quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

“NÃO ÉS QUENTE, NEM ÉS FRIO” (3)



                            
“Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca” (Apocalipse 3:16)
                               DEUS À PROCURA DE FRUTO
        Oh! Quão triste foi a colheita de juízo sobre Israel! Deus procurou uvas boas, mas só havia más, péssimas. Por anos Deus enviou seus servos, até o tempo de Jeremias, mostrando paciência, compaixão e ternura, mas mesmo assim nada impediu que inimigos ferozes chegassem para destruir o povo judeu. Por que Deus destruiu Israel? Porque a nação não servia para os propósitos santos de Deus; a infidelidade do povo fez com que o nome do Senhor fosse deturpado e em Ezequiel duas vezes Deus afirma que ele haveria de santificar seu glorioso nome, o qual foi motivo de zombaria devido a desobediência da nação.
        Em Apocalipse vemos que a linguagem de Cristo em relação à igreja de Laodicéia é a mesma. Ele também diz a mesma coisa em relação aos fariseus, porque eles ficaram escandalizados com as palavras do Senhor. Mas o que Jesus falou aos discípulos? “...Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada” (Mateus 15:13). Nosso Senhor não usou de lisonjas com aqueles homens perversos, travestidos de religiosos e piedosos. Eles eram instrumentos do diabo a fim de perverter a nação; eles utilizavam da lei de Moisés, a fim de se elevar aos olhos do povo, como se fossem aqueles que sucederam Moisés, bem como escravizar o povo com suas exigências legalistas.
        Sabemos que “fruto” é resultado da obra de Deus na vida dos salvos. Os discípulos do Senhor representavam a igreja de Deus, quando Jesus lhes disse: “Eu sou a videira verdadeira, vós os ramos” (João 15:1). Por que ele usou a ilustração de uma planta frutífera? Porque Deus quer fruto na vida de cada crente. Em Gálatas 5 Paulo fala sobre o fruto do Espírito, resultado de uma vida espiritual que vive da palavra e da obediência ao Espírito Santo. Fruto no viver indica que a pessoa é crente; que habita nela o Espírito de Deus; que a palavra de Deus está ali em seu coração. Fruto glorifica a Deus e faz com que a pessoa seja útil nesta vida. Para que uma planta inútil? Sem fruto no viver significa que a vida mostrará ser cheia de espinhos e abrolhos, motivo de juízo da parte de Deus.
        Quando Cristo – o Senhor das igrejas – fala às sete igrejas em Apocalipse 3, ele sempre dirige-se a cada uma delas dizendo: “Conheço as tuas obras”. Aqui o Senhor está mostrando que ele conhece sua igreja, seu povo e que a vida de cada crente há de manifestar fé genuína, cheia da vida verdadeira. A fé verdadeira prova vida verdadeira. Fé para Deus dará sinal de obras feitas no poder de Deus e não na energia da carne. Tiago mostra na vida de Abraão e Raabe o que significa a atuação da fé. No caso de Abraão, este provou que amava a Deus numa obediência impar, quando ofereceu seu filho Isaque para ser imolado. No caso de Raabe, esta mulher teve uma fé corajosa quando acolheu os espias e tomou o lado do Deus de Israel.
        Assim pude mostrar que as palavras de Jesus com relação à igreja de Laodicéia usando as palavras: “Conheço as tuas obras” significa a mesma coisa que Deus usou quando disse a Israel sobre a vinha que produziu uvas ruins. Então pude preparar o cenário de uma forma bíblia, a fim de mostrar os perigos que envolvem tantos que nestes dias mostram que participam da igreja Laodicéia e não da Filadélfia.
        Que o Senhor venha abrir nossos olhos! Que minhas simples palavras venham ser como fogo, queimando os corações e despertando um santo temor naqueles que ainda não perceberam as terríveis ciladas usadas pelo diabo em nossos dias tão perigosos.

OU ESTÁ VIVO, OU ESTÁ MORTO (12)




“Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, o que, todavia se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (João 3:36).
AQUELES QUE ESTÃO MORTOS: “... o que, todavia se mantém rebelde contra o Filho”
        Eu estou certo que muitos não levam a serio a verdade da morte espiritual. Estamos tão acostumados com a morte física aqui, que não cogitamos as realidades eternas e seus perigos que envolvem a alma. Por essa razão quando a bíblia trata do estado espiritual do homem como morto diante de Deus, a tendência é não considerar isso no íntimo. Mas o fato é que a palavra de Deus trata desse fato com vigor; estamos lidando com a mais poderosa morte – a morte espiritual e seus resultados terríveis no corpo aqui e na eternidade.
        Satanás sabe dessa condição dos homens, por isso ele tem os mortos em suas mãos: “...o mundo inteiro jaz no maligno” (1 João 5:19). Se os homens estivessem espiritualmente vivos, as evidências seriam de amor real a Deus, santidade de vida, desejos espirituais e liberdade para caminhar rumo ao céu. Se os homens estivessem espiritualmente vivos, não seria necessária a morte de Cristo na cruz, a fim de libertar o perdido do pecado e de suas consequências eternas. Se o homem estivesse espiritualmente vivo, a história da queda seria motivo de zombaria e tudo neste mundo seria completamente diferente da situação que presenciamos agora.
        Olhemos para o mundo com os olhos da fé abertos; vejamos a condição dos homens aqui; como amam a mentira; como amam o pecado e como são levados para o abismo sem qualquer consciência dos perigos eternais que lhes esperam. O livro de João é o livro que mais trata dessa triste condição dos homens e nosso Senhor expressa essa verdade em poucas palavras: “Eu vim para dar vida”. Se ele veio para dar vida, então o mundo é um verdadeiro cemitério, onde Deus está realizando impressionantes milagres, ressuscitando mortos. Todo meu esforço é concentrado em mostrar os traços claros de defuntos espirituais achados naqueles que ainda não passaram da morte para a vida.
        Os homens mortos em seus pecados normalmente são fantasiados com atividades religiosas. O mundo está carregado de idolatrias, superstições e esforços carnais por aquilo que parece ser de Deus, mas que não passa de mentiras. Em nossos dias satanás tem lutado para iludir os homens com atividades que parecem bíblicas. Ele encheu tudo de superstição, de louvores, de sentimentos espirituais e de aparência de piedade. Mas os homens continuam espiritualmente mortos. Por fora eles parecem vivos, mas não há sinais do novo homem em Cristo, conforme o evangelho santo produz. A maior luta do evangelho bíblico hoje é arrancar todo esse aparato perigoso que envolve os homens, a fim de chegar com a mensagem santa até o coração, pois é ali que está o problema.
        Os homens não estão vivos porque falam de Deus, sentem fortes emoções religiosas, ou até mesmo falam versos bíblicos. Desejos expressos em músicas não significa que são desejos provenientes de almas que nasceram de novo. Quando homens e mulheres se convertem ao Senhor, imediatamente passam a ter o temor; imediatamente nascem em seus corações santos desejos de obedecer a Deus. É Satanás quem eleva os homens às alturas de uma felicidade perigosa e dos mais pervertidos enganos promovidos pela natureza carnal. Quando ele se apresentou a Jesus por ocasião da tentação, ele usou palavras bonitas, religiosas e sedutoras. O pai da mentira, porventura mudou? Claro que não!

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

OU ESTÁ VIVO, OU ESTÁ MORTO (11)




“Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, o que, todavia se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (João 3:36).
AQUELES QUE ESTÃO MORTOS: “... o que, todavia se mantém rebelde contra o Filho”
        Os sinais são claros de que alguém ainda se encontra morto. Não pensemos que por estar frequentando uma igreja ou participando de cultos evangélicos significa que a pessoa tem vida. O texto deixa claro que a rebeldia é manifesta contra o Filho. Alguém pode gostar de um pastor, de qualquer líder ou dos costumes de uma denominação e no viver mostra ser uma alma rebelde contra Cristo, sua salvação e sua liderança na vida. A proposta de uma salvação fácil tem levado muitos à uma confiança perigosa, porque na mente eles acreditam que foram salvos, mas o viver tem provado que não querem nada de obediência ao senhorio de Cristo na vida.
        Ninguém pode se disfarçar diante da verdade. A vida vai revelar quem a pessoa realmente é perante Deus. As manifestações de rebeldia vão surgir, especialmente se estiver perante a verdade do evangelho. Não estou dizendo aqui que os verdadeiros crentes são perfeitos, porque não são, mas eles são conscientes desse fato, por isso lutam, oram e aprendem da bíblia, a fim de andar em disciplina santa no viver. Não há isso numa alma morta. Quando não há qualquer sinal de nova vida, então haverá constante fuga da luz. A bíblia fala isso em João 3:19: “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más”. Os homens no pecado inventam desculpas e sempre estão ocupados com as coisas daqui, quando são convidados para ouvir a mensagem do evangelho. Eles agem assim por medo da luz. O evangelho bíblico é a luz da glória de Cristo chegando e revelando os segredos do coração, por isso os homens têm medo e fogem.
        Os homens mortos mostram essa condição pelo constante prazer que têm pelo mundo. Aqui é o lugar que eles amam, onde buscam alegria, divertimentos e onde encontram satisfações para suas paixões. Eles não têm qualquer esperança fora desta vida; eles não têm qualquer interesse pelo céu e pelas perfeições que os santos terão ali. Aliás, eles nem mesmo querem saber daquele lugar. O mundo é o lugar deles; é aqui onde eles têm seu nome, onde está a família deles e eles sentem o conforto do pecado e até mesmo da morte quando o fim chega. Então, os mortos sempre acham um lugar confortável aqui, mesmo que muitos deles não pratiquem coisas feias, mas para eles a conforto na casa, na comida, na família, numa vida religiosa com seus costumes religiosos, etc.
        Outro detalhe importante na compreensão dos que estão espiritualmente mortos, é que eles amam e aceitam a mentira. Eles se alimentam de mentira e o mundo com seu programa lhes oferece sempre um entretenimento mentiroso. As verdades que eles aceitam são as verdades que fazem a vida aqui parecer melhor. Eles não percebem as armadilhas ou venenos colocados em tudo aqui. Para eles a mentira que envolve suas vidas aqui são verdades. Os judeus, por exemplo, acreditavam que, por serem filhos de Abraão já eram automaticamente herdeiros do Paraíso celestial. Para eles essa mentira era verdade. Quando Paulo chegou em Tessalônica para anunciar o evangelho ali, os costumes sociais e religiosos daquela cidade pagã eram tidos como verdades, até que a mensagem do céu chegou por intermédio dos apóstolos.
        É nesse estilo de vida que os mortos vivem. Tudo aqui teve um começo e terá um fim para cada homem morto em seus delitos e pecados. Que tristeza! A morte trabalha dia a dia chegando para ceifar essas almas e atirá-las para o abismo de terror.

“NÃO ÉS QUENTE, NEM ÉS FRIO” (2)



                              
“Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca” (Apocalipse 3:16)
                               DEUS À PROCURA DE FRUTO
        O que farei a partir de hoje é mostrar aos meus leitores o quanto em toda bíblia vemos Deus usando essa figura de linguagem em referência ao seu povo. Ele faz isso com toda raça, e foi isso o que ele quis dizer para Baruque, o escrivão do profeta Jeremias, no capítulo 45. Parece que a situação o clima de punição às nações trouxe certa depressão àquele homem. Posso imaginar vendo Baruque cheio de sonhos e planos para uma vida melhor aqui; talvez era um jovem ainda e tinha intenção de casar, constituir família e adquirir bens. Mas, de repente, com os anúncios de juízo contra Jerusalém e contra as nações, sem dúvida fez com que ele entrasse em depressão. Foi aí que a mensagem de Deus veio, a fim de mostrar a Baruque que Deus estava arrancando o que plantou e destruindo o que havia edificado, enquanto Baruque estava procurando grandeza.
        Tomei aquele relato apenas para salientar a linguagem de Deus acerca de toda raça. Ele fala que os povos são como uma plantação ou como construções. Da mesma forma ele comunica a mensagem aos falsos crentes da igreja de Laodicéia. Creio que vale a pena examinar  essa verdade em vários textos das Escrituras. Por exemplo, no livro de Isaías a mensagem ali traz a mesma figura de linguagem. O capítulo primeiro daquele maravilhoso mostra como Deus é devastador ao comunicar a situação espiritual de toda nação judaica. O povo por fora parecia que era espiritual; parecia que adorava a Deus com suas canções e sacrifícios, mas por dentro era tudo espiritualmente podre. Deus, mostra a realidade de seus corações e convida o povo ao arrependimento.
        Mas é no capítulo 5 que vemos uma notável ilustração usada por uma pessoa da divindade, quando apresenta Israel como uma plantação de uma vinha. Aquela pessoa diz que plantou aquela vinha para seu Amado. Sem dúvida alguma é Deus o Pai fazendo referência ao seu Filho (na linguagem do Velho Testamento). Deus diz que ele não falhou na plantação e no cuidado, porque além de plantar ele edificou uma torre, fazendo referência aos cuidados e vigilância, para que nada entrasse e prejudicasse a vinha. E também ele fala que construiu um lagar. Isso mostra o propósito principal daquela plantação – Deus queria fruto e o fruto seria o vinho extraído no lagar. Mas o resultado foi decepcionante, pois ao invés de produzir uvas boas, deu uvas bravas.
        Sem qualquer dúvida temos ali a explicação clara de que Deus não é o autor do pecado, de que tudo o que é proveniente dele é puro, santo e bom. Deus não constituiu Israel para pecar; sua aliança foi feita com aquele povo, a fim de que pudesse manifestar ao mundo a glória do Seu nome, por meio de um povo santo. Isso é o fruto almejado. É o pecado que destrói tudo; é o pecado que faz de uma vinha uma plantação que produz frutos ruins. Foi assim na criação original. Deus não criou o homem para pecar, porque tudo o que é proveniente do Criador é puro e santo. Nada há na criação de Deus qualquer elemento contagioso e venenoso. Foi o homem que tomou a decisão de voltar-se contra Deus e seguir o diabo.
        No tocante a Israel, foi necessário que viesse o juízo, mesmo sendo o Senhor compassivo, longânimo, pois por anos falou à nação através de profetas como Isaías, Jeremias, Ezequiel e outros. O juízo veio anos depois, quando Deus chamou Nabuconosor com seu exército, a fim de invadir Jerusalém, destruir tudo e levar milhares para Babilônia, num cativeiro que durou 70 anos. Esse é o mesmo aviso que Deus deixa para os falsos crentes de Laodicéia.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

“NÃO ÉS QUENTE, NEM ÉS FRIO” (1)



                            
“Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca” (Apocalipse 3:16)
                                               INTRODUÇÃO       
        Amado leitor desconheço em toda Escritura outro lugar onde Deus mede a temperatura espiritual. Ele faz isso com a igreja de Laodicéia. Creio que precisamos considerar essa declaração do Senhor com profunda seriedade em nossas vidas, porque o Senhor não falou isso em tom zombeteiro, nem falou por falar. A igreja de Laodicéia difere da igreja de Filadélfia, porque, enquanto esta é formada de pessoas fieis e santas no viver, aquela é composta por pessoas aparentemente crentes, parecem sinceras por fora, têm uma confissão em suas bocas; têm aparência de que possuem vida; declaram que são salvas, mas nosso Senhor declara que elas são crentes meio termos, pessoas que ficam em cima do muro, são como bolo meio assado.
        Creio que esse texto é de grande importância para que consideremos a atual situação da igreja em nossos dias. O trabalho bem estratégico da nova era conseguiu espalhar um sistema anti-bíblico de vida, um viver aparentemente espiritual, mas sem qualquer conteúdo nem fundamento que dá aos crentes uma sólida fé que está arraigada na verdade conforme nos foi revelada. A igreja de Laodicéia explica com clareza a situação evangélica destes dias tão carregados de mentiras e de perigos terríveis. Conforme o texto de Apocalipse, para o Senhor eles são tipos de crentes que  não servem, por isso seriam vomitados da Sua boca.
        A linguagem do Senhor é bem fácil de ser entendida por nós. Obviamente, entendemos que essa “ânsia de vômito” não é provocada por alguma bactéria ou mesmo por causa de algum problema no estômago, mas sim por causa de uma comida ruim, algo intragável, que quando cai no estômago imediatamente provoca vômito. Eu mesmo gosto de frutos do mar, mas quando como camarão, imediatamente vem ânsia de vômito. A figura de linguagem do Senhor nos faz entender o quanto é séria a situação daqueles que se disfarçam de crentes, de salvos, sem que tenham experimentado a salvação genuína.  Que entendamos o quanto isso é perigoso, porque estão lidando com a igreja de Deus; estão disfarçados de crentes, quando realmente não são. É como se nosso Senhor estivesse entrando em sua casa e descobrisse estranhos ali.
        De minha parte farei tudo o que puder, a fim de mostrar pela palavra de Deus o quanto elementos assim estão em perigo. A fé dada aos crentes é a santíssima fé e em nada é igual à fé falsa. Elementos assim fundiram sua própria fé; elevaram a si mesmos à categoria de salvos, sem que Deus os tivesse chamados à salvação. Quando o Senhor se dirige à igreja de Laodicéia ele se apresenta como o AMÉM. Nosso Senhor está se apresentando como a verdade absoluta; com ele não há incerteza, porque é ele mesmo quem opera a salvação nos corações daqueles que são chamados ao arrependimento.
        Também, nosso Senhor mostra àqueles falsos crentes que ele conhece disciplina os que ele ama. Noutras palavras ele está dizendo que os crentes verdadeiros são continuamente disciplinados, a fim de viver em santidade (Hebreus 12). Mas para os falsos crentes a vida é muito boa; o caminho é lindo e eles acreditam que vão para o céu sem qualquer embaraço nem luta. Que situação terrível! Não precisamos alertar milhares em nossos dias? Não é o momento para ferir o orgulho do homem com a espada do Espírito? Não é o momento para que o fogo da verdade venha queimar os corações e despertar os que jazem no sono do pecado?