quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

CHAMADO AO ARREPENDIMENTO (6)



                      
“Não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento” (Lucas 5:32).
PERIGOSO CAMINHO TOMADO NO PECADO.
        Outro detalhe que é de muita importância para mostrar o quanto é necessário o chamado divino ao arrependimento é que tomamos o caminho tão belo e sedutor deste mundo. O filho pródigo de Lucas 15 é a figura clara de nossa decisão em abandonar Deus, a fim de descer às mais baixas condições deste mundo. Não existe um céu melhor para os homens no pecado do que este mundo e mesmo que ele mostre suas mazelas e maldades, mesmo assim o mundo é aprazível para os mundanos. Compare as glórias do céu com as vanglórias deste mundo e os homens nem sequer sentirão um pingo de prazer pelas perfeições celestiais, preferindo com prazer o mundo, mesmo tão cheios das armadilhas do pecado e da morte.
        Ah! Nem a velhice, nem as dores, nem a saudade e nem sequer a morte podem apagar as esperanças que os homens têm por este mundo. Eles estão sempre buscando meios para que a vida aqui se torne mais rica e agradável; seus ouvidos estão sempre sintonizados com a música daqui e com as notícias de que tudo vai indo às mil maravilhas. Olhemos como Israel queria de coração voltar para o Egito, mesmo sabendo dos sofrimentos que enfrentaram ali. Mas seus corações não estavam divorciados dos costumes, sistema religioso, canções e alimentos que ali sempre tiveram.
        Não há razão para que Deus venha e chame os pecadores ao arrependimento? Qual é o pecador que pode subir e alcançar as glórias celestiais por si mesmos? Os homens estão presos aqui pela lei do pecado e da morte, assim como a lei da gravidade nos mantém ligados à terra. Nossos corações pecaminosos foram moldados aqui mesmo; nossa natureza é terrena, por isso mental e emocionalmente fixamos residência aqui e daqui não queremos sair. Nossa natureza carnal está apegada aos bens, à família, aos amigos e à religião. Se houver um evangelho, esse terá que combinar-se com os ideais daqui; se houver uma divindade, esse ser divino terá que trabalhar para melhorar a vida aqui. Por essa razão os costumes do céu não combinam com tais costumes e o povo de Deus jamais será bem-vindo aqui.
        Sem que saibamos, eis que tomamos também o caminho que leva para a perdição. Aliás, o mundo é um lugar tão confortável que não percebemos o quanto a estrada é larga e que descemos para um final que é inexplicável à linguagem humana. Como podemos tirar o homem desse caminho? Como podemos arrancar os filhos das trevas desse sistema que os prendem e os arrastam para o abismo? Tudo os homens têm feito para que as coisas melhorem aqui; que a sociedade venha a agir de forma diferente, mais humana e mais religiosa. Mas o fato é que todo esforço é inútil. Mudar o pobre pecador? Como? Toda tentativa é sinônimo de fracasso, assim como seria completo fracasso se tivéssemos que mudar os costumes de um leão, para que ele deixasse de comer carne, a fim de comer ervas.
        Assim pude mostrar o quanto há necessidade de arrependimento. Nosso Senhor deixou essa verdade bem esclarecida no verso acima. Quando Deus chama os pecadores, eles são atraídos ao lugar de arrependimento. É uma verdade preciosa e ela mostra o quanto Deus age assim com qualquer pecador. Foi com suas santas armadilhas que ele atraiu Saulo para que ele caísse em suas mãos de amor eterno. E é assim que ele ainda opera. Que nós não nos atrevamos a mudar o esquema santo; que não pensemos que temos meios melhores do que modo de Deus em salvar.
        À partir da próxima página vou mostrar que lugar é esse que aqui intitulo de “lugar de arrependimento”. Que meu Senhor venha despertar pecadores, a fim de que eles conheçam essa bênção do céu, a fim de que encontrem com o bendito Salvador e Senhor.

OCULTOS NA CRUZ (10)




“Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo” (Gálatas 6:14)
A INCLINAÇÃO NATURAL DO HOMEM EM BUSCAR ONDE SE GLORIAR
        O que a palavra de Deus nos ensina acerca do pecado e sua natureza maligna, mostra o quanto a mensagem da cruz é a única mensagem que pode tirar o homem de sua situação tão miserável, a fim de mostrar-lhe a verdade. Fora da cruz o homem continua sendo o que sempre foi desde a queda: enganoso e enganado. Sendo assim, creio que devo prosseguir, mostrando aos meus leitores o quanto a mensagem da cruz faz brilhar as realidades eternas. De fato, tais ensinos nos levam à humilhação, mas são elas preciosas para nos elevar em temor, santidade e ações de graças.
        A cruz também mostra que  é o lugar da verdadeira justiça. Talvez, seja esse o assunto menos compreendido pelo povo de Deus em nossos dias. A cruz cuida em mostrar o quanto nada tenho de valor e que tudo o que fiz e que parece ser justo, não passa de trapos e farrapos diante de Deus. A cruz arranca esses trajes sujos e imundos (Isaías 64:6), a fim de mostrar minha vergonha, minhas culpas e quanto mereço ser atingido pela fúria do Deus Santo e Justo. Foi isso o que viu o ladrão que foi salvo. Ali mesmo, pela fé ele pode ver a justiça do Filho de Deus, o qual ocupou o lugar de perdidos. Foi essa a verdade que Paulo entendeu após sua salvação, e tal verdade chegou de tal maneira à sua mente e emoções, que aquele homem queria conhecer a grandeza da justiça de Cristo em seu viver.
        Posso garantir que essa verdade quase não é pregada em nossos dias, porque o fácil evangelho humanista adentrou-se nas igrejas. Homens e mulheres são convidados à salvação, sem que seus trajes imundos (justiça-própria) sejam arrancados. Na minha experiência, não há trabalho mais difícil do que arrancar os trapos de imundície do velho homem em Adão. Você pode pegar nas mãos de um amigo, parente ou vizinho para leva-lo à igreja e ensiná-los coisas concernentes ao céu e à vida cristã. Mas, quando se trata de desmanchar o orgulho próprio do homem natural, eis que as coisas mudam e seu ódio contra Deus logo se manifesta.
        Mas o propósito da mensagem da cruz é mostrar que não há justiça perfeita no homem; que nada há nele que possa agradar a Deus; que nada pode, nem poderá pagar de sua infindável lista de débitos contra Deus. A cruz mostra que Deus enviou um substituto perfeito; a cruz mostra a realidade da salvação que vem do perfeito mediador e que não há outro igual. Satanás tenta de tudo para tornar a história da cruz um mito; ele se esforça sobremaneira para que os homens tenham a imagem de Cristo, como alguém que causa dó, ou então ele torna a cruz um conto para ser usado como superstição.
        A verdade, porém é completamente diferente, porque a fé mira o fato que o Justo ocupou o lugar dos injustos; que alguém pagou em meu lugar algo que jamais poderia pagar e quem mesmo o inferno e lago de fogo seriam suficientes, devido à eterna justiça de Deus que fora ofendida, devido às minhas numerosas ofensas. Então, a mensagem da cruz silencia meu ego e só posso abrir minha boca para invocar o nome do grande e bendito salvador. A mensagem da cruz revela ser para mim o motivo de louvor, adoração, humilhação e de grande disposição para santidade. A mensagem irradia a justiça de Cristo, absolutamente perfeita em mim e que é essa justiça que me fará entrar no céu.
        Além de tudo isso, a justiça perfeita de Cristo, mostrada na cruz me faz capaz de entender o quanto o mundo precisa ver essa verdade. Essa justiça me conduz em humildade, me faz entender a situação deste mundo e me capacita a testemunhar aos outros. Os pecadores ficam sabendo que agora o caminho para o céu foi aberto e que homens e mulheres arrependidos podem entrar lá pelos méritos do grande e perfeito Salvador- o Senhor Jesus Cristo.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

CHAMADO AO ARREPENDIMENTO (5)




“Não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento” (Lucas 5:32).
PERIGOSO CAMINHO TOMADO NO PECADO.
        É minha tarefa mostrar o quanto o homem precisa ser levado ao arrependimento, caso contrário continuará em seu iniquo caminho rumo à perdição. Nosso Senhor mostra que ele veio chamar os pecadores ao arrependimento, porque se não houver arrependimento eles jamais saberão que são pecadores. Por essa razão importa que as Escrituras sejam abertas para provar que o pecado é de fato pecado, e que Deus não o trata com apelidos, mas sim com seus nomes tão feios e vergonhosos.
        Os homens precisam saber que tomaram o caminho da escravidão, assim que veio a queda. A função do pecado é enganar, por isso a mensagem que vem ao coração é que a liberdade do pecado é tão bela e tão fascinante, que Deus se torna um ditador e escravizador. A escravidão do pecado jamais pode ser percebida, a não ser quando Deus mostra. Às vezes, os efeitos da morte faz amargar a vida aqui, mas é por pouco tempo, porque assim as amarguras e fel do sofrimento saem, então os homens querem logo retornar àquilo que eles tanto amam. O viver nessa escravidão é para o pecador, o que a agua é para o peixe. Não fosse a intervenção do Senhor, Israel teria prazer em continuar no Egito.
        Assim, a escravidão neste mundo só se torna perceptível quanto Deus atrai os homens ao arrependimento. A mensagem dos arrependidos ecoa por todo tempo por meio dos seus testemunhos cantados. Notemos bem essas letras abaixo:
        “Oh! Tão cego eu andei e perdido vaguei, longe, longe do meu salvador”.
        “Bem longe de Deus eu andava, um pobre perdido fui eu”
        “Eu nas trevas vagueava sem a luz da retidão; a minha alma estava morta e eu sem fé no coração”.
        Essas palavras são algumas entre milhares. Pecadores quando se arrependem passam a ver o que jamais poderiam ver, sem a luz da graça que brilhou em seus corações. Eles passam a entender libertação quando são libertados; passam a ver a luz quando deixam de ser cegos; passam a andar pelo caminho certo quando deixam o caminho errado. O cristianismo atual tão cheio de erros quer unir as trevas com a luz, a liberdade com a escravidão. Muitos estão carregando o título de “evangélicos”, enquanto vivem em completa escuridão e escravidão do pecado. Não foi assim com os judeus nos dias do Senhor aqui? Eles sustentavam a liberdade deles no fato que eram judeus e descendentes físicos de Abraão. Mas nosso Senhor sustentou o fato que eles não passavam de miseráveis escravos do pecado, e que somente o Filho de Deus poderia libertá-los (João 8:34).
        Então, posso concluir esta página, mostrando quanta necessidade há de arrependimento para o pecador. É um lugar de tristeza, vergonha e desespero, mas é o lugar onde o homem pode ouvir o chamar do Senhor à salvação. Nosso Senhor, caprichosamente puxou Saulo de Tarso, a fim de atirá-lo no pó e foi ali que ele pode ver sua cegueira e estupidez.
        Milhares jamais foram despertados por Deus; milhares jamais conheceram o poder da graça salvadora; milhares partiram deste mundo, completamente endurecidos. Mas a graça de Deus tem estendido sua força para alcançar milhares. O evangelho verdadeiro chama a todos, ricos, pobres, velhos, novos, pretos e brancos, de qualquer raça ou nação. Todos são convidados ao arrependimento. A mensagem do evangelho não discrimina ninguém, pois todo o que quiser pode vir.
        Talvez haja alguém agora que esteja lendo essas palavras e que no coração deseja confessar seus pecados e invocar o nome do Senhor para ser salvo. Pode chegar a ele pela fé e esteja certo que ele está perto de um pecador que se arrepende.

OCULTOS NA CRUZ (9)




“Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo” (Gálatas 6:14)
A INCLINAÇÃO NATURAL DO HOMEM EM BUSCAR ONDE SE GLORIAR
        Amado leitor, somente os santos correm e encontram abrigo na história da cruz, como mostra a letra de um antigo hino: “Certamente eu vou no caminho da cruz com resolução andar”. Para os orgulhosos e endurecidos, não há como achar satisfação na cruz, assim como Paulo achou. Prego com vigor o mesmo que Paulo pregou, porque sei que os santos se sentirão encorajados na fé e no amor, e os pecadores arrependidos conhecerão o lugar onde entenderão sobre o perdão e sobre a eterna redenção que Cristo dá aos que se arrependem.
        Posso afirmar com plena convicção que é na história da cruz que vejo não somente meus hediondos e vis pecados, como também posso ver o real inimigo – o pecado – o qual me dominou e controlou meu ser, até que Cristo veio para destruí-lo e arrancar sua liderança pavorosa sobre todo meu estilo de vida aqui. Ah! Quanta tristeza posso sentir! A cruz mostra o quanto a festa da páscoa é aviltante para a natureza corrompida do homem. Quem chega à cruz, realmente pode conhecer sua história.
        Na cruz não há maquiação, nem deboche. A cruz me leva ao desespero, porque Deus me mostra quem eu era, o que eu sou e o que realmente mereço como culpado. É impossível chegar ao entendimento da cruz e ainda achar culpa nos outros. A cruz mostra meu desamparo e o  fato que eu sou o mais miserável pecador entre todos, assim como Paulo se viu como o principal dos pecadores (1:15).
        A cruz também mostra como é a profundidade, a largura, o comprimento e a altura do amor de Cristo em favor dos pecadores. A forma como ele encarou o pecado não há como explicar, porque ele foi ao ponto de se tornar semelhante ao próprio pecado. A história do meu Senhor se tornando semelhante a mim, sem, contudo se tornar um pecador, é algo que me emociona e todos os santos podem entender isso. Mas, ele se tornado a própria essência do pecado, a própria maldição, não há como explicar, porque Deus, o Pai viu tudo isso: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós...” (2 Coríntios 5:21).
        É a cruz que me desafia a mergulhar nesse amor, para que eu possa experimentar algo que está infinitamente além do entendimento mortal. Sendo assim, eis que a história da cruz é aquilo que deve fazer parte de meu dia a dia; é o que preciso para viver e me relacionar aqui de forma santa e justa.
        A cruz também faz encantar a minha alma com aquele que ocupou meu lugar ali. A história do meu Redentor faz com que o mundo desapareça e fique extremamente mesquinho para mim. A fama, a glória, o prazer e tudo mais se tornem tão ignóbeis, que minha confissão passa a ter um valor incrível: “Eu sou do meu amado, e meu amado é meu”. Isso é fato! Ele, meu Senhor tomou meus pecados sobre si; ele esmagou todo inimigo, me purificou e me santificou de tal maneira que ele me pertencente a ele, sem qualquer culpa ou mancha.
        Assim, a história da cruz realmente me humilha, mas é nessa humilhação que sou erguido à glória. Essa história faz tudo ser diferente, porque nela morreu o velho homem, condenado e vil; foi tirada da minha testa a marca de um condenado e amaldiçoado pela lei. A história da cruz silencia a natureza maligna, descascara o mundo e afasta satanás. A história da cruz, entretanto é a única história que traz ao mundo o brilho da glória de Deus, através do Filho e que mostra o caminho seguro e verdadeiro para o céu.
        A história da cruz é a mais gloriosa história que já foi contada, porque a cruz mostra que na redenção o pecador é transformado, porque a graça veio para realizar algo inaudito no homem. Essa história mostra que a crucificação do meu Senhor foi infinitamente mais humilhante que seu nascimento numa manjedoura. Ninguém jamais foi salvo pela história do natal, mas sim pela história da cruz.