quinta-feira, 28 de novembro de 2019

A INDESTRUTÍVEL UNIDADE DA IGREJA (9)


     
“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim e eu em ti; que também eles sejam um em nós para que o mundo creia que tu me enviaste” (JOÃO 17:21-23:)
CONHECENDO A UNIDADE NA PRÁTICA.
        A unidade da igreja é vista na santíssima fé que foi entregue aos santos de uma vez por todas. Vivemos numa época de frouxidão doutrinária e consequentemente frouxidão no amor e noutros detalhes da vida cristã. O espírito da época é de covardia espiritual, de busca por conforto e amizades humanas. Com isso os homens ignoram o que significa a verdade pela qual podemos doar nossa própria vida. Em nome de uma paz tosca milhares não percebem a cilada do diabo na área religiosa. A unidade da igreja indica que santos de Deus pensam e creem na mesma coisa. Eles estão estribados na história da cruz e as outras doutrinas, do céu, do inferno, da segurança eterna, da igreja, de Deus, do Espírito Santo, do Senhor Jesus, Deus-Homem eles carregam no coração como armas de defesa e ataque na batalha contra o mal.
        A unidade é vista na demonstração de firme amor que se manifesta em buscar o bem do próprio em todos os detalhes da vida. Os verdadeiros crentes realmente amam, com amor sincero. O amor bíblico não é cego, não vive de meras emoções; não engole o mal, mas tem consigo as armas da fé para ajudar, consolar, edificar e fundamentar uns aos outros. Os sinceros crentes querem estar na igreja, nos cultos, adorando a Deus juntamente com outros irmãos. A unidade da igreja é vista num viver de santidade, mostrando individualmente que pertencemos ao Senhor. Uma vida mundana e carnal só evidencia o fato que a pessoa não pertence à igreja do Senhor. Sincero desejo de pureza no viver, a fim de agradar ao Senhor é prova clara que a pessoa pertence à noiva de Cristo.
        A unidade da igreja é vista num viver de justiça. Aliás, justiça é santidade na prática. Os que conheceram a perfeita justiça de Cristo na salvação, realmente querem andar na justiça prática. Esse é o ensino de Romanos 6, onde Paulo diz que os que foram justificados passam a servir a justiça. Não vemos isso em nossos dias. O que vemos são homens e mulheres que afirmam serem crentes, mas que desconhecem o real significado de justiça. A mulher crente que não se submete ao seu marido, realmente nada conheceu da justiça de Cristo. O marido que não lidera com amor a vida de sua esposa, desconhece a justiça; filhos que não respeitam seus pais, nada sabe de justiça prática, e é assim o que acontece na sociedade, onde a igreja brilha a glória de Cristo num mundo de escuridão. A igreja é submissa a Cristo e na vida individual essa submissão deve ser vista. Jesus é o Senhor da igreja; Jesus é o Senhor de homens e mulheres que foram salvos e libertos da morte para a vida. A igreja pertence a um reino – o reino de Deus, portanto devemos entender que há um Rei a quem devemos submissão, respeito e obediência.
        Também, a unidade é vista pela fé. Não servimos ao Senhor tendo os princípios da carne e do mundo como base. Os verdadeiros crentes recusam sentimentos e costumes desta vida passageira. Os verdadeiros crentes são conhecidos como os que creem naquilo que está escrito e pronto. Nem todos têm profundos conhecimentos teológicos, mas todos carregam a sublime verdade em seus corações; eles amam o Senhor e a fé deles tem sido provada e aprovada no fogo das dificuldades achadas aqui neste mundo. A unidade da igreja tem as Escrituras como o livro onde os santos puseram sua confiança; é o pão e a agua da vida dos fieis. Os que não são do Senhor podem ser conhecido até mesmo numa igreja, como odeiam a verdade; como pessoas que não se interessam pela palavra de Deus. Pertencem eles a uma igreja, mas não à igreja do Senhor. Não são ovelhas, mas sim bodes, porque dão trabalho para o pastor.
Que o Senhor tenha misericórdia de muitos que vivem enganados!

A COMPAIXÃO POR NOSSOS SEMELHANTES (9 de 10)


                        
“Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação”
(ROMANOS 10:1)
COMPAIXÃO E PUNIÇÃO – EQUILÍBRIO CRISTÃO.
        Notemos que a compaixão é uma visão do Deus-Homem, de como Ele vê o homem. Foi nesse espírito de intensa compaixão que nosso Senhor viu a multidão. É dito que Ele a viu como ovelhas sem pastor, errantes. Foi nesse espírito que queimava Seu coração de misericórdia que nosso Senhor se entregou, a fim de usar cada dia em benefício dos homens. Ele odiava a religiosidade aparente; elementos que usavam a religião como mecanismo para fazer o povo sofrer, assim como faziam os fariseus, os quais criavam cargas pesadas, a fim de por sobre os ombros de um povo sofrido. Foi por isso que Ele usou o verso de Miquéias: “Misericórdia quero e não sacrifícios”, para que eles pudessem entender o que é o sofrimento de uma raça caída no pecado.
         Foi nesse espírito que Ele convidou a multidão, com Seu famoso “Vinde a mim!” do capítulo 11 de Mateus. Nosso Senhor viu como satanás usava a religião e a política para fazer do povo os “burros de carga” deles. Como eles não tinham descanso nem no corpo nem na alma. Por isso o Senhor se postou como um manso animal – um boi – e convidou os pecadores cansados e sobrecarregados para vir a Ele. Ele lhes disse que o jugo Dele era suave, e o fardo leve. Foi nesse espírito que ele se embrenhou na sociedade, pronto para servir os pecadores e sempre pronto para dar-lhes a paz, o perdão e reconciliação com Deus. O “Varão de dores”, que soube o que é padecer pode entender as lutas, sofrimentos e lágrimas dos homens. Que amor glorioso do Senhor!
        Será que nós, seres humanos caídos podemos estar cheios dessa compaixão do Senhor? Por natureza não somos assim. Por natureza estamos prontos a pisar sobre nossos semelhantes, porque na queda caímos nessa desgraça. Mas homens e mulheres salvos por Cristo podem conhecer as misericórdias de Deus em suas vidas. Basta uma compreensão do amor de Cristo para que venhamos ser tomados do mesmo amor. Se afastarmos da mensagem da cruz, logo cairemos na jogada carnal do egoísmo. Foi isso o que estava acontecendo nas igrejas da Galácia, porque aqueles irmãos estavam se desviando da graça para a lei. Por isso passaram, na linguagem de Paulo, a devorar uns aos outros. Na igreja de Corinto a mesma situação estava ocorrendo, porque desviaram da mensagem da cruz.
        Foi nesse vislumbre da misericórdia de Deus que homens deixaram o conforto de suas famílias e países, a fim de pregar o evangelho em lugares ermos e perigosos. Eles simplesmente ignoraram suas vidas e se entregaram à missão de anunciar o evangelho onde milhares jamais tinham ouvido. Muitos morrem nessa empreitada, mas muitos realmente conquistaram corações devido ao amor e compaixão de Cristo neles.  
        Temos essa mesma compaixão? Alguns conseguem ter uma visão de povos distantes, mas não conseguem ver ao seu derredor. Podemos nós olhar nossos vizinhos e a população perdida de nossa cidade? Nós somos semelhantes a eles; viemos da mesma queda; estamos sujeitos aos mesmos pecados que eles praticam; éramos ímpios e perversos como eles são. Eles estão indo para o inferno e nós estávamos indo para lá também. Por que não lutar por eles? Por que não amá-los? Por que não podemos ver além das aparências físicas e sociais, a fim de ver descendentes de Adão, escravos e condenados à perdição eterna?

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

A COMPAIXÃO POR NOSSOS SEMELHANTES (8)


                      
“Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação”
(ROMANOS 10:1)
COMPAIXÃO E PUNIÇÃO – EQUILÍBRIO CRISTÃO.
        Já mencionei um pouco a respeito de Moisés e aprenderemos com Ele como é que funciona a compaixão de Deus através do Seu povo. Se quisermos conhecer em nossas vidas o real significado na prática do que significa a compaixão de Deus, certamente devemos conhecer nosso Deus. O Deus da revelação bíblica só será conhecido por aquele que O ama e que se apega à Sua palavra. Quem não se interessa pelas letras sagradas será analfabeto no conhecimento de Deus, e é a partir dessa ignorância que vem outros absurdos no viver.
        Notemos bem o quanto Moisés conhecia o Senhor. Percebemos em suas palavras, assim que se posicionou em interceder pelo seu povo. Moisés viu perante si o Deus da aliança feita com Abraão; aliás, uma aliança feita totalmente pela Sua graça. Foi assim que aquele homem aproveitou dessa verdade para tocar no coração de Deus. Ora, ele sabia que perante ele estava o Deus Fiel, Aquele que não pode mentir e que mostrou que de fato estava ocupado com o povo da promessa – os descendentes de Abraão. Foi assim que Moisés usou argumentos que tocassem no maravilhoso, compassivo e amoroso coração de Deus. Notemos bem que Ele não ignorou a glória de Deus; ele não se posicionou contra os juízos de Deus, a fim de defender o povo. Ele apenas lidou com o fato que a aliança feita com Abraão foi derivada de Sua graça e compaixão por Israel e que isso foi provado pelo fato que o Senhor veio e libertou o povo da escravidão egípcia.
        Moisés em sua comunhão com Deus conquistou esse dom de Deus; tornou-se um homem cheio do Espírito, a fim de lidar com uma raça rebelde. Não temos em Moisés um herói humano, conforme o padrão buscado pelo mundo. Temos nele um homem que conheceu em sua vida o real significado da compaixão e que por isso entender a situação do povo. Vejamos bem que o Espírito de Deus concedeu-lhe uma liderança sábia, compassiva, mas também lhe deu um coração cheio de capacidade de julgar. Moisés sabia o que era amar a justiça, por isso foi ao coração de Deus, mas também sabia o que significava odiar a iniquidade, por isso tratou com o bezerro de ouro com inflamante ódio. Assim que se posicionou perante o povo, estava ali um homem disposto a tratar duramente o pecado de idolatria como deveria ser tratado.
        A compaixão de Deus não está separada do juízo de Deus. Um homem cheio de compaixão é também cheio de juízo. A santidade de Deus ordena que devemos amar a justiça e ter ódio da iniquidade. Muitos entendem compaixão de forma diferente, porque não passa de sentimentos humanistas. Eu vejo hoje como muitos compreendem evangelismo como atividade social, tendo dó dos que passam fome. Em nada é errado sentir dó dos que passam dificuldade financeira. Muitos homens de Deus lutaram para ajudar os necessitados. Mas isso pode não significar compaixão. Durante a jornada pelo deserto Moisés mostrou o que significava juízo e estava pronto a punir o pecado de elementos rebeldes. Às vezes a população ficava indignada com a punição de alguns, achando que Moisés e Arão estavam sendo cruéis com o povo. A compaixão dos homens é cruel, a compaixão de Deus habita sob o teto da Sua graça. A compaixão de Deus é livre para agir assim com quem Ele bem quiser, porque Ele é Deus.

A INDESTRUTÍVEL UNIDADE DA IGREJA (8)



“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim e eu em ti; que também eles sejam um em nós para que o mundo creia que tu me enviaste” (JOÃO 17:21-23:)
CONHECENDO A UNIDADE NA PRÁTICA.
        Posso ir mais longe ao afirma que a unidade da igreja não é vista numa aproximação de comunhão em torno de uma organização religiosa. É claro que devemos esforçar por ter comunhão com nossa denominação. Eu mesmo sou batista e amo o movimento, pois desde meu nascimento era levado à igreja por minha mãe. Estou filiado a essa denominação a muitos anos e amo essa comunhão batista. Mas esse ajuntamento em torno de nossa denominação não significa unidade da igreja. Ela nos fortalece, anima e nos encoraja a lutar pela causa. Quando estamos juntos percebemos o quanto os verdadeiros crentes amam ao Senhor e edificam uns aos outros. Mas não significa a unidade da igreja, porque muitos dentro de uma denominação não são realmente crentes e outros buscam mais os interesses da denominação do que da causa da verdade.
         Digo mais, que a unidade da igreja não é algo que se fundamenta em alegria tosca e atividades, como churrascos, baladas evangélicas, programações sociais, e coisas do gênero. Tudo isso pode trazer alegria carnal, formar amizades e ajuntar o pessoal para que compareçam mais na igreja. Essas coisas em si mesmas não são erradas, mas elas não mostram a real unidade da igreja. Ultimamente tem sido dada muita ênfase a essas coisas, como se elas fossem essenciais para o bem da igreja. Muitos até mesmo deixam a igreja e vão à procura de outras, porque não têm essas atividades. Acontece que muitos faltam em alguns cultos, não levam a sério o culto de oração, a edificação mútua, nem tampouco dão apoio aos cultos onde é destacada a pregação do evangelho.
        Olhando de forma mais positiva, posso afirmar que a unidade da igreja é vista numa vida de fé. Percebe-se hoje que não há isso em muitas igrejas, pois não há o mesmo espírito de fé. Alguns compartilham do culto porque gostam do pastor, do ambiente, ou mesmo por causa de algumas atividades citadas, ou mesmo dos chamados louvores. Mas a fé que eles têm não é bíblica. Eles não compartilham da confissão santa vinda de uma conversão genuína. Alguns desconhecem a verdade da cruz, porque jamais experimentaram a realidade do novo nascimento. Alguns jamais pegam na bíblia para ler durante a semana, não interessam por uma vida piedosa no lar e na sociedade, por isso não se ocupam em servir, exortar, consolar e ajudar uns aos outros.
        A unidade verdade é vista nos resultados produzidos pelo evangelho. É exatamente isso o que vemos em Atos 2, porque após a conversão de mais de três mil almas, a igreja se  uniu em comunhão mostrada no temor ao Senhor e estar juntos na adoração, no partir do pão e nas orações. O evangelho é poderoso e suficiente para operar a viva fé nos corações e essa fé é igual, comum a todos os santos. Todos os crentes creem no mesmo Senhor e estão ligados a Ele no que se refere ao ocorrido na morte, sepultamento e na ressurreição do Senhor. Todos os santos podem dizer que Cristo morreu no lugar deles e é isso que mostra a unidade na fé. É óbvio que se cem crentes de uma igreja tiverem a mesma fé no Salvador que foi morto, sepultado e ressuscitado, então a unidade será vista naquela igreja.
        Essa unidade produzida pelo evangelho é mostrada no mundo inteiro. Se eu for visitar outro país, lá verei crentes com a mesma fé. A linguagem deles não interrompe a confissão que envolve a vida de todos os santos. Todos têm a mesma alegria, o mesmo sentimento e o mesmo prazer pela palavra. A unidade não discrimina a raça, a cor, a cultura, etc. Ela é igualmente preciosa na Pessoa do nosso Senhor.

Nossos corpos de humilhação - Filipenses 3:20-21 - Pr. David Sena

terça-feira, 26 de novembro de 2019

A INDESTRUTÍVEL UNIDADE DA IGREJA (7)



“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim e eu em ti; que também eles sejam um em nós para que o mundo creia que tu me enviaste” (JOÃO 17:21-23:)
CONHECENDO A UNIDADE NA PRÁTICA.
        Veremos agora o que realmente significa essa verdade na prática. Primeiramente mostrarei isso no aspecto negativo. Sabendo como o mundo pensa de forma enganosa, necessário é que mostremos o que não é, a fim de sabermos a verdade positiva. Posso afirmar com segurança que a unidade da igreja não é vista num ajuntamento ecumênico, porque tal ajuntamento pode agradar ao mundo, mas não a Deus. A igreja veio da verdade, enquanto as religiões fabricadas aqui no mundo são resultados de mentiras, mesmo aquelas que parecem ser verdadeiras; mesmo aquelas que foram erigidas tendo algumas verdades como base. Se não for toda verdade, conforme o evangelho de Cristo, então o ajuntamento torna-se um verdadeiro perigo.
        Onde há qualquer elemento de mentira, tal mentira irá lutar para que a verdade seja tirada. Nunca houve nem haverá qualquer possibilidade de unir a luz com as trevas. Ora qualquer mentira não é luz, mas sim treva. Em atos 15 vemos como simples costumes da lei queria entrar para desfazer a obra da graça no meio dos gentios, e foi por isso que foi necessária a reunião dos apóstolos e pastores para tratar do assunto, trazendo a vitória da verdade. O Senhor, o Deus de toda verdade não está presente num ajuntamento ecumênico, mesmo que estejam fora terríveis seitas. Satanás cria um ajuntamento mentiroso normalmente chegando mansamente, trazendo ideias aparentemente bíblicas e que na aparência trarão bons resultados.
        O pai da mentira se apresenta neste mundo como um anjo de luz, a fim de enganar pastores e igrejas, convidando-os para uma suposta comunhão. Os que não estão na fileira dos fieis à verdade do evangelho não são dignos de confiança; normalmente são simpáticos por fora, mas cruéis por dentro. Custou caríssimo para o rei Josafá a tentativa de se unir com o perverso rei Acabe (2 Crônicas 18). Percebe-se que ele queria ajudar o rei do norte. Mas quase foi morto e depois da sua morte houve consequências funestas para sua família (2 Crônicas 21). O movimento moderno luta incessantemente para unir a fé do mundo à fé dos verdadeiros crentes. Quanto perigo! O resultado tem sido visto com satanás conseguindo desarmar os fieis. Muitos pastores ficaram calados e não pregam a verdade como deve ser pregada; muitos crentes se associaram à fé dos ímpios e a igreja deixou de brilhar num mundo perigoso e odiador de Deus.
        Os servos do Senhor devem estar munidos de toda verdade e com real discernimento, se realmente querem o bem espiritual da igreja e a glória de Deus no mundo. Muitas vezes queremos ignorar o que dizemos ser “picuinhas” evangélicas. De fato têm tais “picuinhas”, pois tratam de coisas sem qualquer valor, como roupas e costumes. Mas às vezes caímos no laço de não levar a sério poderosas doutrinas, deixando-as de lado, como se fossem coisas sem importância. Para Golias, a pequena pedra que Davi pegou não tinha valor, comparada com a espada e sua armadura. Mas foi a pequena pedra que lhe tirou a vida. O que é importante deve gravado no coração, como algo da nossa fé. Nossa espada deve ser mantida limpa e amolada para os momentos de guerra. Devemos cuidar, porque uma pequena abertura nas nossas convicções santas é que satanás causa um rombo.
        Quando vemos um cristianismo apagado, mundano, sem profundidade nas convicções é que notamos onde satanás chega e ganha vitória. O ecumenismo atual vibra com as canções mundanas de um povo chamado evangélico, que foi derrotado pelo trabalho sutil do pai da mentira, que disfarçado de anjo de luz conseguiu fazer a cabeça de muitos.

A COMPAIXÃO POR NOSSOS SEMELHANTES (7)


                       
“Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação”
(ROMANOS 10:1)
COMPAIXÃO E PUNIÇÃO – EQUILÍBRIO CRISTÃO.
        Pude tratar um pouco sobre o fato que a compaixão de Deus não é uma emoção sem equilíbrio. O mesmo Deus que opera com misericórdia no mundo, é o Deus que também opera em juízo e justiça (Jeremias 9:24). Vemos essa atuação de Deus mostrada em Salmo 136, num resumo histórico, mostrando o fato que Deus atua neste mundo em salvar e punir. O Deus que entrou no Egito para salvar Seu povo da fornalha de ferro, foi o mesmo Deus que sepultou Faraó e seu exército no mar vermelho. Tal verdade é de grande significado para nós, porque se desejarmos conhecer a compaixão de Deus em nossas vidas, certamente deveremos aprender que a misericórdia opera em meio ao juízo.
        Falo isso porque o mundo religioso pensa diferente, porque desconhece os atos de misericórdia de Deus. Vejamos esta religião moderna, onde o que prevalece é um amor sem qualquer vínculo com juízo e justiça. Percebe-se que onde se fala muito de amor, bondade, simpatia e outros atrativos da natureza humana, não há qualquer sinal de misericórdia. Atos compassivos são vistos em ambiente de guerra. Quando Napoleão passava com seus soldados em meio aos corpos de inimigos mortos, havia um deles que que ainda vivo pedia água. Napoleão ordenou que um dos soldados desse agua ao soldado inimigo. Mas quando Napoleão se descuidou um pouco, aquele moço empunhou a arma e atirou para lhe matar, mas a bala não o atingiu. Mesmo assim, Napoleão ordenou que lhe desse agua.
        Isso é apenas uma mera ilustração do que significa misericórdia no meio dos homens. Deus opera em guerra neste mundo, conforme o ensino do Salmo 7. Foi assim em Jericó, pois quando a mão de Deus estava erguida para destruir aquela população, eis que algo extraordinário aconteceu, pois ali uma mulher mostrou ser uma convertida ao Deus de Israel. É a belíssima história de Raabe, segundo a narrativa de Josué capítulo 2. Se anularmos essa verdade certamente não entenderemos na prática os termos: graça, amor, bondade, ternura e outras atividades provenientes da graça de Deus no meio dos homens. No mundo não há isso; o mundo desconhece compaixão. Quando Deus permitiu que Roboão, o rei de Judá caísse nas mãos do rei do Egito, foi para que aquele elemento rebelde soubesse a diferença entre um Deus compassivo e o horror de cair nas mãos dos homens (2 Crônicas 12:8).
        O rei Davi entendeu bem essa verdade, pois quando, contra a vontade Deus contou o número do povo de Israel, ao vir a proposta do castigo de Deus entre cair nas mãos dos inimigos ou cair nas mãos de Deus, preferiu imediatamente cair nas mãos do Senhor, porque, segundo ele, o Senhor era misericordioso, enquanto os homens não (2 Samuel 24). Foi essa diferença que notáveis homens de Deus perceberam quando se viram cercados pelas mãos cruéis de homens ímpios. Daniel sentiu essa verdade na Babilônia, por isso orou humildemente confessando a indignidade dele e do seu povo (Israel) e assim exaltou a magnificente atitude de misericórdia da parte do Senhor. Foi essa mesma verdade que era desconhecida do profeta Jonas, que tanto queria a destruição do povo ali em Nínive, por isso o livro dele encerra com grande lição acerca da poderosa atividade compassiva de Deus no meio dos homens.

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

A COMPAIXÃO POR NOSSOS SEMELHANTES (6)


                
“Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação”
(ROMANOS 10:1)
OLHANDO OS EXEMPLOS BÍBLICOS.
        Percebemos que Neemias, sob a autoridade do rei, foi para Jerusalém movido pela intensa compaixão de Deus em relação ao Seu povo. Notamos como a compaixão que ferve num coração piedoso tem como fonte o coração de Deus. Quando é mera emoção, ela não possui um comando da fonte. Moisés sentiu compaixão pelo povo, mas percebemos que não foi natural dele; não ocorreu como quando matou o egípcio e o escondeu. Na compaixão acesa na alma, a pessoa busca o lugar de perfeita compaixão. Moisés entrou em ação, como se fosse um mediador. Neemias também, pois ele foi imediatamente ao Senhor; ele não tomou decisão por precipitação, a fim de fazer o que pensava fazer pelo povo. É aí que vemos o real sentido de compaixão pelos nossos semelhantes.
        A compaixão, quando vem de Deus ao coração, realmente trata-se de fortes e reais emoções, mas é uma emoção sob o controle do amor. Assim que chegou em Jerusalém Neemias não chorou mais; precisava entrar em ação e mover o povo para agir também. Quando é mero sentimento humano, a compaixão trabalha sozinha e é mais levada a buscar socorros passageiros. Neemias sempre mostrou ser um homem de Deus, humilde, capaz de enfrentar as duras oposições e buscar de Deus o socorro, porque sabia que aquela obra era de Deus e não dele. Notamos essa compaixão na vida dos grandes profetas do Senhor. Alguns deles pareciam ser homens de ferro, de personalidades fortes, mas o que vemos por detrás de tudo era que aqueles homens falavam ao povo, movidos por intensa compaixão. Quão cheio de compaixão era Jeremias! Seus sentimentos pelo seu povo brotavam muitas vezes em lágrimas; seus sofrimentos foram muitos, em face da perseguição dos líderes religiosos e políticos em Jerusalém. Foi preso, jogado numa cisterna de lama, açoitado, mas estava sempre pronto a falar a mesma mensagem e até ao fim não desistiu.
        São muitos os santos de Deus que mostraram ter seus corações inflamados de amor compassivo. Daniel é outro modelo, pois mesmo distante de Jerusalém não cessava de orar em favor do seu povo. Sua posição na corte babilônica não o envolveu de orgulho e é impossível ler seu livro sem perceber o quanto amava seu Deus, que mantinha sua piedade, mesmo em face das perseguições. Seus ingratos colegas de serviço deviam a Daniel muito, porque foi ele que enfrentou o furioso Nabucodonosor, a fim de livrá-los da morte. Mas é a oração dele por Israel (capítulo 9) que mostra o quanto amoroso e carregado de misericórdia era aquele homem de Deus. Bem já idoso pode orar com intensidade por Israel, se colocando como culpado por tudo o que aconteceu, resultando no exílio e na destruição de Jerusalém. Daniel foi um homem movido por intensa compaixão.
        Podemos deixar de mencionar Estêvão? Um homem cheio do Espírito  e movido por uma coragem incomum para falar a verdade de Cristo ao seu povo. Mesmo cercado por elementos cruéis e criminosos; mesmo sendo quebrado cada membro do seu corpo pelas pedradas e já beirando a morte ainda pode elevar sua voz e pedir do Senhor Seu perdão em favor dos seus algozes. Não é um relato digno de nossas meditações?

A INDESTRUTÍVEL UNIDADE DA IGREJA (6)

                        
“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim e eu em ti; que também eles sejam um em nós para que o mundo creia que tu me enviaste” (JOÃO 17:21-23:)
A INDESTRUTIVEL UNIDADE: “E eu lhes dei a glória...”
        Quando nosso Senhor declara: “E eu lhes dei a glória...” Ele refere-se à glória que lhe foi dada pelo Pai desde que entrou no mundo. Trata-se daquela glória santificadora, quando Deus separa alguém para si e a protege, assim como fez com Seu Filho enquanto aqui esteve. Foi a glória que preservou o Filho em santidade, protegendo de todo mal e das atividades do mundo e dos poderes das trevas aqui. É também a glória do amor do Pai pelo Filho: “Este é meu Filho Amado...”. O prazer do Pai pelo Filho não foi desfeita na humilhação; nada foi alterado e Deus comunicou essa verdade ao homens neste mundo. Também, posso afirmar que foi a glória da verdade, para que o Filho fosse cercado, envolvido pela luz da verdade no viver, no andar e no propósito para o qual Ele veio ao mundo. Foi essa glória dada pelo Pai que preservou o Senhor da maldade e da contaminação de um mundo maligno e sujo. Mesmo carregando em Seu corpo de humilhação os pecados do Seu povo, nosso Senhor foi guardado como o Cordeiro puro e livre de qualquer mácula, mantido assim para a obra da redenção que seria efetuada de uma vez por todas ali na cruz.
        Foi essa a glória que Cristo passou para Sua igreja; assim como um homem que ama sua noiva passa sua proteção, carinho, amor e cuidado para ela, envolvendo-a por completo. Notamos essa linguagem acerca dessa envolvente glória que reveste a igreja aqui na terra de várias maneiras mostrada nas Escrituras. Em Efésios 5 Paulo afirma que “Cristo amou a igreja...”. O verbo usado no tempo passado em nada altera o amor do Senhor, porque é amor eterno. E esse amor envolve a igreja aqui na contínua proteção do Senhor, não importa onde os santos estão; se moram distantes uns dos outros; se são pobres aqui ou ricos ali, etc. o amor é o mesmo do Senhor em relação a todo rebanho de ovelhas.
        Na linguagem ilustrada do Senhor Ele declara que conhece Suas ovelhas (João 10). Significa que Ele não perde nenhuma de vista. Neste mundo somos tão limitados e mesmo que eu ame meus filhos e minha esposa, eu fatalmente os perco de vista. Quando estão longe eu fico incapaz de ajudar numa difícil situação. Mas não é o caso do Senhor em relação ao Seu povo, pois conhece individualmente seu povo eleito e não perde nenhum deles de vista; está sempre presente (Salmo 46:1), cuidando, guardando e protegendo de todo ódio de satanás usado seu sistema mundano. Em Mateus a linguagem do Senhor é de um filho mais velho cuidando dos seus irmãos. Era costume dos judeus que o primogênito envolvesse seus irmãos mais novos de segurança, caso o pai não estivesse por perto. Em Mateus Ele chama Seu povo de “Meus pequeninos”, como se estivesse lidando com crianças.
        Assim, vemos que a igreja é uma unidade. Pode não aparecer essa unidade numa igreja, devido ao fato que muitos que participam do rol de membros de uma igreja não são genuínos crentes. E mesmo que todos sejam sinceros crentes, há uma unidade sim, mesmo sendo diferentes como pessoas. A unidade é vista em que todos têm a mesma fé e lutam juntos pela mesma causa do evangelho, como se fossem um só corpo. A igreja é indestrutível. O fato que há diferentes igrejas, não significa que desunião. O que vemos é discordância em doutrinas e outras coisas que são importantes. Mas a verdade é que há uma unidade sim. Se eu encontrar um crente de outra igreja no centro da cidade, por exemplo, mostraremos nossa unidade de fé na alegria que temos de pertencer a Cristo. Essa é a prova da unidade. Há uma ligação inquebrável feita pela obra da cruz na vida de todos os genuínos crentes, mesmo que sejam de igrejas diferentes

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

A INDESTRUTÍVEL UNIDADE DA IGREJA (5)



“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim e eu em ti; que também eles sejam um em nós para que o mundo creia que tu me enviaste” (JOÃO 17:21-23:)
A INDESTRUTIVEL UNIDADE: “E eu lhes dei a glória...”
        Outra impressionante lição aparece na oração do Senhor em João 17, quando Ele afirma que deu aos Seus a mesma glória que o Pai lhe havia dado. Creio que será de grande utilidade para nós a compreensão dessas palavras ditas pelo nosso Senhor, em Sua oração ao Pai. Será que Ele passou para a igreja a mesma glória que Ele, como Filho sempre teve? Nosso Senhor claramente não está referindo à glória que é atribuída a Deus, que pertence somente a Deus e que jamais será dada a qualquer pessoa entre os homens, ou mesmo entre os anjos.
        O Senhor estava ciente dessa glória que Ele mesmo colocou de lado, por assim dizer, a fim de ser humilhado ao baixar-Se aqui neste mundo. Ele não perdeu essa glória, apenas não a usou, conforme vemos em Filipenses 2:5. Ele anelava estar de volta à mesma posição ao lado do Pai, uma vez cumprido Seu ministério aqui. A glória que estamos vendo em Sua oração trata-se da glória que o Pai lhe deu assim que o Filho entrou no mundo. Essa glória Ele a passa para a igreja. Creio que será de grande valor para nossas vidas, se obtivermos o conhecimento dessa glória, passada pelo Senhor para Seus discípulos aqui. Já sabemos que a glória pertencente à divindade jamais será dada à igreja. A igreja nunca terá as atribuições que pertencem a Deus. A igreja nunca será onipotente, onisciente ou onipresente; a igreja nunca terá o atributo de ser eterna. Ela habitará a eternidade, mas ela sempre entenderá sua história que teve inicio na queda. A igreja é santa, mas ela terá o atributo de santidade que eternamente pertencia a Deus. E assim por diante.
        A glória que o Senhor passa para Seu povo é a glória que Deus deu ao Filho, a fim de que o mundo soubesse que era Ele o eleito de Deus, separado por Deus e para Deus. Essa glória jamais o mundo conhecerá, porque o mundo jaz no maligno. A glória da igreja no mundo é a mesma glória que preservou o Filho em santidade, amor e verdade, por ser Ele distintamente do Pai. Essa é a glória dada pelo Senhor à igreja aqui. Ela é a igreja do Deus vivo; ela brilha a glória de Deus aqui, como uma cidade construída sobre um alto monte (Mateus 5:14). É a glória que preserva a igreja em santidade aqui, pois foi ela comprada com sangue e amada desde a eternidade. Essa santidade distingue a igreja do mundo, como sendo propriedade exclusiva do Senhor, assim como um jovem separa a moça que ama, sendo ela distinta de qualquer outra. Não importa se a igreja sofre, passa por escuridão, sente o ódio opressivo do mundo, a igreja é santa e trabalhada pelo Espírito para ser apresentada ao Filho naquele grande dia.
        Também, pensamos como a igreja é gloriosamente amada: “...Cristo amou a igreja e a Si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5:25). Pensamos num homem que ama sua esposa, ou noiva e a cerca dessa proteção, de tal maneira que ela se vê segura, amparada e confiante. Assim é a igreja do Senhor. O amor de Cristo funciona como paredes e tetos de proteção sobre Seu povo, de tal maneira que não há quem possa deturpar e manchar a igreja. É fato que há muitos falsos crentes, mas isso não afeta o povo salvo, porque o Senhor conhece os que Lhe pertencem.
        Outro fato importante, que mostra a glória do Senhor, passada para os eleitos é que a igreja é coberta da verdade. A verdade é luz. Enquanto o mundo é coberto de trevas, a igreja é coberta desse brilho de glória, proveniente da verdade que nos foi revelada. O Senhor não é um Deus que se ocultou, em tudo o que a igreja precisa saber já foi revelado a ela, por meio da palavra escrita.

A COMPAIXÃO POR NOSSOS SEMELHANTES (5)


                        
“Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação”
(ROMANOS 10:1)
OLHANDO OS EXEMPLOS BÍBLICOS.
        Preciso continuar mostrando os exemplos achados na história bíblica, acerca dos homens usados como homens cheios de compaixão. Precisamos saber que eles eram iguais a nós, porque viemos da queda em Adão. Só há uma resposta para que homens semelhantes a nós puderam ser carregados da compaixão de Deus, e essa resposta está na bendita graça que prevalece e apodera de nossas tremendas fraquezas, a fim de tornar-nos fortes. Olhemos a vida de Saulo de Tarso, um homem perverso no zelo que tinha pela sua religião, mas quando se tornou um novo homem, eis que tinha um coração cheio de afetos de misericórdia e pode amar com desvelo o seu povo Israel.
        Encaremos a vida de José. Olhando do ponto de vista humano, José seria visto como um herói de Hollywood, pronto para contra atacar e vingar-se dos seus irmãos. Mas a história daquele jovem que durante anos viveu como escravo é uma história de como a graça de Deus opera. No Salmo 105 o Espírito Santo afirma que a palavra de Deus provou José, carregou seu coração de genuíno amor e foi assim que subiu ao trono para reger o mundo, dando suprimento contra a fome. Um moço que sofreu sob a força da graça pode obter um coração generoso e compassivo.
        Nota-se que José não era um bobo; não era vencido por sentimentos, apesar de ser cheio de emoções. Em meio às forças saltitantes da carne ele pode se conter e assim experimentar seus irmãos, para que no tempo certo pudesse agir. Foi num ambiente tomado de juízo, sabedoria e misericórdia que os irmãos de José puderam experimentar o real significa do perdão. Foi um ambiente de corações quebrantados, resultando em choro de alegria. A compaixão de José fez com que as maldades daqueles homens fossem perdoadas e esquecidas. Que incrível história do amor, perdão e compaixão de Deus por pecadores!
        A história de José seria suficiente para nos deter por muito tempo, porque é cheia de atrações para nossas almas. Mas quero que chequemos a vida de Neemias. O livro dele narra um pouco acerca desse homem que também mostrou ser cheio da compaixão de Deus. O período do domínio babilônico tinha passado para entrar o reis da Média e da Persa, aliás um período de muitas bênçãos para os desterrados judeus. Neemias se tornou um funcionário público, trabalhando no palácio como copeiro do rei. Foi um moço que conquistou a confiança do rei e poderia viver confortavelmente o resto da vida. Para que pensar em voltar para Jerusalém? Mas aquele homem de fé não pensava assim. O conforto do palácio não tirou os afetos de Neemias pela sua cidade – Jerusalém e pelo seu povo.
        Quando Neemias soube da condição de Jerusalém, com os muros caídos e com os judeus vivendo na miséria lá, isso foi suficiente para encher seu coração de tristeza. Neemias amava seu povo, bem como amava sua cidade. Ele realmente queria levar seu  socorro para Jerusalém, por isso resolutamente buscou o Senhor em santa oração, súplica e intercessão (Neemias 1). Eis aí o segredo de um coração compassivo. O homem de fé conhece o coração compassivo de Deus. Neemias sabia que o Deus de Israel era um Deus de tremenda compaixão, por esse fato ele orou.

terça-feira, 19 de novembro de 2019

A COMPAIXÃO POR NOSSOS SEMELHANTES (4)



“Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação”
(ROMANOS 10:1)
OLHANDO OS EXEMPLOS BÍBLICOS.
        Tomemos a vida de Moisés como sendo um modelo de compaixão. Ouvi uma mensagem do diretor da escola onde estudei e o tema foi: “Moisés, o amigo de Israel”. Naquela mensagem sr. Paulo Guiley procurou mostrar o quanto Moisés, ao interceder pelo povo, mostrou ser um grande amigo. É claro que o pregador usou Moisés para mostrar o amor de Cristo na cruz em favor dos pecadores. Mas aqui desejo mostrar o quanto a compaixão de Deus envolvia aquele homem. O texto que quero tomar agora é a passagem famosa de Êxodo 32, quando o povo de Israel fez o bezerro de ouro e numa atitude blasfema adorou o bezerro, dizendo que foi esse ídolo que lhes havia tirado do Egito.
        Obviamente a compaixão não era proveniente do próprio Moisés. Sem dúvida alguma ele aprendeu misericórdia na sala de aula da graça com o próprio Senhor. Moisés era incansável em permanecer na Tenda da Congregação, lugar onde ele permanecia com o Senhor. No capítulo 32 vemos como Moisés tinha um conhecimento profundo do seu Deus; ele O conhecia como o Deus de Abraão, o Deus que fez as promessas, a aliança e ligou Israel nessa aliança. Por esse fato Moisés orou com sabedoria, foi incisivo e vitorioso em sua intercessão. Assim, quando ele percebeu a gravidade da situação, que o povo havia pecado contra o Senhor; quando ele percebeu a fúria para destruir o povo, imediatamente Moisés se colocou entre Deus e o povo. Isso é compaixão. Moisés não estava interessado em si; não tinha ambições terrenas, pois já havia renunciado o Egito com suas grandezas. Ele se entregou, a fim de sofrer pelo povo de Deus e com esse povo. Por isso ele foi ousado em sua petição.
        Nota-se que a compaixão não é desligada de conhecimento; não é veiculada por meras emoções. Ter compaixão significa que a pessoa experimentou isso em sua vida, porque Deus usou de compaixão para com ele, por isso ele pode usar de compaixão com seus semelhantes. Deus usa seres humanos nos contatos com outros seres humanos. Os anjos nunca seriam instrumentos de compaixão, porque eles nada sabem disso, mas homens salvos sabem. Outra nota importante é que a compaixão não se desliga do juízo. Ambos estão interligados. O Deus de toda compaixão é o mesmo Deus que vem em Sua fúria contra os inimigos. Moisés foi assim, pois quando desceu do monte e viu a realidade do que havia acontecido, não encobriu a maldade do povo. Moisés foi forte e capaz de lidar com a situação, ordenando que milhares fossem mortos, mas ele fez isso não usando a espada de Deus, mas sim aqueles que realmente estivessem dispostos a lidar com a situação.
        Podemos aprender a conquistar compaixão? Claro que podemos! A razão óbvia é que Deus usou de compaixão conosco. Tenho percebido que quanto mais afligidos somos aqui, mais cresce a compaixão de Deus em nós. Quanto mais estivermos perto do Deus que nos amou em Cristo, mais conquistaremos dessa imensidão do coração de Deus. Quanto mais distantes da palavra e mais perto do mundo estivermos, mais ocos, levianos e egoístas seremos em nosso trato com seres que estão ao nosso derredor, os quais caminho céleres para o abismo de horror – o inferno.

A INDESTRUTÍVEL UNIDADE DA IGREJA (4)


                   
“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim e eu em ti; que também eles sejam um em nós para que o mundo creia que tu me enviaste” (JOÃO 17:21-23:)
O QUE SIGNIFICA UNIDADE
        Na página anterior procurei mostrar através da própria bíblia o que significa unidade. Nosso Senhor está lidando com Seu povo eleito, o povo por quem Ele se entregou na cruz, pela igreja que Ele amou e a comprou com Seu sangue. A igreja forma uma unidade, como é um corpo, por isso que Paulo usou essa figura de linguagem em 1 Coríntios, a fim de tratar sobre esse assunto. O fato é que, embora no mundo a igreja de Deus não mostra unidade, parecendo dispersa e separada, realmente a igreja de Deus é uma verdadeira unidade ligada a Cristo. Paulo fala de Cristo como cabeça e a igreja como Seu corpo. Ora, isso é unidade.
        Não esqueçamos que a igreja toda, no mundo inteiro participa igualmente das maravilhas dessa união mística, resultante do amor do Senhor pelo Seu povo. Em Romanos 6 Paulo diz que a igreja, de forma intrínseca foi ligada a Cristo em Sua morte, sepultamento e ressurreição, a fim de que a confissão de fé de cada crente possa ser igual: “Cristo morreu pelo meu pecado”, ou “Cristo morreu pelos nossos pecados”. Mencionei um pouco sobre justiça. Mas quero enfatizar o quanto esse assunto envolve unidade. Não há um crente sequer que foi aceito na salvação mediante seus méritos, como bondade, religião, etc. Todos foram igualmente justificados e vestidos da justiça perfeita do Filho de Deus. Assim, todos os crentes podem dizer, como diz um antigo hino: “Entrarei no céu enfim, pelo Seu precioso sangue”.
        A unidade da igreja é provada na forma como os verdadeiros crentes mostram santidade, porque habita neles o Espírito Santo. Todos os crentes amam a justiça e odeiam a iniquidade; todos os crentes lutam por crescer e agradar a Deus, vivendo para Ele, separando do mundo e vivendo para Sua glória aqui. Ser crente e não ser santo no viver é ser pior do que o mundo. Em Sua Palavra Deus ordena os seus que todos devem crescer em santidade (1 Pedro 1:15). É claro que nem todos os crentes desenvolveram maturidade em santidade, mas todos lutam por isso; todos carregam em seus corpos mortais os desejos malignos e vis do pecado, mas todos lutam no poder do Espírito para conquistar as grandes conquistas da fé, numa vida cristã separada para Deus. Assim vemos que há esse mesmo Espírito de santidade, amor, justiça e disposição de andar para o céu na vida de todos os sinceros crentes, e isso prova o quanto a igreja é uma unidade.
        Preciso avançar um pouco nesse assunto em pauta. A ligação que a igreja de Deus no mundo inteiro tem com o Senhor prova a unidade dela. As expressões: “Vós em mim”, e “Eu em vós” aparecem para fortificar ainda mais esse ensino. Foi isso o que Senhor quis dizer na oração em João 17: “Eu neles...”. Ainda em Romanos 8:1: “Não há condenação para os que estão em Cristo Jesus”. Essas palavras mostram que a igreja não é mera organização, mas sim um organismo vivo e eterno. Pelo batismo do Espírito Santo cada crente foi tirado da ligação que tinha em Adão para ser posto no segundo Adão. Assim como uma mulher passa a estar ligada ao marido num matrimônio, assim também a igreja está unida, ligada para sempre a Cristo Jesus.
        Que ênfase bendita é dada quanto a esse tema! Cristo amou um povo e se entregou por esse povo; Cristo amou um povo com amor eterno. Cristo amou um povo e todas as bênçãos espirituais pertencem a esse povo, devido a ligação que tem com esse Senhor (Efésios 1:3). Essa unidade é impossível ser desmanchada, pois todos os santos, em toda história e para sempre fazem parte dessa ligação que foi instituída na eternidade. Os crentes podem juntos cantar o coro de um antigo hino: “Eu sou de Jesus, aleluia! De Cristo Jesus meu Senhor!”

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

A INDESTRUTÍVEL UNIDADE DA IGREJA (3)



“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim e eu em ti; que também eles sejam um em nós para que o mundo creia que tu me enviaste” (JOÃO 17:21-23:)
O QUE SIGNIFICA UNIDADE
        Devemos saber que não estamos tratando de união, mas sim de unidade. Pode haver união sem unidade. A união exige apenas o grupo, mas a unidade exige mais do que um grupo; na unidade há um só pensamento e um só objetivo. Na unidade tudo funciona como um corpo. Há diferentes membros no corpo humano, mas tudo funciona com uma perfeita unidade, de modo tal que se um membro do corpo estiver fraco ou doente, todo resto do corpo sente. É assim a unidade da igreja. Eu sei que a igreja no mundo parece ser dividida e é necessário que seja assim, mas na mente de Cristo Ele não via Seu povo como nós vemos no mundo. Nosso Senhor refere-se ao Seu povo, Sua noiva que Ele compraria com Seu sangue. Ela possui unidade. Essa unidade aparece no sentido de formar uma coisa só, de maneira que jamais será destruído.
        Como estamos tratando de coisas espirituais e eternas, feitas por Deus é mister que nos envolvamos com pensamentos da unidade divina. Nós cremos na existência de um Deus triuno; não cremos em 3 deuses, mas sim em 3 Pessoas que formam uma unidade chamada de Deus. É disso que entendemos o real significado de unidade. São 3 Pessoas, mas elas são co-iguais, possuindo os mesmos poderes da divindade, de tal maneira que as obras feitas têm em vista a glória de Deus. A unidade divina envolve todos os aspectos, na alegria, felicidade, comunhão, respeito, etc. Essas coisas todas pertencem a Deus de forma perfeita e as 3 Pessoas participam delas. Há em Deus alegria, felicidade, riquezas, emoções, comunhão, etc. e tudo de modo perfeito. Notamos isso nas palavras do Senhor (João 17): “...tu, ó Pai, és em mim, e eu em Ti, para que eles sejam um em nós”. Eis aí o real significado de unidade.
        Aprendemos isso também num casamento. Com profunda tristeza vemos hoje como o casamento está sendo paulatinamente destruído, para a ruina da sociedade. Mas quero ignorar isso, porque devemos lembrar que casamento mostra ser uma unidade. Embora são duas pessoas, elas se tornam de forma mística uma só carne. Há uma ligação incrível de dependência um do outro em todos os aspectos da vida e essa unidade é vista nos filhos, porque trazem consigo os traços do papai e da mamãe. Voltando às palavras do Senhor em Sua ligação com o Pai, vemos essa unidade porque Ele usa termos que nós usamos aqui, como “pai”  e “filho”.
        Na unidade há elementos que lidam nessa ligação incrível. Por exemplo, nosso Senhor fala do amor existente entre Ele e o Pai. Na unidade o que liga é o amor, como sangue que circula em toda essa ligação, mantendo tudo vivo. Podemos pensar na igreja como sendo ela assim, pois nela passa o sangue do amor do Senhor: “Cristo amou a igreja...” . E esse amor indica que há unidade, que não pode haver divisão na igreja do Deus vivo, mesmo que aqui neste mundo vemos separação e até mesmo contendas. Além do amor há a perfeita justiça que une o povo de Deus, formando uma família só. Nenhum crente foi salvo por obras; todos foram alcançados da mesma forma; todos foram justificados e aceitos por Deus mediante o sangue.
        A unidade também é vista pela presença do Espírito Santo. Coletivamente Ele veio habitar na igreja, mas essa verdade é vista individualmente em cada crente. Cada crente, individual prova a unidade da igreja vista coletivamente, porque o Espírito Santo veio habitar em cada crente. Não há crente com mais do Espírito Santo que outro. Alguns podem manifestar mais poder e maturidade, mas não significa que tenha mais do Espírito que outro.
        Que essas verdades venham encher nossos corações de alegria e prazer. A igreja é composta de milhões e milhões de crentes, mas há uma unidade nela. Com a graça de Deus continuaremos a examinar isso à luz das Escrituras.

A COMPAIXÃO POR NOSSOS SEMELHANTES (3)


                          
“Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação”
(ROMANOS 10:1)
OLHANDO OS EXEMPLOS BÍBLICOS.
        Quando olhamos a história narrada por Deus em toda Escritura, o que percebemos é a jornada de juízo e de misericórdia de Deus por este mundo. Queremos destacar essas compaixões de Deus em favor de homens perdidos, caídos no pecado. Essa luz benditas desse “sol de misericórdias” brilha em todas as páginas, desde a queda, até o final de todo esse programa da graça de Deus agindo neste mundo. Não podemos pensar em Noé sem perceber que através da vida daquele crente Deus estava expondo ao mundo de então o quanto Ele é compassivo e tardio em irar. Por muitos anos Noé, em seu trabalho de construir a arca para a salvação de sua casa, estava mostrando que qualquer um poderia escapar do juízo de Deus, que viria com o dilúvio. Sem dúvidas, Noé amava seu povo e queria ver o bem eterno deles.
        Outro exemplo de notável compaixão temos na vida de nosso pai na fé – Abraão. Quantos ensinos ele passa a nós de uma vida de íntima confiança em Deus! Um homem compassivo é acima de tudo alguém que se compadece e busca socorrer seu próximo e foi assim que Abraão mostrou essa atitude para com Ló, seu sobrinho. Vemos que compaixão não é algo de um coração medroso, pois Abraão era exatamente o contrário – muito corajoso. Quando reis inimigos se ajuntaram e levaram Ló com a família, Abraão reuniu seus homens e corajosamente foi derrotar aqueles elementos para trazer de volta Ló com a família.
        Mas o destaque na atitude compassiva de Ló  foi quando ele aproveitou a presença do Senhor e intercedeu em favor de moradores de Sodoma e Gomorra (Gênesis 18). Deus já havia determinado destruir aquelas cidades, devido a gravidade do pecado daquele povo. O Senhor ficou ali porque estava perante Seu servo e ouvira a petição dele. Que momento incrível! Quantas vezes Abraão mexeu com o coração gracioso do Senhor! Quantas vezes tocou na sensibilidade compassiva de Deus! Abraão nem citou Ló, ele mencionou a hipótese de haver justos na cidade. Eis ali a ligação que seres humanos têm com Deus em orar compassivamente por seus semelhantes e nós devemos aproveitar isso. Deus usa seres humanos salvos para lidar com seres humanos não salvos. Os dois anjos foram para Sodoma, a fim de exercer juízo ali, mas o Senhor comunicou Seu coração, não a um anjo, mas a um homem que foi salvo por Ele.
        Não é uma lição incrivelmente prática para nós? Claro! Vivemos envolvidos num sistema terrivelmente egoísta neste mundo. Hoje vemos cada um buscando um melhor e mais confortável modo de viver e por isso é raro ver pessoas chamadas de crentes envolvidas em oração piedosa, choro e tristezas em face de um mundo que desce para o abismo de trevas e terrores eternos. Muitos estão contentes e satisfeitos, porque, segundo eles foram salvos, eleitos por Deus antes da fundação do mundo. Ah! Como é confortante isso! Nada mais lhes interessa, pois acharam um confortável colchão doutrinário, onde repousam. Mas o que a bíblia nos ensina? Não é para que os eleitos de Deus sejam cheios de ternos afetos de misericórdia? Não é para que agora, valentes soldados do Senhor estejam prontos para a guerra da intercessão, como foram homens de Deus no passado?

sábado, 16 de novembro de 2019

A COMPAIXÃO POR NOSSOS SEMELHANTES (2)


“Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação”
(ROMANOS 10:1)
OLHANDO OS EXEMPLOS DISSO.
        A compaixão por nossos semelhantes para algo que jamais poderemos alcançar. Sem dúvida é algo que vem de Deus em nós, porque não faz parte de nossa natureza sentir compaixão. A título de esclarecimento, não estou tratando de ter compaixão das pessoas pobres, doentes e que sofrem outros problemas causados pelo pecado neste mundo. Muitos dão de seus bens, a fim de aliviar milhares da fome, como acontece em muitos lugares na África. É claro que muitos santos de Deus já se entregaram, a fim de encarar o sofrimento físico de muitos e sei que muitos deram até mesmo suas vidas para morrer por outros que sofrem. Não devemos ignorar tais atitudes heroicas de homens e mulheres que não somente fizeram isso, mas que ainda estão fazendo nos quatro cantos deste mundo.
        Quero, entretanto olhar o ponto de vista espiritual. Eu creio e prego as doutrinas da graça; creio na eleição incondicional, na depravação total e nos outros pontos que completam o que muitos denominam de “Calvinismo”, mas que eu considero como sendo o puro e santo evangelho. Quem lê minhas mensagens digitadas ou pregadas podem percebem as minhas reais convicções. Sinceramente não me ocupo com outros detalhes e costumes dos calvinistas do passado nem do presente. Meu trabalho consiste em pregar o evangelho que considero ser o evangelho da glória. Não tenho comigo os 5 pontos das doutrinas da graça, a fim de discutir ou até brigar, deixo isso com outros. Quero pregar o evangelho que me foi confiado e que homens santos e fieis pregaram no passado. Para mim o evangelho é completo, tendo tudo o que os homens precisam.
        Mas, o evangelho bíblico deve envolver nossas vidas em compaixão. Veja bem, sei que o Senhor está salvando e irá salvar os eleitos, porque Ele conhece os que de antemão conheceu. Mas quanto aos não eleitos? A resposta é que eu não sei quem são eles. Ninguém tem o título de eleito na testa ou na mão. Conhecemos o povo eleito na conversão. Eu sei que sou um dos eleitos de Deus, porque Ele me salvou dos meus pecados, o que eu jamais poderia fazer por mim mesmo. Mas, o que fazer com os milhares que vivem ao nosso derredor; com os que se encontram nas trevas, cegos, surdos, mudos e paralíticos espiritualmente? O que fazer com um mundo que odeia Deus e que odeia o povo de Deus. Enquanto estivermos aqui viveremos ao lado deles. Alguns crentes têm parentes não crentes; nossos vizinhos, amigos, colegas de escolas e de trabalho, etc. eles são muitos.
        O que acontece normalmente é que esquecemos deles. Muitos se acomodam e deitam no gostoso “colchão” da eleição e ali se sentem confortados. Mas a mensagem vem para nos dar um “beliscão” nos fazer lembrar que estamos no mundo; que milhões vão morrer e irão para o inferno; que eles estão em Adão, mas que nós também estávamos em Adão anteriormente. Eles são nossos semelhantes; temos o mesmo sangue, falamos a mesma língua, etc. Podemos nós sentir as compaixões de Deus por eles? Podemos nós desejar que eles também sejam salvos? Podemos nós tentar, como que agarrá-los, para que eles não caiam no inferno? Ora, foi isso o que Paulo mostrou em Romanos 10:1 e espero que seja algo que nos motive a dar um passo gigantesco nesse desafio

A INDESTRUTÍVEL UNIDADE DA IGREJA (2)


     
“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim e eu em ti; que também eles sejam um em nós para que o mundo creia que tu me enviaste” (JOÃO 17:21-23:)
INTRODUÇÃO:      
        Devo continuar um pouco mais na introdução, tento em vista a necessidade de compreendermos o que nosso Senhor está falando em João 17, sobre a unidade da igreja. É claro que ainda Ele não foi à cruz; que não foi rasgado o véu do templo, dando um ponto final ao período da lei, a fim de que o evangelho pudesse alcançar judeus e gentios no muno inteiro. Retomemos onde finalizamos a página anterior.
        No capítulo 14 de João Ele mostra que Sua subida ao céu era para preparar o lar deles. O Espírito Santo desceria para habitar neles e glorificar o Nome do Senhor.
        No capítulo 15 o Senhor mostra a razão porque eles seriam deixados aqui neste mundo – para produzir fruto. O Senhor acrescenta o fato que Seus discípulos também encontrariam ferrenha      oposição do mundo contra eles, por causa do ódio que o mundo tem contra Cristo.
        No capítulo 16. Ele continua a mostrar a intensidade da perseguição do    mundo contra os santos. O Espírito Santo estaria aqui também para         convencer o mundo do pecado, justiça e juízo. Ele estaria guiando os santos na verdade. Então Ele mostra que o mundo seria o instrumento do ódio de satanás contra os santos de Deus. Percebemos que nosso Senhor não deixou Seus servos sem esclarecimento daquilo que eles precisavam saber. Eles foram advertidos do perigo que enfrentariam, mas por outro lado foram consolados com o fato que o Senhor, mediante o Espírito Santo viria para habitar neles. E no final o Senhor declara, então, a sublime vitória: “...eu venci o mundo!”
        3.     É nesse cenário de glória, de poder e da exuberante verdade eterna que começa o capítulo 17. Nesse capítulo os discípulos contemplam o Filho de Deus erguer sua cabeça e fazer essa impressionante oração de suplica ao Pai. Que majestoso momento! Ali não estava Moisés nem outro santo eminente, mas sim o próprio Senhor perante o santuário, falando com o Pai. O mundo estava do lado de fora planejando seus intentos perversos, mas ali no cenáculo havia as belezas ocultas do mundo mas cheias de glória e graça para os santos. Vale a pena meditar um pouco sobre essa oração do Filho.
        a)     Ele afirma que seu o trabalho mais glorioso estava chegando e logo estaria ao lado do Pai. O trabalho que Ele veio fazer terminaria com Sua morte e ressurreição e era anelo do Filho voltar à comunhão de glória que tinha com o Pai antes que houvesse mundo.
        b)     Ele faz um breve relatório daquilo que fora incumbido pelo Pai – dar vida eterna aos eleitos. Que ministério fiel! Estava chegando a parte final; era o momento do Cordeiro ser entregue pelo Seu povo. Não há medo Nele; há sim alegria e gozo. Logo estaria deixando este lugar transitório e agora seus pensamentos e palavras fixam nas realidades eternas. Aqueles que Ele veio buscar seriam envolvidos também na glória eterna.
        c)     Que Ele deixaria este mundo, mas que eles ficariam aqui, por isso Ele pede pelos Seus, não pede pelo mundo. Não é maravilhoso? Seus discípulos ficariam aqui para serem Suas testemunhas e expandir o reino de Deus pelo mundo. Eles seriam deixados como ovelhas no meio dos lobos; um mundo cruel, sob a liderança de satanás lhes esperava.
        d)     Pelo fato que eles ficariam aqui no mundo, certamente sofreriam os    ataques mais insidiosos e maliciosos do mundo. Por isso Ele pede pela unidade da igreja. Fui breve nesses comentários, apenas para mostrar que é exatamente aqui que desejo falar sobre a unidade da igreja de Deus. Minha esperança é que eu possa edificar os santos nesse assunto que agora devo tratar.

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Pregação - Não verá a vida - João 3:36 - Pr. David Sena

A INDESTRUTÍVEL UNIDADE DA IGREJA (1)


                
“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim e eu em ti; que também eles sejam um em nós para que o mundo creia que tu me enviaste” (JOÃO 17:21-23:)
INTRODUÇÃO:      
        Amado leitor estou introduzindo outro tema, na tentativa de ver o povo de Deus no mundo inteiro crescendo no pleno conhecimento da verdade. Sei que não sei acerca da verdade total, porque a cada dia aprendo mais. Mas o fato é que a igreja só será unida se conhecer toda verdade, especialmente naquilo que embasa nossa convicção de fé. Confesso que enfrento o maior desafio na pregação ao tomar um tema como esse. Já ouvi muito sobre a unidade da igreja e já presenciei programações feitas, sem dúvidas por homens sinceros, os quais buscaram com intensidade e oração o bem do povo de Deus. Mas a minha conclusão é que todo aquele esforço resultou em maior confusão. O que eles pensavam em unidade era a união das igrejas evangélicas, mesmo com diferenças de credos e costumes. Mas foi justamente aí que entrou a falácia total.
        A razão é que ninguém pode unir a igreja, porque ela já uma unidade indestrutível. Quando nosso Senhor orou em João 17, Ele estava falando ao Pai sobre o que aconteceria entre as nações; que após a sua morte não teria apenas o rebanho de Israel, mas sim de pessoas do mundo inteiro que viria a crer, a fim de tornar um só rebanho e um só Pastor. Para mim, eis aí a unidade, porque a igreja é um rebanho e um pastor. A unidade da igreja da igreja não é vista num ajuntamento solene de todas as igrejas evangélicas, porque acarretará em prejuízo e não benefício, caindo no inevitável buraco ecumênico.
        Tomo o cap. 17 de João para falar sobre esse assunto tão especial. Creio que para entendermos melhor o texto devo atrair a atenção de todos para o contexto. O que aconteceu que levou o Senhor não somente a essa oração impressionante, como também à declaração: “... para que todos sejam um...”, a fim de que possa edificar a vida dos que amam de fato a palavra da verdade..
1.     A partir do cap. 13 desse incrível livro de João, vemos que nosso Senhor deixa de lado as multidões, para estar a sós com Seus discípulos. Ele está caminhando rumo à cruz, por isso deixa sua atenção dada ao povo lá fora, a fim de exortar, instruir e consolar Seus perplexos discípulos. Preste atenção porque até Judas deve sair de cena, porque ele não fazia parte dessa comunhão e dos ensinos de amor que seriam dados.
2.     Ele passa a transmitir os ensinos para aqueles que ficariam neste mundo. Aqueles homens simples logo ficariam sem a presença física do Senhor, por isso precisavam de orientação. Ele iria deixá-los num mundo perigoso; eles não foram chamados para seguir ao Senhor apenas enquanto o Mestre estivesse vivo. Eles pertenciam ao reino de Deus para sempre; eles não eram mais do mundo; eles não voltariam a ter a vida que tiveram mais, já tinham jogado fora seus apetrechos de serviço, a fim de seguir o Senhor. Muitas coisas aqueles homens simples não sabiam por que ainda não haviam recebido neles o Espírito Santo. Eles receberia o poder para testemunhar sobre a ressurreição do Senhor, como acontece na narrativa de Atos 2.
        Logo no capítulo13 Ele mostra como Seus discípulos devem se tornar servos uns dos outros. Nosso Senhor dá uma lição bem prática sobre isso quando pega uma bacia e sai a lavar os pés de cada um deles. Essa é a primeira lição que mostra como o reino de Deus funciona diferente da forma como funciona o mundo. Nosso Senhor é o perfeito modelo de um servo, por isso Seus discípulos trabalhariam assim também.
        Vou encerrar por hoje esta página, para prosseguir na página 2 na introdução. Minha esperança é que o assunto redunde em bênção na vida de todos e que nosso Senhor seja glorificado na vida de cada um dos santos.