euforia evangélica moderna os chamados crentes estão distantes do céu, nem mesmo querem saber de lá. Suas canções não são as de Sião, mas sim desta Babilônia mundana. Eles nada entendem da peregrinação, por isso não podem cantar enquanto estão marchando para a glória celestial.
        Também desaparece a santidade, porque esta riqueza vinda de Deus para os salvos não pode associar-se com a iniquidade. Tentar unir santidade com um viver mundano há de resultar em legalismo, e o legalismo é um meio de encobrir as farsas de um viver corrompido. A santidade bíblica está associada à justiça, porque esta atrai aquela. Isso significa que somente aqueles que foram justificados podem andar em santidade, de modo que agrade a Deus. A santidade brota em corações que foram justificados pela fé em Cristo. Sem salvação, sem santidade no viver. É claro que haverá lampejos de uma santidade momentânea, por causa dos sentimentos que fervem no culto moderno, e esses momentos “românticos” com Deus, parece ser encantador. Mas logo que essa euforia carnal passa, eis que as obras da carne voltam às suas normais funções no homem.
        Meu caro amigo, qual é a sua situação diante de Deus neste momento? Se você é alguém cujo coração foi atraído pela Palavra e para a Palavra, pode estar certo que você está fora deste sistema corrupto e destruidor erguido pelo pai da mentira neste mundo. Tudo isso ocorreu pela graça em sua vida. Também, pode bem ser que em meio a essa agitação religiosa do momento, você se acha numa condição diferente, pois está à busca da salvação, como se estivesse buscando uma joia preciosa. A salvação em Cristo não mudou, é a mesma e está ao seu alcance agora pela misericórdia de Deus.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

“OS DIREITOS ABSOLUTOS DE DEUS” (10)




“Então, Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e lançou-se em terra e adorou; e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1:21)
CONHECIDOS PELA FÉ QUE CONFESSA A SOBERANIA DE DEUS: “...O Senhor o deu e o Senhor o tomou...”
        Caro leitor, ao apresentar os direitos absolutos de Deus, conforme vemos no texto, digo mais que o Senhor dá, e o quanto tempo vou usar o que Ele me deu é decisão Dele e não minha. Davi no final de sua vida reconheceu isso, por essa razão louvou ao Senhor dizendo: “Porque somos estrangeiros diante de ti, e peregrinos como todos os nossos pais; como a sombra são os nossos dias sobre a terra, sem ti não há esperança” (1 Crônicas 29:15). O Senhor é soberano sobre nosso viver e sobre todas as nossas possessões materiais que Ele mesmo nos emprestou.
        Caro leitor, se vivermos assim, certamente seremos sábios e percorreremos o caminho da piedade. Foi isso o que Paulo quis ensinar a Timóteo acerca do contentamento: “Tendo com que comer e com que vestir, estejamos contentes” (1 Timóteo 6:8), num texto onde o apóstolo está exortando sobre o perigo do amor ao dinheiro. Não significa que o crente não deve procurar ser próspero aqui, porque não é pecado ser produtivo e buscar rendimentos melhores na vida material. O que procuro mostrar aqui é que uma mente pura e santa há de estar pronta a perder, quando Deus chega para tomar. No caso de Jó tal perda resultou nessa maravilhosa sinfonia da fé.
        Também, devemos saber que Ele dá e a medida da doação é decisão Dele e não nossa. Somos exortados a dar graças, a regozijar no Senhor e não nas coisas. A busca ansiosa pelas bênçãos materiais tem gerado descontentamento na vida de muitos. Mas Deus jamais prometeu que há de nos dar aquilo que realmente queremos. Ele prometeu cuidar em suprir nossas necessidades. Um coração ambicioso e avarento parece que tem a boca de baleia, porque quer abarcar mais do que pode. Mesmo que tivermos muitos bens, realmente precisaremos somente daquilo que todos os outros precisam. Comemos e bebemos somente aqui que nossas necessidades físicas carecem; vestimos as roupas que precisamos para cobrir nossas nudez e também manter nossa dignidade. O Senhor é tão bondoso com Seus filhos, que além de suprir nossas necessidades, Ele também “arruma e enfeita a mesa”.
        Porém, o mesmo Deus que dá é o que também há de tomar: “O Senhor deu e o Senhor tomou...”. Há riqueza quando Ele dá, e há riqueza quando Ele toma; é benção quando Ele dá e também é benção quando Ele toma. Jó entendeu isso pela fé e pode erguer-se em santa adoração ao dono absoluto de todas as coisas. Sem dúvidas um coração incrédulo não pode nem quer entrar nessa escola da graça. No mundo o riso se confunde com o choro, ou mesmo satanás consegue encobrir o choro, a fim de aparecer somente a festança mundana. Mas não é o caso dos santos, porque o choro é tanto adoração como é o riso. Para Jó os filhos e as riquezas eram motivos de servir, adorar e oferecer sacrifícios ao seu Deus.
        Para os verdadeiros crentes não há perda, não há fracasso financeiro, porque tudo vem do Senhor e Ele mesmo sabe o momento oportuno para tomar o que Ele mesmo deu. Para Jacó a felicidade era ter José perto de si, porque era ele o filho que lhe fazia recordar Raquel, a esposa que tanto amou. Deus o tomou, sim; o Senhor permitiu que sofrimentos de lágrimas e dores no íntimo açoitassem o coração do Seu servo. Durante todo esse tempo o Senhor simplesmente se ocultou e permitiu que Jacó caminhasse por esse terrível vale de dor. A fé genuína tomou um coração enlutado e ergueu um grande homem ali, e mesmo no Egito perante a face do seu querido filho, pode Jacó ser erguido no poder da fé, a fim de pronunciar palavras proféticas para seus filhos, da maneira como Deus queria quer falasse e assim fosse escrita para nosso bem.

DESCOBRINDO A ATUAL SITUAÇÃO DE APOSTASIA (9)




“Ninguém há que clame pela justiça, ninguém que compareça em juízo pela verdade; confiam no que é nulo e andam falando mentiras; concebem o mal e dão à luz a iniquidade. Chocam ovos de áspide e tecem teias de aranha; o que comer os ovos dela morrerá; se um dos ovos é pisado, sai-lhe uma víbora” (Isaías 59:4,5).
VISTO NAS MENTIRAS DOS FALSOS MESTRES: “confiam na vaidade...”
        Caro leitor, estamos vendo em nossos dias o avanço da apostasia, mas é somente à luz da Palavra de Deus que poderemos entender que o que está acontecendo é realmente apostasia, pleno afastamento da verdade revelada, da fé genuína que foi entregue aos santos. Nestes dias maus florescem as mentiras dos falsos mestres e todo ensino deles é tido como bênçãos de Deus, como se fossem dignas de toda aceitação.
        As consequências são terríveis, porque os homens passam a confiar na vaidade: “...confiam na vaidade...”. “Vaidade” é um termo comumente usado em toda Escritura e sempre é usado para mostrar o vazio do esforço dos homens, a nulidade de suas atividades e como tudo resulta em nada. Na apostasia os homens passam a viver assim, sem qualquer estrutura na verdade, porque passam a aceitar tudo o que é mentira, especialmente quando ela aparece enfeitada e adornada de religiosa e evangélica. Então, tudo passa a ser sonho. É comum até mesmo colocar Deus em seus sonhos, em seus planos de uma vida melhor aqui. Vemos até mesmo exortações para que pessoas “sonhem o sonho de Deus”. Que tragédia! Sonho vem quando estamos dormindo, mas o Deus da Bíblia não dorme, nem sequer tosqueneja.
        Mas o que vemos é que a multidão foi impulsionada a viver assim, porque os falsos mestres mudaram a mensagem e encheram os corações de desejos mundanos por uma vida melhor aqui, e ainda utilizam a Bíblia, a fim de alimentar esperança de que Deus há de prover seus sonhos e ambições. O pai dessas mensagens é o diabo, porque é o pai da mentira quem faz essas promessas e leva os homens a sonharem assim, para acordarem sempre na confusão e no desespero.
        Então, os resultados são desastrosos, porque tudo passa a ser sonho, nuvem, vento, etc. Assim os verdadeiros valores são atirados na lama, as verdadeiras e eternas riquezas são atiradas ao desprezo, como Esaú desprezou a primogenitura por um prato de lentilhas (Gênesis 25:34). Veja amigo, como satanás enlaçou homens e mulheres e os puxou para a rede da vaidade; veja como ele conseguiu prender a todos sob o fascínio da prosperidade carnal, fechando os olhos para os perigos terríveis e os efeitos dramáticos aqui e na eternidade. Veja amigo como a vaidade tira dos homens tudo o que ficou de bom da criação e os leva para fora da própria humanidade, a fim de viverem abaixo dos animais.
        Não há como medir os efeitos trágicos da vaidade, porque se não houver uma intervenção de Deus, eis que os homens deixam de serem homens e se transformam em bestas feras. Notemos no caso de Nabucodonosor, que os sete anos vivendo no mato deixou-o numa situação incomparável entre os animais (Daniel 4:33), e assim tornou-se um modelo visível daquilo que vaidade faz nos homens quando se afastam completamente de Deus. Na vaidade os homens se tornam extremamente leves e fáceis de serem levados daqui para ali, assim como o vento faz com uma pena. Na vaidade todo peso de valores é tirado e o homem passa a flutuar nesse espaço mundano, buscando felicidades carnais.
        Em todos os aspectos prosperam os sinais desse terrível afastamento de Deus, e não há como remediar a situação; não há como tapar as brechas; não há como tirar homens e mulheres das alturas desse sono e sonho. A única esperança está na misericórdia do Senhor, desse santo Deus que vem e faz os homens cair, a fim de erguê-los no arrependimento e na fé em Cristo Jesus.

CERTEZA DE SALVAÇÃO




       Só o Espírito Santo pode finalmente dar-nos inamovível certeza da salvação...Há três principais meios pelos quais vem-nos a certeza da salvação...O primeiro é aquele que se obtém crendo e aplicando a nós mesmos a pura e simples palavra da Escritura como a autorizada Palavra de Deus... Eis a Palavra de Deus; cremos nela e nos confiamos a ela...
       Precisamos doutra coisa mais, que constitui o segundo fator básico da certeza da salvação. A Primeira Carta de João nos oferece...certos testes da vida espiritual. (i) "Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos." (ii) ...porque não mais achamos penosos os mandamentos. Eles nos dão prazer...(iii) Cremos no Senhor Jesus Cristo (iv). Temos consciência do Espírito operando em nós. (v) Examinamo-nos a nós mesmos para ver se algum aspecto do fruto do Espírito está sendo manifestado em nós. Se achamos essas coisas, podemos estar seguros de que nascemos de novo.
          Ainda há, contudo, uma forma adicional da certeza da salvação. É a mais elevada e a mais certa de todas... "O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus..." ( Rm 8:15-17). Esta não é uma forma de segurança que posso deduzir das Escrituras ou das evidências  que encontro em mim. Trata-se aqui do direto testemunho do Espírito.. É algo que o Espírito Santo pessoalmente, e só Ele, pode dar-nos. É Ele somente que pode falar com a autoridade final que me dá certeza quanto ao fato de que sou filho de Deus, certeza tão grande, ou mesmo maior do que a certeza que eu possa ter quanto a qualquer outra coisa na vida... No transcurso dos séculos, os crentes fiéis... declaram que o Espírito Santo lhes deu tanta certeza de realidade e presença do Senhor Jesus Cristo e do Seu amor por eles, que eles tinham mais certeza disso do que de qualquer outro fato, fosse o que fosse (Vide também 2 Cor  1:22 e Efésios 1:13-14).

D.M. Lloyd-Jones.