sábado, 31 de agosto de 2013

A Glória de Cristo ilustrada no Antigo Testamento



CAPÍTULO 8



Sabemos que o Antigo Testamento trata acerca do Senhor Jesus Cristo. Moisés e os profetas e todas as Escrituras atestam acerca de Cristo e da Sua Glória. Os judeus não viram Cristo nem a Sua Glória nas Escrituras, porque tinham o véu posto sobre o seu entendimento. Este véu só pode ser tirado pelo Espírito de Deus (2 Coríntios 3:14-16). Em seguida mostrarei algumas maneiras nas quais a Glória de Cristo foi apresentada aos crentes sob o Antigo Testamento.
1. A Glória de Cristo foi revelada por meio da adoração prescrita sob a Lei. Deus deu por meio de Moisés uma bela ordem de adoração. Houve um tabernáculo (e mais tarde o templo) com o lugar santíssimo, a arca, o propiciatório, o sumo-sacerdote, os sacrifícios e o derramamento de sangue. Mas estas coisas eram simplesmente sombras que apontavam para Cristo (que é o único sacrifício pelo pecado) e para a Sua contínua atividade como nosso sumo-sacerdote. Tudo o que Moisés fez na edificação do tabernáculo e a sua adoração teve a intenção de testificar da pessoa e da obra de Cristo, as quais seriam reveladas posteriormente. Também o Espírito de Cristo esteve nos profetas “indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir e a Glória que se lhes havia de seguir.” (1Pedro 1:11).
2. A Glória de Cristo foi representada sob o Antigo Testamento na narração mística da Sua comunhão com a Sua Igreja em amor e graça. Esta narração está escrita no livro de Cantares de Salomão. Esta narração é um registro do amor divino e da graça de Cristo para com a Sua Igreja com expressões do Seu amor para com Ele e do Seu deleite Nele. Este livro tem sido grandemente descuidado e mal entendido.
Uns poucos de dias ou umas quantas horas ocupados no desfrute da comunhão amorosa com Cristo, conduzir-nos-iam a termos um melhor apreço por este livro. A comunhão com Cristo descrita nas suas páginas é uma bênção maior do que todos os tesouros da Terra. Mas devido a que estas coisas são entendidas por muito poucos, que este livro é descuidado se não que é até menosprezado. Mas, se nós que fomos favorecidos com a revelação neo-testamentária acerca de Cristo entendemos menos da Sua Glória do que os crentes veterotestamentários, então seremos julgados como não dignos de termos recebido o Novo Testamento.

3. A Glória de Cristo foi representada e manifestada sob o Antigo Testamento pelas Suas aparições na forma de um homem. Nestas aparições, Cristo assumiu a forma de um homem para anunciar o que algum dia chegaria a ser na Sua encarnação. Nesta forma Cristo apareceu a Abraão, a Jacó, a Moisés, a Josué e a outros. Sob o Antigo Testamento Cristo continuamente assumiu sentimentos e emoções humanas que davam a entender que viria um tempo quando Ele tomaria uma natureza humana. Portanto, o Antigo Testamento refere-se a Ele como estando zangado, como estando agradecido, como estando arrependido, e como exibindo todas as demais emoções humanas. Isto apontava para diante quando realmente Ele viria a ser o homem Cristo Jesus.
4. A Glória de Cristo sob o Antigo Testamento foi representada também por visões proféticas. O Apóstolo João diz-nos que a visão que Isaías teve acerca da Glória do Senhor (Jeová), foi, na verdade, uma visão da Glória de Cristo (veja Isaías 6:1-7 e João 12:41). Quando Isaías viu a Glória de Deus encheu-se de terror até que o seu pecado foi tirado por meio de uma brasa acesa tirada do altar. Isto foi uma ilustração do poder purificador do sacrifício de Cristo.
5. A doutrina da encarnação de Cristo foi revelada sob o Antigo Testamento, mas não tão claramente como foi revelada no Evangelho. Um exemplo só basta para demonstrar este ponto: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6). Só este testemunho é suficiente para confundir os judeus e a todos os inimigos da Glória de Cristo. Se bem que os profetas profetizaram a Glória vindoura de Cristo, não entenderam completamente o que escreveram. Mas agora, quando cada palavra desta revelação foi esclarecida para nós no Evangelho, seria cegueira negarmo-nos a recebê-lo. Não é mais que o orgulho diabólico dos corações humanos o que os cega para não verem a verdade da Glória de Cristo manifestada no Antigo Testamento. 

“No meu braço esperarão.”



(Isaías 51:5)
C. H. Spurgeon
Em tempos de dura prova o Cristão não tem na Terra nada em que possa confiar, e, portanto, é compelido a lançar-se exclusivamente nos braços do seu Deus. Quando o seu barco se afunda, e não pode valer-se de nenhum salvamento humano, deve simples e inteiramente confiar-se a si mesmo à providência e aos cuidados de Deus.
Feliz tormenta a que arroja um homem sobre uma rocha como esta! Oh bendito furacão que levas a alma a Deus e só a Deus! Algumas vezes não nos achegamos ao nosso Deus porque temos uma multidão de amigos, mas quando um homem é tão pobre e se vê tão desamparado e desvalido que não pode recorrer a nenhuma outra parte, então ele voa para os braços do seu Pai e é felizmente recebido neles! E quando ele está submetido a provas tão prementes e singulares que não as pode contar a ninguém senão só a Deus, ele deve estar agradecido por isso, pois ele aprenderá mais do seu Senhor nessa ocasião do que em qualquer outro tempo.
       Oh crente sacudido pela tempestade, é uma prova feliz a que te leva ao Pai! Agora que somente tens a Deus em quem confiar, procura pôr Nele a tua inteira confiança. Não trates indignamente o teu Senhor e Mestre com dúvidas e temores indignos, mas sê forte na fé, dando glória a Deus. Mostra ao mundo que o teu Deus vale para ti mais do que dez mil mundos. Mostra aos homens ricos, quão rico és tu, quando na tua pobreza o Senhor Deus é o teu ajudador. Mostra aos homens fortes quão forte és tu na tua debilidade quando te sustentam os braços eternos. Agora é o tempo para as façanhas de fé e para as proezas valorosas. Sê forte e muito valente, e o Senhor teu Deus, que fez os Céus e a Terra, glorificar-Se-á na tua debilidade e magnificará o Seu poder no meio da tua aflição. A magnificência da abóbada celeste ficaria prejudicada, se o firmamento estivesse sustentado por uma coluna, e a tua fé perderia a sua glória se ela descansasse sobre algo visível ao olho carnal. Que o Espírito Santo te faça descansar em Jesus neste dia de encerramento do mês!

Tradução de Carlos António da Rocha

O VINDE A MIM DE JESUS




“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” Mateus 11:28.
        Que poder tem o VINDE A MIM do Senhor! É a atmosfera da Graça de Deus atuando no meio dos pecadores. Nos versos 25 a 27 Ele já havia celebrado a Glória da Soberania do Pai e do Filho ocultando-a dos sábios e instruídos deste mundo e revelando-a apenas aos Seus pequeninos. Agora, no verso 28 o Filho ergue sua voz Soberana em direção aos pecadores “cansados e sobrecarregados”, convidando-os à Sua salvação.
                A mensagem do verdadeiro evangelho é, na realidade, o VINDE A MIM do Senhor. O Rei da Glória alça a Sua Voz por meio da pregação a fim de chamar os pecadores ao arrependimento. Realmente precisa desse soberano VINDE A MIM para trazer os pecadores à salvação eterna? A própria Palavra de Deus há de nos responder a respeito disso.
                O VINDE A MIM do Senhor revela Sua poderosa Palavra que chama à existência as coisas que não existem: “Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles” (Salmo 33:6). Sendo assim, o evangelho da verdade é o mais tremendo poder que existe neste mundo. Nada há que possa igualar.
                Quando a Palavra sai de Sua boca, não existe poder capaz de estorvar o poderosíssimo VINDE A MIM do Senhor. Observemos bem o que aconteceu no tocante a ressurreição de Lázaro (João 11). Já fazia quatro dias que fora sepultado, tempo suficiente para aquele corpo estar podre e extremamente fétido. Mas o Senhor ordenou que a pedra fosse removida. Não havia poder no defunto para tomar uma decisão de sair do sepulcro. O poder estava na ordem daquele que veio ao mundo para dar vida. Seu grito de ordem foi suficiente para arrebentar os grilhões silenciosos da morte e desfazer todo efeito natural da corrupção. Sua ordem foi suficiente para chamar o morto da morte para a vida (João 5:24).
                O VINDE A MIM do Senhor expõe a autoridade exclusiva do Senhor em chamar pecadores da morte para a vida. Bastou Seu “segue-me” para que Mateus abandonasse seu tão lucrativo negócio para fazer parte do grupo dos apóstolos (Mateus 9:9). O Seu VINDE A MIM foi suficiente para aniquilar toda expectativa do inferno e assim salvar aquele ladrão à beira do precipício, a fim de levá-lo para Seu paraíso celestial Lucas 23:43). Com Seu gracioso VINDE A MIM o Senhor interceptou os intentos assassinos de Saulo de Tarso, transformando aquele homem num novo homem chamado Paulo.
                Existe um tema mais saboroso do que este aos nossos ouvidos espirituais? Creio que não! Se o evangelho não é o poder de Deus (Romanos 1:16), então não há outra coisa a fazer, senão lamentar e chorar a triste miséria de um mundo atirado à desgraça eterna. Mas, é verdade! O VINDE A MIM do Senhor ainda está sendo proclamado para que Deus seja glorificado na salvação de perdidos.

ORELHA FURADA




“Então, o seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta ou à ombreira, e o seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre” Êxodo 21:6

                Lição preciosa o Espírito Santo nos traz nesta exuberante passagem que segue imediatamente a entrega do decálogo. A passagem está tratando a respeito de como os escravos hebreus deveriam ser tratados pelos seus senhores. A lei de Deus exigia que após sete anos servindo ao seu senhor, o escravo deveria ser liberto. Muitos escravos eram adquiridos por bons homens os quais durante os sete anos tratavam bem seus escravos de tal maneira que eles passavam a gostar de servir seus senhores.
        O que um senhor deveria fazer ao conceder liberdade para seu escravo e este abdicasse de sua liberdade preferindo continuar servindo ao seu amo? O senhor daquele escravo levava o caso para os juízes a fim de que fosse testemunhado, e perante esses juízes o escravo era levado até à porta ou à ombreira (o portal), e ali o seu senhor lhe furava a orelha, assim aquele escravo tornava de forma oficial escravo para sempre daquele Senhor.
                A lição que temos é que nós como servos de Deus, devemos tomar a mesma atitude. Nosso Senhor nos comprou com Seu Sangue e nos tirou da escravidão do pecado para servirmos a Ele em plena liberdade espiritual. Por que a ORELHA FURADA? Por que não fazia algo mais simples como alguma coisa simbólica no pescoço, num dos braços, ou mesmo numa perna? Por que ter que fazer o escravo sofrer furando sua orelha? Nosso senhor está nos ensinando que os verdadeiros servos de Deus têm suas ORELHAS FURADAS porque são obedientes.       São aqueles que obedecem quando seu Senhor lhes ordena. Como disse Samuel ao Senhor, os servos de Deus têm a mesma disposição: “Fala, (Senhor) porque teu servo ouve” (1Samuel 3:10). Observemos na passagem profética de Salmo 40:6, que nosso Senhor Jesus teve a mesma disposição quando se dispôs para realizar a obra salvadora na cruz: “Sacrifícios e ofertas não quiseste; abriste os meus ouvidos...”. O nosso Senhor teve a mesma disposição de um servo. Não procurou atalhos para o serviço de Deus, não buscou meios fáceis, mas simplesmente deixou que seus ouvidos fossem abertos para ouvir o que Deus, o Pai queria lhe falar.
                Amigo leitor, a vida de um crente começa com sua “ORELHA FURADA”: “Quem é de Deus ouve as palavras de Deus...” (João 8:47). Na conversão de Saulo, o Senhor, por assim dizer, “furou sua orelha”: “Quem és tu, Senhor?...Eu sou Jesus, a quem tu persegues” (Atos 9:5).
                    Os servos do Senhor amam ao Senhor e querem servi-Lo de todo coração. Um viver desobediente é próprio daqueles que tem seus ouvidos tapados e que prosseguem vivendo do jeito que a carne e mundo querem e que marcham para a ira vindoura (João 6:36.

O DEUS QUE RESSUSCITA OS MORTOS




             Por que se julga incrível entre vós que Deus ressuscite os mortos?” (Atos 26:8)
                O que era incrível para aquelas autoridades, era também incrível para toda liderança religiosa de Israel. E sempre foi assim com a incredulidade natural do homem. Nosso Senhor se postou perante o túmulo de Lázaro e mandou que a pedra fosse tirada para que pudessem ver a glória de Deus: “Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus?” (João 11:40).
        Paulo teve todo seu ser tomado pela verdade da ressurreição, não somente a ressurreição do último dia, como também aquilo que Deus faz por meio do evangelho quando chama pecadores à salvação eterna. O evangelho opera sobre a poderosa rocha inabalável da ressurreição:  “...o Deus que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem”.
        Na onda poderosa do humanismo pasmamos hoje diante do fato que as multidões não crêem que Deus ressuscita os mortos. Divinizaram o pó; atribuem aos que estão espiritualmente mortos o poder de decisão para Deus ao erguerem o majestoso livre-arbítrio. Diante disso ficou estabelecido que o evangelho não é suficiente porque ele não é o Poder de Deus (Romanos 1:16). Até parece que a poderosa ciência deste século descobriu em suas pesquisas outros meios de levar os homens a Deus. Será que descobriram uma porção mágica que dá vida aos mortos em seus pecados? (Efésios 2:1).
        A perplexidade de Paulo não abalou jamais suas convicções a respeito do poderoso evangelho. Ele nunca se atreveu a manipular a Palavra da verdade, tirando ou adicionando qualquer coisa. Ele sabia do Poder absoluto da Palavra para chamar os mortos à vida (João 5:24). Ele jamais adicionou qualquer método psicológico nem forçou qualquer decisão. Ele militava como um arauto ao abrir a boca e falar o que lhe fora ordenado pelo seu Senhor; ele era um porta-voz da poderosa Palavra que vivifica os mortos e chama à existência eterna aqueles que o Senhor aprouve salvar.
        A perplexidade permanece muito mais hoje:  por que se julga incrível entre vós que Deus ressuscite os mortos?” Nosso Deus opera por milagres, porque Ele é o único que opera grandes maravilhas (Salmo 136:4). Voltemos à Palavra Fiel; humilhemo-nos perante o suficiente Braço do Todo-Poderoso; aguardemos em humilhação e intercessão o Dia do Seu Poder para realizar Sua Tremenda obra de chamar à Vida aqueles que estão mortos em seus delitos e pecados.