quarta-feira, 31 de março de 2021

A ENCARNAÇÃO DO FILHO (10 de 10)


“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade; e vimos a Sua glória, glória como a do Unigênito do Pai” (João 1:14)

SUA DIVINDADE. “E vimos a Sua glória”.

Não deve ser nossa expectativa mirar a glória do Filho de Deus e ser semelhantes a Ele? João diz em sua 1 Carta (3:3) que “a si mesmo se purifica o que nele tem esta esperança, assim como Ele é puro”. Essa santa aspiração celestial ocupou o coração de todos os santos que passaram por este mundo, pois viveram nessa santa esperança. Aqui viveram por Cristo e para Cristo, pois queriam um dia vê-Lo e ser semelhante a Ele. E nós devemos ser assim também, enfrentando um mundo hostil a Deus e com todas as mortíferas armas do pecado apontadas contra os santos. Você pode dizer que hoje, num mundo tão cercados de perversidades que chegam até nós e dentro das nossas casas, como podemos viver santamente? Mas o que venho dizer é que o mundo é o mesmo e suas intenções agora sempre foram as mesmas que santos no passado enfrentaram. O fato é que a nós foi nos dado o Espírito Santo, assim como foi dado a eles, para que nós pudéssemos ser tão vencedores quanto outros santos foram. O segredo não está em nós, mas sim em nossa obediência ao Senhor. Lembremos, caros irmãos, que fomos chamados para sermos partícipes da glória com Cristo e que por isso fomos salvos. Os santos estão em altíssima posição, mesmo vivendo cercados neste mundo. Um dia eles voarão para os lugares celestiais, para reinar com Cristo e ainda descer com Ele, revestidos de glória, a fim de julgar o mundo. Naquele dia o mundo inteiro verá a glória do Filho Unigênito de Deus. 

Chego agora à parte final, porque o texto tem muito mais para que aprendamos e conheçamos nosso Amado redentor. O que temos perante nossos olhos é o fato que no texto é qualificada a glória do Filho: “...glória como a do unigênito do Pai”. O que aprendemos com isso? Ah! Eu sei como a natureza humana despreza o tesouro celeste. Não gostamos por natureza de sentar nessa santa “sala”, a fim de aprender daquele que é o Verbo que se fez carne e habitou entre nós. O texto mostra que  Ele é Filho de Deus: “...Unigênito do Pai” e é o único Filho. Sendo Ele o Filho, Deus o trata como o Amado do Pai. Que linguagem tão inteligível a nós! Que veio do céu à terra para ser o nosso Salvador e Senhor não foi um ser que Deus criou. Ao dizer que o Verbo é o Filho, significa que tem Ele a mesma natureza do Pai. Os anjos são seres que foram  criados, mas não foi o caso do Filho. Outro detalhe é que essa linguagem vem a nós no  Novo Testamento, para que façamos distinção, entendendo que Ele não um mero homem, filho de Adão, assim como nós somos. Ele veio de Deus, pois sempre existiu com Deus. Essa santa harmonia sempre houve entre as Pessoas da divindade, de sorte que há nessas Pessoas perfeita alegria, comunhão, riquezas, prazer, riquezas e felicidade. 

Também podemos dizer que Ele é o Filho, e que mesmo assumindo a forma de homem, jamais perderá sua identidade de Filho de Deus. Deus pôs Nele o título de Filho, porque Ele veio ao mundo como o Unigênito, a fim de um dia ser o Primogênito. Será que podemos entender isso? Ele veio para levar muitos filhos à glória. Como fez isso? Sua morte e ressurreição teve em mira salvar perdidos, livrando-os da ira vindoura e os capacitando pelo novo nascimento a se tornarem filhos de Deus. Sua morte e ressurreição fê-Lo subir ao céu e se apresentando a Deus, não de mãos vazias,  mas sim declarando: “Eis-me aqui, e os filhos que me deste...”. De tal maneira que a Nova Jerusalém  estará lotada  de seres humanos, que um  dia se tornaram filhos de Deus pelo novo nascimento.

Que terrível horror  espera  as milhões de almas que em  seus pecados morrerão!


A CAUSA DA INFELICIDADE NO HOMEM (4)


“Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos, pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou como sequidão de estio” “Salmo 32:3,4)

A ORIGEM DA INFELICIDADE: “Enquanto calei os...”

        Prossigo mostrando a todos no texto que é a experiência de alguém e não base para explicações psicológicas. Além disso, vemos que é a experiência  de um  homem de Deus  que havia caído em pecados seríssimos. Falo isso porque vemos hoje o quanto o mundo moderno tende a encobrir as maldades de todos com argumentos vãos de que os problemas dos homens não vêm dos seus pecados, mas sim de problemas que ele teve de pobreza ou maus tratos. Deus, entretanto, em Sua palavra jamais tratou o pecado como o mundo trata. Ele chama o pecado pelo nome e o intitula como sendo maligno, ofensivo, repugnante e destruidor. Abimeleque filho de uma relação de Gideão com uma prostituta, podia dizer que foi injuriado e desprezado na família por ser filho de uma prostituta, e que por isso agiu com maldade matando seus irmãos. Mas a história mostra como Deus tratou Abimeleque com a vingança merecida (Juízes 9)

        Sendo assim, conforme os pensamentos de Deus e não os nossos, nem  os do mundo, “...os  meu pecado...” são meus pecados e sou culpado eles. Foram meus pecados sim, que ofenderam a Deus e trouxeram prejuízos sinistros aos meus semelhantes, os quais eram merecedores de meu justo amor. O que ocorreu com o Salmista foi que ele tomou o caminho certo, da confissão. Se seus pecados fossem mantidos encobertos, é lógico que sempre haveria de culpar outros, justificando a si mesmo e no íntimo culpando Deus. Note bem que Deus jamais inocenta o culpado (Naum 1:3). O amor de Deus não opera segundo os moldes do amor mundano.  O  amor de Deus trabalha em justiça e juízo. Deus jamais lida com os homens, sem mexer com a consciência, caso contrário os homens são mantidos em seus intuitos de manipular Deus. Se  o profeta Natã não  mexesse com a consciência do rei Davi, ele continuaria deitado em seu  ninho de miséria, achando que poderia governar com justiça.

        Os homens precisam saber do que é o horror do pecado, dos seus efeitos sobre a alma e sobre o corpo. Os homens precisam saber quão drásticos e aterrorizantes são os efeitos do pecado sobre todo ambiente. Não há como esconder o mal; não há como pintar a face, tentando encobrir a maldade. A força do pecado supera poderosamente a tentativa de ser belo, justo e simpático por fora e todos percebem o quanto o pecado tenta manipular a personalidade e  faz a pessoa agir, não como um ser humano normal. O pecado tira o poder de julgar as coisas, a fim de que tudo seja aceito como normal. Normalmente o pecado tende a igualar o bem com o mal, tentar unir as duas mãos em casamento, mas logo o mal chutará o bem para longe e reinará sozinho. O pecado tem seu  sorriso, seu gesto simpático, suas palavras belas e sua prontidão em  servir. Mas é o pecado disfarçado, tentando chegar mais perto.

        Os homens modernos  estão sendo preparados para anunciar que o pecado é maravilhoso e que Deus tem  abençoado o reino  de maldade. O mundo  é assim e muitas vezes Deus permite que o mal multiplique e os homens bebam  e comam dessa agua venenosa e desse pão vil. O caminho certo para o pecador é confessar: “Confessei-te o meu pecado...”  A vileza deve ser abandonada, a maldade que foi feita deve ser confessada, com toda disposição de enfrentar suas terríveis consequências. A  felicidade brota num coração que  foi levado ao arrependimento.  É a partir daí que o viver real e bendito começa.


terça-feira, 30 de março de 2021

A ENCARNAÇÃO DO FILHO (9 de 10)


“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade; e vimos a Sua glória, glória como a do Unigênito do Pai” (João 1:14)  

SUA DIVINDADE. “E vimos a Sua glória”.

        Essa glória do Verbo encarnado não é a glória dos anjos nem de qualquer homem, mas de Deus: “Como a do Unigênito do Pai”. Como tenho falado, é impossível descrever a glória do Filho de  Deus. O  que podemos fazer é  narrar as experiências  de homens que presenciaram um pouquinho só desse Ser glorioso. Bastou que brilhasse um pouco desse resplendor, para que Saulo de Tarso tombasse perante essa luz, a qual incidiu sobre um pecador com o propósito de leva-Lo ao conhecimento do Santo Salvador e Senhor. Também, nosso Senhor reservo essa visão para os três apóstolos, para que eles pudessem narrar e temer o grande nome daquele que se fez carne e habitou entre nós.

        E nós os santos que Nele cremos para sermos salvos? Fomos agraciados com a beleza  e poder da palavra. Para nós isso é suficiente, porque no momento precisamos ouvir e não ver. Nossos olhos terrenos não  podem vislumbrar a glória do Senhor, até que O vejamos face a face e para isso teremos que obter o corpo semelhante ao Dele. Note bem que veremos o Senhor que se fez carne  e tornou-Se homem.  Veremos a glória Dele em Seu corpo glorificado, porquanto os santos serão semelhantes a Ele naquele dia. Os santos que já partiram deste mundo aguardam a ressurreição, a fim de obterem o corpo de glória, semelhante ao do Senhor. Mas agora, aqui neste mundo, o que Deus fez e faz é usar os corpos de barro, a fim de fundir neles o novo homem em Cristo. O que somos por fora é apenas a forma, ou o formato externo. É o homem  espiritual que avança de força em força, até que a casa de  barro seja desfeita e receba o que Paulo chama de edifício.

        Amado irmão, nosso corpo frágil e mortal não  pode suportar a glória que há de vir. Então, toda nossa compreensão das realidades eternas está tremendamente distante de nossa pobre capacidade. O que haveremos de ser entendemos muito pouco agora. Neste mundo estamos na sala do abc e ficamos felizes por grandes conquistas  no saber acerca das coisas  referentes à glória que teremos no céu com Cristo. Não esperemos visões e revelações aqui, porque a  palavra é suficiente. A bíblia inteira narra acerca de Cristo e o que temos em mãos no livro nos faz avançar em felicidade, gozo e exultação, quando dispomos a conhecer nosso Senhor. Pisemos no solo da sobriedade bíblica, em santa obediência à palavra; desprezemos as fórmulas mágicas deste mundo religioso, o qual quer nos tirar da verdade revelada na palavra.

        O que precisamos mais? Não nos alegramos com a Palavra? Não é a palavra de Deus suficiente para nós, assim como o maná era suficiente para Israel no deserto? Ainda estamos revestidos dessa carne; ainda o que haveremos de ser não chegou; o  que somos em Cristo está  encoberto pela visão externa que a carne nos traz.  Que  fantástica história! Deus se revelou a nós de uma forma que jamais os homens mundanos hão de compreender.  A fé bíblica toma esses fatos no coração, porque a fé vive da palavra e se delicia nela. Mas até mesmo nossa fé, o Verbo encarnado a conquistou para Seu povo, a fim de que nosso ser tivesse constante contato  com ele.  O que vemos agora pela fé é tão valioso quanto o os  santos presenciaram. Ele é nosso  e somos Dele para sempre!

         O que devemos fazer agora? Devemos sim manter nosso ser em pureza, mediante constante oração e humilde obediência a Ele. Quanto mais perto Dele, mais e mais conheceremos. Ó amor glorioso! Como o Senhor atentou  para nós  pobres pecadores, a fim de  que  fôssemos dele para  sempre,  privilégio  inaudito do amor  que  veio da  eternidade, para a eternidade.


Pregação: A luz da esperança 1 João 3:3 - Pr David Sena

sexta-feira, 26 de março de 2021

A ENCARNAÇÃO DO FILHO (8)


“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade; e vimos a Sua glória, glória como a do Unigênito do Pai” (João 1:14)  

SUA DIVINDADE. “E vimos a Sua glória”.

        Ó como estamos longe de compreender a glória de Cristo! O mundo odeia qualquer ensino sobre esse glorioso ser, porque sem dúvida, Satanás odeia. Toda atividade religiosa, proveniente do próprio mundo e dos mundanos, tendem a negar a glória do Verbo que se fez carne e habitou entre nós. Mas eis aí João, lembrando da experiência dele, de Pedro e de Tiago: “E vimos a Sua glória...”. Isso indica Sua grandeza, poder, majestade e sublimidade do Filho de Deus. Não ficaríamos deslumbrado com a glória do rei Salomão? Foi assim que ficou a rainha de Sabá, quando veio de longe e contemplou de perto a majestade daquele rei que Deus tanto exaltou em sabedoria e riqueza. Mas veja o que o Senhor disse aos judeus, quando usou a ilustração da rainha de Sabá: “Aqui está quem é maior que Salomão”.

        Aquela visão que deixou os três discípulos aterrados, foi uma demonstração passageira do que realmente a glória do nosso Senhor. De fato, tudo o que homens aqui na terra puderam contemplar e que os levou a pensar que iriam morrer, era a glória do Senhor Jesus, antes da Sua encarnação. Foi o que Isaías, Moisés, Daniel e outros viram. Quanto aos judeus que puderam ver a face apenas de um pobre Nazareno, eles em sua incredulidade ficaram se contorcendo de ódio, porquanto desconheciam o Deus que o Velho Testamento, em sua completude descreve.

        Como nós podemos conhecer a glória do Verbo? É impossível para nós, ainda nesta carne ver a face maravilhosa do Senhor, porque jamais suportaríamos. Podemos conhece-lo como Deus-Homem, porque Ele se fez carne e tal verdade pode chegar, pela graça à nossa frágil compreensão de coisas eternas. Mas, o evangelho bíblico é chamado de “O evangelho da glória de Cristo”. É através que a alma sente perplexa ante os fatos narrados nas Escrituras. A mensagem de Sua glória é para chegar aos corações; tem em vista levar a luz até o homem interior, a fim de trazer-lhe temor.

        A espada do Espírito não foi feita de plástico, não é brinquedo para crianças. Ela é poderosa para atravessar o peito e varar a alma, a fim de que os pecadores vejam sua condição por dentro. Foi isso o que ocorreu quando Deus foi engrandecido com mensagens santamente bíblicas. Foi isso o que aconteceu em Jerusalém, após a firme pregação de Pedro, usando o livro do profeta Joel. Pois é, a espada penetrou nos corações, fazendo milhares de almas sentir a dor atroz de suas consciências culpadas. Foi assim que eles entenderam a verdade e passaram a temer ao Senhor. O Verbo encarnado nunca, jamais deixou de figurar Seu nome e Sua glória. Sempre lembrou Seus servos o custo de viver aqui e sofrer por causa do Seu nome. Isso mostra o quanto o mundo sente-se aterrorizado, porque a mensagem do evangelho silencia as trevas e faz os homens tremer diante do fato que o Verbo encarnado é cheio de glória.

        Amigo leitor, não estamos lidando com a glória dos anjos. Eles são gloriosos, sim, mas a glória deles lhes foi concedida na criação e eles estão acima dos homens em poder, pois são espíritos. Mas, quão diferente é a glória de Cristo! Ele não foi criado, mas sempre existiu. O Pai da eternidade domina sobre tudo: tempo, nomes e coisas. Ele diz: “Eu sou o Alfa e o Õmega” (nomes), “o princípio e o fim” (tempo) e “o primeiro e o último” (coisas). Por que não curvamos aos Seus pés para adorá-Lo? A salvação não quebrou nossos joelhos, nem fez nossas cabeças curvadas? Se não tivéssemos a bíblia, a revelação especial em nossas mãos, teríamos o céu acima de nossas cabeças, declarando que “Os céus proclamam a glória de Deus”. Ora, o firmamento deveria ter o peso de toneladas para quebrar nosso ego e esmigalhar nossa soberba no pó, ao contemplar a majestade e glória do Verbo que se fez carne.


A CAUSA DA INFELICIDADE NO HOMEM (3)


“Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos, pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou como sequidão de estio” “Salmo 32:3,4)

A ORIGEM DA INFELICIDADE: “Enquanto calei os...”

        Se voltarmos aos versos 1e 2 veremos que eles trazem a resposta imediata ao que vemos nos versos 3 e 4, que a causa da infelicidade é descoberta; que Deus aponta o pecado e que ao apontar o pecado, os homens são acusados diretamente como sendo eles mesmos os culpados. Ora, não podemos separar o homem do pecado, porque este faz parte da natureza, assim como não podemos separar o leão da sua natureza de carnívoro. Com um remédio próprio podemos ser curado de alguma enfermidade, mas o pecado é algo intrinsecamente ligado à própria natureza do homem. O pecado não foi um tipo de vírus que se apossou de nós, assim que nascemos. A bíblia expõe a verdade com clareza: “Eu nasci na iniquidade e em pecado me concebeu minha mãe” (Salmo 51:5).

        Tendo essa verdade em mente, podemos assegurar aqui que toda tentativa de melhorar o homem via os meios humanos são tentativas inúteis. Ele pode se tornar disciplinado, religioso, educado e ajustado para o bem da sociedade, mas nada disso pode aniquilar o pecado, porque este faz parte da sua constituição no pecado. Olha como o Salmista trata sua experiência: “Enquanto calei os meus pecados...”. O que é isso? Davi está narrando o que ele fez, coisas que a psicologia nem a filosofia mundana conseguem explicar. A sua natureza pecaminosa, maligna, egoísta e odiadora de Deus estava ali protegendo seus atos, tentando escondê-los de Deus. Não é algo que nós mesmos podemos entender em nossa própria experiência? Pergunte a qualquer crente se não foi essa sua experiência. A razão é clara: o pecado faz parte da essência do nosso viver.

        Outro detalhe de considerável importância é que é algo individual: “...os meus pecados...”. Sempre que os pecados são encobertos, na tentativa enganosa de enganar Deus, então há de manifestar as atitudes de culpar os outros. Davi tentou fazer isso; tentou usar o marida de Bate-Seba, a fim de dizer que o filho era dele; tentou se ocultar e passar-se despercebido, usando outros, até mesmos os inimigos para eliminar o marido de Bate-Seba com a morte. Notemos como os homens sempre estão passando o bastão das suas culpas para os outros. Foi isso o que ocorreu no Éden, com o marido acusando a esposa e esta, por sua vez apontando a arma acusadora contra a serpente. Que mundo terrível, mentirosa e cruel! A individualidade do pecado mostra a que ponto de monstruosidade o pecado chega.

        Enquanto os homens encobrem seus pecados, eis que tudo ao seu derredor, sem que ele perceba, fica vulnerável às suas maldades. Davi não contava que os prejuízos dentro da sua família e no reino fossem tantos e dramáticos, fazendo os mais fracos sofrer. Ter o pecado encoberto é como amarrar dinamite em torno de si, porque ao explodir trará sofrimento ao derredor. Alguém disse com muita propriedade: “Se você não matar o pecado dentro de si, certamente ele te matará”. Ora, não estou falando a respeito dos homens mundanos, mas sim dos crentes. Davi era um homem crente, chamado de “o homem segundo o coração de Deus”. Mas Deus o soltou, para que pudesse ver o quanto os crentes precisam estar continuamente na dependência e obediência da palavra de Deus no viver.

        O que acontece ultimamente é que as maldades feitas, são como se tivessem lidando com coisas normais na vida. Pessoas chamadas de crentes praticam seus atos, limpam a boca e dizem que não houve maldade. Quanto engano! Os resultados seguirão, mostrando adiante que os que semeiam vento colherão tempestades.


quinta-feira, 25 de março de 2021

A CAUSA DA INFELICIDADE NO HOMEM (2)


“Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos, pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou como sequidão de estio” Salmo 32:3,4

 INTRODUÇÃO:

        Preciso gastar mais uma página na introdução, porque o assunto requer que olhemos o tema do ponto de vista deste mundo. Estamos vivenciando a época mais pervertida (pelos menos neste presente século). Tudo hoje opera para que todos busquem felicidade fora das Escrituras, tanto no aspecto social, como individual. Por que isso? A razão é que o mundo moderno está bem equipado com tudo o que parece trazer felicidade aos homens. A ciência tem trabalhado de tal maneira que os cientistas têm afirmado que não precisam de Deus; que eles têm tudo para tornar o mundo um lugar feliz, sem qualquer sanção religiosa. Além disso, tudo tem sido feito para que as leis de Deus sejam postas fora e a liberdade em todos os aspectos seja experimentadas por todos sem exceção. Ora, tudo isso é visto, especialmente por aqueles que seriamente ministram a palavra de Deus.

        A ciência e religiões deste mundo tentam explicar as razões que ocasionam a infelicidade no homem. Segundo a concepção secular, a infelicidade é causada por vários e inúmeros fatores, entre eles:

1.     a ausência de recursos materiais. Para o mundo os homens sofrem devido a ausência daqueles recursos que podem lhes fornecer conforto e bem-estar. Todos querem ter casa, carro, boa condição financeira, etc. e essas coisas em si mesmas não são ilícitas. Muitas vezes ocorreram na história da raça humana períodos de prosperidades em várias nações. Mas a verdade é que essas coisas passam pela correnteza do tempo e são levadas, trazendo a seguir períodos de tristezas e terríveis dificuldades. Tudo deste mundo carrega um imenso vácuo de decepção e tristeza.

2.     Ausência de conhecimento, ou cultura. Muitos acham que a cultura e muito conhecimento podem trazer felicidade. Mas a verdade prevalece, dizendo que nada disso satisfaz a alma. Foi isso que Moisés viu no Egito, quando examinou o luxo e cultura passageiros dos reis e a glória eterna que Deus tinha para Seu povo. No livro dos Salmos está cheio desses ensinos, de que para Deus a cultura de nada tem qualquer valor, se não for usada para a glória de Deus.

3.     Ausência de conhecimento acerca de si mesmo. Outros também acham que quanto mais conhecerem a si mesmo serão felizes. O problema é que satanás se aproveita disso e traz perigosas respostas nas seitas originadas de fragmentos espíritas. Essas ciências religiosas, muitas que pareciam descansadas no pó, simplesmente ressurgiram e estão ganhando proeminência em nossos dias, dando sentido de felicidade a milhares de pessoas.

4.     Solidão ou falta de amor. Certamente a solidão e ausência de amor têm marcado muitos com um viver cheio de tristezas. Muitos pensam que um casamento trará felicidade, mas logo percebem o quanto tal pensamento é enganoso. O número de divórcio hoje é grande, mostrando assim que casamento não traz a felicidade. Podemos ver que todas essas conclusões são fundamentas na psicologia e vistas no aspecto externo do homem. Os homens no mundo sempre estão se afundando em suas buscas por aquilo que eles pensam que satisfaz a alma. Assim espero ter preparado o suficiente para entrar nos pormenores do texto acima. Precisamos ouvir a voz do Senhor e é maravilhoso quando vemos o quanto Ele quer nosso bem; quer que sejamos felizes no mundo. Toda provisão foi feita em Cristo para o bem eterno da alma.


Pregação | A causa da infelicidade no homem - Salmos 32:3, 4 | Pr. David...

quarta-feira, 24 de março de 2021

A CAUSA DA INFELICIDADE NO HOMEM (1)

 

                        

“Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos, pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou como sequidão de estio” Salmo 32:3,4

 INTRODUÇÃO:

        Amado leitor, já pude dar uma exposição breve sobre os versos anteriores deste Salmo, onde pudemos ver onde está a fonte da felicidade. Sinto-me tão incapaz de investigar a profundidade desse Salmo, a fim de ajudar os que desejam compreender melhor, mas eu estou certo que outros expositores farão com muito mais clareza e profundidade do que eu possa fazer. Mesmo assim não posso deixar de dar minha contribuição, pela graça, pois o texto inspirado é de beleza insondável da graça, de tal maneira que Paulo tomou os dois primeiros versos, a fim de adornar a doutrina da justificação pela fé, em Romanos 4.

        Ainda nessa parte introdutória, posso dizer que o Salmo 32 mostra o quanto a palavra de Deus é algo milagroso. Quem poderia nos fornecer esses 11 versos, se não fosse obra do Espírito Santo? Esses santos ensinos vêm mostrar nossa condição tão triste no pecado, nosso orgulho em achar que somos felizes convivendo com o pecado no íntimo, e ainda achar que podemos viver na maior felicidade na terra, andando sozinhos, sem Deus no mundo. Se não nos humilharmos diante de um Deus gracioso, ao contemplar esse Salmo, então significa que nosso orgulho se mantém de pé e pronto para seguir seu caminho de resoluta desobediência.

        Também, os 11 versos desse Salmo é um livro imenso em miniatura. Homens de Deus têm procurado falar, pregar e escrever sobre os assuntos que envolvem esse Salmo e eles sabem em santa humildade, que é impossível exaurir todas essas lições. Mas deixemos de lado nossa intenção de desvendar o impossível, porque nossa meta deve ser conhecer essas verdades, sermos envolvidos no íntimo por elas, mexer com nossa consciência perante Deus, nos levar à humildade santa e aprendermos a conhecer nosso Deus, a fim de andarmos com Ele. Não é nada fácil enfrentar um Salmo como esse. Gostamos de ouvir que “O Senhor é meu Pastor”, queremos receber lições que achamos que nos elevam, mas o fato é que não toleramos ouvir de nossos pecados e nossa corrupção interior.

        Mas eu vou um pouco mais longe, porque o Salmo não nos empurra para fora da estrada da graça. O Salmo 32 nos encanta em nos tirar da masmorra do pecado e nos elevar à glória da felicidade achada somente no Senhor. O Salmo trata da bem-aventurança experimentada pelos arrependidos e salvos. O Salmo 32 nos mostra o horror do pecado sim, mas nos eleva aos encantos da irresistível graça. O Salmo 32 nos convoca a andar com o mesmo Deus com quem Enoque, Noé, Abraão e outros milhões de santos andaram, porque viram que eram fracos e incapazes de viver e andar no mundo sem Ele.

        Finalizo esta página, a fim de afirmar que o Salmo 32 é tão oportuno em nossos dias, porque vivemos numa época carregada do individualismo secular. Tudo, no que concerne a uma vida cômoda, tendo o que precisa, materialmente falando, os homens modernos têm tido. Tudo hoje tem contribuído para que ninguém dê valor a um Salmo como este Salmo 32. É comum vê os homens passando por esse Salmo, a fim de buscar Salmos, segundo eles, mais interessantes e que elevam trazem benefícios espirituais. Os homens modernos querem extirpar a doutrina do pecado e a necessidade de um salvador. Eles querem curtir a vida presente aqui na terra e falar apenas de coisas positivas, por isso um Salmo como este não é bem-vindo. Mas a situação do homem é a mesma, eles são caídos em Adão e caminham para o castigo eterno, precisando assim de arrependimento e conversão.

A ENCARNAÇÃO DO FILHO (7)


“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade; e vimos a Sua glória, glória como a do Unigênito do Pai” (João 1:14)  

SUA INDENTIFICAÇÃO E PODER. “Cheio de graça e de verdade”

        Posso assegurar que nessa graça e verdade o Senhor jamais se afastou do Seu firme propósito em servir. O livro de Deus só registrou aquilo que precisávamos saber, mas é dito que Seus atos foram tantos que não há livro que possa descrever tudo. Maravilhoso Senhor, quanta compaixão tiveste de nós! Sua passagem por este mundo não foi de conforto carnal, pois seu conforto e alegria estavam voltados para alcançar Seu povo, o qual o Pai lhe confiou.

        Mas também seu ministério foi cheio de verdade também: “Cheio de graça e de verdade”. É bom destacar esse fato porque a graça fez que brilhasse a verdade em todos os detalhes. Sem a verdade, a graça seria agradável a todos sem exceção, mas a verdade trouxe a lume as coisas celestiais, os fatos que são chamados de boas novas do céu. Nosso Senhor fez com que todos pudessem ver que por detrás de toda Sua graciosidade estava a triunfante verdade que atrai os perdidos, mas que, por outro lado faz tremer o mundo, as hostes inimigas e o inferno. Toda sua vida foi pautada na verdade, e isso fez com que todos soubessem de onde Ele veio e a razão porque veio ao mundo. Maria e José ouviram dos Seus lábios ainda infantis que veio para cumprir a vontade do Seu pai celestial. Os religiosos, mas arrogantes judeus O odiaram porque Ele se igualou ao Pai e afirmou que veio do Pai. Ele jamais deixou que as perversidades assassinas dos judeus desfizessem Sua coragem. Ele avançou e passou por cima de todas as ameaças, para que todos soubessem quem era Ele, seu propósito de salvar Seu povo e quem era o homem no pecado.

        Esse foi Seu propósito ao vir ao mundo, pois se revestiu de graça e de verdade. Parecia que era somente graça, somente uma face de amor, bondade e compaixão. Mas o fato é que Suas palavras, Seu caminho por onde trilhou, indo até à cruz e Seus atos, em tudo isso brilhou a radiante verdade que glorificava Deus e que lançava luz às sagradas Escrituras do Velho Testamento. Por causa disso nosso Senhor foi cercado pelas hostes mundanas de judeus e gentios inimigos ferozes da verdade, e também pelas hostes das trevas. É perceptível isso desde Seu nascimento e que foi avolumando até chegar sozinho à cruz. Ora, é com isso que nosso Senhor organizou seu evangelho bendito e foi com graça e verdade que Ele encheu Seus discípulos do poder do Espírito, mostrando que era essa a verdade a ser vivida e pregada. Ele mostrou que era Ele o caminho ao céu, mas que esse caminho precisava da luz, por isso se apresentou como a verdade e a vida.

        O mundo terrível gosta de ouvir sobre “graça”, mas o fato é que sem a verdade o mundo não entenderá o que significa graça. A mensagem do evangelho vem bela e adornada de graça, mas essa mensagem é totalmente iluminada da verdade. O mundo quer um Jesus diferente, cheio de graça, mas sendo uma graça conforme os padrões do mundo. O mundo quer ouvir de um Jesus que lhe forneça tudo daqui mesmo, conforme seus desejos firmados num mundo melhor. Foi assim que os judeus se dispuseram a ter Jesus como rei, assim que presenciaram a multiplicação dos pães (João 6).

        Mas a doce face da amorável graça traz consigo a doce verdade celestial, que todos são culpados e condenados. A verdade traz a nova que Cristo, pela Sua graça veio buscar Suas ovelhas e que por elas o preço seria pago com a morte Dele na cruz. E assim, a graça faz iluminar o fato que homens e mulheres culpados precisam se arrepender e converter, para terem seus pecados perdoados de uma vez por todas, e que precisam invocar o nome do Senhor para serem salvos (Romanos 10:13)


terça-feira, 23 de março de 2021

“CONFIANÇA NO NOME DO SENHOR” (11 de 11)


“Torre forte é o nome do Senhor, no qual o justo se acolhe e está seguro”  (PROVÉRBIOS 18:10)

OS QUE CORREM PARA ESSA TORRE FORTE:        “Na qual o      justo se acolhe...”

        Voltando ao texto, vemos que os justos correm para lá porque há justiça na torre forte. Que lição memorável! Os justos amam a justiça. Ora, quem não tem essa noção de que há total diferença entre este sistema mundano e o modo de vida do crente em Cristo, na realidade não entendeu o que significa justiça. Com tristeza vemos o quanto a mensagem moderno é destituída desse elemento importantíssimo que é a justiça. Se os trapos de imundície não forem arrancados do homem, a fim de que ele veja sua própria vergonha perante Deus, então é sinal que os homens vão pular, dançar e festejar suas vidas religiosas perante seus ídolos, achando que Deus está satisfeito com eles.

        Vida cristã é justiça e é justamente por causa desse fato que os crentes sofrem tremenda oposição do mundo: “E sereis perseguidos por causa da justiça”. Em Mateus, no Sermão do Monte o Senhor diz: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça”. O mundo mostra o espetáculo da injustiça, em todos os aspectos do viver humano aqui. Note bem que os crentes fazem a diferença porque eles carregam a justiça de Cristo neles. Essa “veste branca” reveste o crente e mostra que Cristo habita nele, por isso a reação do mundo é de perseguição. Nem sempre é a perseguição sangrenta, mas há uma perseguição de oposição, de desprezo, zombaria e escárnio contra a fé. É por essa razão que os crentes encontram refúgio na “Torre forte”- o nome do Senhor.

        É nesse lugar forte que os justos se acolhem em oração, mas não em meras repetições, como costumamos ver. Eles se refugiam em Cristo, pois o mundo quer derruba-los, afastando-os da santidade e pureza de vida. O mundo não somente desconhece a justiça do céu, como também desdenha dela, porque a vida do justo fere a consciência deles. Eles não querem ser descobertos em seus pecados, suas tramas, traições e idolatrias, por essa razão fazem tudo para que o crente venha a cair. Onde os salvos vão achar refúgio? Eles imediatamente encontram Naquele que os salvou.

        Mas tem uma lição a mais que emana do texto. Os homens ímpios, convictos de seus pecados e arrependidos correm para lá à busca dessa justiça. Quando Deus traz convicção de pecado aos homens, imediatamente eles querem buscar refúgio para suas almas. Eles percebem que vão morrer e que carecem do Salvador, a fim de escapar. Lembremos de Joabe, o capitão do exército de Israel, no reinado de Davi. Joabe mostrou ser um homem perigoso, covarde e assassino, por essa razão, devido os atos homicidas dele, Salomão ordenou sua morte. Sabendo que iria realmente morrer, para onde Joabe fugiu? Ele correu para o Tabernáculo e pegou nas pontas do altar. Ele foi para o altar de holocausto, como que pedindo misericórdia de Deus. Foi um ato de sabedoria da parte de Joabe. Ele não pediu compaixão de Salomão, mas sim de Deus, pois queria escapar da condenação de sua alma.

        Amigo, você que ainda não se converteu a Cristo para sua salvação, corra agora para abrigar-se neste nome, a fim de escapar da ira vindoura. Ninguém pode escapar da morte física, mas da morte eterna Cristo dar completa salvação e plena certeza de salvação.


A ENCARNAÇÃO DO FILHO (6)


“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade; e vimos a Sua glória, glória como a do Unigênito do Pai” (João 1:14)                          

SUA INDENTIFICAÇÃO E PODER. “Cheio de graça e de verdade”

        Continuando, aprendemos que nosso Senhor se apresentou entre os homens, cheio de graça. Entendemos o quanto o Senhor da glória se  esvaziou de Seus atributos da divindade, não que ele as jogou fora, mas sim que Ele jamais os usou em detrimentos dos seres humanos. Em tudo o Senhor mostrou ser o Homem, no sentido de homem. Nós estamos acostumados com o pensamento pecaminoso de ser homem, por causa de nossa ligação com o velho Adão caído. Mas não é o caso do nosso segundo Adão, porque Ele veio para ser o cabeça de uma nova humanidade, criada Nele (Efésios 2:10).

        Foi assim que aquele que não conheceu pecado se apresentou entre nós como o maravilhoso Senhor. Foi assim que Ele comunicou com os homens, com Seu semblante, não de um homem triste e sofredor, mas sim de uma face que jamais se ocultou, a fim de não ver a miséria. Ele olhou para os homens com santa aceitação em todos os detalhes e fixou Sua atenção em ovelhas sem pastor. Ele mirou pecadores, assentou-se com eles, conversou e apresentou sua graça salvadora. Mesmos os mais rebeldes e criminosos, os quais queriam sua morte, Ele não os deixou, mas enfrentou com a sublime verdade, deixando claro os perigos que eles iriam enfrentar. Nunca o Senhor estendeu Suas  palavras de maldição contra os mais perversos. Mesmo Judas o traindo, Ele o tratou bem e aos discípulos sempre procurou estar com eles, a fim de assegurar conforto, consolo e confiança, antes que fosse à cruz. Perante Seus algozes, jamais o Senhor erguem a voz, nem sequer lhes ameaçou, mesmo no meio das dores e cercado pela hostilidade e crueldade inimiga, não deixou de chamar o ladrão para ser participante da tão grande salvação.

        Foi assim que o Senhor se comportou “cheio de graça” diante dos homens caídos. Por graça, significa que havia no Senhor um espírito de aceitação. Não esquecemos de como entrou na casa de Zaqueu, ignorando o espírito crítico de uma multidão de elementos hipócritas. Sua tarefa de buscar os perdidos jamais foi recusada. Ele jamais se manchou ao comunicar-Se com pecadores. Ao sair da casa de Zaqueu esse Sumo-Sacerdote deixou atrás de si um homem purificado de tudo o que o pecado lhe tornou imundo (Isaías 64:6). O rico que foi ao Senhor querendo herdar a vida eterna, simplesmente deu às costas para o Senhor e foi embora, mas mesmo assim, o Senhor em profunda tristeza o amou. Nota-se que o Senhor não trouxe consigo a força imprecatória das maldições da lei. Sua face foi de plena graça que compreendia o ser humano em sua miséria.

        Também, o Senhor não mostrou Sua graça, como que forçando essa aceitação.

O perfeito homem tinha seu todo seu revestido de misericórdia, toda sua emoção era de entranhável compaixão. Era o Cordeiro puro e sem mácula, mostrando como seu ser estava partido de tanto desejo de ver uma raça caída voltada para Deus. Não havia no Senhor nada de hipocrisia, como ocorre no homem caído. Ele não forçava Sua atuação, a fim de que o tempo logo passasse. Ele se envolveu com pecadores porque veio no objetivo de busca-los.

        Havia Nele um espírito de aceitação e de perdão para pecadores. No meio de um povo levado pelo orgulho religioso e que fazia terríveis discriminações dos pecadores, nosso Senhor sempre mostrou Sua cordialidade, nunca rejeitou ninguém; Sua vida era de plena aceitação e assim levava Seu perdão aos arrependidos. Sua face de amor sempre foi notável, mesmo mostrando a verdade com vigor, a fim de que todos se arrependessem e cressem Nele, como sendo o enviado de Deus ao mundo.


Pregação | Servos fiéis, prontos para servir - João 12:26 | Pr. David Sena

sexta-feira, 19 de março de 2021

“CONFIANÇA NO NOME DO SENHOR” (10 de 11)


“Torre forte é o nome do Senhor, no qual o justo se acolhe e está seguro”  (PROVÉRBIOS 18:10)

OS QUE CORREM PARA ESSA TORRE FORTE:        “Na qual o justo se acolhe...”

        Finalmente, vemos que o texto é categórico ao afirmar que a “Torre forte” é o lugar onde o justo se acolhe. Por que o justo se acolhe nesse Nome que é refúgio? Sem dúvida devemos examinar essas verdades, porque todos os convertidos precisam saber dessa verdade e exercer a fé em buscar esse santíssimo lugar. A primeira lição é que foi nesse nome que eles acharam abrigo para suas almas antes condenada. Foi exatamente o que Pedro disse aos crentes em sua segunda carta: “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”.

        Não é uma lição memorável? Ali estava o grande Pedro, o qual foi chamado para ter a posição de apóstolo; o qual teve o privilégio, com Tiago e João de presenciar o Senhor na transfiguração. Toda essa dimensão de privilégio poderia  mexer em seu coração, para que naturalmente ele se achasse como sendo o primeiro Papa. Mas não! Pedro afirma que, juntamente com todos os crentes ele foi beneficiado na justiça do Salvador. No tocante à salvação não há qualquer diferença entre os salvos, pois todos foram trajados com vestes brancas da justiça de Cristo e todos igualmente foram salvos e pertencem a Cristo para sempre.

        Mas, o nome que nos faz amar o Senhor é contínuo lugar de refúgio, por isso satanás não nos toca. Uma razão é que aprouve o Senhor nos identificar com o Senhor, nos esconder, ocultar Nele: “Se alguém está em Cristo...”. Eis o que a salvação perfeita fez. Não há qualquer perigo que arrancar o  crente dessa sempiterna posição. Além disso, pela fé os santos têm o privilégio de terem a habitação de Cristo neles, o que faz deles impressionantes vencedores. Pela fé eles tomam diariamente a Palavra e põem-na como arma poderosa, guardada em seus corações, tendo em mente derrotar o pecado, algo estranho para este mundo escravizado em suas paixões.

        Também, é nesse nome que os santos encontram o socorro presente nos momentos das angústias (Salmo 46:1). Qual o santo que nunca passou por momentos  quando eles olham para todos os lados, sem ver qualquer esperança? Notemos bem o quanto a graça está presente como nossa contínua professora, pois na escuridão das cavernas a graça aponta a luminosidade  de escape. É claro que não vem sem o custo das orações. Se não fossem as lutas desta vida não conheceríamos o que significa súplica, petição e intercessão; seríamos meros religiosos fazendo orações rotineiras. A escuridão amedrontadora faz com que corramos para nosso refúgio secreto, pois perto está o Senhor de todos os que O invocam. Cuidemos, pois neste mundo secularista, tudo é feito para que confiemos em nosso braço, achando que somos fortes e que não precisamos do Senhor. O evangelho tão frágil pregado em nossos dias tem feito crentes-descrentes. Cuidemos com o espírito deste presente século perverso! Lembremos bem que não passamos de meros vermes entre poderosos inimigos. Corramos para buscar refúgio nesse nome que é “Torre forte”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


quinta-feira, 18 de março de 2021

A ENCARNAÇÃO DO FILHO (5)

                       

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade; e vimos a Sua glória, glória como a do Unigênito do Pai” (João 1:14)                          

SUA INDENTIFICAÇÃO E PODER. “Cheio de graça e de verdade”

        Conhecendo a Sua obediência: “habitou entre nós” Pode ter uma notícia mais preciosa do que esta? “Alegra-te ó terra!” Veja a mensagem deste antigo hino: “Alegre nova nos chegou, o grande Deus assim amou a todo mundo pecador, que deu Seu Filho benfeitor em sua redenção”. Veja como o mundo se alegra com os grandes nomes. Se o papa vier ao Brasil ele é exclamado e admirado pela multidão. Grandes homens que prometem melhoras para o povo são tratados como heróis e mitos por todos. E quanto a esta verdade: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós...”? Será que entendemos isso? Não estamos tratando de mero nome, mas sim Daquele que criou todas as coisas com Sua poderosa palavra; Aquele que fez o que aprouve Ele fazer no céu e na terra. Triste notícia: “Veio para o que era Seu, mas os Seus não o receberam”. Deveria ser a notícia mais extraordinária a ser recebida pelo mundo; todas as nações e gerações deveriam ouvir esse fato; o mundo inteiro deveria tornar-se o palco de temor, adoração e obediência.

        Mas a verdade é que não é assim para milhares. Ele se revestiu de nossa carne humilhante e se apresentou aos judeus, pois era um judeu por nascimento. Mas como foi a recepção? Calorosa? Toda nação se dispôs a ouvi-Lo e subordinar-se ao grande Profeta? A nação voluntariamente curvou-se ante o Rei dos reis? A nação buscou nele a resposta de como servir a Deus, sendo Ele o grande Sumo-Sacerdote celestial? Claro que não! Curvaram para adorá-Lo aqueles que foram atraídos pelo poder da graciosa visitação de Deus. Magos vieram de uma região longínqua para serem os primeiros humanos a santa adoração e oferta de um reverente amor ao Senhor. A reação de reis e sacerdotes em Jerusalém foi de um ódio assassino e de uma disposição cruel para resisti-Lo e rejeitá-lo nas Suas funções de Rei, Profeta e Sacerdote.

        Ó, que mundo ingrato e terrivelmente mau! Mas, conhecendo nossos terríveis corações e sabedores que toda atração pelo Verbo encarnado foi algo que Deus mesmo fez e faz naqueles que Ele aprouve salvar, ignoremos a atitude hostil deste mundo, a fim de dedicarmos a contemplar Sua identificação e poder: “...cheio de graça e de verdade...”. O que significa “cheio de graça”? Isso faz a real diferença entre o Deus do Monte Sinai e o Deus do monte do Calvário. No primeiro ira, no segundo amor. No primeiro Deus, como que carecendo da intercessão de um Moisés, a fim de não destruir um povo rebelde e idólatra. No segundo, Deus mesmo desce do céu, não com Sua face de ódio, mas de um amor inefável, de aceitação, de simpatia e empatia por homens perdidos. Lembramos bem o que Ele falou com Seus discípulos, que não veio destruir as almas dos homens, mas sim salvá-la. Graça significa que Ele se despiu de Suas prerrogativas da divindade, a fim de ser um Servo submisso ao Pai e um Homem perfeito e maravilhoso.

        Que impressionante segundo Adão! O primeiro não assumiu sua postura de obediência, porque submeteu-se ao pai da desobediência – o diabo. O segundo, em tudo foi obediente e foi assim até enfrentar a morte de cruz. Então, em Sua graça Ele mostrou Sua face de amor, de ternura, compaixão e empatia por seres humanos, porquanto Ele se tornou um ser humano e viveu entre os homens. Quanta oportunidade teve de mostrar Sua santa ira, mas pelo contrário, mostrou completa compaixão pelos homens cruéis e assassinos. Quantas vezes simplesmente retirou deles, escapando da morte, mediante Seu poder. Por que tudo isso? Ele adentrou neste império de trevas, cheio de graça. Entendemos isso?


“CONFIANÇA NO NOME DO SENHOR” (9 de 10)


“Torre forte é o nome do Senhor, no qual o justo se acolhe e está seguro”  (PROVÉRBIOS 18:10)

OS QUE CORREM PARA ESSA TORRE FORTE:        “Na qual o      justo se acolhe...”

        Chegando ao final, vemos que o próprio texto mostra que não são todos os homens que buscam refúgio nessa “Torre forte”. É claro que os homens no pecado nem sequer cogitam confiar no nome do Senhor. É mais fácil para o homem natural confiar num pedaço de madeira do que confiar no Senhor.

        Mesmo aqueles que viveram perto e presenciaram as maravilhas de Deus, se não houve um trabalho da graça em suas vidas, jamais eles vão tolerar até mesmo o pensar em confiar no Senhor. Não esqueçamos de que foi essa a atitude do povo mais pobre de Jerusalém, pois mesmo vendo cidade destruída e eles escapando da espada e da fome, por causa da misericórdia de Deus, não quiserem ouvir o profeta Jeremias, antes se uniram para sacrificar e trabalhar pela deusa chamada “rainha do céu”. Diz a tradição que foram eles mesmos quem apedrejaram o  profeta e o mataram.

        Os homens no pecado não correm para lá porque confiam neles mesmos e cravados nessa insensata disposição eles agem como peixes que, uma vez tirados da água se debatem querendo voltar ao seu habitat natural. Foi pela misericórdia de Deus que Ló e as filhas foram arrastados para fora da cidade, para buscar refúgio numa monte e depois numa caverna. A esposa de Ló, bem como os genros se dispuseram a morrer em seus pecados, como ocorreu com todos os moradores das pervertidas cidades de Sodoma e Gomorra. Essa é a história deste mundo soberbo, o qual se acha na disposição de armar-se para enfrentar o próprio Deus.

        Mas o texto nos mostra que a “Torre forte” é o lugar dos Justos: “...onde o justo se acolhe e está seguro”. Ora, não devemos nós buscar esse entendimento? Incrível, mas temos em Jesus no perfeito modelo, porquanto em Sua humilhação Ele se dispôs a confiar em Seu Deus. Ele o Justo, desde que entrou no mundo, Sua jornada aqui foi de completo abandono à vontade do Pai e jamais deixou essa confiança de lado. Foi Ele ridicularizado pelos inimigos: “Confiou em Deus? Que ele o livre!”. Ele, o Justo buscou refúgio no nome do Seu Deus e se abrigou Nele, como vemos no majestoso Salmo 22, onde Ele mesmo narra Sua experiência na cruz – lugar de horror e desespero. Nosso Senhor se torna o perfeito modelo do Justo, o qual aprendeu, com duras provas o que realmente significa confiar em Deus. Ele fez isso na Sua posição de Cordeiro, porquanto sofrendo toda afronta inimiga, jamais abriu Sua boca para se defender, antes Se entregou ao Pai, para que Ele fosse Seu forte defensor.

        Como Homem muito mais, porque veio carregar em Seu corpo de humilhação nossos pecados, nossas enfermidades e para isso foi o manso Senhor, longânimo, paciente, humilde, sem deixar de ser o forte herói. O Justo não recuou, com medos dos inimigos; ao buscar refúgio no Seu Deus Ele não fugiu amedrontado como Pedro. Antes foi enfrentar sozinho os terríveis inimigos, para destruí-los, a fim de trazer as maravilhas da tão grande salvação ao Seu povo. O que os justos fazem agora? Eles tomaram Cristo como a verdadeira “Torre forte”; o Nome do Senhor é a poderosa Torre para todos os justos e é nessa verdade que eles encaram pela fé e são mais que vencedores.


Pregação | O homem verdadeiramente feliz - Salmos 32:1, 2 | Pr. David Sena

terça-feira, 16 de março de 2021

“CONFIANÇA NO NOME DO SENHOR” (8)


“Torre forte é o nome do Senhor, no qual o justo se acolhe e está seguro”  (PROVÉRBIOS 18:10)

ACHANDO REFÚGIO NESSE NOME: “...no qual o justo se acolhe e está seguro”

        Quantas vezes temos que admitir e confessar nossos fracassos, justamente porque não recorremos a esse lugar forte! Eu mesmo posso dizer que enfrentei muitos dissabores por não buscar refúgio no Senhor. Mas posso trazer o argumento seguinte:

Nem sempre a segurança parece que será sustentável, até que a fé conquiste em luta e angústia. Davi foi quase apedrejado pelos seus próprios soldados, quando todos viram Ziclague saqueada e suas famílias levadas. Quando o desespero quase envolveu, trazendo-lhe a morte, eis que a fé surgiu para buscar resposta em Deus. A fé consegue ver que Deus mantêm aquela portinhola aberta para escape e foi assim que Davi escapou e trouxe triunfo e alegria, com todos seus homens tendo suas famílias de volta, na derrota completa de todos os inimigos (1 Samuel 30).

        Às vezes, muitos crentes contam com o escape vindo das ternas compaixões de Deus. No caso de Josafá, nem foi sua fé, pois quase seria atravessado por uma flechada, caso o Senhor não entrasse em ação, a fim de socorrer Seu servo. Nem podemos imaginar como muitas vezes, sem que percebamos, Deus usa circunstâncias bem adversas, para nos empurrar para o lugar forte. Quantas vezes os crentes não percebem que escaparam da morte, dos perigos ou mesmo de uma queda moral. O que nós somos neste mundo? Nada! Não fosse a mão poderosa do Senhor seríamos simplesmente fritados neste mundo, tão cheio de perversidade e de agentes invisíveis que querem nos destruir. Muitas vezes não entendemos o quanto a Torre forte nos puxa para o lugar seguro e nos mantém ali humilhados pelo resto da vida. Davi nunca mais foi o mesmo, em termos de batalha e justiça, após sua queda com Bate-Seba.

        Às vezes o Senhor nos priva de determinadas bênçãos terrenas, tão buscadas por nós, e nos coloca ocultos Nele, sem que saibamos que Sua decisão foi perfeita para nosso bem. A graça Dele foi suficiente para Paulo, e o apóstolo entendeu o quanto Sua fraqueza era um tipo de “caixa vazia”, a fim de que Deus pudesse encher dos valores absolutos e fortes da graça: “Quando sou fraco, então sou forte”. Podemos entender isso? Sim! Onde? No lugar chamado “Torre forte”.

        Muitas vezes o acolhimento é entendido sem que a mente humana possa compreender. A “Torre forte” é incompreendida para o mundo, porque o mundo desconhece o lugar onde somente os santos vão. O que Deus faz é deixar o mundo perplexo com Seus atos poderosos. Ele guardou os três amigos de Daniel na “Torre forte”, dentro de uma fornalha e foi Torre forte para Daniel num lugar improvável, a cova cheia de leões famintos. Podemos entender isso? Sim. A fé entende e glorifica Deus. Muitas vezes a “Torre forte” é o lugar de acolhida para recepções eternas. Quantos santos de Deus estão morrendo com a pandemia da covid ultimamente! Quando os lutos acontecem com os santos neste mundo é porque eles acharam o abrigo seguro para sempre. A subida para o Monte Sião é a decisão de Deus para recepcionar os Seus amados. Partir para estar com Cristo é infinitamente melhor, mesmo que aqui ficaram os prantos, a dor e saudades.


A ENCARNAÇÃO DO FILHO (4)

                        A ENCARNAÇÃO DO FILHO (4)

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade; e vimos a Sua glória, glória como a do Unigênito do Pai” (João 1:14)

SUA HUMILHAÇÃO:       “E o verbo se fez carne...“

        Conheçamos o grande amor de Cristo, porque foi por esse eterno e ativo amor que Ele desceu até nossa miséria e vestiu-Se da nossa insignificância, tudo para que conquistasse tão grande número de filhos, nascidos de Deus. Por incrível que pareça, o Deus é autossuficiente Nele mesmo teve como objetivo ter esse gozo em ter consigo tais filhos na glória (Hebreus 2). Além disso, Ele comunicou Seu amor sempre ao Seu povo. É impossível passar por toda Escritura sem conhecer Seu devotado amor; Seus servos fieis, profetas e apóstolos foram conscientes que estavam servindo ao Senhor e que não podiam ultrapassar Suas ordens em relação ao Seu povo. Moisés enfrentou o castigo de não entrar na terra prometida, porque avançou o sinal; João Batista, humildemente deixou claro que ele era o amigo do Noivo e os apóstolos receberam o Espírito para que pregassem o que lhes fora ordenado do céu.

        Em Seu amor o Senhor vela pelo Seu povo amado e ao expressar esse amor Ele ajunta todo Seu povo, num só grupo e o intitula de “igreja” ou “noiva”. Assim podemos entender o quanto Ele provou Seu amor ao vir e se tornar carne. Precisava fazer isso? Claro! Como poderia nos entender se não viesse, tomasse nossa forma humana pelo nascimento físico? (claro, obra do Espírito Santo). Como aprenderia se não seguisse os rumos normais de um ser humano, pois nasceu, cresceu numa família como qualquer outro e incrivelmente aprender obediência pelas coisas que sofreu? Não é uma história maravilhosa? Deus não precisa aprender, porque é Deus, mas o Filho, ao se tornar homem, entrou nessa escola da vida presente ao se identificar conosco, com nossa miséria e assim pudesse ir à cruz, como um Cordeiro mudo sim, mas sobretudo como sendo o Homem, o valente, o Herói da noiva (Salmo 45). Agora, o grande Homem, perfeito e maravilhoso pode dizer que, usando ilustração, pode conceber os filhos e apresenta-los ao Pai: “Eis-me aqui e os filhos que me deste”.

        Também, o nosso Senhor conheceu o que é o homem em todos os seus aspectos, menos no que tange ao pecado. Como poderia Ele ser o Justo, se trouxesse consigo alguma mancha de iniquidade? Nosso Senhor é o único Homem que causa completa estranheza ao mundo. Por quê? Porque nasceu sem pecado, sem qualquer contaminação. A razão óbvia está marcada em 2 Coríntios 5:21: “Aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós, para que Nele fôssemos feitos justiça de Deus”. Aquele que veio para justificar entrou no mundo completa e perfeitamente justificado pelo Pai, para ser Ele o grande justificados dos que Nele hão de crer. Que história estranha para o mundo! Há um Homem perfeitamente justo, por isso o mundo pergunta: “Que é este? Onde Ele está?” O mundo não pode tolerar alguém assim, pois prefere, (como ocorreu na crucificação) matar o Justo e livrar um homicida. Mas, o mundo pode ver o Justo no viver dos salvos, por essa razão é que os salvos são perseguidos por causa da justiça Dele.

        Digo mais, que a humilhação Dele não O deixou preso ao sistema deste mundo. O primeiro Adão era terreno, o segundo Adão é celestial. Por essa razão Sua vida é um mistério jamais compreendido pelo mundo. Ele mesmo disse: “Vim do Pai e entrei no mundo, todavia, deixo o mundo e vou para o Pai”. Vindo do céu Ele é o único e exclusivo Homem que trouxe e traz bênçãos ao mundo. Sua presença na terra foi marcada por atos incríveis, trazendo à lume as perfeições do reino de Deus, pois mostrou capaz de destruir as doenças e marcas claras do pecado no corpo humano, além de provar Seu poder em destruir o poder da morte, quando ressuscitou mortos. E enfim foi à cruz para dar o golpe fatal em todos os inimigos, para trazer a salvação eterna a todos os que de coração crerem Nele.


Pregação | Servos fiéis - João 12:26 | Pr. David Sena

sexta-feira, 12 de março de 2021

A ENCARNAÇÃO DO FILHO (3)


“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade; e vimos a Sua glória, glória como a do Unigênito do Pai” (João 1:14)

SUA HUMILHAÇÃO:       “E o verbo se fez carne...“

        Conheçamos hoje o amor do Senhor demonstrado em Sua encarnação. Ele não veio sem antes comunicar isso ao Seu povo, e é óbvio que vemos essa comunicação Dele em todo Velho Testamento. Ele jamais deixou que Seus santos em toda história do Velho Testamento ficasse sem as informações claras do Seu imenso amor. É fato que Ele apareceu em forma visível e essa aparição sempre encheu os santos de coragem e vigor. Mas o fato é que ainda não tinha nascido entre os homens. Sua mensagem foi para avisar que um dia o Cordeiro desceria à terra e aqui se tornaria semelhante a nós. Ó que linda história!

        Sua comunicação durante toda história do Velho Testamento, de certa forma foi humilhação sim, porque, quem disse que Deus precisa de nós? Quem é o homem para que Dele te lembres? Mas o que aconteceu foi que do céu o Senhor Ele viu nossa miséria e se apiedou de nós; do céu Ele traçou seu caminho, subindo e descendo, a fim de envolver com os homens, mostrando que estava sim, cumprindo a missão de preparar a história da redenção ao mundo. E não fez Ele de modo perfeito? Não foi Ele tão adorado, admirado e temido? Claro! Os santos, em toda história cantam e contam a mesma redenção.

        Mas, por que a encarnação? Por que o Verbo se fez carne e habitou entre nós? Precisava? Não podia ser o mesmo desenrolar da história que envolveu séculos e milênios? Claro que não! A encarnação não seria completa se Ele não baixasse até nós e tornasse semelhante a nós (sem pecado) pelo nascimento? Como cumpriria os planos de Deus? Como Deus enviaria ao mundo Seu cordeiro, o qual apareceu aos antigos apenas em figura? Como os santos veriam e entenderiam a linguagem toda das Escrituras do Velho Testamento, se não contemplassem sua face de tanta humilhação, a fim de ser o Cordeiro que seria levado à cruz? Como aplicaria as profecias contidas na parte histórica, poética e profética? Como um eunuco entenderia Isaías 53, se Ele não tivesse vindo, a fim de que Filipe pudesse explicar e levar aquele homem à salvação? Olha o que Simeão disse a Deus em oração de louvor: “Senhor, tu podes me levar, pois meus olhos já viram a tua salvação” (linguagem minha).

        Ainda, como as nações veriam a salvação de Deus, conforme a promessa em Isaías? Não é verdade que a história da cruz é tão sublime e gloriosa que bastou essa história para que milhares de judeus e gentios entendessem a verdade. Com Sua encarnação Deus expôs Seu perfeito Mediador entre Deus e os homens. Seu Nome Jesus também trouxe a baila essa humanização do Senhor. Ele é apresentado com um nome que todos entender: “E será chamado Jesus porque Ele salvará o Seu povo dos seus pecados”. Além disso, como seria apresentado por João Batista como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo?

        Também, como poderia nosso Senhor provar Seu amor, sentindo o sofrimento, as dores e as agonias atrozes dos sofrimentos da cruz? Num cordeiro, puro animal do Velho Testamento, bastava uma punhalada e o fim chegava. Mas no tocante ao Senhor, não foi mera punhalada; Ele foi cercado por cima e por todos os lados, recebendo golpes, afrontas, cuspes, bofetadas, palavrões e açoites. Eis aí, em rápidas palavras os resultados tremendos da encarnação. Mas isso não conta tudo, porque não chegamos ainda a compreender tudo do Senhor, especialmente no fato que Ele se agregou a nós; Ele simplesmente se aproximou para nos tocar em nossa miséria e atrair pecadores sujos, maculados e vis, a fim de purifica-los. Ele veio para entrar no meio dos pecadores tomando o nome de Filho do Homem, a fim de sentir de perto o que significa a miséria humana.


“CONFIANÇA NO NOME DO SENHOR” (7)


“Torre forte é o nome do Senhor, no qual o justo se acolhe e está seguro”  (PROVÉRBIOS 18:10)

ACHANDO REFÚGIO NESSE NOME: “...no qual o justo se acolhe e está seguro”

        Aquilo que é loucura para o mundo é suprema grandeza para os salvos. A vida é entendida na base daquilo que vejo e entendo e tudo isso é transferido para nossas emoções e atos. O mundo vive do que é visível e toda sua atividade está envolvida nisso, por essa razão um verso como esse de Provérbios 18:10 não terá qualquer valor; para o mundo tudo isso não passa de loucura e perda de tempo, porque não trará qualquer benefício terreno. Mas é diferente para o crente, porque os salvos passaram a ver; passaram a ter a visão espiritual, a fim de enxergar o que antes jamais viram. Lembremos bem que as coisas de Deus são invisíveis, mas a fé vê o invisível (Hebreus 11).

        Eis as ações da fé quando encontra um ensino como esse, porquanto a fé encontra o abrigo certo e todo seu ser é encorajado a aceitar, inclusive o corpo. Tenho falado muitas vezes sobre o quanto a fé verdadeira age, enfrentando o que parece ser impossível. Sempre vou reiterar esse mesmo assunto, porque o que chamam de cristianismo hoje não passa de ser um movimento levado pelas emoções. É comum hoje ver como até mesmo a bíblia é usada para cimentar um caminho mais fácil para a jornada sentimentalista dos homens. A verdade é que a palavra de Deus tem sido abandonada e isso é completa falácia. Mas a fé verdadeira ama a palavra e vive da palavra. A fé usa os pensamentos e as emoções, mas ela canaliza tudo pela verdade revelada e segue tal caminho.

        Assim vemos a vitoriosa fé celebrando grandes conquistas; assim os santos prosseguem, vencendo dissabores e obstáculos, achando refúgio no Deus da bíblia. A fé é adoradora: “Bendize, ó minha alma ao Senhor!” (Salmo 103:1). A fé quanto mais alimentada da verdade for, mais forte ela fica para prosseguir; ela tem pés para correr quando precisa, tem calma para andar sob o comando da verdade e expõe suas asas quando precisa voar acima de tudo que aqui parece ser impossível. Não aprendemos isso com os grandes heróis da fé? Claro! No caminho da fé ela não se opõe ao sofrimento, ela segue em obediência, porque sabe que tudo resultará em louvor a Deus e felicidade no viver. Não foi assim com Ana? Ela não considerou a vergonha de ser estéril, pois pela fé considerou Deus seu refúgio e Torre forte, por isso não se amedrontou. Ela não buscou ter um filho somente pelo prazer em ser mãe, mas aproveitou a situação para honrar o Senhor em Suas obras milagrosas (1 Samuel 1).

        A fé se refugia na Torre forte sim, mas é dali que ela assume o compromisso de viver, sob o comando de um Deus que tudo pode. A fé se esconde no Senhor e nele vive embasada de uma ousadia descomunal. Para Davi parecia que tudo estava desmoronando, assim que chegou em Ziclague e viu que os amalequitas tinham posto fogo em tudo e levado mulheres, filhos e bens. Mas a fé se ergueu para buscar socorro do Senhor e foi assim que destruíram os inimigos e trouxeram os despojos deles, além das famílias completas. “Refúgio Cristo sempre dá, refúgio sim de todo mal. Quem Nele crê escapará de tudo quanto é inferna!”


quinta-feira, 11 de março de 2021

“CONFIANÇA NO NOME DO SENHOR” (6)


“Torre forte é o nome do Senhor, no qual o justo se acolhe e está seguro”  (PROVÉRBIOS 18:10)

CONHECENDO ESSE NOME: “Torre forte é o nome do    Senhor...”

        Sempre, em todos os seus ensinos, advertências, conforto e promessas o Senhor se apresentou como o lugar que é Torre forte. Foi na segurança dessa “Torre forte” que santos de Deus acharam escape. Qual é o crente em Cristo que não teve ou não tem tido essa experiência? Foi nessa confiança santa, enfrentando jornadas perigosas que homens de Deus encararam os perigos terríveis. Habitar na segurança da Torre forte é experiência para que sentem a fraqueza da carne e correm pela fé para buscar a força da graça nesse lugar de refúgio – o nome do Senhor.

        Digo mais que foi nesse lugar forte que todos que alcançaram a salvação em Cristo acharam refúgio permanente contra satanás. Onde o pobre e condenado pecador achará abrigo e segurança contra a ira de Deus? Tem alguma provisão noutro nome? Pedro afirmou que abaixo do céu não existe outro nome, pelo qual importa que sejamos salvos (Atos 4:12). O texto deixa claro que não há outro nome. Que lição maravilhosa! Tanto o Velho Testamento, como o Novo Testamento assegura essa salvação a todos, por isso a mensagem ultrapassa toda barreira entre as nações, ferindo assim o orgulho dos judeus, os quais achavam que o Deus de Abraão era somente dos judeus.

        Mas notemos bem que Deus deixa claro, especialmente em Isaías, chamando às nações, para que elas conheçam Seu grande nome e Sua grande salvação. Os cânticos em Israel celebravam a mesma mensagem: “Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor todas as nações” (Salmo 96:1). Ainda o pequenino mas grandioso Salmo 117:1: “Louvai ao Senhor todas as nações, louvai-O todos os povos”. Nosso Senhor enfrentou a carranca dos judeus, mostrando que Deus amou o mundo, não meramente o mundo dos judeus, mas sim o mundo de todas as nações. Ele mesmo assegura aos incrédulos judeus que Ele tem ovelhas de outros apriscos, as quais Ele vai reunir num só aprisco, a fim de formar um só rebanho e um só Pastor.

        Assim o evangelho invadiu as nações e milhões acharam refúgio nesse grandioso nome. Quando Saulo de Tarso caiu no caminho de Damasco, pela misericórdia o pobre verme tombou nos braços de amor do Senhor, o qual havia morrido por ele. Pergunte aos santos de Deus no mundo inteiro; chegue até à glória da Nova Jerusalém e ali pesquise sobre o que ocorreu na tão grande salvação. Todos eles dirão que acharam refúgio em Cristo a Torre forte, e assim eles puderam escapar da morte e condenação que pairavam sobre eles. Não é uma mensagem cheia da compaixão de Deus? Note a mensagem que começa um antigo e imortal hino: “Seguro estou, não tenho temor do mal, sim guardado pela fé em meu Jesus”

        Afinal, o que o evangelho da glória proclama aos pecadores? Não é a tão grande salvação? Que maravilha ocorre quando Deus ergue do Seu trono, a fim de atrair pecadores ao arrependimento. São estes que correm para esse santo lugar. Que amor glorioso mostra o Senhor pelos contritos! Que face de amor! Que recepção cheia de perdão os pecadores arrependidos têm!