quarta-feira, 12 de abril de 2017

A CONFISSÃO DE UMA VIDA SANTA (5)

Eu sou do meu amado e o meu amado é meu; ele pastoreia entre os lírios” (Cantares 6:3)
É UMA CONFISSÃO DE FÉ GENUÍNA.  “Eu sou do meu amado...”
        A genuína fé cristã é uma das mais poderosas obras da graça realizada nos homens. A fé bíblica é a demonstração de como Deus de vistas aos espiritualmente cegos. Sem essa visão o pobre pecador não passa de ser um habitante da escuridão tenebrosa que envolve este mundo. Seus olhos são apenas o físico e nada pode ver além daquilo que é sensual, visível e passageiro. Mas quando o Espírito de Deus faz nascer a fé, eis que algo extraordinário acontece, pois o pecador passa a entender a mensagem de salvação e do Salvador. Jesus passa a ser tudo, porque grande admiração do amor inaudito de Cristo envolve sua vida. É claro que essa confissão: “Eu sou do meu amado...” vai crescendo mais e mais, à medida que o salvo cresce no conhecimento da palavra. O Senhor da glória jamais será conhecido pelo seu povo, se os crentes não tiverem conhecimento da palavra. Foi isso o que Pedro disse em sua primeira carta: “Achegando-vos a ele...”. Quem não ama a bíblia, não vai amar o Senhor; quem não busca ler continuamente a palavra da verdade, não passará de ser um cego, mesmo que tenha muito conhecimento de teologia, porque leem outros livros.
        O amor do amado só pode ser conhecido se o crente entender a doce história da humilhação de Cristo, como foi que ele veio de Deus para os homens; como foi que simplesmente se esvaziou dos seus poderes da divindade, a fim de assemelhar-se à nossa miséria aqui. Sem esse conhecimento sempre estaremos acariciando nosso ego e nossa justiça própria. Sem esse conhecimento sempre estaremos voltados para o mundo e achando engraçado e aceitável aquilo que satanás usa para atrair a atenção da multidão. O amor de Cristo fez com que os crentes se tornassem aceitáveis nele. O amor de Cristo colocou todos os crentes nessa posição de filhos de Deus, livres agora do juízo, porque o Senhor foi punido na cruz em nosso lugar. Assim os crentes podem dizer em confissão: “Achou-me na miséria, salvou-me com amor” (hino 46 do cantor cristão).
        Vamos meditar um pouco mais na fé bíblica, porque é impossível alguém confessar: “Eu sou do meu amado”, sem a compreensão no íntimo das verdades reveladas nas Escrituras. Tentar fazer o homem natural entender isso é como tentar fazer um morto compreender suas responsabilidades perante a família e a sociedade. É tentar mexer com as emoções de um defunto. A fé natural é totalmente submetida às superstições e emoções. A fé bíblica é movida pela razão bíblica, pois a luz daquilo que foi revelado passa a brilhar em seu coração. É claro que é algo racional, mas também envolveu todo seu ser, a ponto de se converter de coração a Cristo. A fé bíblica entendeu a verdade e foi acorrentada, por assim dizer, dessas maravilhas do amor de Deus. Foi por isso que Paulo disse: “O amor de Cristo nos constrange...”. Veja a letra do coro de um antigo hino:
                Eu o vi, eu o conheço, pois comigo ele andou
                Sua presença gloriosa para sempre então ficou!
                Oh presença gloriosa! Oh que rosto belo eu vi!
                Eu pertenço sempre a ele, vida eterna recebi.
        Notemos bem que a fé bíblica, em relação a Cristo é cheia de romance, pois os salvos têm uma devoção impressionante ao seu Senhor. Notemos o que Paulo diz em Gálatas 2:20: “Já estou crucificado com Cristo...”. Essas palavras de amor, na confissão dos santos aparecem expressando esse sentimento eterno que habita nos corações santificados: “Sou feliz com Jesus meu Senhor”; “Minha alma deleita-se em Cristo, afável é ele pra mim”. E assim milhares de são as formas com que os santos mostram seu amor admirável por aquele que um dia deixou o céu e veio à terra para comprar pecadores com seu sangue e torna-los aceitáveis perante Deus, o Pai.

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