sexta-feira, 28 de abril de 2017

DESCOBRINDO OS ELEITOS DE DEUS (6)

“Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes” (1 Coríntios 1:26-30)
QUEM DEUS ESCOLHEU (    versos 27 e 28).
        Deixemos de lado o mundo com sua mentalidade vã, a fim de olharmos para nosso Deus, e assim conhecermos de perto quem são os eleitos, conforme os versos 27 e 28. Uma lição de imensa importância é que os sábios, os poderosos e os de nobre nascimento estão envolvidos sim no grupo dos eleitos. Mas o fato é que houve grande mudança feita pela graça em suas vidas, de tal maneira que eles pensam e vivem como vivem os eleitos. Assim que um forte se converte ele se torna fraco; assim que um que antes se achava sábio e arrogante se converte a Cristo, imediatamente se tornou um louco. Assim que alguém de nobre nascimento se converte, ele mesmo passa a regozijar nas riquezas achadas em Cristo.      
        Mas a lição mais admirável que vem aos nossos corações é que Paulo utiliza o neutro na linguagem que ele usa no texto. A gramática grega difere da nossa gramática brasileira, porque para nós só tem masculino e feminino. No grego masculino e feminino refere-se a seres vivos, como pessoas e animais. O que não tem vida está situado no neutro. Quando Paulo fala acerca dos eleitos ele põe todos no neutro. Vemos isso nas expressões: “as coisas loucas”, “as coisas fracas”, “as coisas humildes”, “as desprezadas”, e “aquelas que não são”.  O que Paulo quer dizer com isso? Não é que o apóstolo esteja ignorando o fato que somos seres humanos e não meras coisas. O que ocorre é que Paulo está mostrando que aqueles que são chamados por ele para pertencer a igreja nada têm de valor aos olhos do mundo.
        Outro detalhe é que número 5 aparece na lista: as coisas loucas, as coisas fracas, as humildes, as desprezadas e as que não são. O número 5 é o número da graça; é a união do número 4 que na bíblia é o número do mundo com o número 1 o número de Deus. Assim formando a maneira como Deus atua em sua graça para salvar os pecadores aqui. Mas, voltando às coisas, vemos como Deus lida com os homens na salvação, porque ele pega essas “coisas” e as reduz à nada. Notemos bem o que acontece com os salvos: Eles são chamados no texto de “coisas loucas”, depois são chamados de fracos, depois humildes, depois de desprezados e no fim eis que o título dado a eles é de “aquelas que não são”. O que a graça de Deus nos mostra é que realmente quando pegamos essas cinco coisas e as somamos, o resultado é que somos exatamente nada. É esse o ministério da graça no mundo, mostrar que somos o equivalente a nada; que nada temos de valor, que para nada servimos e que o pecado nos fez desprezíveis e inúteis aos olhos de Deus, a fim de que em Cristo fôssemos tirados dessa vil condição.
        Caro leitor, que lição impressionante! Olhemos a igreja, vejamos de perto quem são aqueles que foram tirados do mundo a fim de pertencer a Deus para sempre. Olhemos os homens como ossos secos, que para servem; que Deus fez um milagre em suas vidas, operando neles a vida que há em Cristo pelo Espírito Santo e assim levantou um povo para si, a fim de enlouquecer este mundo com suas maravilhosas obras na salvação.

ADORANDO A DEUS EM VERDADE (2)

                                               Salmo 96:1-6
ADORAÇÃO AO SENHOR EM FORMA DE CÂNTICOS (vs.1,2).
        Minha tarefa hoje é entrar na primeira lição do Salmo 96, envolvendo os versos 1 a 6. O que o Espírito de Deus nos mostra logo de início é que esse Salmo é incrivelmente profético, porque envolve o serviço sacerdotal à todas as nações: “Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor todas as terras”. O propósito da salvação vinda de Deus envolveu todos os povos, foi essa a promessa que ele fez a Abraão, de abençoar por meio dele todas as nações. Os verdadeiros crentes desde a época da lei sempre se alegraram com essa verdade. Somente os incrédulos e rebeldes judeus tinham intenso ódio dos povos e sempre resistiram a essa verdade, mesmo vendo um Salmo como esse que estamos presenciando agora em nosso estudo.     
        O propósito de Deus na salvação é fazer com que pessoas de todas as nações lhe conhecessem, o Deus da salvação. O serviço sacerdotal não era para ficar apenas com os levitas, mas sim com sinceros crentes, porque todos os salvos foram chamados para esse maravilhoso serviço de adoração ao Senhor. A salvação tem em vista mostrar a glória de Deus; mostrar o quanto ele é soberano e como opera transformação nas vidas de judeus e gentios. Deus é glorificado quando bocas são abertas e lábios purificados, mostrando através de cânticos que homens e mulheres tiveram seus corações transformados, por essa razão podem agora cantar hinos de louvores ao Senhor.
        A primeira lição que emerge do texto é que cantar ao Senhor revela um milagre na vida. Neste mundo a música faz parte do viver de todos, mas ela revela também o quanto o pecado desviou o homem do propósito principal – a glória de Deus (Romanos 3:23). Quando entramos num mercado, quando ligamos o rádio, a tv. Quando homens estão cantando em bares, boates e no carnaval presenciamos com tristeza o fato que o mundo adora a mentira, pois suas músicas são inúteis e revelam o quanto a mentira domina as mentes, corações e sentimentos. Que tristeza e vazio envolvem este mundo! Não há qualquer sentimento para Deus; não se espera que os homens vão celebrar o nome do Senhor, mas sim proclamar o nome do diabo e revelar suas paixões por meio daquilo que cantam dia a dia.
        Nós mesmos lembramos o quanto estávamos envolvidos neste sistema enganoso, como nossas emoções estavam sob o controle do diabo e como seguíamos a mentira. Quando eu era adolescente, minha paixão era pela música da jovem guarda e a todo instante abria a boca para proclamar mentira, mesmo frequentando a igreja batista e cantando os hinos ali. Meu coração não era transformado, meus lábios não foram purificados, por isso amava tanto aquilo que o mundo tanto gostava.
        É óbvio que Deus não está pedindo a qualquer pessoa que celebre e cante louvores a ele, porque somente os salvos podem fazer isso. Alguém pode sim, cantar hinos belos, músicas evangélicas e ao mesmo tempo cantar os louvores deste mundo. Seus lábios não foram purificados na salvação. Não é que eles amam a Deus e amam o mundo. Lábio dividido, na realidade ama apenas o mundo e seu sistema, porque não pode amar ao mundo e a Deus ao mesmo tempo. O Salmo está referindo aos verdadeiros crentes, aqueles cujos corações foram santificados e que agora amam ao Senhor; aqueles que compreenderam a salvação em Cristo e que carregam no íntimo o temor ao Senhor. Tudo neles foi santificado, para que tudo funcione apenas para a glória de Deus.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

ADORANDO A DEUS EM VERDADE (1)

Salmo 96:1-6
        INTRODUÇÃO:              
        Hoje o que mais falam no meio evangélico é sobre adoração a Deus. É muito raro ouvir de cultos de oração ou de cultos evangelísticos, como também de escola dominical. O que mais ouvimos hoje é sobre adoração, como se evangelismo, oração e ensino bíblico não fosse adoração a Deus. O fato é que inventaram nomes de “levitas, adoradores”, mas podemos perceber que os verdadeiros crentes não se adaptam a esse sistema porque não condiz com a natureza da verdadeira adoração. Em João 4:24 o Senhor diz que Deus procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade. Isso é de grande significado para nós. Não estou declarando com isso que nós aqui estamos adorando melhor do que vemos aí fora, porque é bem provável que muitos que afirmam serem crentes nem sequer sabem do que realmente significa adorar a Deus. Nós pensamos que adoração é sinônimo de cantar, mas o cantar faz parte da adoração, assim como ouvir a mensagem, testemunhos, oração e servir uns aos outros.
        Tomo este texto, a fim de poder expor o que realmente significa adoração a Deus. Posso assegurar de antemão que adoração é todo nosso ser envolvido em Deus; é todo nosso ser consagrado a Deus, para amá-lo, admirá-lo e exaltá-lo aqui e para todo sempre, porque para isso fomos criados e fomos salvos. Adoração é algo do coração, caso contrário não é aceita por Deus. Adoração é dar a Deus o lugar de Deus na vida e envolve todo viver na igreja, no lar, no serviço e na escola. Quando chegamos aos cultos em nossa igreja já vamos com nossos corações sintonizados em temor e na disposição de oferecer sacrifícios vivos santos e agradáveis a Deus (Romanos 12:1). Não chegamos à igreja carregando conosco o fogo da carne, a fim de incendiar o lugar. Foi na oração que os apóstolos adoraram e Deus sacudiu o lugar onde eles estavam reunidos. Foi na  prisão que Paulo e Silas adoraram a Deus, em meio ao sofrimento e dores físicas, e assim Deus trouxe aquele terremoto que resultou na conversão do carcereiro (Atos 16).
        O Salmo 96 nos instrui nessa real adoração. É claro que fala de cânticos: “Cantai ao Senhor” e estamos imbuídos dessa verdade, porque nos deu vozes para que entoemos hinos de louvores a ele. Não queremos ser levado pela maré desse movimento moderno, cuja intenção é arrastar o mundo com seu sistema iniquo para dentro da igreja. Não estamos ambicionando imitar o mundo nem oferecer aquilo que o mundo gosta, somente porque queremos ter a multidão conosco. Num país da Europa onde o comunismo ocupou, eis que alguns homens armados entraram numa igreja e disseram aos que ali estavam: “Quem não quiser morrer saia agora”. Vários saíram devido ao medo, mas alguns ficaram. Então aqueles homens entraram, fecharam a porta atrás de si e deixaram suas armas de lado, então se apresentaram aos que ficaram dizendo: “Nós também somos crentes, mas nós queremos ficar somente com os verdadeiros crentes aqui”. Isso é adoração verdadeira.
        Minha esperança é que eu possa ajudar meus leitores com a verdade tão preciosa sobre adoração a Deus, conforme o Espirito Santo nos ensina nesse texto do Salmo 96. Anseio que passemos um bom tempo juntos nesse lugar santíssimo; que nossos corações sejam ocupados de alegria, temor e de santa adoração. Queremos viver assim, agradando ao Senhor em tudo e não carregando conosco nenhuma munição mundana, mas somente aquilo que vem da palavra, a fim de oferecer ao Senhor os sacrifícios que lhe agradam.

 

 

DESCOBRINDO OS ELEITOS DE DEUS (4)

“Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes” (1 Coríntios 1:26-30)
EXAMINANDO OS VOCACIONADOS À SALVAÇÃO (verso 26)
        Os muitos poderosos. Refere-se aos que têm posição neste mundo. Normalmente os poderosos deste mundo são também arrogantes devido à posição elevada. Somente Deus pode controlar os corações daqueles que estão em eminência, a fim de que não venham a dominar a população. Daniel aproveitou a ocasião favorável, quando pode interpretar o segundo sonho de Nabucodonosor, e assim exortá-lo a mudar sua atitude, usando de misericórdia em favor de um povo sofrido, sobre o qual agia de forma tirânica (Daniel 4). Deixados soltos, eis que satanás tende a elevar a soberba dos poderosos, como ocorreu com o Faraó nos dias de Moisés. Vemos com que arrogância ele desafiou Deus e foi assim puxado pela ira do Senhor em direção às profundezas do mar vermelho.
        Nem todos os poderosos são arrogantes. José subiu ao trono, mas essa posição em nada contagiou seu coração, porque pela graça ele pode entender que foi Deus que o elevou à condição de governador do Egito, a fim de servir ao mundo e à sua família, conforme ele mesmo fala acerca disso em Gênesis 45. Normalmente não vemos elementos revestidos de honras terrenas sendo participantes da igreja de Deus. Mas quando eles conhecem o evangelho, mesmo dentro de uma igreja o viver deles tem que ser adaptado à igreja de Deus e nunca ao contrário. Já vi igrejas dando posição de honras aos que estão em eminência neste mundo, só por causa de sua posição. É claro que se são homens espirituais, então devem trabalhar na igreja de Deus exercendo seus dons para o bem da igreja. A luz da graça e da santidade de Deus na igreja há de apagar as toscas lanternas que fantasiam e que tanto glorificam os homens revestidos de poder neste mundo. Se a mensagem do evangelho não levar o homem à humilhação perante Deus, então é certo que indivíduos assim serão motivos de tropeço no meio do simples povo de Deus.
        Os de nobre nascimento referem-se àqueles que pertencem à nobreza. Normalmente as riquezas são o galardão deles e neste mundo eles já receberam sua coroa de honras, dada pelos homens. Moisés ignorou essa posição e preferiu olhar para o sofrido povo de Israel, porque almejava o galardão celestial. A família do Senhor neste mundo é sofrida, detestada e perseguida aqui. Então, quem é de nobre nascimento deve estar situado em sua condição de pertencer ao povo de Deus, caso se converta a Cristo. O evangelho nos posiciona como novos nascidos de Deus, nascidos do céu, conforme o Senhor mostra em João 3 para Nicodemos. Na igreja não há lugar para as honras terrenas, nem para os ambiciosos por poder e nome. Na igreja somente o Senhor é glorificado e os salvos são aceitos nele.
        Assim podemos compreender que aqueles que compõem a igreja de Deus aqui nada possuem daquilo que o mundo tanto busca. Na igreja os dons são dados para servir uns aos outros; os que são pastores e diáconos, realmente estão ali para servir humildemente ao povo de Deus. O reino de Deus é diferente do reino terreno, porque quem quiser ser grande terá que ser o menor. Foi essa a atitude do Senhor Jesus, o qual deixou o céu e veio ao mundo para nos servir. Devemos nós ser diferentes?

quarta-feira, 26 de abril de 2017

DESCOBRINDO OS ELEITOS DE DEUS (3)

“Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes” (1 Coríntios 1:26-30)
EXAMINANDO OS VOCACIONADOS À SALVAÇÃO (verso 26)
        Minha esperança é que a introdução tenha sido útil para a compreensão do que vem a seguir na compreensão do texto. Vamos examinar o verso 26, porque ali somos ensinados a forma como o mundo gostaria de ver uma igreja. Sem perceber o perigo, eis que os irmãos de Corinto estavam puxando o mundo para dentro da igreja. Por isso Paulo nos leva a investigar as coisas de uma forma negativa nesse texto: “Irmãos, reparei, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento”. Incrível! Vemos o quanto Deus lança fora tudo o que as pretensões do mundo e da carne no que diz respeito à sua igreja. Sendo assim creio que é de grande proveito examinar melhor o texto.
        Notemos bem que Paulo não está excluindo os poderosos os sábios, os poderosos e os de nobre nascimento. Paulo está mostrando que ao olharmos aqueles que compõem a igreja, veremos que eles não são muitos, mas sim a minoria. Mas tem outro detalhe aqui, é que quando os sábios, os poderosos e os de nobre nascimento entram na igreja, imediatamente eles não são mais os mesmos. Notemos primeiramente os sábios. Trata-se da sabedoria humana, daquilo que impressiona os mundanos de tal maneira que eles acreditam ser de imensurável valor, especialmente a sabedoria religiosa. Para o mundo religioso daquele tempo, Saulo era um homem extraordinário, cheio de conhecimento, mas quando se converteu, eis que toda soberba feneceu e tudo isso caiu aos pés de um homem que passou a conhecer e temer o Senhor.
        Foi assim também com Moisés, pois seus conhecimentos e suas habilidades egípcias de nada serviram. Para a população ele seria um grande vulto na liderança da nação como um Faraó. Por essa razão Deus fez com que Moisés ficasse humilde ao viver com os midianitas durante quarenta anos. Assim que viu o Senhor e foi chamado para livrar os israelitas da tirania de Faraó, ali estava um homem realmente sábio, cheio do temor do Senhor e pronto para sofrer com o humilde povo de Israel. Assim percebemos o quanto esse pensamento tão idolatrado no mundo é abominável ao Senhor, por isso não pode entrar na igreja, como estava acontecendo em Corinto. Até mesmo a sabedoria teológica pode ser contaminada pela paixão mundana, pelo querer ser visto, ter fama, nome e glórias aqui. Por essa razão os que são chamados à pregação e ensino bíblico devem aprender na oração e súplica o que realmente significa dar a glória ao Senhor em tudo. Aprendemos com Daniel que o Senhor lhe atendeu nas súplicas e intercessões a humilhar-se perante Deus.
        O que para o mundo é ouro, Deus considera como barro; o que é glória humana, não passa de abominação para Deus. Quando olhamos para a igreja do Senhor não vemos no meio do povo de Deus nenhuma cabeça de ouro nem de prata, mas sim todos, homens e mulheres feitos do puro barro e erguidos pela graça de Deus, mesmo na diversidade de personalidade e em meio à cultura. O que vemos é o Senhor, sendo ele o Senhor de todos, governando mentes, corações e sentimentos para sua glória e louvor.

A CONFISSÃO DE VIDAS SANTAS (14 de 14)

“Eu sou do meu amado e o meu amado é meu; ele pastoreia entre os lírios” (Cantares 6:3)
ESSA CONFISSÃO É REAL NA VIDA DE TODOS.
        Finalizo mostrando o fato que a confissão faz parte itinerante no viver do crente. Se houve salvação, então é certo que essa marca de temor e reverência está gravada na vida daquele que é salvo. Se o que ocorreu foi apenas uma decisão verbal de aceitação a Cristo, certamente será um acontecimento que nada terá de valor no coração e que com efeito de nada servirá para o viver. Cristo se manifestou para amar um povo e tomar esse povo para si, a fim de guia-lo e conduzi-lo neste mundo, em plena vitória contra o mal. Por essa razão afirmo que se o amor ao pecado permanece no viver, a confissão será revelada pelos lábios e pela forma como anda. O amor é algo singular, não podemos amar a Cristo e ao pecado ao mesmo tempo, assim como um homem não pode amar sua esposa e outra mulher; isso não é amor, mas sim egoísmo. Isso significa que a confissão haverá, ou de amor a Cristo ou de amor ao pecado.
        Digo mais que satanás de forma esperta sempre aproveita para lidar com a fé falsa. Se houver brecha na vida é ali que o ladrão entra, por essa razão a confissão sempre será revelada sua face real, se ama a Cristo ou não. Muitos são descobertos pelo amor ao mundo, porque facilmente deixam a igreja, o povo de Deus, a palavra, a vida de oração e santificação. Secretamente habita em seu ser sua confissão do quanto ama o mundo e que está pronto para gastar seus bens, tempo e força com aquilo que o mundo oferece e que tanto a carne gosta. Ora, o Senhor não tem lugar num coração assim; sua luz não brilha nesse coração e assim o Senhor é desprezado, mesmo que a boca fale que ama.
        Ora, nosso salvador é também nosso Senhor. Ele não é um mero agente que salva alguém e abandona o objeto que ele salvou. Ele é apresentado na bíblia como aquele que o Pai elevou como Senhor. Isso significa que ele veio para reinar no coração e dirigir a vida de homens e mulheres neste mundo, a fim de que todos vejam como ele implanta seu senhorio neles. O que vejo hoje são homens e mulheres negando esse senhorio, porque não há temor, submissão e respeito. Cristo veio erguer os salvos, apresentando-os ao mundo como verdadeira raça de verdadeiros homens e mulheres, revelando assim a diferença entre o que fez o pecado e o que faz a graça salvadora. Por isso, se o amor é somente a Cristo, essa confissão há de transparecer no viver. É claro que os crentes estão cheios de falhas, de subidas e descidas. Mas a confissão está acompanhada sempre de humildade e dependência de Deus na vida. O crente é alguém transparente, porque é o que é, sempre revelando seu desejo em crescer e seu desejo de conhecer melhor seu Senhor.
        Mas importa que saibamos que essa confissão acontece a partir da conversão do pecador: “Se com tua boca confessares a Jesus como Senhor...” (Romanos 10:9). Ninguém nasce com essa confissão em seus lábios. A mudança ocorre quando Deus opera o novo nascimento e a alma de fato passa a ser de Cristo. É esse o encontro mais glorioso que existe, algo inexplicável para o mundo. Cristo com seu sangue comprou um povo para si. Na vida desse povo tudo mostra o quanto a salvação é eficaz, pois Cristo destruiu toda obra do pecado e do diabo, a fim de que homens e mulheres mostrem com seus lábios e obras que não mais pertencem a satanás; que agora estão livres para amar a Cristo, livres para confessá-lo dia a dia, livres para amá-lo e louvar seu grande nome em face dessa salvação. Os anjos estão admirados com essa confissão e o mundo está petrificado com a presença da igreja na face da terra. Homens e mulheres estão declarando que foram salvos e que querem viver por Cristo, querem santificar mais suas vidas, a fim de servir melhor ao Senhor, até que sejam levados definitivamente para o lar celestial, onde estarão com o Senhor, a fim de desfrutar para sempre do seu amor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 25 de abril de 2017

DESCOBRINDO OS ELEITOS (2)

“Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes” (1 Coríntios 1:26-30)
INTRODUÇÃO:
         O que estava acontecendo na igreja de Corinto é que um pecado trouxe outros, um abismo chamou outro abismo. Por isso foi necessário que Paulo chegasse com santa intervenção, a fim de livrar aqueles crentes de um verdadeiro caos que tomou conta da igreja. Para isso o que Paulo fez? Ele simplesmente começou sua carta mostrando que quando esteve ali foi um homem de uma mensagem só – a mensagem da cruz. Ele não mostrar ser competente em falar de assuntos que tanto agradam a carne; não procurou mostrar ser um grande vulto em conhecimento, tudo para que a fé deles não fosse firmada em Paulo. A solução perfeita para isso foi a mensagem de “Cristo crucificado”.
         Assim Paulo, como que convoca a liderança da igreja, a fim de ver que aqueles irmãos que vinham de suas casas para assistir os cultos; aqueles que ali estavam sempre presentes, cantando, ofertando e adorando a Deus, não eram elementos segundo o pensamento mundano. Ali estavam pessoas simples, empregados, escravos, homens e mulheres simples. É claro que tinham ali advogados, médicos, ricos, fazendeiros e até mesmo políticos, mas que a maior parte era constituída de pessoas simples, assim como vemos em geral nas igrejas: “Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento” (verso 26). O fato é que se o grupo de pessoas da igreja fosse escolhido por mim ou por qualquer outro, certamente faríamos a escolha conforme o padrão do mundo, porque escolheríamos aqueles que nos agradasse.
         Mas a verdade é que o chamado não é feito por mim, nem por outro líder religioso, mas sim por Deus, porque é ele quem chama. Se tivéssemos que chamar alguém, certamente usaríamos nossas habilidades, atrairíamos aqueles que têm dinheiro ou que são revestidas de inteligência e competência para fazer o trabalho avançar. O fato é que sendo Deus quem chama, ele mesmo tem o modo soberano dele de fazer isso e esse método está completamente distante de nosso modo de conceber as coisas. Paulo fala sobre isso quando afirma que a mensagem que ele pregava era a mensagem da cruz, exatamente oposta aos pensamentos naturais.
         O mundo aprecia seu sistema religioso, o qual é revestido da sabedoria deste mundo. Vemos o quanto os mundanos acolhem essas coisas, como ricos e pobres, sábios e ignorantes, fracos e fortes, todos estão juntos num só pensamento e emoção para aceitar o sistema religioso. A estátua feita por Nabucodonosor revela essa unidade mundial, porque todos se curvaram para adorar a imagem feita pelo rei, exceto os três amigos de Daniel (Daniel 3).
         Assim podemos nós entender aos poucos qual é o método de Deus para chamar seus escolhidos. Firmemos nossas vidas na verdade revelada, porque a glória é de Deus na salvação do seu povo. Entendendo essas verdades, certamente estaremos firmados na graça e aprendendo a andar humildemente com ele aqui.

A CONFISSÃO DE VIDAS SANTAS (13)

“Eu sou do meu amado e o meu amado é meu; ele pastoreia entre os lírios” (Cantares 6:3)
É UMA CONFISSÃO DE UM AMOR RECÍPROCO: “E Ele é meu”.
        Essa confissão também revela que há plena satisfação em Cristo, que aquilo que o mundo oferece e que tanto é buscado para a satisfação da carne nada tem de utilidade para uma alma feliz. A confissão: “...e ele é meu” não significa que os salvos desprezas as coisas daqui, mas sim que elas são usadas como motivo de adoração ao Senhor e não como fonte de felicidade. Os salvos veem em tudo o amor do Senhor por eles e como o Senhor lhes protege, suprindo-lhes as necessidades. Foi isso o que Paulo aprendeu quando disse aos crentes de Filipos que aprendeu a viver contente em toda e qualquer situação. Os santos aprendem a fazer diferença entre o que é permanente, daquilo que é apenas passageiro. O que temos aqui pode ser bom, mas em nada ocupa um coração satisfeito em Cristo, por essa razão compreende quando Deus está usando tudo, sofrimento, provação, tristezas, etc. a fim de rasgar esse véu visível e assim revelar a excelência daquilo que é eterno e permanente.
        É óbvio que essa confissão mostra uma vida de santidade, e santidade nada mais é do que andar com o Senhor, em plena dependência a ele. Santidade verdadeira mostra que somos dele, separados para ele, vivendo do amor e da segurança dele, cheios da esperança de que ele virá nos buscar, a fim de morar com ele para sempre. A alma segura é aquela que sabe que não está sozinha aqui, que não se atreve a agir conforme pensa e deseja na carne. Em Gênesis é dito acerca de Enoque, que ele andou com Deus, assim como Noé também andou. A santidade indica que o crente em nada tem intenção de agradar os homens aqui, pois anseia agradar a Deus em tudo. Santidade é na prática a presença do temor ao Senhor no viver e que demonstra crescimento em consagração.
        Tal verdade também mostra firme esperança. Os crentes aguardam a perfeição; eles sabem bem que jamais obterão um estado perfeito nesta vida. Eles bebem das promessas e estão firmados naquilo que o Deus que não pode mentir lhes prometeu. Assim aguardam o momento quando serão transferidos deste mundo para a glória além. Foi isso o que Paulo quis dizer: “Meu desejo é partir e estar com Cristo”. Também, essa confissão mostra o quanto a vida cristã é cheia de coragem. Não há maior encorajamento para uma esposa, do que saber que seu marido está presente e que a protege. Assim a igreja vive neste mundo, ela é como a mulher virtuosa de Provérbios 31. Os santos não têm medo, eles são corajosos, e quando sobrevém o terror eles sabem em quem confiar. É verdade que eles enfrentam perigos terríveis, porque essa confissão: “...e ele é meu” resulta em ódio da parte dos mundanos. Crentes sinceros têm experimentado aflições até mesmo da parte de parentes e amigos, especialmente quando o mundo aumenta suas transgressões.
        O mundo não gosta de ser desprezado, não tolera ver que têm pessoas que não seguem seus caminhos pervertidos, por essa razão tentam apagar qualquer luz que venha brilhar perto deles. O mundo tentam os crentes, armando ciladas e arapucas, a fim de que eles caiam. Eles fazem festas quando percebem que um santo caiu em tentação. Mas somente essa confissão: “...e ele é meu” pode frustrar e anular os planos do maligno. Não há como vencer o mundo sem essa verdade no íntimo; não há poder algum na carne contra as seduções daqui. José fugiu da perversa mulher de Potifar porque se apegou ao Senhor: “...cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?” (Gênesis 39:9).
        Que resposta bendita aos nossos santos anseios em viver para o Senhor! O poder da graça aparece para encher nosso coração dessa firme confissão e assim engrandecer o nome do Senhor neste mundo perverso.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

DESCOBRINDO OS ELEITOS (1)

“Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes” (1 Coríntios 1:26-30)
INTRODUÇÃO:      
        Realmente Deus não deixou claro em sua palavra quais são os eleitos e qual é a quantia. Em Apocalipse está claro que o número é de milhões e milhões, milhares e milhares. Por centenas e milhares de anos que Deus tem lidado com os pecadores neste mundo para salvá-los do pecado e assim leva-los ao céu e ainda vemos que sua porta de salvação continua aberta e que sua misericórdia continua acesa como o sol, irradiando sua força salvadora para milhares no mundo inteiro, mesmo em nossos dias, quando parece que o fim está próximo e que o rugido do anticristo pode ser ouvido no mundo inteiro.
        Porém, Deus nos concede pistas, a fim de que descubramos quem são os eleitos de Deus. Enquanto os adoradores do anticristo têm suas marcas indeléveis na mão e na testa, aqueles por quem Cristo se entregou na cruz podem mostrar que têm seus corações marcados pela humildade e confissão perante Deus. Nosso Senhor deixou claro aos judeus que ele tinha suas ovelhas e que elas mostravam ser suas ovelhas porque ouviam sua voz, eram suas seguidoras e que ele as conhecia. Paulo diz também que os são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências. Assim vemos o quanto a bíblia nos mostra as claras evidências dos eleitos perante nossos olhos, por meio de suas vidas transformadas. Por outro lado, estamos certos do fato que a igreja também sempre esteve cheia de elementos que no decorrer do tempo mostraram que não pertencem a Cristo. Muitos se afastam, voltando para o mundo; muitos mostram que são bodes e não ovelhas; muitos mostram que nada desejam da palavra e que seus corações permanecem endurecidos no tocante à palavra.
        Mas quero tomar oficialmente a passagem de 1 Coríntios 1, a fim de mostrar, creio eu, com mais clareza como podemos descobrir os eleitos de Deus. Apesar de ser uma carta carregada de exortações apostólicas para uma igreja cheia de problemas sérios, eis que a carta está cheia de impressionantes lições práticas e doutrinárias para nós, que vivemos dias ainda piores do que viveram os crentes de Corinto. O que ocorreu ali foi que aqueles irmãos tinham abandonado a fé simples no salvador e estavam envolvidos com a sabedoria humana. A igreja ali estava dividida, pois tinha um grupo que admirava Paulo, outro era seguidor de Apolo, outro grupo mais humilde gostava de Pedro e alguns mais “espirituais” diziam que seguia a Cristo. Claro que essa foi a brecha achada por satanás para minar a unidade do rebanho e empurrar mais pecados e confusões dentro da igreja, tornando aquele povo nitidamente arrogante, assim como acontece quando os erros começam a tomar a vida dos crentes.
        Meu sincero desejo é ajudar meu povo; é fazer com que todos tenham discernimento da verdade; é tornar ainda mais conhecido o trabalho do Senhor em sua soberana atuação na vida dos pecadores. Que sejamos livres dos erros sutis que invadem as igrejas, fazendo com que falsos crentes venham fazer parte, associando com os verdadeiros crentes. Que o avivamento venha e que muitos realmente se arrependam e de fato venham a se converter de todo coração ao Senhor e Salvador.

 

A CONFISSÃO DE VIDAS SANTAS (12)

“Eu sou do meu amado e o meu amado é meu; ele pastoreia entre os lírios” (Cantares 6:3)
É UMA CONFISSÃO DE UM AMOR RECÍPROCO: “E Ele é meu”.
        Certamente a recíproca é verdadeira no tocante ao amor do Senhor pelos seus santos, porque eles vão confessar com suas bocas: “...e ele é meu”. Mas quero deixar bem enfatizado aqui que isso só pode ocorrer pela fé, caso contrário tudo funcionará sob o exercício e controle da carne. A fé verdadeira se estriba na palavra, assim como um uma locomotiva tem força para puxar muitos vagões. A fé tem como combustível a força da verdade que foi revelada. A felicidade cristã não funciona conforme a mentalidade sentimental dos homens, porque os crentes vivem em obediência e não empurrados pelas circunstâncias emocionais.
        Sendo assim a reciprocidade que aparece no verso: “...e ele é meu” significa que habita no coração santificado a verdadeira felicidade mobilizada pela fé. Notemos bem o que diz o Salmo 32:11: “Alegrai-vos no Senhor...”. Veja bem que o Espírito Santo está dando ordem aos crentes, para que eles se alegrem no Senhor. A vida cristã é algo do coração e toda luz da verdade brilha lá dentro. Nossa alegria nem sempre é perceptível, porque por fora às vezes tudo parece que está sendo desmanchado pelas circunstâncias, mas a alegria do salvo permanece como o sol mantém seu brilho, não obstante às nuvens que o encobrem. Esse é o que realmente significa “...e ele é meu”. A fé genuína sabe que Deus nos deu seu Filho; que Jesus é suficiente às nossas almas; que achamos nele toda riqueza, conforto, salvação, paz, ternura, amizade, liderança, convicção, segurança, perdão e aceitação.
        “...Ele é meu” a todo instante, não só por um tempo; não somente quando estou na igreja ou cercado por amigos e parentes. “...Ele é meu” quando os terrores deste mundo nos cercam; quando estou só e parece que tudo aqui vai desmoronar. “...Ele é meu” quando a pobreza e miséria ameaçam nossa existência aqui, quando a enfermidade parece estar acenando para a chegada da morte. A fé está cercada de santas promessas e toma posse delas como que tivesse em mãos um cheque com a assinatura do Senhor. Eu posso lembrar-me de minha idosa mãe, quando estava sozinha em casa, após a morte do meu pai. Nada mais trazia satisfação à sua alma, nem filhos, nem dinheiro, nem qualquer possessão terrena. Por fora era uma alma angustiada, triste e insatisfeita, até mesmo com o falso evangelho que ouvia na igreja onde frequentava. Mas assim que a morte chegou e tocou a campainha de sua vida, eis que ela pode dizer em confissão: “Jesus veio me buscar”.
        Claro que a alegria pode ser estampada em nossos rostos. Não vivemos constantemente sob o peso esmagador das circunstâncias desfavoráveis. Mas é claro que não nos estribamos na aparência e nem forçamos a situação, para que tudo permaneça sempre favorável. Mas o fato é que os crentes sabem que qualquer pecado aqui faz com que tudo se torne insuportável contra a alegria cristã. Há um hino antigo que o autor diz o seguinte: “Vencendo a tentação, contente viverei”. Se quisermos ter corações alegres constantemente, temos que vencer qualquer tentação na vida e manter nosso ser submisso ao Senhor, caso contrário as decepções caminharão ao nosso lado, porque não desfrutaremos das maravilhas daquilo que Deus fez por nós, por meio do seu Filho. Ou estamos satisfeito no Amado, ou flutuaremos nas ondas constantes deste mundo levado pelas correntes do mal. Cristo se manifestou não somente para ser nosso salvador e nos levar para o céu, mas também para ser em nós tudo o que precisamos, conforme as palavras de um antigo hino:
                Com Cristo estou contente, ele me satisfaz.
                Com esse amor do Salvador, agora estou contente!

sexta-feira, 21 de abril de 2017

O REI DA GLÓRIA (14 de 14)

“Eu sou do meu amado e o meu amado é meu; ele pastoreia entre os lírios” (Cantares 6:3)
É UMA CONFISSÃO DE UM AMOR RECÍPROCO: “E Ele é meu”.
        Esforcei-me para mostrar o primeiro lado da confissão, como se olhássemos para um só lado da moeda: “Eu sou do meu amado...”. Vimos nessa santa confissão a gloriosa doutrina da salvação, mas vista de uma forma prática, conforme nos é ensinado em toda Escritura: “Vós em Cristo”. É nessa posição de eterna glória que os crentes são achados, ocultos nele, amados nele, santificados nele, glorificados nele, aperfeiçoados nele e nele feitos herdeiros de Deus. Por causa dessa misteriosa posição é que faz com que satanás fique intrigado e tanto odeia os santos. É por causa dessa condição que o mundo vê os crentes como pessoas inexplicáveis à luz da religião mundana.
        Mas o verso não mostra apenas o lado posicional do crente; não vemos apenas um lado da moeda. A vida cristã, como um trem, corre sobre os trilhos da posição e do viver do crente: “Vós nele” e “Ele em vós”. Nele aceitação, ele em nós, poder. Nele justificação, ele em nós, santificação. Assim vivem os santos e se não for assim tudo não passará de mera exibição e formalidade religiosa. Sem essa estrutura montada na eleição, não há como entender as maravilhas da graça nem o real motivo da entrega do Senhor na cruz em favor do seu povo. Sem esse entendimento seremos tomados pelo forte humanismo, e seremos levados pela força da carne, numa tentativa vã de viver a vida cristã cheia de altos e baixos. Então, é necessário que envolvamos nossa mente e afeição nesse assunto: “...e ele é meu”. Por essa razão farei tudo para que meus leitores tenham real entendimento dessa verdade e assim suas vidas possam crescer nessa santa e contínua confissão.
        A primeira lição é que essa confissão: “e ele é meu”  mostra profunda e inexplicável alegria no coração do crente. Não há tesouro maior do que ter sido achado pelo Senhor e ele ser nossa riqueza, força, poder e graça na caminhada nossa, rumo ao céu. O evangelho moderno não apresenta Cristo como a riqueza suprema do salvo, mas sim os benefícios materiais. Jesus não passa de um salvador, o qual veio ao mundo para livrar os homens dessa situação de miséria material. Esse humanismo é manifestado de várias formas nos cultos e nas mensagens mormente pregadas em nossos dias tão carregados de mentiras. Mas a verdade é que a salvação é mais do que receber uma garantia do céu; é Cristo vindo para habitar no salvo; é sua presença constante; é o Espírito de Deus fazendo com que sejamos revestidos dele, a fim de revelarmos ao mundo a glória do Senhor. Essas lições são eminentemente práticas, especialmente nas cartas.
        Então, “e ele é meu...” significa que somos as pessoas mais felizes, satisfeitas, ricas e bem-aventuradas que andam neste mundo. Em nada significa ganho aqui, mas sim um ganho desconhecido e não palpável para o mundo. Significa que habita no salvo aquele em quem habita toda plenitude da divindade. Toda nossa miséria aqui consiste no fato que não queremos nos ocupar com a palavra. Não temos tempo para nos envolver com as riquezas que nos foram dadas, riquezas que nunca vão embora e que aqui são apenas um pouquinho daquilo que os santos vão herdar na glória para sempre.
        Todo nosso problema é que estamos envolvidos com um cristianismo meloso, sentimental. Nossa fé é colocada na “gaveta”, para pautar um viver baseado naquilo que sinto, e não naquilo que está escrito. A fé que professam hoje em nada condiz com a verdadeira fé, a qual nos transporta da alegria na salvação para a alegria no dia a dia. Não entendemos que “Ele é meu”, da mesma maneira que somos dele. Devemos saber o quanto essa verdade fornece a arena de combate para os exercícios da fé, e assim glorificarmos nosso Senhor por meio do nosso viver enquanto estivermos neste mundo.

A CONFISSÃO DE VIDAS SANTAS (11)

“Eu sou do meu amado e o meu amado é meu; ele pastoreia entre os lírios” (Cantares 6:3)
É UMA CONFISSÃO DE UM AMOR RECÍPROCO: “E Ele é meu”.
        Esforcei-me para mostrar o primeiro lado da confissão, como se olhássemos para um só lado da moeda: “Eu sou do meu amado...”. Vimos nessa santa confissão a gloriosa doutrina da salvação, mas vista de uma forma prática, conforme nos é ensinado em toda Escritura: “Vós em Cristo”. É nessa posição de eterna glória que os crentes são achados, ocultos nele, amados nele, santificados nele, glorificados nele, aperfeiçoados nele e nele feitos herdeiros de Deus. Por causa dessa misteriosa posição é que faz com que satanás fique intrigado e tanto odeia os santos. É por causa dessa condição que o mundo vê os crentes como pessoas inexplicáveis à luz da religião mundana.
        Mas o verso não mostra apenas o lado posicional do crente; não vemos apenas um lado da moeda. A vida cristã, como um trem, corre sobre os trilhos da posição e do viver do crente: “Vós nele” e “Ele em vós”. Nele aceitação, ele em nós, poder. Nele justificação, ele em nós, santificação. Assim vivem os santos e se não for assim tudo não passará de mera exibição e formalidade religiosa. Sem essa estrutura montada na eleição, não há como entender as maravilhas da graça nem o real motivo da entrega do Senhor na cruz em favor do seu povo. Sem esse entendimento seremos tomados pelo forte humanismo, e seremos levados pela força da carne, numa tentativa vã de viver a vida cristã cheia de altos e baixos. Então, é necessário que envolvamos nossa mente e afeição nesse assunto: “...e ele é meu”. Por essa razão farei tudo para que meus leitores tenham real entendimento dessa verdade e assim suas vidas possam crescer nessa santa e contínua confissão.
        A primeira lição é que essa confissão: “e ele é meu”  mostra profunda e inexplicável alegria no coração do crente. Não há tesouro maior do que ter sido achado pelo Senhor e ele ser nossa riqueza, força, poder e graça na caminhada nossa, rumo ao céu. O evangelho moderno não apresenta Cristo como a riqueza suprema do salvo, mas sim os benefícios materiais. Jesus não passa de um salvador, o qual veio ao mundo para livrar os homens dessa situação de miséria material. Esse humanismo é manifestado de várias formas nos cultos e nas mensagens mormente pregadas em nossos dias tão carregados de mentiras. Mas a verdade é que a salvação é mais do que receber uma garantia do céu; é Cristo vindo para habitar no salvo; é sua presença constante; é o Espírito de Deus fazendo com que sejamos revestidos dele, a fim de revelarmos ao mundo a glória do Senhor. Essas lições são eminentemente práticas, especialmente nas cartas.
        Então, “e ele é meu...” significa que somos as pessoas mais felizes, satisfeitas, ricas e bem-aventuradas que andam neste mundo. Em nada significa ganho aqui, mas sim um ganho desconhecido e não palpável para o mundo. Significa que habita no salvo aquele em quem habita toda plenitude da divindade. Toda nossa miséria aqui consiste no fato que não queremos nos ocupar com a palavra. Não temos tempo para nos envolver com as riquezas que nos foram dadas, riquezas que nunca vão embora e que aqui são apenas um pouquinho daquilo que os santos vão herdar na glória para sempre.
        Todo nosso problema é que estamos envolvidos com um cristianismo meloso, sentimental. Nossa fé é colocada na “gaveta”, para pautar um viver baseado naquilo que sinto, e não naquilo que está escrito. A fé que professam hoje em nada condiz com a verdadeira fé, a qual nos transporta da alegria na salvação para a alegria no dia a dia. Não entendemos que “Ele é meu”, da mesma maneira que somos dele. Devemos saber o quanto essa verdade fornece a arena de combate para os exercícios da fé, e assim glorificarmos nosso Senhor por meio do nosso viver enquanto estivermos neste mundo.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

O REI DA GLÓRIA (13 de 14)

                                                     SALMO 24
A APRESENTAÇÃO DO REI DA GLÓRIA.
        Em seguida vem a resposta à indagação: “Quem é o Senhor da glória?”. Cristo é, de fato motivo das indagações do mundo. Desde o Velho Testamento ele aparece na figura do maná e o termo “maná” significa “O que é isto?”. Quando veio ao mundo e aqui andou foi também motivo de interrogações: “Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?”. O mundo nada tem de resposta acerca do Rei da glória, porque ele não é da terra, mas sim do céu. O mundo tem resposta para o cristo do mundo, mas não para aquele que foi enviado de Deus aos pecadores. Assim ele continuará sendo esse motivo das indagações de muitos e o mundo jamais terá a resposta.
        Mas para os pecadores arrependidos, chamados pela graça para a salvação, a resposta virá, assim como veio para o perseguidor Saulo de Tarso: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues” (Atos 9:5). Que manifestação de graça da parte do Senhor em relação aos pecadores! Vemos como ele se comunica com os homens, enquanto satanás se esconde nas trevas. Vemos como ele se apresenta como o Salvador e Senhor; como Rei que há de reinar nos corações dos remidos. Ele se manifestou para isso, ele se tornou Homem, a fim de falar ao coração dos homens. Ele se apresenta aos pecadores com respostas bem claras e definidas, de acordo com aquilo que os homens precisam saber a seu respeito. Ele apresenta seu documento de identidade, o grande EU SOU, e foi com essa identidade que revela, não somente sua importância, como também sua suficiência aos homens.
        Tudo o que os pecadores precisam é achado no Senhor. Ele afirma ser “o Caminho”, e isso significa que não há outro para conduzir o pecador a Deus e fazê-lo transitar rumo ao céu. Ele se apresenta como sendo “a Porta”, o “Bom Pastor”, a “luz do mundo”, e assim, numa simples identidade podemos reconhecer o Rei da glória como sendo tudo o que a alma precisa aqui e na eternidade. Em Colossenses Paulo afirma que “nele habita toda plenitude da divindade”. Isso significa o quanto ele é precioso; o quanto uma alma se torna bem-aventurada, quando Cristo entra ali para reinar no coração. Os que creram nele, como sendo o Senhor da glória, aquele que veio ao mundo para ser salvador dos pecadores, esses foram salvos. Que resposta gloriosa temos no Salvador para nossas tremendas necessidades de salvação, de viver vitoriosamente aqui e de entrar no céu!
        Mas é nosso dever aqui examinar o fato que ele é apresentado como sendo o “Senhor dos exércitos”. Que resposta para nossas pobres almas! O que nós somos aqui neste mundo? Não passamos de pobres minhocas, frágeis e sem qualquer valor; não passamos de frágeis ovelhas, as quais vagueiam neste mundo, sem a liderança de um pastor bondoso e eficaz. Somos totalmente impotentes para vencer a morte e o pecado que nos tomou desde a queda; não passamos de pobres escravos no império de satanás. Não é verdade que precisamos do Senhor dos exércitos? Ele está declarando ser o vencedor por excelência e que não há ninguém que possa prevalecer contra ele. Ele veio ao mundo tendo em vista buscar os seus, e quem poderá impedir e frustrar seus planos eternos? Foi ele quem veio aqui e foi sozinho na cruz. Nunca houve qualquer herói que pudesse fazer o que ele fez. O mundo tenta inventar seus heróis; os homens se esforçam, mas agem como loucos, na tentativa de mudar a situação na qual estão neste mundo. Eles vivem aqui por pouco tempo e logo a morte chega para arrancá-los deste mundo, como se arranca uma raiz do chão. Mas eis aí o Senhor dos exércitos, poderoso contra todos esses inimigos, poderoso nas batalhas e provou isso, porque sozinho foi à cruz e enfrentou só tudo e todos contra si mesmo. Que grande Salvador! Que grande Senhor! Que grande vencedor!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A CONFISSÃO DE VIDAS SANTAS (10)

Eu sou do meu amado e o meu amado é meu; ele pastoreia entre os lírios” (Cantares 6:3)
É UMA CONFISSÃO DEFINIDA. “Eu sou do meu amado”.
        Também, nessa confissão bem definida, o crente está ciente de tudo o que aconteceu em sua salvação. Deus nos outorga plena e perfeita comunicação por meio de sua palavra. Não há qualquer crente que possa dizer que nada sabia, pois tudo o que foi revelado a nós, Deus o fez para nosso bem e nos deu tudo o que realmente precisamos aqui. Não há engano na salvação; não há meio termo. O amor de Cristo pelo seu povo mostra ser real e seguro. Os salvos foram transferidos das trevas para a maravilhosa luz, conforme afirma Paulo em Colossenses 1:13. Habitar na luz indica que tudo está perfeitamente claro para nós e que por isso há segurança e firme convicção em nossa confissão de fé.
        Outro detalhe é que nós mesmos não temos defesa própria. Os crentes são aqueles que agora estão conscientes de sua fraqueza e inabilidade ante o poderio assustador deste sistema de trevas. Toda tentativa de viver na carne mostrará o quanto somos inúteis e que precisamos de viver na dependência daquele que é nosso guia até à morte: “Não sejais como o cavalo ou a mula...” (Salmo 32:9). Nossa confissão significa o quanto nosso Senhor é nossa defesa. Perdemos nossa ousadia e autoridade quando erguemo-nos em nossa defesa, vingança e outras atitudes que deveriam estar longe de nós. Quando silenciamo-nos ante as atitudes perversas e hostis do mundo contra nós é porque estamos aprendendo maturidade e imitando nosso Senhor. Assim ele mesmo entra em ação e socorro pelos seus queridos. Que advogado temos! Quão ousados devemos ser em nosso testemunho! Nunca houve um momento sequer que o Senhor nos deixou e nos desamparou. Se não silenciarmos como ovelhas mudas, eis que nosso Senhor silenciará e deixará que soframos as consequências de nossa insubordinação.
        Outro detalhe revelado no texto é que nossa confissão revela quem é nosso Senhor para nós: “...meu amado...”. Isso significa que realmente amamos o Senhor. Não temos um tirano, não temos um déspota conosco. Temos sim um amigo, amoroso, meigo, compreensivo, fiel, que entende bem nossa fraqueza e que toma para si nossos fardos. Quanto mais conhecermos nosso Senhor por meio da palavra, veremos o quanto ele é ainda mais maravilhoso do que eu imaginava. A bíblia abre nossa visão, aperfeiçoa nossa audição espiritual e assim aprendemos a andar com nosso inseparável amigo enquanto aqui vivermos. Cada dia que passa ele vai se revelando a nós de uma forma íntima, às vezes por meio de sofrimentos, mas trazendo a real felicidade em meio ao desespero e perdas nesta vida. Ele rasga aquilo que para nós era precioso, como filhos, pais, cônjuges, amigos, saúde, etc. a fim de que fiquemos a sós com ele, até que sua mão se estenda para nos arrancar deste mundo e nos levar para si na glória eterna.
        Ah! Quanto falta dessa confissão em nossos dias! O mundo tem mostrado o quanto tem do “ouro de tolo” para os homens, por isso milhares veem este mundo atual com profunda admiração. Quem ama este sistema passageiro e pecaminoso, realmente não vai amar o Senhor. Quem ama este sistema de engano terá sempre sua confissão narrada em seus lábios que pertence ao mundo e que o mundo é seu amado. Nunca houve tanta necessidade de mais sinceros e confessos crentes como agora. O que temos são falsos crentes espalhados por todos os lugares e disseminando motivos de motejos e sarcasmos por parte dos mundanos. Que o Senhor venha a agir com poder e compaixão, a fim de tornar seu nome conhecido em corações; que homens e mulheres venham a professar sua fé sincera naquele que um dia provou seu amor glorioso por pecadores.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

O REI DA GLÓRIA (12)

                                                    SALMO 24
A APRESENTAÇÃO DO REI DA GLÓRIA.
        No pecado o homem não conhece o Senhor, não sabe quem é o Rei da glória. No pecado o homem vive sem esperança e sem Deus (Efésios 2:12). Por mais inteligente e mais entendido da religião judaica que fosse, Saulo de Tarso não passava de um pobre ignorante quanto à teologia verdadeira que entra no coração de uma alma convertida. A sua pergunta: “Quem és tu, Senhor?” revelou o quanto nada sabia a respeito de Deus. Quem não conhece o Salvador e a salvação, realmente habita no mundo e vive na escuridão, e assim para a escuridão eterna caminha. Jesus é o único Deus com quem o homem pode conversar e ser aceito. Fora dele não passa de um pobre ser, desamparado, espiritualmente mendigando, longe do verdadeiro lar, apenas comendo as migalhas que satanás faz cair de sua mesa.
        Por essa razão Cristo só pode ser conhecido quando passa a habitar no coração, por isso a pergunta aparece nos lábios de um pecador despertado para a salvação: “Quem é esse Rei da glória?” Normalmente as decisões feitas hoje nada mostra ser de corações onde a luz do céu entrou. Muitos que afirmam ser crentes hoje, nem sequer podemos ouvir dos seus lábios essa pergunta: “Quem é esse Senhor que morreu em meu lugar?” O que vemos hoje são falsos crentes, os quais amam mais seus pastores do que o Senhor; os quais dependem inteiramente dos seus líderes religiosos, a fim de sentir seguros. Não houve conversão ao Senhor; a porta do seu coração continua fechada pela incredulidade, só isso. Mas não vemos isso no Salmo 24, porque quando ocorre essa chegada do Senhor, a fim de que pela graça venha a invadir a alma do homem e habitar ali, eis que a pergunta há de aparecer, não importa quem for; não importa se é um crente simples, ou alguém bem estudado. A pergunta é igual a todos os crentes, assim como é o choro de um recém-nascido.
        O que mais tornou os discípulos impressionados foi o conhecimento do Senhor. Eles logo estavam cheios de perguntas eternas no coração; seus corações estavam livres do mundo, porque agora eram discípulos do Senhor. O que envolveu a vida daquele cego de nascença (João 9), foi o fato que ele queria conhecer aquele que lhe deu visão física e espiritual, por isso em nada ficou preocupado com a cúpula religiosa de Jerusalém. O que ele bem queria era ver o Senhor e adora-lo. A vida de um salvo é cheia de interesses por conhecer o Senhor; seu intenso desejo é estar aos pés da Palavra e ouvir acerca daquele que um dia lhe amou e morreu em seu lugar. Essas aulas eternas fazem parte do seu coração, porque anseia um dia deixar este mundo e ver seu Senhor face a face.
        Cuidemos com a natureza religiosamente corrompida do homem, porque ela pode fazer muita festa usando artifícios religiosos. O nome de Deus faz parte de um coração idólatra e cheio de superstição. Mas o fato que ele não conhece o Rei da glória e nem foi conhecido dele. Essa alma vive nas trevas, mantendo sempre um constante namoro com o mundo e com a aprovação dos mundanos. Já vi muitos começando bem, mas terminando mal; já vi muitos entusiasmados com a informação de que vão para o céu porque fizeram uma decisão. Muitos são sinceros e fieis, porque continuam firmes e constantes. Mas boa parte não consegue ficar em pé, porque logo escorregam ante a chamada do mundo.
        Muitos logo mostram que o fervor que tinham era passageiro; que sua força era carnal e que sua luz era de uma mera lamparina acesa. A pergunta que fizeram era se realmente iriam para o céu. Nunca perguntaram: “Quem é esse Rei da glória?”. Seus interesses sempre foram mundanos e alegria inicial mostrou ser passageira. Então, o Rei da glória não chegou para habitar nesse coração e fazer cessar para sempre o domínio do pecado, conforme o ensino de Romanos 6. Ainda estão carregados de orgulho, até mesmo da enganosa soberba de que irão para o céu enquanto vivem de mãos dadas com suas iniquidades aqui.

A CONFISSÃO DE VIDAS SANTAS (10)

“Eu sou do meu amado e o meu amado é meu; ele pastoreia entre os lírios” (Cantares 6:3)
É UMA CONFISSÃO DEFINIDA. “Eu sou do meu amado”.
         Também essa confissão deve ser bem definida, sem qualquer titubeio: “Eu sou do meu amado”. Qualquer sedutor percebe quando a mulher vacila em seu amor e fidelidade ao marido. Satanás é esperto e percebe quando os crentes vacilam na fé. Tenho visto muitos crentes mostrarem fervor e disposição para consagração a Deus, mas logo eles são postos à prova e vacilam. Quantos se dispõem para a leitura bíblica e uma vida devocional constante, mas logo surge o mundo com suas preocupações, e assim a disposição para uma confissão bem definida desaparece como fumaça.          Satanás sabe bem como lidar com os vacilantes; ele sabe como enviar visitas, especialmente na hora de ir ao culto; ele sabe como estorvar os intentos de santificar o dia do Senhor, e para isso promove confusão no dia anterior – o sábado. O que ocorreu com Pedro ao negar ao Senhor foi devido ao fato de ter ele confiança demasiada em si mesmo, por essa razão foi posto para ficar sozinho perante os inimigos; satã o pegou para cirandar e mostrar o quanto o pobre Pedro não passava de frágil molusco diante dos terrores pelos quais Jesus passou. Nossa frágil constituição pecaminosa nada tem de poder para atuar pela fé e amor por Cristo. Se não nos humilharmos, facilmente seremos demolidos, como uma casinha feita de barro.
         Então, não pode haver qualquer relutância, pois o amor por Cristo deve prevalecer em nosso viver. A fé cristã e a devoção ao Senhor deve estar acima de todo esse sistema passageiro e corrompido daqui. Se quiser seguir a Cristo e viver com confiança apenas nele, temos que lembrar sempre que até mesmo as coisas lícitas podem se tornar estorvos à fé. Se estivermos dispostos a amar mais nosso conforto, amigos, filhos e outras coisas daqui, certamente nossa confissão vacilará. Ela será firme na igreja, mas desaparecerá noutros dias e sob as circunstâncias adversas. Por isso devemos seguir cheios da palavra, cercados da santa convicção de fé, cientes do amor de Cristo por nós e do nosso dever que temos de honrar aquele que nos tornou honrados perante Deus com uma tão grande salvação.
         Como fazemos isso? Creio que a primeira lição é que devemos estar cientes de que o amor de Cristo por nós é um amor seguro, firme e constante. O amor conquistador do Senhor jamais se afundará nesse mar de lama do pecado. O Senhor prometeu que há de cuidar de nós; que as circunstâncias adversas são apenas aulas da graça, a fim de nos aperfeiçoar na fé. Esse amor nos acompanha, em qualquer lugar, em qualquer situação. Esse amor nos disciplina, a fim de que por meio dessa disciplina sejamos fieis e santificados para ele. Muitos pensam que uma vez salvos podem viver como bem quiserem. Mas estão cercados de uma crença enganosa, porque jamais o Senhor irá permitir que sejamos enganados, ou que venhamos a desonrar seu nome neste mundo. Quando vemos um crente infiel e mantendo essa infidelidade e amor ao mundo no viver, devemos saber que ele não é realmente um crente, que não houve conversão naquela vida.
         Outro fato que mostra uma confissão segura no viver do crente sincero é que ele passa a autoridade de defesa para Cristo, seu amado. Nada podemos contra satanás, o mundo e a carne, mas Cristo pode tudo. Ele luta por nós, ele vai à nossa frente em nossa defesa. Ele nos ensina e nos mostra o caminho pelo qual devemos andar. O Senhor não perde de vista ninguém que foi salvo; seus interesses pelos santos são eternos, porque aquele que veio ao mundo e se entregou por nós, a fim de nos comprar para si mesmo, certamente há de mostrar seus intensos cuidados diariamente. O verdadeiro crente há de dizer: “Seguro estou, não tenho temor do mal, sim guardado pela fé em meu Jesus”.

terça-feira, 18 de abril de 2017

O REI DA GLÓRIA (11)

                                                       SALMO 24
O TRIUNFO DO REI DA GLÓRIA.
        O que acontece quando o Rei da glória chega para invadir o coração do pecador? Tem algo mais glorioso do que esse acontecimento? Satanás tem reinado nos corações de milhares e causado ruina, desgraças e destruição eterna. Homens e mulheres vivem sob o domínio do medo, dos vícios, da mentira, do ódio, da idolatria, etc. Mas quando Cristo chega, eis tudo muda, pois pela ordem do Rei não há poder das trevas que possa anular a obra salvadora do Senhor. O Rei da glória chega até a entrada do coração; tudo está trancado; tudo ali é trevas e não há quem possa desvendar esse lugar de trevas, de engano, onde tudo é manipulado para que a alma seja mantida nesse cativeiro. Mas com a presença salvadora do Senhor, eis que os poderes das trevas começam a tremer. Quem pode contra a palavra do Senhor? Quem pode anular a obra de salvação, quando o Senhor chega para invadir o lugar e expulsar as trevas, o pecado e todo tipo de espírito maligno?
        Eis aí a ordem do Senhor? “Levantai-vos, ó portais eternos para que entre o Rei da glória!”. É o Espírito Santo em sua santa atuação, operando vida onde há morte; é a vontade soberana em plena atuação neste mundo; é a força atuante da graça, chegando para desarraigar todo vírus da morte com seu poder corruptível; é a brilhante luz da verdade, chegando para fazer do coração o lugar do santuário, onde Cristo habitará pelo seu Espírito; é a vontade do Pai sendo executada, a fim de que Deus seja glorificada; é a obra vivificadora, tirando o pecador da condição de defunto espiritual, a fim de erguê-lo da morte para a vida (João 5:24).
        Não tem acontecido essas maravilhas na história da salvação? Não é essa a mais bela história a ser contada? Olhemos a vida do salvo e vejamos o que resultou da entrada do Rei da glória. É claro que muitos partiram e nada falaram aqui acerca desse acontecimento tão especial. O ladrão na cruz foi arrancado ali, em poucos minutos da condição de morto espiritual e num instante num novo homem foi feito, pronto para entrar no Paraiso, aquele que merecia o inferno. Mas, olhemos os salvos, aqueles que passaram a viver, porque Jesus passou a habitar neles. Quem pode transformar corações? Ninguém! Mas ali está aquele homem, antes era um adúltero, de cuja boca derramava todo tipo de vaidade, arrogância e perversidade. Mas o que aconteceu, porque agora sua linguagem é diferente; há um novo cântico em seus lábios e há um novo modo de andar. Não há quem possa destruir o poder das trevas no coração do pecador. Ele nasceu assim e vive dia a dia nessa condição de um escravo, marcando com seus passos o testemunho da maldade. Ele desconhece o Deus da bíblia, e quando sabe algo a respeito dele, eis que está pronto a abominar tudo o que é santo e glorioso.
        Encaremos o homem no pecado, porque para ele ser diferente, cheio do amor de Deus, cheio de santidade e de justiça no viver, eis que é seu coração que precisa mudar. Não adianta mudar sua aparência; não adianta tentar fazê-lo religioso, será como enfeitar um defunto. Por algum tempo vai parecer que sua vida mudou, mas essa luz da religião do mundo brilha por pouco tempo, até que a força do mal que habita em seu coração comece a mostrar o quanto é poderoso para tomar o homem no pecado, a fim de usá-lo em seus propósitos malignos. Até que Cristo entre; até que o coração seja purificado pelo sangue do Cordeiro; até que a agua da vida faça sua lavagem de purificação.
        Cristo veio para reinar nos corações; Cristo veio para habitar e ser Senhor e Rei, onde o mal dominava. Agora o coração é dele; agora o controle é dele; agora as honras são dele; agora tudo por fora manifestará justiça, santidade, pureza, adoração somente ao Senhor, amor genuíno e outras atividades manifestadas no viver do crente. Isso acontece quando homens se humilham, reconhecendo seus pecados e invocando o nome do Senhor.