quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

NÃO VERÁ A VIDA (2)


                        
“Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que porém permanece rebelde contra o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele” (JOÃO 3:36)
MOSTRA A CONDIÇÃO NA QUAL ESTÃO OS HOMENS NO PECADO.
        Uma vez dada a introdução procurarei entrar nos detalhes do texto. Lidemos com a preciosa palavra de Deus; chequemos a linguagem santa, examinando-a à luz da mentalidade divina, conforme Ele nos transmite em toda Escritura. Nunca devemos esquecer que a Palavra de Deus há de trazer contradição naquilo que ela mesmo ensina. O que parece ser contradição é devido nossa visão errada. Os erros doutrinários aparecem justamente porque ensinos são extraídos, não à luz da verdade conforme Deus fala em toda Palavra, mas sim porque elementos colocam seus raciocínios falazes, a fim de tentar fazer com que a Bíblia fale o que eles querem. Os judeus, por exemplo, viam apenas a letra das Escrituras e não o espírito que que as envolviam, por isso manifestavam ira e até mesmo disposição assassina contra o Senhor.
        “...quem crê no Filho tem a vida eterna...”. Quero que analisemos a palavra “vida”, a qual aparece no texto duas vezes. No Novo Testamento 3 palavras gregas aparecem traduzidas “vida”. A primeira que aparece em 1 João é a palavra “bios”, a qual trata-se do aspecto físico ou aparente da vida. O outro termo é “psique” e normalmente trata-se da alma. Esta palavra foi usada por Cristo para falar sobre esta vida que envolve a alma em sua ligação como corpo. Por exemplo, quando Ele fala do homem louco que ajuntou riquezas e disse para sua alma: “Come, bebe, folga e regala-te”. Ele usa o termo psique para referir a essa vida que termina aqui com a morte. Mas o termo usado em João 3:36 e em todo livro de João é a palavra grega “Zwê” que é usada para referir à vida que está acima de psique e bios; é a vida por excelência, a vida que há no Filho.
        Quando nascemos viemos ao mundo com “bios” e “psique”, a vida física e a vida da alma. Não trouxemos a vida que há no Filho. A entrada do pecado nos tornou homens naturais, homens físicos ligados à alma. Não trouxemos a vida que há no Filho, mas sim a vida que há em Adão. Noutras palavras, esta vida natural nos tornou daqui, da terrena e não do céu. Sem a vida que há no Filho, a vida verdadeira e eterna, para Deus o homem é um morto. A vida natural é fruto do pecado e em toda Escritura Deus mostra nosso estado de imundície, com o qual entramos neste mundo. Vejo como o movimento evangélico moderno tem feito de tudo para que todos sintam que são filhos de Deus, que podem orar, adorar e outras atividades religiosas. Mas quanto engano! O texto de João 3:36 deixa claro que “quem temo Filho, tem a vida...”. Significa que há diferença, que têm os que receberam a vida que há no Filho e os condenados. O texto afirma categoricamente que muitos não verão a vida.
        Para falar um pouco mais sobre nosso estado natural de imundos, precisamos ver alguns textos bíblicos que vão nos ajudar. Davi, quando se conscientizou do seu pecado e chegou em confissão perante Deus, ele pode compreender a realidade da imundície do pecado: “Eu nasci na iniquidade e em pecado me concebeu minha mãe”. Imediatamente ele pediu ao Senhor que o limpasse e o purificasse usando os rituais de purificação, conforme a lei (Salmo 51. Leia todo esse Salmo). Além disso vemos essa verdade claramente estampada em Isaías 64:6: “Mas, todos nós somos como o imundo...”. O Velho Testamento usa muita figura física de imundície, como o leproso e como a mulher no período da menstruação, a fim de enfatizar o estado no qual deixou o homem no pecado.
        Passei bem rápido por esses textos somente para lembrar meus leitores, que não há no homem a vida aceitável a Deus. Para Israel em Isaías 1 Ele ordena: “Purificai-vos!”. Para os discípulos em João 15 o Senhor diz: “Mas vós estais limpos pela palavra que vos tenho pregado”. Tudo isso e muito mais é para que saibamos que não há naturalmente em nós nada que atrai a simpatia de Deus.

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