sexta-feira, 29 de maio de 2020

CHAMADOS À SANTIDADE (9)



“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:
TORNANDO SANTO.
        Desejo falar um pouco mais, mostrando a necessidade do novo nascimento, caso contrário a santidade de vida não pode ser aplicada no viver. O homem velho ligado a Adão deve morrer, caso contrário a revolta contra Deus continuará. Muitos acham que o batismo resolve a vida de alguém, mas quanto engano! Quem disse que o velho homem pode morrer debaixo d’agua? Tenho repetido tanto esse assunto em meus escritos, mas o faço porque é de grande importância que lembremos dessas verdades. A história do crente está ligada à história da cruz, pois a morte de Cristo e Sua ressurreição é a história do povo eleito. A confissão dos crentes aparece assim: “Cristo morreu pelos meus pecados”.
        Como começa isso? Começa com o reconhecimento dos seus pecados. Vejo o quanto essa verdade tem sido atirada fora, como se fosse algo inútil nas atividades da pregação. O evangelho hoje tem mais a ver com psicologia do que com as verdades eternas do amor Deus revelado na cruz. Os homens hoje são chamados a participar da igreja, do louvor e outras atividades e não para encarar suas culpas diante de Deus. O que fazem hoje é encobrir essas verdades, porque acreditam que isso humilha muito o “pobre” ser humano. O resultado é que quando as pessoas ouvem as mensagens que as levam à humilhação, elas simplesmente fogem porque não querem ouvi-las. É triste, mas é pura verdade.
        Sem delongas quero mostrar o quanto a bíblia trata sobre isso, mas antes de tudo devo deixar claro que não estou referindo a atitudes externas de desesperos e choro. Estou tratando de algo que é feito por Deus no coração. Se houver alguém com ardente desejo por conhecer a verdade revelada da salvação é porque aquela alma já foi humilhada. Mas a bíblia mostra passagens como vemos nos Salmos, onde diz que o Senhor está perto de todos quantos O invocam; em Isaías vemos como Deus diz que Ele tem prazer em comunicar-Se com contritos e quebrantados de coração (Isaías 66). Olhemos a pregação daqueles homens que foram comissionados ao serviço de pregação, como eles encararam a todos com a necessidade de arrependimento. Foi assim também com grandes pregadores, os quais foram usados por Deus para comunicar poderosas mensagens. Eles enfocavam a necessidade do pecador se humilhar perante Deus e confessar de coração a Cristo.
        Não um assunto desconhecido em nossos dias? Claro! Não podemos fechar nossos olhos e ouvidos, a fim de buscar novas ideias para o mundo moderno, sem que vejamos as tristes consequências, com o ecumenismo chegando, erguendo a bandeira da perigosa paz com a mentira, como está ocorrendo em nossos dias. Mas o homem arrependido é aquele que vê sua miséria diante de Deus; que confessa sua mendicância e que nada tem no céu. O arrependido vê seu coração depravado e vil, mesmo que ele não tenha cometido coisas feias no viver, mas ele sabe que tem todo potencial para atos perversos. O arrependido vê sua miséria e corrupção, enquanto vê que Deus é santo, por essa razão ele se vê índigo e merecedor do castigo eterno. O arrependido busca perdão e salvação em Deus apenas, e quando entende que alguém ocupou seu lugar para levar sobre si seus pecados.
        São essas almas que desejam ardentemente ser santas e uma vez salvas vão perseguir santidade. O alvo da santidade é agradar Deus, por isso o crente sincero nunca se vê no ideal de Deus e ele sabe que enquanto aqui estiver, jamais chegará a isso. Mas isso não o faz parar. Ele prossegue na meta de ser igual a Cristo. Que esse ideal glorioso possa ser visto na vida de cada leitor crente.

FIRMADOS NA MISERICORDIOSA SALVAÇÃO (11 de 11)


“Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé na verdade; para o que pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Tessalonicenses 2:13,14)
A ELEIÇÃO TEM SUA OBRA VISTA AQUI (versos 16 e 17)
        Hoje finalizo a explicação desse assunto tão rico e agradável aos corações que foram santificados na graça salvadora. Na página anterior pude tratar sobre o modo ativo, visto no texto, quando vemos a responsabilidade do crente em manter acesa a chama da fé. Hoje pretendo encerrar mostrando o modo passivo, conforme nos mostra os versos 16 e 17: “Ora, nosso Senhor Jesus Cristo mesmo e Deus, o nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança, pela graça, consolem o vosso coração e vos confirmem em toda boa obra”. Por que modo passivo? Porque muitas e muitas vezes Deus se dirige aos crentes mostrando o quanto Sua graça age em favor deles, como sendo, de fato um povo frágil e cercado de perigos neste mundo.
        Pela fé os crentes recepcionam essas verdades em seus corações. Lembremos bem que tem a parte ativa e a parte passiva; tem aquilo que o crente é chamado a fazer e aquilo que ele deve receber da parte de Deus. Mas é certo que todo crente, até mesmo nas suas funções ativas, ele recebe forças da graça para agir. Vejamos então como o texto nos mostra essas verdades.
        Primeiro, nos apresenta no trabalho de um amor eterno: “...que nos amou...”. A igreja é a noiva que naquele grande dia se unirá ao Senhor. A mulher deve ouvir da parte do seu marido continuamente: “Eu te amo” e é isso que os crentes ouvem continuamente da parte do Senhor, por meio da Sua palavra: “Eu te amei”. Coletivamente os crentes devem saber daquele que “...nos amou...”. O verbo no passado, tendo em vista que envolve eternidade, traz consigo o ensino que nunca, jamais o povo salvo deixará de ser amado. Essa verdade do amor eterno de Deus dá aos crentes a compreensão clara e prática da segurança que tem neste mundo. Este mundo é assustador e satanás persegue o crente, ou com sofrimentos ou com sedução. Sem um constante contato com a palavra de Deus e sem um viver íntimo de oração, certamente o crente vacilará e achará que está sozinho, achando que Deus falhou.
        Outro serviço do Senhor é que “...nos deu eterna consolação...”. Esse é um trabalho constante do Espírito de Deus no viver do salvo diariamente. Eis a razão que Ele é chamado de o “Consolador”, quando nosso Senhor fala Dele em João 14 e 16. Como precisamos disso! Estamos num mundo onde o pecado, a morte e satanás mantêm seu serviço, trazendo sofrimentos. Por essa razão Paulo tanto trata dessa obra consoladora em 2 Coríntios 1. Não precisamos disso diariamente? Não passamos nós por um perigoso vale, onde somos surpreendidos por desesperos e até mesmo momentos angustiantes?
        E finalmente em atividades de amor: “...em toda boa obra” Eis como Deus nos incentiva aos atos da fé. A graça não nos deixa de mãos vazias, pois sempre temos o que fazer em favor das pessoas ao nosso derredor e muito mais em favor do povo de Deus. Que assim o Senhor nos faça envolvidos nesses santos ensinos, a fim de que sejamos mantidos humilhados e dedicados, até aquele dia quando seremos tirados daqui para nosso lar eterno.

Pregação: Quando Deus casa com uma alma - Oseias 2:19-20 - Pr. David Sena

quinta-feira, 28 de maio de 2020

FIRMADOS NA MISERICORDIOSA SALVAÇÃO (10)


                       
“Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé na verdade; para o que pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Tessalonicenses 2:13,14)
A ELEIÇÃO TEM SUA OBRA VISTA AQUI (versos 16 e 17)
        Chego agora à ultima página e como sempre vemos o quanto os ensinos dados a nós pelo Espírito Santo na Palavra têm a parte prática. Toda doutrina pura e sã não é vista biblicamente como meros ornamentos, ou mesmo quadros para serem postos na sala do viver. Todo ensino bíblico veio a nós para penetrar em nosso ser e arrumar nosso estilo de vida, a fim de que vivamos para Deus durante nossa peregrinação. Por essa razão convido o leitor para examinar comigo esta última parte do texto tomado para esta mensagem.
        A primeira lição que nos leva ao aspecto prático do modo como deve viver o crente aqui é mostrado no modo ativo: “...permanecei firmes...”. Isso significa que da parte dos crentes se espera que eles sejam firmes. Não é comum ver isso em nossos dias, porque as doutrinas da graça são vistas como elementos vindos de Deus, os quais são jogados nas mãos de pessoas estranhas, as quais acham que são palavras bonitas. Mas, quão longe isso está da verdade! As doutrinas são espadas tomadas pelos fieis, a fim de que eles possam usar na batalha em defesa da fé. O que mais falta hoje? Faltam homens fieis, corajosos, santos, ousados na oração e na disposição de agradar a Deus em conservar limpos os utensílios sagrados, os quais lhes foram confiados.
        É com tristeza que afirmo que hoje não temos mais pessoas dispostas a usar esses santos instrumentos da nossa fé em suas casas, no trabalho, na igreja e no viver diário. O mundo empurra todos hoje para que simplesmente busquem novidades. Mas notem o que Paulo diz no texto: “...retende as tradições...”. Satanás conseguiu fazer da religião uma coxa de retalhos, com várias cores. Hoje não importa o que crê, basta dizer que tem Deus no coração e que se sente religiosamente bem, o resto não tem qualquer valor, pois cada um tece seu estilo de vida religioso como bem quer. Nos dias quando Davi passou a ser o rei de Israel, a bíblia fala de homens corajosos e dispostos que se apresentaram ao rei para participar das guerras com o rei escolhido por Deus.   Hoje faltam elementos que ardem em amor e santa convicção pelo reino de Deus. A situação se tornou no mínimo medíocre, porque o que Deus diz não importa. As funções religiosas foram invertidas, porque até mesmo mulheres são postas no ofício pastoral, como se fosse algo normal. A igreja hoje pode ser denominada de “Maria vai com as outras”, porque segue o padrão ímpio e perverso do mundo. A igreja hoje muda de cores, dependendo das circunstâncias, assim como acontece com o camaleão.
        O que posso falar diante disso? Para reter as tradições, conforme nos ensina a bíblia é necessário ter o coração santificado na salvação. Não é o momento para que fiquemos olhando para cima e dizendo que chegou o fim. Estamos em guerra e devemos empunhar a espada na pregação e convidar os verdadeiros santos à batalha pela fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos. Ímpios não conseguem empunhar as armas que foram dados aos fieis. Ergamos e entremos agora ao combate!

CHAMADOS À SANTIDADE (8)



“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:
TORNANDO SANTO.
        Agora é o momento para que encaremos com seriedade esse assunto, porque não é raro ver o quanto santidade é tratada em nossos dias pelos chamados crentes, como algo facultativo. Isso me deixa perplexo, porquanto santidade na bíblia é algo da natureza e não algo externo à vida de um crente, como um tipo de comida que não gosto, por isso prefiro não comer. Seguindo esse verdade precisamos conhecer algumas verdades bíblicas que estão ligadas a esse assunto.
        Primeiramente, para ser santo é necessário nascer de novo, porque Deus há de comunicar Suas verdades aos Seus filhos. Por exemplo, Pedro fala com os crentes como sendo eles crianças: “Desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” (1 Pedro 2:2). Note bem que os crentes não são tratados como pessoas estranhas que entraram numa família estranha. Os santos, na linguagem de Cristo, vista em Mateus, são Seus “pequeninos irmãos”. Mas, Pedro vai mais longe no capítulo 1 dessa maravilhosa carta, ao dizer: “Pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente” (1 Pedro 1:23). Estou tentando situar meus leitores nessa sublime verdade do novo nascimento, porque Deus fala somente com quem pode ouvir e entender Sua linguagem e isso significa que as pessoas com quem Ele comunica Sua graça e Seus ensinos são pessoas que nasceram Dele e que agora possuem a natureza divina, por isso podem participar da Sua santidade.
        Mas o que está acontecendo em nossos dias? O problema está com a mensagem pregada, pois o fundamento correto foi arrancado e posto um falso fundamento, feito de barro no lugar. É comum ver pessoas que afirmam que são salvas porque fizeram uma decisão de aceitar Jesus. Veja bem, não estou dizendo que todos que tomaram essa decisão não são salvas, estou dizendo que boa parte jamais conheceu a realidade da salvação bíblica; jamais souberam o real significado do arrependimento, confissão e conversão, por isso estão acalentadas no ego e acham que caminham na direção do céu. Veja bem o que acontece, pois sempre os interesses de alguém que não nasceu de novo são voltados ao mundo e quando buscam coisas espirituais, na realidade estão buscando o que chamo de autoajuda. Ora, sei que preciso encher esta página com mais argumentos, para assim ajudar os que buscam resposta na palavra de Deus. Quem ama e deseja santidade é porque nasceu de novo. Quer saber se alguém é realmente um crente em Cristo? Veja se ele luta por santidade e persegue a santidade.
        Isso significa que o evangelho faz um trabalho incrível no pecador que é alcançado por Deus. O velho homem precisa ser morto. Não estou dizendo que tem que matar o homem, mas sim o velho homem ligado a Adão. Quem faz isso? O evangelho, quando pregado da forma correta. Para isso levo o leitor para o texto do Salmo 45 verso 5: “As tuas setas são agudas, penetram o coração dos inimigos do Rei”. Se você quiser entender esse texto procure examinar bem o contexto. A mensagem do evangelho não carrega consigo os “ramalhetes de flores”, saudando a autoestima dos homens. O evangelho é o Espírito com Sua espada ferindo o velho homem em Adão, para dar o golpe fatídico. Notemos bem que enquanto o velho homem ligado a Adão não morrer, o homem continua o mesmo, mentiroso, mundano, carnal, egoísta e no íntimo odiador de Deus. Eis aí a razão porque muitos quando ouvem a mensagem que mexe com seu coração depravado, simplesmente foge para se esconder num lugar que lhe parece melhor.

quarta-feira, 27 de maio de 2020

What a Friend We Have in Jesus

CHAMADOS À SANTIDADE (7)



“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12: A depravação total. Romanos 3:9-18
O HOMEM E SEU ESTADO DE IMUNDÍCIE
        Na tentativa de mostrar a triste condição do homem no pecado, a bíblia nos faz ver a diferença entre a santidade de Deus e a condição de depravação. Tudo é feito no mundo e no trabalho enganador do pecado, a fim de que os homens pensem que há algumas virtudes da divindade neles. Especialmente em nossos dias, pregar sobre a condição vil e repugnante dos homens perante Deus é como mexer com maribondos. Mas o fato é que há uma inimizade mordaz do homem contra Deus. Por ser inimigo de Deus não há qualquer interesse em buscar Sua Palavra, desejar Seus ensinos, andar em Seus caminhos, anelar conhece-Lo nem desejar Suas moradas. Esses desejos santos nem sequer são cogitados pelos homens no pecado. Por essa razão, perseguir a santidade por deseja-la só pode vir de corações que foram salvos pela santíssima salvação.
        Também, o homem em seu estado de imundície tem em seus desejos carnais desejos por atividades que não agradam a Deus. Isso faz parte desse sistema do pecado. Por natureza os homens não querem obedecer a Deus, ao contrário, eles querem agir como sentem e pensam. Quando Deus diz aos homens no pecado: “Façam isso!”, eles ignoram e desdenham da ordem divina. Quando Deus diz: “Não façam isso”, eles simplesmente se erguem para fazer o que Deus mandou que não fosse feito. Foi essa a atitude ímpia do rei Saul. Quando Deus ordenou que matasse todos os amalequitas, ele simplesmente fez quase tudo, pois queria glórias para si, ao voltar da guerra. Foi necessário que Samuel lhe dissesse que Deus quer obediência e não sacrifício. O caminho dos ímpios é feito por eles mesmos e não toleram os caminhos do Senhor.
        Sendo assim, como pode o homem em seu estado natural desejar santidade? É impossível! Ele sente horror por Deus, por isso se esconde na luz. É normal ver os homens se escondendo das mensagens do evangelho. Eles querem coisas da bíblia que lhes fazem bem em sua natureza carnal, mas não toleram a luz da glória do grande Salvador, quando brilha perante seus olhos. Nem Deus espera que os ímpios vão desejar conhece-Lo. Chegar perto do Senhor da glória? É impossível, porque essa luz afugenta o homem natural, assim como fez correr os amigos de Paulo na entrada de Damasco (Atos 9). A sentença da ira de Deus paira sobre a cabeça de homens e mulheres condenados e eles são marcados como filhos da ira, conforme a linguagem de Paulo em Efésios 2. Se o coração não foi santificado na salvação, não há qualquer interesse por santidade. Isso vem alertar os que estão confiantes que vão para o céu, somente porque fizeram uma decisão para Cristo.     
        Outro detalhe é que Deus não está pedindo para alguém ser santo, Ele ordena: “Sede santos, como eu sou Santo”. Deus não faz petições, Ele dá ordens porque lida com quem pode ser santo. Se um pai chama os filhos que estão na rua brincando, para que eles entrem, claro que ele não espera que as outras crianças entrem também. Não adianta ordenar ao leão para que ele coma capim, pois ele não fazer isso. Quando a bíblia diz para perseguir a santificação é porque somente os que têm a natureza santa de Deus para isso. Santificação faz parte dos desejos dos crentes. Isso significa que os outros não vão obedecer, porque não faz parte da natureza deles.
        Se algum leitor ama santidade e tem prazer em buscar isso é porque é genuíno crente; é sinal de que nasceu de novo. Que triste notícia para a vã confiança do homem natural! Como entrar no céu sem santidade? Como ver a face bendita e santa do Senhor sem ser santo? Se não houve isso é porque precisa agora arrepender-se e converter a Cristo Jesus, em sincero coração.

FIRMADOS NA MISERICORDIOSA SALVAÇÃO (9)



“Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé na verdade; para o que pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Tessalonicenses 2:13,14)
A ELEIÇÃO TEM SUA OBRA REALIZADA: “Para o que pelo nosso evangelho vos chamou...”
Quero completar o assunto que não terminei na página anterior, porque o texto mostra que há uma chamada: “Para o que pelo nosso evangelho vos chamou...” e isso é de fundamental importância para nosso entendimento. O glorioso evangelho é doutrina que tem seu ensino prático. Não fomos chamados apenas para saber que Deus nos elegeu na eternidade, que somos caídos em Adão, que Cristo tornou-se nosso perfeito substituto, mas que há uma chamada que conhecemos como sendo irresistível chamada. Falo isso porque a mensagem pregada, convidando pecadores ao arrependimento, em nossos dias basicamente deixou de existir. Nossos púlpitos devem ser tomados por homens cujos corações estão inflamados de amor e compaixão pelos perdidos; homens cujas vozes ressoam em levar pecadores à humilhação, arrependimento e confissão. As mensagens modernas têm sido equipadas de autoajuda e até parece que nosso Senhor perdeu Sua função de salvar.
        Mas a verdade é que sem a mensagem certa aos pecadores, realmente não haverá qualquer sentimento de gozo e alegria no tocante aos resultados da tão grande salvação, bem como não haverá o temor do Senhor enchendo corações santificados. Deus chama Seus eleitos por meio da pregação: “...se alguém ouvir a minha voz...” (Apocalipse 3:21). A mensagem moderna vem colar os homens no mundo; a mensagem moderna traz consigo uma graça terrena, diluída em textos bíblicos, a fim de tornar o calmante espiritual da época, por isso não há qualquer interesse nos evangélicos atuais em enfrentar a terrível jornada neste deserto mundo, a fim de chegar à Cidade celestial, onde os nomes dos eleitos estão arrolados no Livro da Vida.
        Nos planos traçados na eternidade Deus tem o plano de tornar os eleitos semelhantes ao Filho. O pecado nos tornou em elementos feitos pelo pecado, sob o horror do pecado e na miséria do pecado. Nos planos eternos da redenção, a nova criação nos tornou na condição de sermos semelhante ao Homem perfeito e isso Deus, por meio da Sua Palavra e como obra do Espírito no dia a dia está nos realizando essa majestosa obra. O pecado nos postou na feiura, para nos levar à desgraças de vermes. A graça salvadora nos colocou em Cristo para nos levar à excelência da glória. Os santos são preparados dia a dia por meio da provação e Deus está tirando aqueles trapos que restaram do velho homem em nós, até que sejamos apresentados como igreja gloriosa, sem rugas nem manchas naquele dia.
        O assunto é tão grandioso, mas quero aqui tocar apenas naquilo que possa surtir um efeito de despertar maior interesse em nós. Neste mundo nosso Senhor afirma que está conosco, que jamais nos abandonará. Sua presença invisível é experimentada pelos que creem, mas naquele dia estaremos com Ele para sempre e não mais precisaremos da fé, porque O veremos face a face, pois seremos semelhantes a Ele nessa glória de um corpo glorificado.

Pregação - A justiça de Deus- parte 2 - Pr. David Sena

terça-feira, 26 de maio de 2020

FIRMADOS NA MISERICORDIOSA SALVAÇÃO (8)



“Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé na verdade; para o que pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Tessalonicenses 2:13,14)
A ELEIÇÃO TEM SUA OBRA REALIZADA: “Para o que pelo nosso evangelho vos chamou...”
        Na página anterior pude mostra que o evangelho é a nova que vem do céu e não da terra e que os pregadores devem pregar o que está escrito, sem sequer pensar em mudar o material celestial, como lhe foi entregue. Mostrei também que os emissários celestiais devem ser homens convictos. Eles devem ter o evangelho como sendo: “...nosso evangelho...”. Essa mensagem tocou seus corações e faz parte do próprio ser do pregador. Também falei sobre o fato que Deus tem Seu modo de atrair os eleitos: “...vos chamou...”. Eu creio que é nesse aspecto que muitos erram em não esperar no poder de Deus que opera usando Sua palavra.
        Mas desejo acrescentar algo mais sobre esse assunto, porque o texto de 2 Tessalonicenses mostra o motivo pelo qual Deus chama Seus eleitos: “...para alcançardes a glória do nosso Senhor Jesus Cristo”. Notemos o objetivo eterno de Deus para com Seu povo eleito, porque não fomos chamados para herdar coisas terrenas, passageiras e amaldiçoadas pela presença do pecado aqui. Os santos são abençoados com privilégios que estão acima de qualquer compreensão dos homens. Paulo diz em Efésios que nossas bênçãos estão nas regiões celestiais (Efésios 1:3). Mesmo sendo eu tão ínfimo e incapaz de expor tais grandezas, mesmo assim vale a pena chegar perto e tocar nessas joias e diamantes que adornam a igreja e enchem os corações dos santos de real alegria e santas emoções.
        Afinal, o que teremos? O que espera os santos após eles deixarem esta vida cheia de miséria? A resposta é simples: A glória de Cristo! Quem é o nosso Salvador? Não é Ele o Senhor da glória? Sei que tem muito mais, que o tema toca no infinito, mas mesmo assim têm coisas que somos chamados a ver de antemão. A primeira é a glória de que seremos iguais a Ele. Notemos bem o quanto isso é de tão grandiosa importância à nossa compreensão. Sentimos privilegiados quando chamados a trabalhar para um presidente, um rei ou mesmo alguém de grande importância. Mas no caso dos eleitos, a situação é diferente. A eleição não foi para que tivéssemos uma posição de alto posto no céu, ou mesmo como servos dos anjos. Não! A eleição teve em mira um povo para a glória! Deus não vai encher o céu de elementos que resolveram deixar o mundo e imigrar para um novo país. Deus encherá a Nova Jerusalém de filhos.
        Notemos que foi isso o que o Senhor falou em Hebreus 2:13: “Eis aqui estou e os filhos que Deus me deu”. Que entendamos bem o fato que Deus não resolveu encher a cidade santa com filhos alheios que há de pegar para cria-los, assim como fazem aqui no mundo. A obra da graça é tão poderosa, justa e santa que Deus, por meio do trabalho impressionante do Filho na cruz, há de encher o céu com filhos nascidos de Deus. Fitemos esses planos eternos e meditemos na tão gloriosa e grandiosa salvação. Até que ponto irá a grandez dos filhos de Deus? Será que agora poderemos entender essas coisas?

CHAMADOS À SANTIDADE (6)



“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12: A depravação total. Romanos 3:9-18
O HOMEM E SEU ESTADO DE IMUNDÍCIE
        Ao deparar com a santidade de Deus devemos entender é impossível para o homem em seu estado natural ser santo. Mesmo sabendo que esse é um assunto que todos os crentes entendem (espero que sim), ainda creio que é preciso enfatizar o assunto, porque quando o ecumenismo dá seu brado de “cristão” é porque milhares de elementos já estão se sentindo como se fossem crentes. As poderosas doutrinas da salvação não são facilmente aceitas nem pregadas. O novo nascimento, por exemplo, não é um assunto que conquista os corações, mas é a linguagem de Deus, que mostra o estado de desespero do homem, sem qualquer capacidade para dar a Deus a glória e o viver conforme Lhe agrada. Aliás, toda doutrina da salvação, quando vista com o rigorosa fidelidade às sagradas Escrituras, elas só mergulham os homens em sua calamidade.
        Tentar tornar o homem natural em um santo só resultará em completo fracasso e num cruel legalismo. Homens fieis ás suas religiões ficaram aprisionados em seus próprios erros porque nada entenderam sobre o novo nascimento, assim como Nicodemos quando exposto às palavras do Senhor: “Se alguém não nascer de novo não pode ver o reino de Deus” (João 3:3). O homem pode ser rigoroso em seu sistema religioso, assim como Saulo de Tarso era; pode ser zeloso quanto a alguns costumes e até mesmo poderá praticar muitos atos honrosos em sua vida, mas se não nasceu de novo não terá a natureza que o compele à santidade. Santidade é a natureza de Deus e não pode associar-se à natureza pecaminosa do homem. Para ser santo precisa ser filho de Deus, caso contrário Deus não lidará com a pessoa, assim como um pai lida com seu filho e não com os filhos dos outros. Em Hebreus 12 vemos como Deus trata com seus filhos, a fim de que eles sejam participantes da Sua santidade.
        Observemos bem o fato que o homem não nascido de novo não tem qualquer interesse por Deus. Ele pode gostar de saber que evangélico, pode ter uma bíblia, fazer orações, cantar louvores, etc. mas não há qualquer desejo por amar o Senhor, andar com Ele e agradá-Lo no viver. O novo nascimento produz nova natureza e esse trabalho não pode ser feito por pastor, igreja, ou quaisquer meios religiosos. Em João 3 nosso Senhor afirma que novo nascimento é obra do Espírito Santo e em 1 Pedro 1 Pedro afirma que é obra da palavra. O Espírito Santo e a Palavra de Deus formam as duas sementes que operam essa obra inexplicável pelos homens e inaceitável à mente natural. O homem não nascido de novo pode ter certa satisfação de que está no caminho certo. A natureza enganosa do homem no pecado quer sentir-se bem, quer sentir-se que está em paz e quer convencer a Deus de que nada há de errado no viver.
        Porém, as coisas não mudam quanto a real condição do estado natural do homem. Nós não podemos mudar natureza. Uma cobra venenosa será sempre venenosa, mesmo que suas presas forem arrancadas; uma hiena será sempre carniceira, mesmo que seja criada com carinho e domada num cativeiro. Um homem será sempre o mesmo caído em Adão e pronto para dizer mentiras contra Deus, mesmo que por fora pareça diferente, bondoso e amigo de todos. Enquanto Deus não entrar no coração para tirar o coração perverso, dando-lhe um novo coração que O teme, o homem será o mesmo em qualquer lugar. Se tentarmos mudar a realidade das coisas, conforme Deus mostra em Sua palavra, as consequências serão desastrosas, o engano será maior e Deus retirará Sua presença que traz convicção de pecado. Quanto mais os homens forem levados à humilhação perante o Deus da verdade, mais o Senhor se manifestará como o maravilhoso médico que trata com a alma.

segunda-feira, 25 de maio de 2020

CHAMADOS À SANTIDADE (5)




“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14)
O DEUS SANTO
        Meu esforço tem em vista mostrar aos meus leitores o quanto a bíblia trata acerca da santidade de Deus e essa santidade quando ofendida tem seríssimos e letais resultados. Por centenas de anos Deus ensinou e alertou Israel sobre o perigo de ofender a santidade Dele com práticas de idolatria. Nas nações vizinhas eram povos inimigos do Deus de Israel e quando chegava o tempo da vingança, Deus os tratava com terríveis castigos e muitos nações foram simplesmente erradicadas da face da terra, por causa da ira de Deus. Mas no caso de Israel, lembramos que Deus se manifestou a esse povo como o Deus santo e terríveis experiências aconteciam quando eles violavam a santa lei do Senhor. Em Lamentações 4:11 diz que “Deu o Senhor cumprimento à Sua indignação, derramou o ardor da Sua ira; acendeu fogo em Sião, que consumiu os seus fundamentos”.
        O que aconteceu em Jerusalém. O livro de Lamentações com seus 5 capítulos contam como foi que Deus, em Sua ira derramou Sua indignação contra Jerusalém por meio do exército babilônico, pondo fogo na cidade, deixando milhares de mortos, com cenas das mais terríveis de crianças morrendo de fome e até de mães assando filhos para matar a fome. O resultado foi que milhares foram deportados para a Babilônia onde ficaram 70 anos. O que tem essa história com a santidade de Deus? Por anos e anos Deus em Sua longanimidade avisava o povo, mas eles continuavam em suas práticas perversas e idólatras, afrontando a santidade de Deus, por isso os resultados foram mostrados de forma sintetizada em Lamentações.
        Homens santos também tiveram experiências terríveis quando viram a santidade de Deus. Um dos profetas que foi envolvido com esse atemorizante espetáculo do vislumbre da glória de Deus foi Isaías O relato do capítulo 6 do seu livro mostra a reação do profeta. Naqueles dias Israel vivia no conforto da prosperidade na qual estava a nação como resultado do governo do rei Uzias. No meio do conforto estava escondida a corrupção do povo em seus pecados. O povo havia colocado sua confiança na liderança do visionário rei Uzias, mas este havia morrido. Agora o profeta presença Deus em Sua santidade e aquela experiência é amarga para o jovem Isaías, mas foi ali que ele soube de sua condição e quem realmente era o Seu Deus, de quem Israel tinha tanto se afastado.
        De forma diferente Daniel teve a experiência da presença do Senhor, conforme o relato no capítulo 10 do seu livro, e foi suficiente para o profeta conhecer o quanto o homem não passa de um verme diante da majestade do Senhor. Davi também soube de forma amarga o que significa cair nas mãos do Deus vivo, quando, seguindo sua própria determinação fez o censo de Israel, conforme a narrativa em 2 Samuel 24 e 1 Crônicas 21. E assim a bíblia está aí perante nossos olhos, nos ensinando o temor ao Senhor; nos mostrando que o Deus de Israel é nosso Deus; nos mostrando que sendo Ele santo, devemos nos esforçar em buscar andar com Ele num viver santo também. Lembramos que anjos não puderam fita-lo e que nós, para que pudéssemos vê-los fomos santificados na salvação.
        O que vemos no texto de Hebreus 12 é a mesma ênfase que é dada em toda Escritura, acerca da nossa responsabilidade em buscar santidade no viver. Um andar mundano, pensamentos mundanos e carnais e um viver ocupado com este mundo passageiro, significa que longe a pessoa está da santidade. Vejo como muitos que se chamam crentes hoje têm mais prazer pelo mundo e amizades mundanas do que andar com Deus. É grande a ausência do amor à palavra, da oração e de uma comunhão íntima com o Senhor. Triste realidade que vem expor o avanço da iniquidade e do poder ecumênico que assola a igreja em nossos dias.


FIRMADOS NA MISERICORDIOSA SALVAÇÃO (7)


                        
“Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé na verdade; para o que pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Tessalonicenses 2:13,14)
A ELEIÇÃO TEM SUA OBRA REALIZADA: “Para o que pelo nosso evangelho vos chamou...”
        Deus tem seu método soberanamente Dele para chamar Seus eleitos: “...pelo evangelho...” Paulo diz que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê (Romanos 1:16). Tudo tem sido feito ultimamente para criar novos métodos de evangelizar e os resultados são drásticos para o bem da obra de Deus. Mas alguém pode dizer que os métodos são vários, mas a mensagem é a mesma. Mas a força do evangelho vem pelo poder da pregação, caso contrário tiraremos esse poder que confronta o homem e esmaga o poder do pecado. Eu sei que o evangelho significa “boas novas”, mas essas boas novas jamais terão qualquer efeito naqueles que jamais se arrependeram dos seus pecados. As boas novas vindas do céu trazem regozijo às almas atraídas pelo poder da graça.
        Os homens que amam o mundo sentem atração por boas novas vindas do mundo, mas não da salvação de Deus. Para os judeus, o fato que Jesus multiplicou os pães eram novas que seus corações mundanos tanto queriam, mas quando o Senhor lhes mostrar as verdades eternas, eles estavam prontos a assassinar o Filho de Deus. O evangelho não somente é o poder de Deus, como também Deus tem seus agentes, chamados por Ele para a tarefa de pregar essas novas. Paulo mostrou essa convicção de tal maneira que sentia que o peso da responsabilidade pesava sobre seus ombros: “...ai de mim se não pregar o evangelho”. Isso não é tarefa para qualquer um; não é tarefa para quem Deus não confiou seus mistérios santos e eternos. Aos que Ele chama e os encarrega dessa santa função, Ele há de prover com poder na voz, santa convicção e pleno poder.
        Além disso, a tarefa de pregar o evangelho é dada aos chamados por Deus, que eles podem dizer como Paulo diz no texto: “...nosso evangelho...”. Os pregadores não vivem mudando a mensagem; não a torna mais agradável aos ouvinte. Deus lhes entregou uma teologia santa da salvação bíblica e eles sabem que veio do céu. Os pregadores não chamam os homens, para colher suas opiniões sobre o que devem pregar; não fazem um plano de trabalho para ver se amoldam a mensagem que venha atrair mais pessoas para esta ou aquela denominação. Eles pregam o que a bíblia manda pregar e suas mensagens estão dominadas pela verdade e cheias de linguagem simples, mas persuasivas. Os pregadores cuidam em pregar e sabem bem que a tarefa de salvar pertence a Deus.
        Os pregadores chamados e enviados para a santa tarefa de pregar a mensagem do céu aos homens sabem bem que Deus tem Seu modo de atrair: “...vos chamou...”. Foi essa verdade que Paulo passou aos santos da igreja de Tessalônica e eles entendiam isso. Houve uma chamada, porque pelo evangelho a voz do Salvador ecoa em meio às trevas e atrai os eleitos. O evangelho quando pregado pela pessoa certa e na fidelidade da verdade revelada jamais iludirá corações, mas encherá de luz, santa confissão e propósito firme de conversões aos que são chamados das trevas para a luz, conforme vimos o que ocorreu em Tessalônica, no capítulo 1 da primeira carta.

sexta-feira, 22 de maio de 2020

FIRMADOS NA MISERICORDIOSA SALVAÇÃO (6)



“Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé na verdade; para o que pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Tessalonicenses 2:13,14)
A ELEIÇÃO TEM SUA OBRA REALIZADA: “Para o que pelo nosso evangelho vos chamou...”
        Quando penetramos fundo nos estudos sobre a doutrina da salvação ficamos pasmados ao ver o quanto tudo funciona de uma forma que é diametralmente oposta ao nosso modo natural de pensar. Tudo de Deus envolve grandeza, em toda Sua criação natural bem como em todas as Suas obras de salvação. No Salmo 136 é dito que Ele é o único que opera maravilhas e isso significa que tudo Dele está infinitamente além da nossa compreensão. Mesmos santos pensamentos têm dificuldades de uma compreensão real das coisas eternas, a ponto de Paulo se entregar as emoções ao escrever sobre as obras soberanas: “Ó profundidade das riquezas...” (Romanos 11:33).
        Quando olhamos a salvação bíblica vemos que tudo já foi feito. Encaremos Romanos 8:29: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito ente muitos irmãos”. O isso nos ensina? Analisemos segundo a lógica apresentada no próprio texto, porque se houve um conhecimento antecipado: “...aos que de antemão conheceu...” segue-se que tudo já foi definitivamente feito. O que vem em seguida explica: “também os predestinou para serem conformes a imagem do Seu Filho...”. Eis aí em simples palavras o que realmente significa “predestinação”, tema diante do qual muitos criam tanta confusão. Notemos bem que o texto não diz: “...também os destinou...”. Os homens mesmos, devido a queda se destinaram para a punição eterna, mas os que Deus “...de antemão conheceu...” foram predestinados.
        Mas o verso 30 traz melhor elucidação ao que quero tratar no que toca a salvação dada aos eleitos: “E aos que predestinou, a esses também chamou; aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou a esses também glorificou”. Veja bem que toda obra da salvação aparece num simples verso: A predestinação, a chamada, a justificação e a glorificação. O texto nos envolve no passado: “Aos que predestinou...”. No presente: Chamada irresistível:“...a esses também chamou...” e justificação: “...a esses também justificou...” e finalmente o futuro: a glorificação: “...a esses também glorificou”.
        Coloquemos nossos corações no texto, porque o modo de Deus tratar com Suas obras merecem nossa temente atenção. Os verbos se encontram todos no presente: Predestinou, chamou, justificou e glorificou. Isso nos ensina que Deus não está tentando fazer as coisas, pois tudo já foi feito, e os salvos podem confessar essas verdades assim: “No passado Ele me predestinou, no presente Ele me chamou e me justificou e para o futuro Ele já me glorificou”. Isso nos ensina que não há como impedir os atos de Deus; não quem possa frustrar os desígnios santos e Sua vontade soberana. Ora Ele é Deus.
        Procurei nesta página destacar a seriedade doutrinária dessa tão grande salvação que foi preparada para o povo eleito. Que os santos sejam edificados e o Senhor glorificado.

CHAMADOS À SANTIDADE (4)



“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14)
                               O DEUS SANTO
        Toda minha ênfase sobre a santidade tem em mira mostrar o quanto os genuínos crentes devem levar à sério a santidade no viver, conforme o texto de Hebreus 12:14, onde no grego o termo traduzido “segui” tem o sentido de “perseguir” à busca daquilo que precisa fazer parte da nossa vida, da mesma maneira que acontece quando fazemos faculdade no objetivo de alcançar nossos ideais de uma profissão. Na vida aqui o que é excelência não é achado facilmente, precisa de esforço para acha-la. Assim também é na jornada dos crentes no caminhar para o lar celestial. Para o entendimento do que significa a santidade de Deus tenho procurado mostrar textos bíblicos que tratam sobre o assunto.
        Vemos também o quanto a santidade de Deus destrói o que é pecado. Deuteronômio 9:3. O texto mostra o quanto Moisés quer dá ênfase à nação que entrar na terra prometida e dar cabo dos inimigos ali era tarefa de Deus e não deles. Moisés, em todo capítulo 9 está mostrando que durante a jornada de quarenta anos, todo problema de castigo vindo de Deus foi porque o povo foi rebelde. Sem dúvida aquele momento foi de profunda tristeza para todos, uma vez que Moisés pode reviver aqueles dramáticos acontecimentos de rebelião. Mas o que Moisés diz? Ele afirma que aquelas nações inimigas seriam destruídas porque Deus mesmo iria à frente como fogo consumidor: “...teu Deus, é que passa adiante de ti; é fogo que consome...”. Essa verdade mostra que a expressão: “fogo que consome” trata-se da puríssima santidade de Deus que age como fogo consumidor, assim como o fogo vai destruindo tudo o que não pode o suportar.
        Falo isso porque somos tendenciosos a ignorar e não gravar em nossas mentes essas verdades acerca do nosso Deus. Todos os castigos derramados de Deus sobre a nação rebelde de Israel, durante a travessia no deserto foi a vívida manifestação desse “fogo consumidor” de um Deus santo, que não pode ver o mal, a fim de trazer temor a todo povo. Notemos o caso de Nadabe e Abiú, os dois filhos de Arão que serviriam no tabernáculo como sacerdotes, como os dois foram mortos (Levítico 10) Qual a razão? Do nosso ponto de vista parece absurdo que a vida deles fosse arrancada assim, mas o fato é que Deus, em Sua santidade não pode suportar em à Sua presença nada que não seja proveniente Dele mesmo, inclusive fogo.
        Notemos também o que significa a pureza da santidade de Deus no caso de Uzá. Davi estava trazendo a Arca da Aliança da casa de Abinadade para Jerusalém, mas o rei fez de forma errada, pois, imitando os filisteus (1 Samuel 6) trouxe a arca numa carruagem puxada por bois. Mesmo que a carruagem fosse novinha, o rei deveria saber que a ordem é que a Arca da Aliança de Deus deveria ser carregada pelos ombros de quatro sacerdotes. Dos inimigos filisteus podiam esperar que funcionasse, mas não de homens conscientes dos ensinamentos da lei. Ora, o resultado foi letal para Uzá que tentou segurar a Arca devido ao tropeço de um dos bois, e Uzá teve morte instantânea. Com os inimigos Deus normalmente é mais brando do que com Seu povo. Deus feriu os filisteus enquanto moviam a Arca de uma cidade para outra, entre os filisteus. Mas quanda a Arca foi devolvida pelos filisteus e os bois a levaram na carroça, assim que chegou em Judá, setenta homens foram mortos só porque olharam para dentro da Arca do Senhor. Tudo isso vem nos mostrar que o Deus de Israel é nosso Deus de agora. Somos o povo escolhido e participamos de Sua santidade, devido ao fato que nascemos na família Dele. Sendo assim, devemos entender que nossa tarefa é lutar por conquistar santidade dia a dia, momento após momento.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

CHAMADOS À SANTIDADE (3)



“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14)
O DEUS SANTO
A primeira lição que temos é que acerca do Deus Santo é que Sua Natureza é Santa. “Tu és tão puro dos olhos que não podes ver o mal”. Nós estamos tão acostumados com nossas maldades e com as maldades dos homens que é difícil conceber o que realmente significa ser completamente santo. Mas mesmo sendo nós tão maus, mesmo assim não toleramos ver determinadas atitudes perversas dos homens. Especialmente nessa época, quando os homens vão perdendo toda e qualquer noção de boas atitudes, a tendência é não conceber um Deus que não pode tolerar qualquer maldade. O mundo inteiro em nossos pensa e age contra as leis de Deus, por esse fato aumentam os atos perversos de pedofilia, imoralidades, crimes e outras barbaridades cometidas, especialmente contra os mais fracos. Tudo isso nos faz desviar das realidades de um Deus que é puros dos olhos.
        Nós aprendemos isso à medida que volvemo-nos para a Palavra, porque a bíblia conta como Deus reage ante as maldades dos homens. Em Sua longanimidade Ele suporta, mas isso não significa fraqueza de Deus. O que Ele faz é permitir que os ímpios fiquem como frutos amadurecidos e prontos para serem colhidos no momento certo. Quando as maldades de Sodoma e Gomorra chegaram até o céu, então veio o momento quando Deus enviou Sua ira para desarraigar toda população da face da terra. O que parece para nós ser um ato cruel, na realidade é Deus arrancando o mal, como se faz com as ervas daninhas. E sabemos que Aquele que reina no céu e na terra tem poder para executar Seus juízos como Ele bem quer. Em Jeremias 45, vemos Baruque, o secretário de Jeremias atordoado pelos acontecimentos de guerra que tomavam o mundo de então. Mas eis que Deus, com ternura mostra a Baruque que aquilo que Ele estava fazendo é que o que Ele havia construído Ele estava demolindo e o que Ele havia plantado, Ele estava arrancando.
        É impossível entrar no conhecimento da verdade revelada sem ser tomado de temor. Muitas vezes nossa concepção da divindade é igualada à nossa humanidade. Pensamos no íntimo que Deus, com o passar do tempo vai se envelhecendo e perdendo suas forças, assim como acontece conosco. Mas quão errados somos! A imutabilidade de Deus está perante nossos olhos, quando somos envolvidos pela palavra. Deus nunca mudou e não mudará. Passam-se os anos e Deus permanece o mesmo em Sua atitude contra o pecado. Nem sempre Ele age do mesmo jeito, mas em todas as suas ações Ele revela ser o Deus intolerante para com as maldades. Foi isso que Ele demonstrou com aquelas nações que estavam ocupando toda terra de Canaã. Nosso Senhor deixou claro para Israel que Ele sabia de todas as maldades praticadas naquela sociedade pagã, por isso a ordem foi dada para que todos eles fossem destruídos sem dó.
        Ora, a igreja deve muito mais saber disso. A santidade de Deus e o temor que deve haver em nossos corações devem estar acima de qualquer ambiente de paz entre os homens. Tudo o mundo está fazendo hoje para tapar os ouvidos para a santidade; tudo está sendo feito para que os evangélicos sejam tolerantes com o mal e com o mundo. Tudo hoje é feito para que as mentiras do mundo, suas vaidades e perversidades sejam encobertamente aceitas. Claramente vemos que o Deus da bíblia está sendo colocado de lado e outra divindade tem achado lugar nos corações. É por esse fato que muitos não suportam mensagens que tratam do estado depravado do homem. O nosso Salvador é o Deus santo com quem devemos andar diariamente e conversar com Ele em nossa jornada. Como faremos isso sem perseguir a santidade sem a qual ninguém verá o Senhor?

FIRMADOS NA MISERICORDIOSA SALVAÇÃO (5)



“Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé na verdade; para o que pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Tessalonicenses 2:13,14)
A ELEIÇÃO TEM SUA OBRA REALIZADA: “Para o que pelo nosso evangelho vos chamou...”
        Prezado leitor, preciso concluir o assunto que estava tratando na página anterior. A bíblia inteira mostra nossa condição e que Deus mesmo trouxe consigo tudo o que o era necessário para a salvação do perdido. há possiblidade de um médico falhar com algum paciente, mas no tocante a salvação, em nada o Senhor há de cometer qualquer erro. Ele nunca deixou nem deixará alguma alma iludida, porque confiou em vão. Se alguém se sentiu desanimado e voltou ao mundo, na realidade tal pessoa jamais conheceu a fé bíblica. Os que creem jamais ficaram nem ficarão desapontados quanto à salvação dada pelo Salvador.
        Voltemos à palavra e coloquemos nosso coração firmado no trabalho poderoso de um Deus que não falha e que jamais poderá mentir. Toda decepção parte de corações endurecidos. Examinemos o fundamento, porque em 1 Pedro 1:2 vemos que no trabalho da triunidade houve o trabalho do Pai em conhecer Seu povo em Cristo e houve o trabalho do Espírito Santo em santificar os eleitos. Notemos que essa obra do Espírito é magnifica, porque com todos os eleitos, no dia do poder de Deus Ele separa. Ele faz isso numa família e não há quem possa detê-Lo. Ele separa seus eleitos levando-os a uma experiência inigualável e inexplicável pelo mundo. Em separar os eleitos às vezes Deus permite que até mesmo tragédias aconteçam, quando Deus tira de perto os que querem estorvar Seus planos.
        Muitas vezes os eleitos passam por sofrimentos e lutas; alguns ficam enfermos, outros perdem os bens materiais e outros são achados em prisões e angustiantes situações. Mas é essa a obra santificadora do Espírito de Deus em Seu ato soberano. Tudo Deus faz para que a glória seja somente Dele, a fim de que todos saibam que o grande Deus da salvação opera por milagres. O Deus que conhece Seu povo não tem limites em Seus atos de salvação. Quando Jeremias se sentiu tão pequeno para uma tarefa tão grande de ser profeta às nações, eis que o Senhor lhe disse que o conheceu antes que Sua mãe ficasse grávida dele (Jeremias 1:5). Isso significa que para Deus em Seu ato de salvar, Ele chama Seus eleitos quando eles estão no útero da mamãe. Notemos que foi assim com João Batista, porque este, ainda útero, não conteve suas emoções de alegria ao ouvir a voz de Maria (Lucas 1:44).
        Nós pensamos que Deus é como nós, que está submetido ao tempo. Quando meus filhos nasceram eu os vi crescendo e chegando à idade para comunicar com eles e ensiná-los sobre Deus e Sua palavra. Mas Deus vê o homem antes e Ele comunica com os Dele antes que eles sejam conhecidos dos pais. Notamos isso na profecia do homem de Deus para Jeroboão, avisando que Deus levantaria um profeta, cujo nome seria Josias e que ele seria usado para destruir o altar idólatra construído por Jeroboão. E esse Josias veio mais de trezentos anos depois (1 Reis 13:2). Ó, que nossos corações sejam tomados dessa tremenda e profunda verdade!

Pregação - A paciência de Deus - 2 Pedro 3:8-9 - Pr. David Sena

quarta-feira, 20 de maio de 2020

The Great Redeemer

FIRMADOS NA MISERICORDIOSA SALVAÇÃO (4)


               
“Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé na verdade; para o que pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Tessalonicenses 2:13,14)
A ELEIÇÃO TEM O FIRME OBJETIVO E FUNDAMENTO: “...desde o princípio para a salvação...”
        É claro que o objetivo principal e final na eleição foi e para sempre será a glória da graça de Deus. Mas no tocante ao serviço operado aqui na criação e em tudo o que nos foi comunicado na revelação bíblica é a salvação do povo eleito. Que possamos ser tomados dessa tão maravilhosa verdade. A igreja de Deus é constituída de pessoas que caíram em Adão. Os salvos não são pessoas especiais, que nasceram numa família crente e que por isso são crentes. Eles não são pessoas que foram achadas melhores do que as outras pessoas no mundo, porque todos nós viemos do mesmo barro, da mesma massa cheia das “bactérias” do pecado. Tudo Deus preparou para os crentes em Sua palavra, a fim de que eles soubessem que foram arrancados do estado horroroso onde o pecado os colocou.
        Ora, a bíblia não está brincando nem inventando historinhas para nos manter assustados. Deus não brinca em Sua revelação entregue a nós. A linguagem usada a nosso respeito é para nos acordar para o fato que salvação realmente significa salvação e não brincadeira religiosa. O termo “salvação” por si mesmo mostra qual era nossa condição. Salvação implica que a situação era grave aos olhos de Deus e ninguém é salvo de uma boa condição. Nós os crentes não sabíamos dessa condição tão triste na qual fomos chamados. Diante dessa verdade é realmente perigoso tomar a mensagem celestial e transforma-la num trampolim para um viver mundano, incoerente com o viver que devem ter os salvos. No texto em 2 Tessalonicenses Deus está mostrando que fomos tirados das fileiras deste mundo, da companhia de milhões que prontamente adoram e adorarão o anticristo, daqueles que têm a marca da besta na testa e na mão.
        O fato que a salvação bíblica aparece sempre nas Escrituras revestida da misericórdia. Mas o fato é que hoje milhares que se dizem salvos nem sequer podem definir o termo “misericórdia”. Alguns entram no rol de membros porque o pastor achou que seria uma pessoa competente. Conheci um senhor que veio à nossa igreja duas ou três vezes. Ele me disse que frequentou uma igreja numa cidade perto e que o pastor o deixava tocar violão. Por circunstâncias que desconheço ele veio com a família morar aqui e suas filhas frequentavam a igreja nossa. Mas logo após ouvir algumas mensagens evangelísticas aquele senhor me disse que jamais foi crente, e nunca mais voltou à igreja. Mais tarde soube que ele adoeceu e pude visita-lo no hospital e lá percebi o quanto ele nada tinha de interesse pela verdade eterna. Não demorou muito ele veio a falecer por causa de uma complicação no coração.
        Estou destacando isso porque se não houver uma ênfase ao pecado e à condição do homem caído diante de Deus, jamais teremos conversões genuínas. Não fomos chamados para dar salvação; fomos chamados para pregar, ensinar, mostrar as verdades bíblicas sobre o Deus da verdade, mas não podemos salvar ninguém. A salvação pertence a Deus e é somente Ele quem chama no tempo Dele, no dia Dele e no poder Dele.

CHAMADOS À SANTIDADE (2)



“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14)
O DEUS SANTO
        Chegou o momento para entrar nesse texto que parece tão incompreensível, devido ao fato que dá a entender que a salvação é mediante a santidade. Toda essa dificuldade de entender um texto como esse é devido ao fato que a pregação do evangelho hoje está despida de santidade. No que tange à salvação, tudo hoje está mais baseado numa graça barata, numa mensagem que mais lida com aquilo fornece um conforto no viver aqui. O que vemos hoje é uma mensagem de salvação completamente distanciada de um viver de amor a Deus e de desejos santos. Mas, quão longe isso está da mensagem divina. Os crentes foram salvos do pecado, a fim de viver para Deus e isso significa que seguir a santificação é o desejo normal da vida de um sincero crente. Hoje santidade é uma opção e não algo inerente que desponta no viver de uma alma salva. O que muitos querem é ir para o céu e afirmam que têm certeza disso, mas a verdade é que não caminham para lá, seguindo o caminho que contraria o caminho ímpio deste mundo.
        Realmente, no texto o escritor sacro mostra que a vida cristã é marcada pelo sacrifício do amor fraternal: “Segui a paz com todos...”, como é marcada pelo amor a Deus: “...e a santificação...”. Essas duas atividades mostram que a vida é algo sério; a vida cristã não é uma mera aceitação mental de alguns fatos bíblicos. A vida cristão mobiliza todo nosso ser no andar, porque quando andamos fazemos todo nosso corpo funcionar na direção para qual estamos indo. Vemos isso no verbo “Seguir”. No grego o verbo realmente dá a ideia que estou perseguindo algo incansavelmente. Isso significa que a paz com todos e a santificação não são metas fáceis de serem alcançadas. Elas exigem disciplina e coragem, vendo-as como coisas importantíssimas e indispensáveis às nossas vidas. O verbo traduzido “segui” dá uma ideia de que sou um seguidor da paz e da santificação. Mas a verdade é que esses bênçãos do viver cristão não são para pessoas preguiçosas, cheias de desculpas, mas sim para pessoas sérias, as quais têm o temor do Senhor no viver.
        O que irei fazer no texto é ignorar “a paz com todos” para tratar sobre santificação. Não há dúvida que o assunto que inicia o verso é de grande importância às nossas vidas, porque amor fraternal e amor a Deus caminham juntos. Mas noutra oportunidade tratarei do segundo: “...a santificação...”. Para isso preciso tratar sobre o Deus santo, porque é sobre esse tema que o escritor aos Hebreus mais trata em toda carta. Aliás, Hebreus anda lado a lado com Levítico e o santuário onde a presença gloriosa estava presente é o destaque nesse livro tão maravilhoso do Novo Testamento.
        Quem é esse Deus perante o qual ninguém pode sobreviver, a não ser que esteja revestido de santidade? É o Deus que se revelou, o Deus que através da Sua palavra escrita fala aos crentes. Ele é conhecido em toda Escritura como o Deus Santo; Ele é visto assim, especialmente para fazer diferença com os ídolos tenebrosos das outras nações. O Deus da Bíblia afirma que tem o nome de Santo e se manifesta assim, a fim de que corações sejam tomados de santa apreensão. Todas as vezes que Israel falhava em adorar e servir com alegria o seu Deus, era porque o povo não era ensinado acerca Dele, conforme os livros de Moisés. Quando os lares falhavam em ensinar aos filhos do temor do Senhor, era de se esperar que a nação mergulharia na miséria da idolatria e da depravação. Aliás é assim também com a igreja, porque quando ela falha no conhecimento do Deus da bíblia, logo a igreja se vê envolvida em perigos terríveis, movidos pelo pai da mentira neste mundo.

terça-feira, 19 de maio de 2020

Nearer, My God, To Thee

CHAMADOS À SANTIDADE (1)



“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14)
INTRODUÇÃO:
        Parece incrível, mas tratar de santidade hoje é falar língua estranha ao povo. Talvez a razão principal é porque muitos nunca ouviram acerca da santa salvação em Cristo. Pecadores que jamais foram levados até ao Senhor crucificado, a fim de obter o perdão de seus miseráveis pecados, como poderão conhecer e desejar santidade no viver? Santificação bíblica vem logo em seguida da salvação e a bíblia usa até mesmo linguagem ilustrativa para mostrar essa verdade. Notemos na consagração do sacerdote para os serviços santos, como era posto primeiro o sangue molhando a orelha direita, o dedão da mão direita e o dedão do pé direito, depois vinha o azeite. Primeiro a obra do Cordeiro em cobrir o pecado, depois a obra do Espírito Santo na figura do azeite. No Tabernáculo temos a mesma explicação, pois logo na entrada havia o que mesmo? O altar de holocausto, depois as tarefas santas nos recintos santos.  
        Mas o que fazem hoje é tentar empurrar o máximo possível de pessoas nos recintos santos e os resultados são desastrosos, porque os homens em seu estado de imundos perante Deus jamais vão querer ser santos em toda maneira de viver. Eles vão entender santidade de forma não bíblica; serão legalistas, darão importância ao aspecto físico do viver, mas jamais entenderão santidade do modo positivo e negativo, conforme os ensinos santos. Se não houve salvação do modo bíblico, também não haverá santidade do modo bíblico. Se não foram libertos da condenação eterna e do poder do pecado, como desejarão viver uma vida separada inteiramente para Deus?
Se não conheceram o poder do Salvador na salvação, como poderão ver a face do Senhor diariamente em oração e em confissão de santos desejos na alma?
        Ora, não há uma linguagem mais estranha à mente humana do que a linguagem divina em todos os seus aspectos. Santidade é uma conversa de Deus com Seu povo e não com aqueles que são estranhos à Sua família. Santidade pertence aos vivos e não aos que estão mortos em seus delitos e pecados (Efésios 2:1). Hoje enfrentamos o mais poderoso petardo do inimigo contra a igreja de Deus – o movimento ecumênico, porque vemos o quanto a sociedade inteira tenta usar palavras bíblicas, como paz, oração, diabo, Deus, Jesus, Espírito Santo, salvação, etc. a fim de que todos sintam que pertencem a Deus. Entendamos que, conforme a linguagem de Deus, a santidade convém à casa Dele e não ao mundo perdido e amante das mentiras.
        Amado leitor, espero ter dado boa explicação (mesmo superficial) acerca da importância deste tema. Seguindo essa linha de raciocínio, vejo que a maior necessidade em nossos dias é que transformemos nossos púlpitos em palco da pregação do evangelho da glória de Cristo; que chamemos pecadores ao arrependimento, mesmo aqueles que dizem que são salvos, que têm certeza de salvação e que têm certeza que vão para o céu. Precisamos que o Santo Salvador venha exibir Sua gloriosa salvação perante os olhos daqueles que estão enganados. Quem viu a face do maravilhoso Salvador, do santo Cordeiro de Deus, então tal pessoa haverá de sentir no pó, porquanto, como Isaías, presenciou a face do Senhor dos exércitos.
        Minha real esperança é que o assunto desperte corações santificados na graça salvadora, a fim de alegremente voltem de todo coração para a santificação prática, diária e isso requer alto preço de nossa parte. Buscar a santificação não é brincadeira, é lutar contra o egoísmo carnal, despertado em nossos corpos pecaminosos. Que o Senhor tenha misericórdia de nós em nossa jornada, até que cheguemos ao céu.