sexta-feira, 29 de março de 2013

MEDITAÇÃO DE SPURGEON








Voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor; endireitai as suas veredas.” (Lucas 3:4)

A VOZ do que clama no deserto pede um caminho para o Senhor, um caminho preparado, e um caminho preparado no deserto. Eu desejo atender à proclamação do Senhor e dar-Lhe um caminho no meu coração, caminho feito por obra de graça através do deserto de meu caráter. As quatro direções assinaladas no texto merecem a minha sincera atenção.

Todo o vale será exaltado. Os pensamentos baixos e rasteiros a respeito de Deus devem ser abandonados; a dúvida e o desespero devem ser removidos; e o egoísmo e os deleites carnais têm de ser esquecidos. Através destes profundos vales tem de construir-se uma calçada de graça.

E todo o monte e todo o outeiro será abatido. A altiva presunção e a arrogante justiça própria têm de ser derrubadas para fazer um caminho real para o Rei de reis. A comunhão divina nunca é concedida aos pecadores altivos e orgulhosos. O Senhor atende ao humilde e visita ao contrito de coração, mas o altivo é uma abominação para Ele. Minha alma, pede ao Espírito Santo que te ponha em ordem neste aspecto.

E o que é torcido se endireitará. É mister que o coração vacilante tenha um caminho traçado de decisão a favor de Deus e da santidade. Os homens indecisos são estranhos ao Deus de verdade. Minha alma, procura ser honesta e veraz em todas as coisas como estando na presença de Deus que esquadrinha os corações.

E o que é áspero se aplainará.” Os estorvos do pecado têm de ser tirados e os espinhos de rebelião devem ser desarraigados. Tão sublime visitante não deve encontrar caminhos lamacentos e lugares pedregosos quando Ele vier para glorificar os Seus com o Seu séquito. Oh!, que esta noite o Senhor ache no meu coração um caminho real pelo qual possa fazer a Sua marcha triunfal desde o começo até o fim deste ano.

GLORIOSA E SOBERANA SALVAÇÃO (13)


"Todo aquele que o Pai me dá esse virá a mim; e o que vem a mim de modo nenhum o lançarei fora" João 6:37.
                        
Aos queridos leitores, desejo que este estudo entre e alcance o mais íntimo de seus corações, a fim de que possam conhecer a verdade salvadora e produzam assim fruto para a glória de Deus. Tenho gastado tempo em passar de uma parte para outra, isto é, da primeira parte onde o Senhor diz: "Todo aquele que o Pai me dá", para a outra parte, onde o Senhor traz o maravilhoso ensino da segurança daqueles que foram levados a Ele por obra atuante do Consolador, o Espírito Santo e do evangelho.
Vê meu amigo, que segurança! Que refúgio eterno! Que habitação segura! Que descanso para a alma! O filho do Deus vivo garante uma verdadeira, genuína, eterna e perfeita salvação para o pecador. Será que teus olhos espirituais estão abertos para esta tão maravilhosa verdade da salvação que a graça oferece? Toda essa riqueza eterna conquistada na cruz pelo filho, pode ser totalmente tua, gratuitamente, se tu abrires o teu coração para que o autor da vida entre ali. Que segurança o salvo encontra em Jesus! As promessas são tão verdadeiras que elas constituem a rocha de alicerce de uma casa espiritual que jamais pode ruir.
Meu amigo é verdade que o juízo é certo para aquele que permanece em seus pecados;  é impossível escapar daquele que não leva em conta os tempos da ignorância. Já foi definida a situação daqueles que não refugiaram no sangue remidor para a sua redenção. Estão condenados. Por outro lado, está definida a situação daquele que é levado pelo Espírito Santo aos pés do grande Redentor e Senhor: Jamais será lançado fora. É certo que o pecador que ainda não foi a Cristo vai seguramente para o castigo eterno; e é certo que o pecador que foi a Cristo vai para o gozo eterno. O juízo é certo? A segurança é muito mais.
Meu amigo, vê que grande provisão do amor de Deus! É verdade que há na terra ira e maldição para aqueles que permanecem em sua atitude de rebeldia e endurecimento contra o Espírito Santo. Mas, para aquele que foi abraçado pela misericórdia do Alto, não há mais medo, porque agora pertence ao grupo dos remidos. O Deus que está tomado de compaixão, não querendo que o pecador se perca, mas que chegue ao arrependimento. Ele aponta o caminho aos pecadores. Vê meu amigo, que o juízo divino te aguarda; o juízo é como um abismo profundo, e o Espírito Santo foi dado para vir e convencer o homem do pecado, da justiça e do que mais? E do juízo.
Não penses que há meios de enganar a Deus. O coração incrédulo arma um projeto aqui, cava um meio ali; põe uma roupa tentando se disfarçar; e cria uma situação diferente tentando ver se Deus aceita. Ah! Meu amigo, não passes por cima da verdade revelada nas Escrituras. O que está escrito a teu respeito, está selado para sempre, e passarão o céu e a terra, mas aquilo que o Espírito de Deus inspirou homens santos a escrever, jamais passará. O coração incrédulo não se atinará para aquilo que está escrito.
Olha, meu amigo, tu que ainda não recebeste a vida que há em Cristo, o que aguarda o teu futuro? O homem nada pode fazer por ti; é somente negra escuridão que te aguarda. Mas a minha mensagem nesta noite pode ser um meio que o Espírito Santo pode usar para abrir teus olhos e te convencer de teu triste destino, e induzir a crer em Jesus para a tua segurança. Tu podes perceber que não tenho mudado a minha mensagem, e nem tenho procurado usar palavras de lisonjas. Quero pregar a verdade bíblica com toda autoridade, pois para isso Deus me incumbiu dessa santa tarefa. Qual é a sinceridade de teu coração?
Tu queres a salvação de graça que Cristo oferece? Ou tu preferes continuar em teu estado de trevas e condenação? Saiba que a culpa é toda tua. Tu não subsistirás naquele dia do juízo. Mas eu te pergunto: Qual a diferença entre o juízo de Deus e a misericórdia de Deus? O juízo aponta um Deus santo, justo, reto, que não inocenta o culpado. Um Deus tão puro de olhos que não pode tolerar o mal. Mas a misericórdia, que impressionante! A misericórdia é o amor de Deus em exercício. Em Tiago 2:13, o Espírito Santo afirma que a misericórdia triunfa sobre o juízo.
Pensa nisto meu amigo, porque neste exato momento a misericórdia divina está em ação visitando-te, conservando-te em pé; mantendo-te do lado de cá do rio da morte, e apontando-te o amor redentor do calvário. A misericórdia é uma luz na escuridão do pecado; é Deus estendendo a sua mão para o culpado; é Deus convidando, alertando, insistindo, advertindo antes que o dia mau, o dia da vingança chegue. A misericórdia está atuando no campo de batalha espiritual. Satanás, com todo o seu exército está furiosamente querendo te manter no reino dele. Ele quer que tu continues sendo um servo dele, e fará todo o possível para que teu coração fique trancafiado. Ele fará todo o esforço e arrumará até religiões falsas para te atrair.
Mas o amor de Deus entrou no reino de Satanás, reino de trevas, não para ecumenizar-se com ele, mas para tirar os que estão nas trevas e conduzi-los para o reino do filho do seu amor. Col. 1:13. Neste exato momento o Espírito de Deus está em plena ação a bater à porta. Ele quer que tu saibas que há uma água cristalina para a intensa sede de tua alma. "Aquele que tem sede, venha, e quem quiser receba de graça a água da vida". Tu não queres ser contado entre os bem-aventurados?
Meu amigo, tu nada podes fazer para a tua salvação. Já tem um Salvador. Para de ficar lutando! Teus esforços são em vão. Tu nada mereces, senão somente a perdição eterna. Dize a Jesus que tu queres dele a salvação eterna; dize a Ele que tu anseias o perdão; dize a Ele que tu és um culpado, mas que tu aceitas o sacrifício dele em teu lugar; que tu aceitas toda suficiência dele. Assim tu serás salvo ainda neste momento.

O AMOR DE CRISTO PELA SUA NOIVA (35)




“...porque o amor é forte como a morte; o ciúme é cruel como o Seol; a sua chama é chama de fogo, verdadeira labareda do Senhor. As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá-lo. Se alguém oferecesse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” (Cantares 8:5)
O PERFIL DO AMOR DO NOIVO:
         Amigo leitor, que o Senhor nos dê graças na compreensão da força desse amor eterno. É meu intuito avançar um pouco mais na compreensão das atividades contínuas desse amor. Nosso amor por Ele é tão medíocre! Como fracassamos, vacilamos e mostramos uma fé tão inconstante! Somos como mendigos quando em oração pedimos que nossos corações sejam tomados dessas entranhas de compaixão do nosso Senhor! O amor Dele brilha como sol ao meio dia, enquanto nosso amor por ele não passa de um palito de fósforo aceso e que logo apaga. Por isso nosso esforço deve ser imenso no conhecimento bíblico do amor do Senhor em favor do Seu povo. Mergulhemos no oceano desse amor que nunca aumenta, nem diminui, porque é para sempre o amor eterno. A noiva fica mais formosa e bela se estiver cercada da auréola desse amor. É na força desse amor que realmente aprenderemos a amar nosso Senhor e nossos semelhantes.
         Terminei a meditação anterior falando sobre como o amor do Noivo conquistou Seu povo. Esse amor também tomou sobre Si a responsabilidade de cuidar e de proteger Seus amados. Nosso espaço é curto para tratar de todos os detalhes apresentados nas Escrituras. Quando Deus chamou Abraão e Sara toda providência foi tomada para que Seus amados fossem guardados da infâmia dos povos. Homens sem Deus são como feras prontas para atacar as ovelhas indefesas. “Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis meus profetas” (Salmo 105:15), foram palavras de solenes advertências; mãos fortes estavam aprisionando pés, mãos e quebrando armas destruidoras apontadas contra aqueles que neste mundo representavam o Nome do Senhor. Mesmo em face das fraquezas dos santos, o Amor do Senhor jamais falhou, jamais lançou seus erros em suas faces.
         Nosso Senhor tomou a frente de Jacó, foi Seu forte general, justo Juiz. Não fosse Sua constante presença aquele moço seria massacrado pela fúria do seu sogro Labão, um homem cruel, avarento e idólatra. O Senhor colocou-se como uma muralha de proteção em favor dos Seus escolhidos. Foi assim com José no Egito. Enquanto Jacó vivia sob a forte emoção depressiva devido a notícia da morte do filho querido, o amor do Senhor envolvia aquele jovem em ternura, graça, força de caráter e disposição de servir. Como escravo na casa de Potifar, José cercado da presença do Senhor ensinava àqueles mundanos o que significa sabedoria. A presença do Senhor na prisão tornou José um moço útil e amigo daqueles prisioneiros. Mesmo exaltado à posição de governador o coração daquele grande chefe estava tomado da disciplina recebida nas aflições e de uma fé segura nas mãos de um Deus que jamais falhou, nem falhará.
         Amigo leitor, o amor do Noivo é assim. Ele se responsabilizou por aqueles que Ele mesmo conquistou, por essa razão Ele assegura a cada crente: “...Não te deixarei nem te desampararei” (Hebreus 13:5). Neste mundo distanciamos de nossos amados. Quando estou longe dos meus filhos, ou de minha esposa, não tenho qualquer poder para ajudá-los numa situação emergente. Mas para o braço forte do Amor do Noivo não tem distância, não existem trevas, barreiras ou qualquer dificuldade. Ele é Deus! Suas ovelhas são guiadas por Ele num mundo extremamente perigoso, mas Sua presença é constante. Nunca o Senhor abandonou qualquer ovelha! O mundo  é apenas uma sala de aula para os eleitos. Em nada o amor funciona dependendo do nosso jeito de ser. Por isso, a melhor atitude de nossa parte é humildemente andar com o Senhor, na santa dependência Dele.

A PORTA ESTREITA (19)




 “Ali haverá choro e ranger de dentes quando virdes no reino de Deus Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas, mas vós lançados fora” (verso 28)
         Prezado leitor estamos chegando ao fim das meditações acerca da “porta estreita”. Mas tem muitas lições preciosas para nossas vidas que precisam ser faladas. Eu quero convidar o amigo para voltar seus olhos para esse texto, especialmente o verso 28. Na mensagem anterior procurei tratar da primeira parte do verso: “Choro e ranger de dentes”. Mas vamos, em continuação ao texto ver o que vai causar de perplexidade e de terror às milhares de almas quando elas puderem presenciar o que estará ocorrendo no outro lado, quando estarão sabendo que não poderão entrar na cidade de Deus a Nova Jerusalém. Que coisa espantosa especialmente para aquele povo tão religioso, que usava a religião como se fosse colchão para dormir, sentiam certa paz na religião, e criam que já eram salvos, que a salvação estava garantida, simplesmente porque achavam que possuíam uma justiça aos olhos de Deus por serem descendentes de Abraão. E porque eram filhos de Abraão fisicamente, no sangue, automaticamente eram filhos de Deus, já eram garantidos no céu.
         Qual era o ideal daquele povo judeu? Aquele povo queria estar na companhia dos grandes patriarcas Abraão, Isaque, Jacó. Eles anelavam isso, sabiam que iriam morrer, acreditavam na ressurreição, a maior parte participava da seita dos fariseus que cria firmemente na ressurreição, levava a sério os mínimos detalhes da lei, detalhes sem qualquer importância que nada tinha de valor para a vida interior. Aquele povo era assim, queria participar das bênçãos eternais do reino de Deus, queriam estar com todos os profetas. Eles possuíam as Escrituras do Velho Testamento completo. Mas aquele povo tinha uma perspectiva errada; tinha uma confiança, uma fé sem base, sem alicerce, sem convicção. Não era aquela fé que vem de Deus e que foi entregue aos santos. eles precisavam ouvir que estavam caminhando em direção errada.
         Aquele povo estava indo numa direção contrária e achando que estava indo na direção certa. Aquele povo precisava saber que a direção deles era tão perigosa quanto a direção tomada por qualquer outro pagão existente no mundo, porque todos pecaram e estão indo juntos no caminho largo em direção ao inferno. Então, Cristo confrontou não somente o homem que fizera a pergunta do verso 22, mas também confrontou todos que estavam ali ao seu derredor; Jesus mexeu com todo aquele povo; mexeu com seus corações orgulhosos; procurou destruir toda aquela falsidade, toda aquela doutrina da justiça humana, foi jogada fora.
         Sem dúvida alguma aquilo que Cristo apresentou para eles foi algo que chocou suas almas, chocou seus corações; foi um duro discurso que eles não queriam ouvir. Queriam ouvir da parte do Senhor outras coisas, outras palavras, mas Jesus lhes mostrou que eles estavam aguardando vergonha, dor, tristeza, ódio e amargura para sempre, por quê? Eles veriam seus heróis do Velho Testamento, Abraão, Isaque, Jacó e os profetas em pleno gozo eterno, enquanto eles estariam do outro lado tendo um abismo como separação. Eles não poderiam, mesmo com gritos, com clamor, mesmo com ódio e fúria jamais poderiam chegar para perto deles no reino de Deus, não poderiam chegar para o outro lado onde tanto gostariam de estar. Isso, sem dúvida, seria a razão do imenso sofrimento num amontoado de vergonha, dor, desespero, inveja, ira e clamor. É por isso que o Senhor fala sobre o ranger de dentes, pois mostra o ódio que muitos vão ter lá, porquanto Deus não os deixará entrar ali.
         O amigo deve conhecer a história do Rico e Lázaro contada por Cristo em Lucas 16. Muitos pensam que ali era uma parábola, mas Jesus ali não está contando uma parábola, mas uma história. Observa que numa parábola nunca é citado nome de qualquer pessoa, mas naquela parábola temos os nomes de Lázaro e de Abraão. Era uma história contada pelo Senhor, e Cristo sendo Deus podia ser testemunha ocular de algo ocorrido no outro lado. Além do mais, quando o Senhor conta uma parábola o próprio texto fala que é uma parábola. Por exemplo, podemos observar sempre no início de uma parábola a expressão: “E propôs uma parábola”. Parábola é apenas Cristo usando uma ilustração. Naquela história houve um homem rico que morreu. Como todo judeu aquele homem vivia numa falsa esperança que ao morrer, por ser ele descendente de Abraão automaticamente iria encontrar com o pai Abraão no paraíso. E o texto de Lucas 16 narra bem o espanto, o horror daquele homem que se viu no inferno, no desespero eterno podendo enxergar de longe o pai Abraão, ele que esperava estar com Abraão, ei-lo no inferno enquanto Abraão estava no paraíso e ele mesmo impossibilitado de chegar lá.

SOBERANIA DE DEUS NA SALVAÇÃO



(19)

Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:44).
         A NECESSIDADE DA SOBERANIA (continuação)Ninguém pode vir a mim...”
         Prezado leitor, que seus corações estejam sedentos dessa preciosa verdade vista nesse verso: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer...”! Que grande desejo tem meu coração, que Cristo seja conhecido conforme a revelação bíblica, pois sei que satanás não descansa em fazer com que seja divulgado outro cristo, exatamente como está acontecendo em nossos dias. Ir ao Filho de Deus para pertencer a Ele para sempre não é algo atraente à natureza carnal, tão mundana e idólatra. A mensagem santa do evangelho apresenta um caminho indesejável à carne para que o pecador se achegue ao Salvador bendito; a natureza adâmica não tolera e procura se esconder num lugar escuro, porquanto a mensagem desse evangelho descobre o homem do coração e toda aparência é desfeita; toda vaidade e fantasias religiosas são transformadas em cinzas, porquanto Deus requer a verdade no íntimo. Portanto, quero convidar meus leitores para que humilde e corajosamente apresentem o documento de identidade espiritual ao Senhor, mostrando quem são em Adão, sua culpa e merecimento do castigo eterno.
         Na meditação anterior procurei ressaltar a glória, sublimidade e auto-suficiência de Cristo, a fim de que meus leitores saibam quem realmente é Jesus. Não tem linguagem humana que possa descrever a grandeza do Filho de Deus. Ir a Cristo não é uma decisão minha, mas de Deus. Ir a Cristo é o mais sublime e glorioso privilégio que alguém pode ter, porquanto é uma entrega feita pelo Pai (João 6:37); é um acontecimento inaudito, que necessita de uma obra miraculosa de Deus agindo no homem, caso contrário não há qualquer possibilidade por parte do homem de achegar-se a Ele. Portanto, para um entendimento um pouco mais aprofundado nesse assunto trago uma passagem que considero momentosa. Veja as palavras de Cristo em Mateus 11:25-27: “...Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Como homem, Jesus estava advertindo as cidades de Cafarnaum e Betsaida acerca do terrível juízo que fatalmente cairia sobre elas, porquanto tendo visto tantos milagres não se arrependeram. Seu coração estava dilacerado em face da incredulidade e rebelião daquele povo, mas eis que imediatamente nosso Senhor, como que, deixa o cenário terreno e abre a cortina para mostrar os atos soberanos de Deus.
         Nosso Senhor afirma no texto: “Ninguém conhece o Filho, senão o Pai...”. Percebe-se nessas palavras o mistério que envolve a sublimidade da pessoa do Filho de Deus. O mundo com sua sabedoria, esperteza e religiosidade mentirosa nem sequer pode tocar nesse cenário de glória. As multidões podem fazer um barulho ensurdecedor em volta do nome de Jesus; podem criar inúmeras fantasias e superstições em volta de um Cristo mundano, porém, nem sequer podem tocar numa vírgula dessa glória que envolve o Filho de Deus. É uma riqueza intocável; nem sequer os anjos podem aproximar sem sentir o terror de um juízo merecido. Minhas palavras são extremamente pobres, não podem levar muita luz às mentes obscurecidas, mas creio que posso ajudar um pouco meus leitores no entendimento daquilo que o Senhor afirma na frase: “Ninguém pode vir a mim, se...”. Mas o evangelho chega para notificar a glória do Filho de Deus, não do homem! A Palavra de Deus tem em vista acercar pecadores dessa luz que humilha o homem, mas que cria o ambiente propício para a grande visitação de Deus aos perdidos.