segunda-feira, 24 de abril de 2017

A CONFISSÃO DE VIDAS SANTAS (12)

“Eu sou do meu amado e o meu amado é meu; ele pastoreia entre os lírios” (Cantares 6:3)
É UMA CONFISSÃO DE UM AMOR RECÍPROCO: “E Ele é meu”.
        Certamente a recíproca é verdadeira no tocante ao amor do Senhor pelos seus santos, porque eles vão confessar com suas bocas: “...e ele é meu”. Mas quero deixar bem enfatizado aqui que isso só pode ocorrer pela fé, caso contrário tudo funcionará sob o exercício e controle da carne. A fé verdadeira se estriba na palavra, assim como um uma locomotiva tem força para puxar muitos vagões. A fé tem como combustível a força da verdade que foi revelada. A felicidade cristã não funciona conforme a mentalidade sentimental dos homens, porque os crentes vivem em obediência e não empurrados pelas circunstâncias emocionais.
        Sendo assim a reciprocidade que aparece no verso: “...e ele é meu” significa que habita no coração santificado a verdadeira felicidade mobilizada pela fé. Notemos bem o que diz o Salmo 32:11: “Alegrai-vos no Senhor...”. Veja bem que o Espírito Santo está dando ordem aos crentes, para que eles se alegrem no Senhor. A vida cristã é algo do coração e toda luz da verdade brilha lá dentro. Nossa alegria nem sempre é perceptível, porque por fora às vezes tudo parece que está sendo desmanchado pelas circunstâncias, mas a alegria do salvo permanece como o sol mantém seu brilho, não obstante às nuvens que o encobrem. Esse é o que realmente significa “...e ele é meu”. A fé genuína sabe que Deus nos deu seu Filho; que Jesus é suficiente às nossas almas; que achamos nele toda riqueza, conforto, salvação, paz, ternura, amizade, liderança, convicção, segurança, perdão e aceitação.
        “...Ele é meu” a todo instante, não só por um tempo; não somente quando estou na igreja ou cercado por amigos e parentes. “...Ele é meu” quando os terrores deste mundo nos cercam; quando estou só e parece que tudo aqui vai desmoronar. “...Ele é meu” quando a pobreza e miséria ameaçam nossa existência aqui, quando a enfermidade parece estar acenando para a chegada da morte. A fé está cercada de santas promessas e toma posse delas como que tivesse em mãos um cheque com a assinatura do Senhor. Eu posso lembrar-me de minha idosa mãe, quando estava sozinha em casa, após a morte do meu pai. Nada mais trazia satisfação à sua alma, nem filhos, nem dinheiro, nem qualquer possessão terrena. Por fora era uma alma angustiada, triste e insatisfeita, até mesmo com o falso evangelho que ouvia na igreja onde frequentava. Mas assim que a morte chegou e tocou a campainha de sua vida, eis que ela pode dizer em confissão: “Jesus veio me buscar”.
        Claro que a alegria pode ser estampada em nossos rostos. Não vivemos constantemente sob o peso esmagador das circunstâncias desfavoráveis. Mas é claro que não nos estribamos na aparência e nem forçamos a situação, para que tudo permaneça sempre favorável. Mas o fato é que os crentes sabem que qualquer pecado aqui faz com que tudo se torne insuportável contra a alegria cristã. Há um hino antigo que o autor diz o seguinte: “Vencendo a tentação, contente viverei”. Se quisermos ter corações alegres constantemente, temos que vencer qualquer tentação na vida e manter nosso ser submisso ao Senhor, caso contrário as decepções caminharão ao nosso lado, porque não desfrutaremos das maravilhas daquilo que Deus fez por nós, por meio do seu Filho. Ou estamos satisfeito no Amado, ou flutuaremos nas ondas constantes deste mundo levado pelas correntes do mal. Cristo se manifestou não somente para ser nosso salvador e nos levar para o céu, mas também para ser em nós tudo o que precisamos, conforme as palavras de um antigo hino:
                Com Cristo estou contente, ele me satisfaz.
                Com esse amor do Salvador, agora estou contente!

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