terça-feira, 14 de janeiro de 2020

QUEREIS TAMBÉM RETIRAR-VOS? (1)




“Então, perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o santo de Deus” (JOÃO 6:67-69)
        INTRODUÇÃO:      
        Caro leitor, não podemos ignorar essas palavras que saíram da boca de Pedro no final dessa mensagem dada por Cristo aos judeus. O capítulo inteiro está recheado de tantos ensinos preciosos da graça soberana e o Senhor não procurou encher o ambiente de ilustrações, como Ele fez no Antigo Testamento. Quem lê os escritos dos profetas pode perceber que Deus sempre usa de ilustrações em Suas palavras dirigidas ao Seu povo. Mas não vemos isso neste capítulo. O Senhor estava cercado de judeus, os quais estavam à procura de “bênçãos materiais”, como o mundo sempre busca. Nosso Senhor havia multiplicados os pães, e eles O procuraram a fim de fazer Dele o Rei de Israel.
        Por fora pareciam homens religiosos, santos e tementes a Deus, mas por dentro mostravam que não passavam de mundanos, rebeldes, assassinos e supersticiosos. Eram eles surdos, mudos e paralíticos; estavam mortos em seus pecados; eles entendiam qualquer lição relacionada às questões religiosas deste mundo, mas eram tapados em reconhecer a linguagem santa e eterna proveniente da boca do Senhor. O Senhor havia dito a eles que as Palavras proferidas eram espírito e vida, mas eles não as entendiam. Eles compreendiam as letras do ponto de vista mundano. Como compreender a linguagem: “Comer minha carne e beber o meu sangue?” Aquilo era loucura para aquele povo, cujo coração estava endurecido. Nosso Senhor não mudou Sua linguagem; não procurou usar de ilustrações, nem parábolas. Por essa razão eles fugiram, ficaram escandalizados com as palavras do Senhor.
        Mas o Filho de Deus não mudou sua mensagem para mantê-los perto. Nosso Senhor não queria agradar os homens; não correu para trazê-los de volta. As mensagens ilustradas do Velho Testamento não fizeram com que eles voltassem para Deus, como o faria agora? O Senhor estava diante de um povo sem vida; em seus corações reinava o pecado e por fora estava satanás lhes guiando pelas mentiras religiosas. Nosso Senhor mostrou a eles que veio ao mundo para fazer a vontade do Pai que lhe havia enviado e não a vontade deles. Além disso, nosso Senhor ressalta bem em todo capítulo que a salvação é obra de Deus, porque ninguém é salvo, a não ser que Deus realize essa obra.
        Notemos bem que todos saíram; não queriam ouvir aquela mensagem, por isso voltou para seus discípulo com a interrogação: “Quereis também retirar-vos?” Assim, as palavras do Senhor vêm mostrar um Deus soberano que age por misericórdia. Ele não tinha uma linguagem que agradaria os homens; a multidão ouviria da condição na qual o pecado lhes colocou. Ele não falaria de política, de dinheiro, de saúde e outros assuntos terrenos. Sua linguagem era espiritual e eterna. É óbvio que os judeus e o mundo rejeitariam a mensagem, assim como rejeita hoje. A resposta de Pedro como porta-voz dos outros mostra que é só pela graça de Deus: “Para onde iremos nós?”.
        E você meu amigo, quer ouvir a mensagem da verdade ou vai querer retirar também? Conheci muitos que ouviram e parecia que queriam ouvir mais. Mas assim que a mensagem começou a tocar em seus corações e mexer com o orgulho, então abandonaram.

NÃO VERÁ A VIDA (4)


                  
“Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que porém permanece rebelde contra o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele” (JOÃO 3:36)
MOSTRA A CONDIÇÃO NA QUAL ESTÃO OS HOMENS NO PECADO.
        Tomemos a vida de Saulo de Tarso, porque sabemos o quanto era um homem incrivelmente sério e zeloso em sua religião. Não era ele um hipócrita, porque cria que tudo o que fazia estava certo; que todo seu esforço redundaria numa ressurreição final e que um dia iria morar no Paraíso celestial com Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, etc. Paulo era um morto espiritual; a luz da verdade revelada não havia entrado em seu coração e tudo que recebera não passava de mentiras e para aquelas mentiras ele havia se dedicado e consagrado, assim como acontece com os mulçumanos. Dentro do seu coração Saulo nutria um tremendo ódio contra o Senhor e respirava nele um sangrento desejo de ver mortos os seguidores desse Nazareno.
        Tenho passado essas coisas, a fim de mostrar o que significa o que o texto diz: “Não verá a vida...”. Nós estamos acostumados a olhar o homem e ver boas qualidades nele; observamos cuidadosamente boas coisas que achamos que podem leva-lo a Deus. Mas, que valor tem um morto? Será que entendemos que o pecado trouxe a morte? Será que entendemos que não há qualquer sinal de vida no homem? No que tange a vida aqui ele tem, mas quando se trata de coisas eternas ele está morto. Sendo assim devemos entender que a existência do homem no pecado é completamente sem valor para Deus. Pode ser os grandes como Herodes, Pilatos, Félix ou Faraó. Não passam de mera fumaça que aparece agora e logo se dissipa. Pode ser os ricos, os cultos, os fortes e grandes nomes que surgem na religião mundana. Não passam de meros cadáveres inúteis para Deus.
        Mas você pode retrucar, dizendo que morte, conforme o texto, não significa morte, mas sim num estado como se estivesse sem vida. Ora, para que Deus usaria o termo morto? Além disso, por causa desse termo é que Deus usa a palavra “ressurreição”, a fim de dizer que Ele nos deu vida. Se tirarmos a palavra “vida” ou “morte” do seu significado literal, teremos que dizer que Jesus não morreu na cruz; que Ele estava semimorto e que a ressurreição era realmente uma mentira. Fujamos desse perigo! Para nós os homens estão vivos, porque podem falar, caminhar, trabalhar, pensar, sentir e tomar suas decisões neste mundo. Mas isso é o que vemos. Porém, quando se trata de coisas espirituais eles estão mortos, são defuntos andantes; estão surdos, mudos, paralisados, com a mente e emoções em trevas. Notemos que quando trata-se de coisas desta vida eles estão bem vivos, mas quando se trata de Deus, da glória de Deus e de coisas eternas, eles ficam em absoluto silêncio ou procuram sair.
        O Senhor e seus apóstolos jamais mudaram a mensagem. É verdade que eles lidaram com os homens como seres vivos, responsáveis perante Deus. Quando Deus lida com os homens é sempre assim, pois Ele os convoca a entender que a culpa do pecado é deles; que é insana a vida que eles levam em suas idolatrias e práticas perversas. Deus lida com os homens no fato que eles vão enfrentar o juízo, que terão de prestar contas perante o grande Juiz e que no final o juízo de Deus será um juízo justo e santo. Devido ao pecado os homens estão mortos e carecem de uma intervenção vivificadora de Deus, assim como Lázaro precisou para voltar à vida. Mas os homens, como seres responsáveis são chamados à responsabilidade deles. Eles são culpados pelos seus pecados, por não darem a Deus a glória que lhe é devida; por usar da criação e ainda viver em suas maldades.
        O evangelho convoca os homens ao arrependimento, porque quando os homens se arrependem é sinal que eles estão no lugar certo, onde Deus usará ou não de compaixão para com eles.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

NÃO VERÁ A VIDA (3)


                                             
“Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que porém permanece rebelde contra o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele” (JOÃO 3:36)
MOSTRA A CONDIÇÃO NA QUAL ESTÃO OS HOMENS NO PECADO.
         Avancemos um pouco mais no exame do termo “vida”. Lembremos bem que a vida que recebemos de nossos pais nada tem de valor para Deus, pois com a queda fomos postos como condenados perante Ele. Além disso, a bíblia deixa claro que o homem natural está completamente distante e alheio à vida que há no Filho. Não importa a condição de vida aqui; pode ser um famoso Herodes, um poderoso Faraó ou o mais simples lavrador, todos estão na mesma condição. Digo mais que até o mais religioso da face da terra, sendo considerado por todos como alguém santo e digno do céu, não passa de um homem natural bem emplumado como uma ave, sem qualquer discernimento das verdades eternas. Vida natural é completamente oposta à vida espiritual. A existência da primeira está condicionada apenas à este mundo, enquanto a existência da outra é para sempre – eterna.
         Examinemos essa verdade, vendo a vida do religioso Nicodemos. Quando ele foi ter de noite com Jesus (João 3), certamente ele pensava que estava certo, que sua religião era a verdadeira e que era um mestre no conhecimento das coisas de Deus. Porém aquele homem foi surpreendido pelas palavras do Senhor: “Necessário vos é nascer de novo”. Notemos que Jesus colocou Nicodemos juntamente com todos em Israel e em sua religião dos fariseus: “...vos é...”. Nicodemos pensava que tudo estava bem entre ele e Deus, mas foi surpreendido com uma linguagem que ele jamais ouvira; até aquele dia ele ouviu apenas sobre as letras da lei e jamais conhecera o espírito da lei. Nicodemos não passava de um homem natural, nascido de Adão, sem qualquer ligação com a fé de Abraão de outros homens de Deus.
         É essa a condição de todos os homens, não importa a raça, a cor, a religião, os pais, etc. todos nasceram no pecado e essa vida nada tem de valor para Deus. Sem a vida que há no Filho, quem é o pobre ser humano? Não passa de um peregrino, sem pátria aqui e sem lugar no céu, marcado para ser atirado no abismo eterno. Como podemos nós mudar essa situação? Tem alguma esperança de que as coisas melhorem para os homens aqui? Claro que não! Podemos nós chegar ao cemitério e chamar os mortos à existência? Olhemos tudo na visão bíblica e vejamos como o pecado trouxe a morte em todos os aspectos.
         Outrossim, olhemos os homens no pecado, em suas vidas como naturalmente vivem. Não é verdade que eles são contentes na vida natural? Eles veem a vida aqui como a coisa mais bela e charmosa; o mundo para a vida natural é encantadora e cheia de atração, porque é a vida natural. Fale do céu para o homem natural; fale das glórias eternas, do fato que lá não há dor, nem morte e que lá é o verdadeiro Paraíso. O homem natural ignora tudo isso, porque soa estranho aos seus ouvidos. Para o homem natural a vida aqui é melhor, porque tudo é visto à luz daquilo que eles veem e ouvem. Para eles a esperança está aqui e até as dores, morte, lutas, maldades e acontecimentos trágicos fazem parte desta vida natural.
         Tentar fazer da vida natural uma vida espiritual é tão inútil quanto fazer um animal ser participante da vida humana. A condição do homem perante Deus é de morto. Ora, não estamos lidando com esta ou aquela religião; não estamos tratando aqui de coisas inventadas por homens religiosos. A linguagem de João 3:36 é do próprio Deus: “...não verá a vida...”. É uma terrível sentença de morte eterna que paira sobre a cabeça de homens e mulheres que permanecem impenitentes em seus pecados. É como se Jesus entrasse no cemitério e dissesse: “Vou chamar Lázaro, mas aquele que está noutro sepulcro não”. Deus dá a sentença eterna aos pecadores e isso é algo que deve nos aterrorizar, porque muitos que aqui vivem, jamais verão a vida.

AS ARMADILHAS DO PECADO ( 12 de 12)



“Portanto, eu os julgarei, cada um segundo os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus. Convertam-se e afastem-se de todas as suas transgressões, para que a iniquidade não lhes sirva de tropeço” (Ezequiel 18:30)
A GRANDE DESCOBERTA
        Oh! Quão terrível é a armadilha do pecado! Israel nos dias de Ezequiel não viu, por isso foi levado para o cativeiro. No profundo poço do pecado os homens não conseguem ver o propósito da tão grande salvação; que Deus é o grande Salvador, cheio de misericórdia que se manifesta aos pecadores. O amor pelo pecado é tão terrível que os homens não percebem que perigos mortais e eternos rondam suas almas a todo instante, à semelhança do homem que com uma corda conseguiu alcançar os ovos de uma ave rara, num lugar alto. Assim que ficou perante os ovos e pronto para pegá-los, descobriu que havia soltado a corda e que ficaria preso naquele lugar, sem poder escapar da morte certa. Preocupado, percebeu que a corda que havia soltado estava voltando, e ele, num esforço incomum conseguiu escapar da morte.
        Conforme o Salmo 40 o Salmista percebeu que estava num profundo poço do pecado e que somente o Deus de amor poderia tirá-lo de lá. Pobres almas! Muitos lutam na vã tentativa de escapar desse buraco onde estão, mas todo esforço é inútil, é como mexer numa areia movediça, porque se afunda mais. O nosso Senhor, mesmo justo, perfeito, sem mácula, pode entender a condição do homem, pois voluntariamente veio e assumiu nossa miserável condição, a fim de levar nossas culpas e pecados sobre Si. Ele viu a miséria do pecado e até clamou ao Pai para livrá-Lo (Salmo 22). Somente o poder da graça compassiva pode mostrar aos homens a miséria, assim como Deus mostrou aos moradores de Nínive (Jonas 4) e eles puderam clamar ao misericordioso Deus de Israel.
        E você, meu amigo? Já pode perceber a realidade da queda? Será que ainda está vivendo nas alturas da soberba, sem imaginar que perigos eternos rondam sua alma? Será que está pronto a continuar transitando na escuridão, atraído pelas paixões e achando que nada há de errado? Será que, como Saulo de Tarso, está achando que é capaz de ser religioso por si mesmo e ainda encontrar o paraíso após a morte? Acha que pode fugir da verdade, pensando como Félix que haverá outra oportunidade? Acha que é poderosamente capaz de fazer aliança com a morte e com o inferno, sem perceber que poderá ser a próxima vítima? Por que não ouvir o Senhor? Por que brincar de surdo, achando que pode manipular Deus e passar despercebido nesta vida? Enquanto o homem brinca, eis que satanás se diverte em dominar a mente com seus truques religiosos. Tudo o esperto pai da mentira fará para que o pecado não seja visto como tragédia; tudo ele fará para que o mundo pareça melhor, mais belo e com a estrada para o inferno bem enfeitada e cheia de atrações.
        Como o Senhor se manifestou para Israel naqueles dias, da mesma forma ele se manifesta aos pecadores em todos os lugares e em todos os tempos: “Convertam-se e afastem-se de todas as suas transgressões, para que a iniquidade não lhes sirva de tropeço”. Essa mensagem aos homens jamais mudou, porque a condição dos homens é a mesma. Deus está chamando os pecadores ao arrependimento porque só Ele mesmo vê os perigos eternos que rondam as almas, como uma perigosa e venenosa serpente oculta; como um leão à espreita. É para fugir para Ele, porquanto Ele mesmo é o socorro e livramento para os que O buscam de todo coração. Ele mesmo afirma no texto que não tem prazer na morte do ímpio, pois Ele sabe o horror eterno que espera a alma impenitente. Eis agora o dia da salvação! Eis agora a oportunidade que é dada aos pecadores para que sejam salvos! Eis o Salvador bendito, Aquele que desceu do céu e veio à terra, a fim de dar-Se a Si mesmo, para livrar homens e mulheres do sofrimento merecido!

Pregação - O que esperar do ano novo? - Apocalipse 22:10-12 - Pr. David ...

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

AS ARMADILHAS DO PECADO ( 11 de 12)



“Portanto, eu os julgarei, cada um segundo os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus. Convertam-se e afastem-se de todas as suas transgressões, para que a iniquidade não lhes sirva de tropeço” (Ezequiel 18:30)
A MAIS TERRIVEL QUEDA (Romanos 3:23)
        Estamos vendo o que realmente significa a queda no pecado e suas armadilhas postas ao longo do caminho largo. O pecado sempre é inversão dos valores; sempre mostra o caminho oposto a Deus. A natureza do pecado sempre fará com que Deus seja removido da frente; toda aquela noção bíblica de Deus, de sua presença, onipotência, onipresença e onisciência não existem no pecado. O efeito terrível do pecado é que a pessoa sempre a de buscar outro deus, porque tudo do pecado é inverso, segue o caminho que desce e não que sobe. Além disso, a força do pecado é mostrado no orgulho próprio, porque mesmo cercado de perigos terríveis, ainda assim o homem não vê, pelo contrário o efeito de sua decisão é desafiar Deus e dizer que não é verdade o que Ele afirma a respeito Dele.
        Notamos isso na vida de Nabucodonosor, o perverso e tirano rei da Babilônia. Daniel havia advertido o rei do que haveria de acontecer, caso ele não se arrependesse do seu orgulho e tanta maldade praticada. Mesmo assim, o monarca arrogante olhou para a linda Babilônia e louvou a si mesmo por ter feito aquelas maravilhas. Foi assim que imediatamente Deus o demoveu do seu lugar de rei e o impeliu para o mato, a fim de viver como um animal por alguns anos. Notemos o que o pecado faz na natureza humana, porque remove qualquer temor e cerca o ambiente de orgulho e independência, como se Deus simplesmente não existisse, ou estivesse longe. Outro detalhe é que o pecado é por si mesmo enganador, porque mesmo nas derrotas claras o pecado há de inserir no coração a ideia de que tudo vai dar certo.
        Tomo agora a vida de Belsazar, (Daniel 5) filho de Nabucodonosor, porque após a interpretação daquilo que a mão de Deus escreveu na caiadura do palácio, o rei simplesmente ignorou o perigo mortal. O exército Medo e Persa já havia tomado o palácio e ele seria morto naquela noite. Mas todo aquele acontecimento que havia transtornado o rei e a todos, simplesmente foi ignorado, ele quis recompensar Daniel pela interpretação e naquela mesma noite foi morto. O pecado tem esse terrível efeito, pois se Deus não usar de misericórdia, a natureza do pecado há de empurrar o homem para o abismo de forma inevitável. Não é essa a mentalidade de Lúcifer, satanás? Claro! Ele acha que tudo vai dar certo, que Deus está errado e trabalha de forma terrível, a fim de trazer ao mundo seu grandioso propósito de estabelecer um reino de ateísmo e perversidade, mesmo sabendo que seu destino é o Lago de fogo.
        Assim segue o homem em seus pecados; em sua cegueira não vê quantas armadilhas estão postas no caminho que segue, utilizando a mesma mentalidade de satanás, achando que a vitória virá, que o próximo dia, mês e ano serão melhores. Não há como findar esse sistema, porque mesmo no sofrimento e à beira da morte o homem no pecado sente que tudo vai dar certo. Não há no pecado um elemento de mudança; não há como desligar o homem desse estado pervertido no qual se encontra. Para alguns Deus concede que vá longe e amplia sua felicidade em meio a prosperidade, mas não demora para que o Senhor remova tudo e puxe o ímpio para sua cova. Foi assim com Esaú, pois seu anseio de se tornar uma próspera nação foi alcançado, e de fato foi. Ele e seus descendentes construíram Petra e progrediram de forma dinâmica e com muita habilidade. Mas não demorou para que Deus, a Seu tempo viesse e destruísse toda aquela grandiosidade e deixasse os escombros para a história ver que é assim que Deus faz com quem ousa desafiá-Lo.
        Só há uma resposta para os que estão no pecado: “Arrependei-vos e convertei-vos, para que sejam cancelados os vossos pecados...” (Atos 3:19)

NÃO VERÁ A VIDA (2)


                        
“Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que porém permanece rebelde contra o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele” (JOÃO 3:36)
MOSTRA A CONDIÇÃO NA QUAL ESTÃO OS HOMENS NO PECADO.
        Uma vez dada a introdução procurarei entrar nos detalhes do texto. Lidemos com a preciosa palavra de Deus; chequemos a linguagem santa, examinando-a à luz da mentalidade divina, conforme Ele nos transmite em toda Escritura. Nunca devemos esquecer que a Palavra de Deus há de trazer contradição naquilo que ela mesmo ensina. O que parece ser contradição é devido nossa visão errada. Os erros doutrinários aparecem justamente porque ensinos são extraídos, não à luz da verdade conforme Deus fala em toda Palavra, mas sim porque elementos colocam seus raciocínios falazes, a fim de tentar fazer com que a Bíblia fale o que eles querem. Os judeus, por exemplo, viam apenas a letra das Escrituras e não o espírito que que as envolviam, por isso manifestavam ira e até mesmo disposição assassina contra o Senhor.
        “...quem crê no Filho tem a vida eterna...”. Quero que analisemos a palavra “vida”, a qual aparece no texto duas vezes. No Novo Testamento 3 palavras gregas aparecem traduzidas “vida”. A primeira que aparece em 1 João é a palavra “bios”, a qual trata-se do aspecto físico ou aparente da vida. O outro termo é “psique” e normalmente trata-se da alma. Esta palavra foi usada por Cristo para falar sobre esta vida que envolve a alma em sua ligação como corpo. Por exemplo, quando Ele fala do homem louco que ajuntou riquezas e disse para sua alma: “Come, bebe, folga e regala-te”. Ele usa o termo psique para referir a essa vida que termina aqui com a morte. Mas o termo usado em João 3:36 e em todo livro de João é a palavra grega “Zwê” que é usada para referir à vida que está acima de psique e bios; é a vida por excelência, a vida que há no Filho.
        Quando nascemos viemos ao mundo com “bios” e “psique”, a vida física e a vida da alma. Não trouxemos a vida que há no Filho. A entrada do pecado nos tornou homens naturais, homens físicos ligados à alma. Não trouxemos a vida que há no Filho, mas sim a vida que há em Adão. Noutras palavras, esta vida natural nos tornou daqui, da terrena e não do céu. Sem a vida que há no Filho, a vida verdadeira e eterna, para Deus o homem é um morto. A vida natural é fruto do pecado e em toda Escritura Deus mostra nosso estado de imundície, com o qual entramos neste mundo. Vejo como o movimento evangélico moderno tem feito de tudo para que todos sintam que são filhos de Deus, que podem orar, adorar e outras atividades religiosas. Mas quanto engano! O texto de João 3:36 deixa claro que “quem temo Filho, tem a vida...”. Significa que há diferença, que têm os que receberam a vida que há no Filho e os condenados. O texto afirma categoricamente que muitos não verão a vida.
        Para falar um pouco mais sobre nosso estado natural de imundos, precisamos ver alguns textos bíblicos que vão nos ajudar. Davi, quando se conscientizou do seu pecado e chegou em confissão perante Deus, ele pode compreender a realidade da imundície do pecado: “Eu nasci na iniquidade e em pecado me concebeu minha mãe”. Imediatamente ele pediu ao Senhor que o limpasse e o purificasse usando os rituais de purificação, conforme a lei (Salmo 51. Leia todo esse Salmo). Além disso vemos essa verdade claramente estampada em Isaías 64:6: “Mas, todos nós somos como o imundo...”. O Velho Testamento usa muita figura física de imundície, como o leproso e como a mulher no período da menstruação, a fim de enfatizar o estado no qual deixou o homem no pecado.
        Passei bem rápido por esses textos somente para lembrar meus leitores, que não há no homem a vida aceitável a Deus. Para Israel em Isaías 1 Ele ordena: “Purificai-vos!”. Para os discípulos em João 15 o Senhor diz: “Mas vós estais limpos pela palavra que vos tenho pregado”. Tudo isso e muito mais é para que saibamos que não há naturalmente em nós nada que atrai a simpatia de Deus.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

NÃO VERÁ A VIDA (1)


                       

“Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que porém permanece rebelde contra o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele” (JOÃO 3:36) INTRODUÇÃO:      
        Prezado leitor, creio que devo chamar sua atenção para este texto tão precioso e cheio de instruções. Preciso tomar cada palavra aqui e deixá-las bem esclarecidas em vossas mentes e emoções, pois eu sei que essa é a função de um pregador. O texto em si mesmo é profundamente esclarecedor e confrontador, além de mostrar o ensino glorioso da tão grande salvação e também do terrível estado do homem em seus pecados. Não há dúvida que para esta época tão cheia de armadilhas religiosas, tão bem preparadas pelo pai da mentira, os homens desta geração precisam saber o que a bíblia deixa tão claro à mente de todos. O texto ataca o programa ecumênico, humanista e socialista destes dias tão perigosos como uma leoa à espreita.
        O texto deixa claro que uma alma não salva não verá a vida e sobre isso que desejo tratar aqui. Essa declaração é terrível, porque mostra a condição tão espiritualmente aterradora, na qual vivem os homens no mundo, porque se eles não verão a vida é porque estão mortos. Olhando superficialmente, essa afirmação incrivelmente reveladora parece tão superficial que pode bem ser descartada como algo sem importância. Uma razão é que quando vemos uma frase como essa: “...não verá a vida...”, traduzimos no íntimo como algo que não fará diferença. Sem vida no nosso entendimento tão pobre é algo que não chama a atenção. Vida para nós é vivacidade, é ser alegre, jovial, ter o prazer de curtir o mundo, etc. Mas nós estamos lidando com a Palavra de Deus e na bíblia estar sem vida significa “estar morto”.
        Mas o texto é tão desafiador que vou mostrar-lhes o quanto a situação é aterrorizante para a alma que continua com seu coração em plena rebelião contra Cristo. A frase aparece como uma sentença que cai sobre homens e mulheres os quais ignoram a importância da salvação. É fato que o evangelho moderno nem mesmo quer saber desses detalhes tão impressionantes, porque tudo hoje é superficial, tudo é visto do ponto de vista humano, social e os homens são tratados como pessoas que sofrem e que precisam de nosso socorro. Olhamos tudo à luz da aparência, do sofrimento externo, mas a bíblia não vê as coisas assim. Deus vê a raça caída em Adão; que todos pecaram e que diante de Deus não quem possa estar em condição melhor. A bíblia afirma sobre o fato que a morte entrou e que os efeitos mortais do pecado estão por toda parte em forma de doenças, perversidades, pobrezas e mortes.
        Outro detalhe importante é que não estou trazendo um evangelho diferente, porque essa mensagem foi pregada pelos apóstolos e por grandes pregadores, homens de Deus que levavam a sério a verdade conforme está escrito. O que eles pregavam? Eles afirmavam que os homens estavam mortos em seus pecados e que nada tinham de desejo em ir para Deus, justamente como afirmou nosso Senhor aos judeus: “E não quereis vir a mim para terdes vida”. O antigo evangelho sempre buscou glorificar a Deus em Sua atuação soberana. O que diz o texto acima? Afirma que os homens em seu estado de rebelião contra o Filho não verão a vida. Que estado de condenação! Que estado lastimável! É como se o Autor da vida estivesse passando num cemitério e neste e naquele túmulo ele olhasse e dissesse: “Este e aquele não verão a vida”.
        Vejamos como tudo fica claro nas Escrituras; vejamos como Deus nunca mudou seus pensamentos. O mesmo Deus que disse: “Amei Jacó e aborreci de Esaú” é o Deus que fala a mesma coisa: “Este eu o chamo para a vida, aquele não”. Não é para nós temermos e tremermos diante do grande Senhor? Esse é o evangelho bíblico que soa como uma doce sinfonia aos corações santificados, enquanto para outros não passa de loucura.

AS ARMADILHAS DO PECADO ( 10)



“Portanto, eu os julgarei, cada um segundo os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus. Convertam-se e afastem-se de todas as suas transgressões, para que a iniquidade não lhes sirva de tropeço” (Ezequiel 18:30)
A MAIS TERRIVEL QUEDA (Romanos 3:23)
        O pecado injeta na alma um conceito de que o mundo é um lugar de paraíso e glória; é o mais poderoso efeito do pecado, porque é seu trabalho anular a glória de Deus e as realidades eternas. Todo propósito do pecado é opor-se a Deus e aos conceitos eternos. O pecado a vida aqui parecer melhor e que é infindo este sistema e não há como escapar dessa armadilha mortal, mesmo, a não ser que haja uma intervenção da graça operante de Deus na vida. Um Esaú há de escolher um mundo onde ele poderá ter uma descendência, com fama e riquezas aqui. Um Jacó, não fosse a eleição divina escolheria também o mesmo caminho desejado por sua natureza pecaminosa. O ladrão na cruz, mesmo em face da morte, ainda assim queria um Salvador que lhe trouxesse um livramento dessa morte e um escape para voltar à vida que sempre teve e não fosse o milagre da graça jamais escaparia da condenação do inferno que tanto lhe aguardava. Pilatos era seduzido pela fama e pelas honras terrenas, por isso, mesmo vendo ser Jesus inocente e Justo, preferiu condená-lo e libertar o criminoso Barrabás.
        O pecado também tapa a visão e os ouvidos, tornando a alma incapaz de enxergar e de ouvir. Veja bem, não estou tratando do aspecto físico, porque neste aspecto tudo poderá estar funcionando maravilhosamente bem. Porém, Deus vê o homem no coração e é lá que tudo deve funcionar perfeitamente bem. O pecado faz com que todas as funções que o homem no coração deveria ficassem sem qualquer utilidade, pois com o pecado tudo no homem interior deixou de funcionar. Seus olhos estão cegos, os ouvidos surdos, os pés paralíticos, as mãos paralisadas, a mente em trevas e as emoções sob a mentira. O Salmo 115 afirma que a pessoa está como um ídolo mudo, surdo e inativo. Notemos o quanto o pecado em seu serviço aqui é operante e até mesmo diria que é soberano em suas maldades.
        O pecado também remove Deus da frente, porque para a natureza do pecado não há divindade que é onipotente, onisciente ou onipresente. No pecado tudo funciona com uma visão daquilo que podemos ver e tocar, tudo deve ser palpável na lei do pecado. O pecado, no máximo leva o homem a compreender as funções da alma, mas não passa disso, porque a alma tem suas funções com o uso do corpo. Mas no pecado não há a parte mais importante do homem que é o espírito. O corpo parece como uma casca de ovo, mas a alma habita em escuridão lá dentro. Por isso que o Salmista afirma acerca do ímpio: “...que não há Deus são suas cogitações”. É por isso que o homem no pecado vive assim, como se não houvesse Deus; o temor ao Deus vivo e verdadeiro é inexistente no homem que jaz no pecado, ele entende a divindade à luz daquilo que vê, sente e pensa em seu mundo de escuridão. Um homem pode cometer suas abominações, sem sequer imaginar que os olhos do todo-poderoso estão mirando seus atos abomináveis.
        Assim, Deus removido da mente e das emoções, por isso é de se esperar que a lei do pecado fará com que os homens criem outros deuses para si. Vemos que a nação de Israel, mesmo aprendendo tudo sobre a lei e tendo um histórico de milagres e poder da mão conquistadora de um Deus compassivo, ainda assim a preferência do povo era voltada aos seus ídolos, atitude de franca rebelião, blasfêmia e ousada rebelião. Eis o que a Palavra de Deus mostra acerca do pecado. Não há qualquer esperança no homem; não há qualquer possibilidade que ele volte por si mesmo para Deus, porque é impossível. Foi a graça que entrou trazendo luz em plena escuridão, a fim de mostrar aos homens que há um Deus que opera maravilhas nesse imenso mercado de escravos – o mundo.