quarta-feira, 31 de outubro de 2018

NOSSOS CORPOS DE HUMILHAÇÃO (8)



“O qual transformará nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da Sua glória, segundo a eficácia do poder que Ele tem de até subordinar a Si todas as coisas” (FILIPENSES 3:20)
A NOSSA EXPERIÊNCIA NA HUMILHAÇÃO
        Deus permite que passemos por humilhações físicas através de diversas situações. A teologia da prosperidade levou milhares a crer num Deus que há de tirar todas as enfermidades.  Eles dizem que “em nome de Jesus” toda sorte de doenças deve ser sanadas e até muitos crentes acreditam que os crentes não enfrentam essas coisas, uma vez que são os “abençoados” de Deus. Mas quando vemos tudo à luz das Escrituras toda essa afortunada fé não passa de cogitações da carne e do mundo; são os homens sonhando um mundo melhor, sem essas adversidades. É verdade que Cristo tomou sobre Si todas as nossas enfermidades, mas não diz que ele as tirou de uma vez, a fim de termos uma vida melhor.
        As enfermidades são muitas vezes usadas para o bem espiritual do crente. Paulo tinha sério problema físico, mas Deus permitiu que  Seu servo continuasse com isso pelo resto da vida. Talvez o profeta que mais foi usado por Deus em realizar milagres, até mesmo em ressuscitar mortos foi Eliseu, mas quando estava para morrer sofria a enfermidade pela qual deveria morrer. Não significa que Deus não cura, porque de fato Dele provém todo bem e até médicos e medicamentos são provenientes de Sua infinita bondade e compaixão por homens e mulheres que sofrem no mundo inteiro. Muitas vezes Ele trata com cura muitos que nem crentes são, enquanto permite que Seus santos sofram no leito da dor. Podemos entender isso? Claro! “E quando no vale de dor eu passar, comigo Ele está sim, eu sei”. (mensagem extraída de um antigo corinho evangélico).
        Nossas enfermidades aparecem para mostrar o quanto a morte está presente neste mundo e como tudo aqui é passageiro e ilusório. Muitos santos de Deus têm aprendido grandes e preciosas lições quando estão sofrendo fisicamente. O diretor do instituto bíblico onde estudei passou por um tempo no hospital e ele contou que foi ali que Deus abriu seus olhos para um trabalho num campo missionário. Quando vemos o quanto nosso corpo é humilhante, podemos nos tornar cheios da compaixão de Deus. Quantas vezes somos voltados para nós mesmos! Quantas vezes crentes estão tão envolvidos em ganhar dinheiro e esquecem das aflições de muitos. Um senhor chegou para seu pastor e dizendo que iria ganhar mais, devido ao fato que ganhou uma promoção no emprego. O pastor o saudou com um “meus pêsames”, afirmando que ele iria comprar um sítio e esqueceria dos cultos. Aquele crente entendeu o que o pastor lhe havia dito e pesou bem suas palavras.
        Deus não nos poupa aqui nos sofrimentos físicos, porque Ele sabe o quanto nossa natureza carnal e mundana nos prende aqui. Ele sabe bem o quanto somos profanos e ingratos; o quanto esquecemos das coisas eternas, por causa do amor pelas coisas temporárias deste mundo. Ele não poupa o sofrer nosso aqui; Ele está conosco nesses momentos, assim como esteve com Seus santos em dias de aflições. Nosso Senhor deixou claro para Seus discípulos que eles deveriam esperar aflições neste mundo. O segredo não é a saúde, mas sim a vitória que vem através dessas situações tão indesejáveis.



A FÉ QUE NOS FOI ENTREGUE (8)


    
“Amados, procurando eu escrever-vos com toda diligência  acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos” (JUDAS 3)
O CORPO DA VERDADE PELA QUAL BATALHAMOS
        Creio firmemente que as doutrinas da graça constituem uma unidade, de tal maneira que é impossível crer num ponto sem acreditar no outro. Para acreditar na eleição e entendê-la é preciso compreender nossa condição terrível e apavorante na depravação total; necessário é que entendamos que a morte de Cristo teve o santo e eterno objetivo de conquistar aqueles que Deus em Sua graça havia elegido; em seguida vemos como a eleição e a depravação total requer que aqueles por quem o Filho se entregou na cruz precisam ser atraídos pela misericordiosa ação da graça irresistível, porque eles estão na condição de mortos espirituais. Por fim vemos o quanto os eleitos são salvos mediante a fé em Cristo para sempre e provam isso numa fé perseverante.
        Passei os cinco pontos de forma superficial, só para que todos tenham uma noção do quanto essas verdades constituem não somente uma unidade, como essa unidade torna-se uma poderosa espada na batalha da nossa fé. Por essa razão admoesto a todos quantos estão estudando essas doutrinas, que não fiquem entusiasmados de repente. Uma razão é que essas verdades não nos foram entregues para satisfação de nosso orgulho religioso, ou mesmo para que nos ufanemos na eleição. Outro detalhe é que a maior parte dos religiosos vai fugir dessas verdades e vai combatê-las com forte indignação. Mas a razão maior é que essas doutrinas devem primeiramente atingir nosso ser. Quem jamais viu seu estado terrível em Adão e sua condição de um merecedor da condenação eterna, nunca entenderá o que realmente é eleição, ou estar em Cristo.
        Afirmo aqui que se o coração não for atingido pela verdade da nossa vil condição de caído, condenado e vil pecador diante de Deus, as santas doutrinas da graça jamais poderão ser usadas com a espada do Espírito. O humanismo a todos instante está nos empurrando no canto, a fim de que aceitemos a glória do homem e não a glória de Deus. Usar os cinco pontos na batalha pela fé, na santa coragem dada por Deus, significa ficar só e ser desprezado. Se os olhos não puderem ver pela fé o Filho na cruz, entregue ali por nossos pecados, então significa que não entendi e não entenderei jamais esse tão precioso. Quem foi chamado pela graça irresistível é quem se regozijará por essas verdades contadas por Deus em Sua Palavra.
        É óbvio que todos os crentes precisam conhecer essas verdades; elas devem ser pregadas com poder, porque é o evangelho em sua essência e glória e também porque revela a glória de Cristo. Quando essa mensagem chega à alma é certo que dará o descanso ao cansado e o alívio ao aflito diante de Deus. O falso convertido quer uma doutrina dessa para apegar-se ao seu conforto carnal e não para a grande batalha da fé que de uma vez nos foi entregue. Convido a todos para a história da cruz, porque é a luz que do calvário que nos faz ver nossa história contada por Deus na eternidade que nos mostra como será a glória eterna na eternidade que virá. Deus não escondeu a história da eleição; ele não a reservou para os eruditos teológicos, mas sim foi dada aos sinceros e fieis, porque são estes que são os heróis na batalha.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

A FÉ QUE NOS FOI ENTREGUE (7)


             
“Amados, procurando eu escrever-vos com toda diligência  acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos” (JUDAS 3)
O CORPO DA VERDADE PELA QUAL BATALHAMOS
        Quão grandiosa é a nossa salvação e abrange assuntos impressionantes, mostrando assim quantos privilégios têm os crentes e quão grande é nossa responsabilidade diante de Deus e dos homens! Devo entrar agora nas poderosas doutrinas da graça. Sei que elas são realmente desconhecidas de muitos crentes, mas os preciosos filhos de Deus carregam essas verdades em seus corações, mesmo que elas não sejam tão bem entendidas. O vale é quando a verdade é fixada no coração por obra do Espírito Santo. Conheço muitos que sabem as doutrinas da graça de cor e salteadas, mas não pode usá-las porque não as entenderam suas verdades que vão  infinitamente acima das letras e que devem ser gravadas no coração.
        Quando falo aqui das doutrinas da graça estou referindo aos cinco pontos, começando com eleição e passando para depravação total, depois vindo expiação limitada, em seguida aparecendo graça irresistível e por fim perseverança e segurança eterna dos salvos. Eu mesmo não estudei esses cinco pontos no instituto bíblico, mas fui conhecendo essas verdades ao longo do meu ministério. Por que peguei-as para mim? A razão clara foi que durante meus estudos no instituto chorava e orava sempre pedindo a Deus a graça de conhecer o verdadeiro evangelho. Queria pregar a verdade; queria saber o que significa a mensagem vinda do céu aos homens. A ausência desse conhecimento me fez errar muitas vezes na comunicação da verdade. Mas o Senhor teve compaixão de mim e foi iluminando meu coração, mente e emoções no conhecimento dessas verdades.
        Não tenho as doutrinas da graça para satisfazer as curiosidades, mas sim para mostrar quem sou eu e como foi que em Cristo o Senhor teve misericórdia de mim. Para mim esses cinco pontos refletem com clareza o puro e genuíno evangelho da glória de Cristo; para mim essa é a mensagem que deve ser pregada nos púlpitos e em todo lugar; essa é a mensagem que o mundo deve ouvir, especialmente quando vemos o quanto os erros do humanismo têm assolado as igrejas e trazido tantas mentiras religiosas. Também, é bom que saibamos que os grandes pregadores do passado foram homens convictos dessa mensagem; eles pregavam com poder e assolavam o reino deste mundo, fazendo-o tremer ante a verdade da mensagem que veio do céu aos homens.
        Por outro lado, não haverá recompensas da parte dos homens ao pregar essa pura e genuína verdade. Não estou falando aqui do ensino dos cinco pontos, porque muitos gostam de ouvir que foram eleitos e que estão seguros para entrar no céu. Qualquer doutrina, dependendo da forma com é exposta, pode se tornar um colchão gostoso para muitos dormir o sono mundano. Estou referindo à pregação dessas verdades, conforme recebemos direto das Escrituras. Essas doutrinas não nos foram dadas para satisfazer nosso ego e preferência teológica. Elas constituem a Espada do Espírito, a fim de desbravar o coração corrompido do homem; para travar a luta contra o velho homem em Adão e mostrar um Deus que opera soberanamente na salvação dos perdidos, porque estão mortos em seus pecados.

NOSSOS CORPOS DE HUMILHAÇÃO (6)


                            

“O qual transformará nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da Sua glória, segundo a eficácia do poder que Ele tem de até subordinar a Si todas as coisas” (FILIPENSES 3:20)
A NOSSA EXPERIÊNCIA NA HUMILHAÇÃO
        Já pude mostrar aos meus leitores o fato que Deus está operando mudança nos crentes de dentro para fora e pudemos obter essa verdade em Romanos 12. É claro que há muito mais ensino acerca desse assunto que deve ser tomado à parte. Outro fato importante na experiência do crente no que tange nossos corpos de humilhação é o fato que o mundo há de nos odiar e nos perseguir enquanto estivermos na peregrinação. A ligação com Cristo na salvação nos tornou aceitáveis e amados por Deus, mas por outro lado tornamo-nos odiados pelo mundo. Não importa quem é o crente, se é rico, pobre, de aparência bonita ou não, jovem ou adulto, o mundo há de nos odiar. Qual a razão disso? Nosso Senhor responde em João 15, dizendo que assim como o mundo O odiou, haveria de odiar os crentes também.
        Dou destaque a esse assunto porque vejo o quanto muitos chamados crentes se identificaram com o mundo e buscam uma religião mais semelhante àquilo que o mundo gosta e a razão disso é que querem “paz com todos” a qualquer preço. Mas a diferença é grande, porque nosso Senhor nos tirou do mundo para vivermos por Ele e para Ele. Várias vezes no Novo Testamento vemos ordens para que nos separemos do mundo. Tenho dito sempre que o mundo é visto numa só pessoa que não é crente. Judas no meio dos apóstolos representava o mundo; assim também uma senhora crente pode ter o mundo perto de si na pessoa do seu marido; um jovem crente na faculdade se vê cercado pelo mundo num colega particular.
        O mundo mostrará sempre suas garras de maldade em suas palavras e atos; mostrará o quanto odeia Deus em seus costumes que são contra a lei de Deus. Sua ira é acesa contra Deus quando está na companhia de um crente sincero. Notemos bem que os crentes não procuram ser super espirituais, eles são pessoas comuns, normais, que seguem a Deus mostrando isso em pureza no falar e num andar como um justo perante Deus e os homens. Os crentes amam as pessoas e querem o bem físico e da alma do seu semelhante. Mas os ímpios não gostam disso e procuram perverter os caminhos dos santos de Deus; querem derrubá-los porque não suportam que outros desaprovem seus atos errados. Muitas vezes as perseguições se tornam violentas e cruéis.
        Muitos crentes conseguem despertar respeito, e muitos mundanos são salvos porque são atraídos pelo viver diferente de um crente. Vemos também que muitos mundanos invadiram as igrejas e se tornaram crentes, devido a facilidade que existe hoje para atrair mais pessoas. Quando isso ocorre eis que os verdadeiros crentes costumam ficar em silêncio. Mas os mundanos “evangélicos” não cessam em forçar para que o mundo predomine no ambiente; que os pastores preguem somente o que eles têm prazer em ouvir e programam atrações para que o ambiente seja de alegria.
        Quem quer andar com o Senhor há de sofrer tristeza, angústia e dores,  de uma forma ou de outra da parte deste mundo. Muitos desistem da vida cristã porque a fé não foi verdadeira, mas muitos persistem e mostram o quanto a perseverança resulta em bênção.  

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

NOSSOS CORPOS DE HUMILHAÇÃO (5)



“O qual transformará nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da Sua glória, segundo a eficácia do poder que Ele tem de até subordinar a Si todas as coisas” (FILIPENSES 3:20)
A NOSSA EXPERIÊNCIA NA HUMILHAÇÃO
        Notemos bem em Romanos 12:2 o quanto Paulo trata de nosso corpo como um elemento impressionantemente útil na adoração e culto a Deus. Deus não dispensa nossos corpos, somente porque estão sob a humilhação causada pelo pecado. Paulo não diz para fazer um culto apenas espiritual, como acontece com muitos que não vão aos cultos, mas que afirmam que estão presentes em espírito. Nada disso! Paulo ordena que ofereçamos nossos corpos em sacrifício ao Senhor; o corpo que antes foi santificado para o pecado, agora deve ser oferecido e consagrado a Deus. Agora é para ser posto no altar e dedicado exclusivamente àquele que fez nosso vaso de barro para Sua honra e glória.
        Devemos estar cientes dessas verdades, porque o mundo quer tomar nossos corpos; o mundo quer que conheçamos e busquemos os prazeres ilícitos que tanto nos oferece. O mundo quer que obtenhamos conforto físico e juntamente com isso suas paixões pecaminosas. Hoje satanás luta para gravar essas sujeiras na mente; ele quer fazer a lavagem cerebral, dizendo que tudo é lícito e que Deus quer nossa felicidade aqui. Mas aqui está o apóstolo dizendo aos crentes para que eles dediquem seus corpos, consagrando-os para o Senhor. Não seremos infelizes nisso, nossa felicidade está em andarmos com Deus em santo temor e obediência. O que o mundo oferece é exatamente aquilo que promove desgraça e traz terríveis castigos.
        Mas quero chegar ao verso 2, onde Paulo mostra ali que a transformação que Deus efetua no crente não é o mesmo que o mundo faz. O mundo faz de fora para dentro, enquanto Deus opera de dentro para fora. Paulo usa duas palavras importantes na compreensão do texto, os termos “conformar” e “transformar”. O primeiro trata daquele que acontece quando entramos no padrão mundano de vida, porque passamos a pensar e viver como o mundo vive. O crente deve fugir desses constantes perigos que ameaçam nossa fé e destroem nosso bom testemunho. O outro “transformar” trata-se daquilo que o Espírito Santo faz no crente, quando a palavra de Deus toma posse de nosso viver, concedendo material ao Espírito Santo, a fim de que Ele opere mudança, aperfeiçoando o homem interior e desmanchando os atos externos da carne.
        Notemos bem no texto o quanto o elemento físico é importante, porque Deus utiliza nossos corpos de humilhação, a fim encher nosso ser de coisas eternas. O segredo da liberdade verdadeira está nesse santo enchimento. Quanto mais estivermos cheios da verdade em nós; quanto mais buscarmos os prazeres eternos em Cristo; quando mais nossos tesouros forem achados em Cristo, mais fortes seremos por dentro e mais o homem de fora será desmanchado aos poucos. Nosso corpo é semelhante a uma caixa de madeira feita para receber o concreto. Assim que o concreto endurece, a madeira é retirada para ficar o projeto permanente. Nossa maturidade consiste em que ganhemos mais os valores eternos e que desprezemos mais os valores dados por este mundo. Assim estaremos mais fortes e maduros no conceito certo do uso de nossos corpos de humilhação, enquanto aqui vivermos.


A FÉ QUE NOS FOI ENTREGUE (6)


                               
“Amados, procurando eu escrever-vos com toda diligência  acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos” (JUDAS 3)
O CORPO DA VERDADE PELA QUAL BATALHAMOS
        Realmente, se o homem não foi salvo por Cristo está completamente separado de Deus; ele é um estranho às realidades eternas, está morto e completamente longe das verdades que nos foram dadas em Cristo Jesus. Sem a salvação é claro que a pessoa nem sequer sabe o que significa o termo “salvação”; sem salvação não tem como lutar, porque todo seu ser físico e na alma está entregue ao pecado e paralisado na morte. Como convidá-lo à guerra santa? Ele não sabe nem pode orar. Ele fala frases repetitivas, mas isso qualquer pessoa neste mundo faz. Ele pode participar de uma igreja, de um ambiente religioso onde tem amigos confiáveis, mas nada disso significa salvação. Ele será um peso morto na igreja e será uma pedra no caminho, impedindo que outros possam marchar para a guerra.
        A salvação é algo de Deus que atua na alma; é o Espírito Santo que acende o estopim da fé e essa fé é uma chama que jamais poderá ser apagada. Além disso, na salvação o Senhor vem habitar no salvo, a fim de guia-lo em toda verdade. O não salvo gosta de algumas verdades, mas não de toda verdade. Assim, se a pessoa não recebeu a fé santíssima, a mesma que habita no verdadeiro crente, então como poderá lutar por algo que jamais viu nem entendeu? A fé dele é algo natural, produzido pela natureza carnal; a pessoa entenderá tudo à luz do raciocínio humano; ele pensará e argumentará à luz daquilo que o mundo pensa. Realmente será um ecumênico e forçará essa invasão ecumênica no ambiente religioso onde está.
        Mas quero mostrar o lado positivo, porque os salvos foram convocados para crer e para sofrer em favor dessa santa fé. É a defesa da fé santíssima, mostrada na tão grande redenção feita na cruz que os salvos dão seu testemunho vivo de que foram chamados das trevas para a luz e da morte para a vida. Os que têm vida são os únicos que foram convocados à batalha contra o mal; são eles que podem enfrentar as lutas, provações e são capazes de ver as armadilhas religiosas que satanás põe no caminho. Foi sempre assim. Foi em Jerusalém que os pastores e apóstolos reuniram para enfrentar os perigos do judaísmo, pois muitos queriam encher os crentes gentios dos costumes da lei de Moisés; uma mistura de graça com obras para a salvação.
        O pai da mentira não mudou, nem mudará suas estratégias, a fim de derrotar o povo de Deus. Vivemos dias perigosos, quando as verdades da salvação pela graça estão sendo cercadas de verdadeiro bombardeio vindo dos lábios de falsos mestres. Os crentes não podem calar; o momento é sutil e letal, caso estivermos com medo, querendo que as coisas continuem do jeito que estão.
        Não mencionei tudo sobre a salvação, porque é muito abrangente, mas espero que foi dado o suficiente para que acordemos já! Precisamos de homens e mulheres que não se acovardam ante os perigos; precisamos de homens e mulheres que estão dispostos a orar, andar em santidade e renunciar as propostas mentirosas de satanás, a fim de agradar a Deus. Que Ele em Sua graça tenha compaixão do Seu povo nestes dias tão maus!

terça-feira, 23 de outubro de 2018

A FÉ QUE NOS FOI ENTREGUE (5)



“Amados, procurando eu escrever-vos com toda diligência  acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos” (JUDAS 3)
O CORPO DA VERDADE PELA QUAL BATALHAMOS
        Na página anterior procurei destacar a doutrina da salvação, porque ela é essencial para nossa defesa, inclusive Paulo a toma para nos instruir a usar como “capacete da salvação”, conforme ele ensina em Efésios 6. Mas devemos ter cuidado porque qualquer elemento estranho nessa doutrina será suficiente para destruir nossa fé. Cremos numa salvação baseada na soberana atuação de Deus; cremos que tudo foi feito por Ele e que de nada fomos chamados a participar. Falo isso porque é comum ver as atividades dos homens se intrometendo nessa santa atividade da trindade bendita. A natureza maligna dos homens não tolera dar a Deus a glória e a honra que só pertencem a Ele, pois os homens sempre querem beliscar um pouco dessa glória, tomando-a para si.
        Mas precisamos saber como essa verdade tão bendita deve ser tomada como defesa da nossa fé. Lembro a todos que devemos empunhar nossa espada e mostrar o quanto a salvação veio somente do Cordeiro na cruz; lembramos que tal salvação é eterna, que os santos irão morar no céu. Devemos lembrar que os pecadores arrependidos e confessos que são chamados à essa tão bendita salvação. Cremos também que todos os salvos estão livres para sempre do inferno; que a porta do além foi fechada por Cristo, para que a igreja não caia lá. Cremos que dia a dia somos libertos do poder do pecado; que nosso Senhor nos livra de tentações e tantas armadilhas feitas pelo mundo e pelo pai da mentira. Cremos também que haverá nossa salvação final, quando seremos retirados deste mundo, deixando este corpo do pecado, a fim de habitarmos para sempre com o Senhor no céu.
        Devemos cuidar, porque satanás que espalhar o fermento na igreja e o joio do mal tem proliferado no meio do povo de Deus ultimamente. Satanás quer unir o povo salvo com não salvos num mesmo corpo. Os santos de Deus devem lutar contra todo esse espírito ecumênico que invadiu os arraiais evangélicos em nossos dias. Lutemos pela nossa purificação e separação de tudo aquilo que é estranho ao reino do céu e que é mundano. Cremos que a porta da salvação é e será a porta estreita, mas satanás quer alargar essa porta, a fim de que as multidões entrem. A mensagem do evangelho há de chamar homens e mulheres arrependidos, para que sejam salvos e se tornem partícipes do reino celestial.
        Muitos santos de Deus estão emudecidos e com medo em nossos dias. A festa “evangélica” é linda e cheia de atrativos. Mas o momento agora evoca a participação dos vencedores, daqueles que foram chamados pela graça e que estão caminhando na jornada rumo ao céu. Os salvos não têm medo; os que foram salvos tiveram a verdade queimando todo ego, desfazendo o velho homem, tornando-os valentes na fé. A salvação não foi dada aos arrogantes e soberbos; mesmo que muitos deles afirmam que são salvos, mesmo assim estão fora e provam isso porque prestigiam os homens e são mundanos em seus atos. Os salvos foram chamados à oração, à batalha da compaixão e intercessão em favor deste mundo perdido em seus pecados. Nossa fé é a espada que puxamos para a guerra contra a mentira em todos os aspectos neste mundo vil.

NOSSOS CORPOS DE HUMILHAÇÃO (4)


“O qual transformará nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da Sua glória, segundo a eficácia do poder que Ele tem de até subordinar a Si todas as coisas” (FILIPENSES 3:20)
A NOSSA EXPERIÊNCIA NA HUMILHAÇÃO
        Quero perseguir um pouco mais os pensamentos e práticas do mundo em relação ao corpo. Afirmei na página anterior que o corpo é a parte do homem que o mundo pode ver; o mundo não vê o invisível, mas sim o visível. Quando lemos Romanos 1, a partir do verso 18 notamos ali que o castigo de Deus contra este mundo maligno está especialmente no fato que Deus entregou os homens às concupiscências oriundas de seus corpos. Nós os crentes aprendemos e crescemos mais em contemplar o invisível, a parte da alma. Paulo fala sobre o fato que ele atinava, não para o que era visível, mas sim para o invisível. Minha esposa e eu cuidamos do meu sogro em nosso apartamento. Posso lembrar-me do momento da sua morte e como ele foi se apagando aos poucos até expirar. Não vi sua alma saindo, porque a alma é invisível, mas pude ver seu corpo se estendendo na cama para nunca mais funcionar.
        Estou usando essa ilustração, a fim de mostrar o quanto o mundo dá valor à aparência e vive disso. Notamos esse fato nas propagandas da televisão, como eles fazem questão de usar a beleza feminina e a força masculina para chamar a atenção de todos nos seus infames desejos sexuais. O mundo age e agirá sempre dessa forma, e é assim que satanás hipnotiza os crentes. Foi aos poucos que o rei Davi foi caminhando para as armadilhas do pecado, porque contemplou a beleza de uma mulher alheia e a quis para si (2 Samuel 11). Especialmente em nossos dias é que vemos como o mundo tem oferecido a todos as mais apaixonantes atrações físicas e os homens se entregaram a isso. Ora, essa arapuca tem pecado muitos crentes sinceros, por isso devemos viver em vigilância e cautela. Conheci um pastor que caiu nessa armadilha, porque não fugia da aparência. O que devemos fazer para escaparmos desse terrível perigo? O que devemos fazer para assegurar uma vida diferente, tendo um comportamento adequado no uso dos nossos corpos? É sobre isso que quero tratar a partir de agora.
        Inicio mostrando o quanto Deus opera transformação no crente de dentro para fora, enquanto o mundo opera de fora para dentro. Para isso quero mostrar Romanos 12:2: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Esse é um dos mais impressionantes versos da palavra de Deus. Paulo está envolvendo os crentes a pensar na misericórdia de Deus; Paulo está declarando a todos os salvos, para que eles pensem no fato que Deus usou de compaixão para com eles  e embalados nessa compaixão, que eles ofereçam culto racional a Deus, oferecendo seus corpos em sacrifício vivo, santo, santo e agradável a Deus.
        Notemos bem o quanto Paulo não descarta o corpo; não deve ser jogado na sarjeta, nem oferecido novamente às paixões, conforme fazíamos no tempo da incredulidade. O momento agora era para ser oferecido no altar da consagração, era como ofereciam o incenso a Deus. Tudo isso deve ser de grande importância para nós neste momento de grande perigo no qual passamos.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

NOSSOS CORPOS DE HUMILHAÇÃO (3)



“O qual transformará nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da Sua glória, segundo a eficácia do poder que Ele tem de até subordinar a Si todas as coisas” (FILIPENSES 3:20)
PADRÃO MUNDANO QUANDO AO CORPO.
        Também, o mundo está voltando inteiramente à aparência. Nossos corpos é a parte visível nossa, e o mundo vive daquilo que vê. Deus nos mostra a alma, o coração, a parte invisível, enquanto o mundo vive do corpo, sempre foi assim desde que o pecado entrou; sempre o mundo deu valor à beleza e buscou segurança naquilo que há de passar. Não há nada de errado nisso e os crentes sabem da importância de nossos corpos. Mas não adoramos nossa aparência; não vivemos disso nem damos o valor que o mundo dá, porque se fizermos isso fatalmente cairemos nos tropeços desta vida tão voltada aos prazeres.
        Em nossos dias vemos como satanás tem ludibriado multidões; as paixões sexuais levam homens e mulheres a uma ocupação desenfreada com a aparência e com o vigor físico. É comum ver isso na atitude dos jovens e também mulheres idosos, porque não querem aceitar a idade avançada, por isso fazem de tudo para parecer que têm idade jovial. Na bíblia temos o exemplo de Jezabel, pois já de idade avançada e com Jeú chegando para mata-la, ela ainda procurou se enfeitar e atrair a atenção.
        Nós os crentes habitamos num mundo assim e não conseguiremos mudar este sistema. O mundo não vai mudar seu pensamento quanto ao uso do corpo, mas os crentes devem ter seus pensamentos conservados na verdade. Nosso Senhor não condena a beleza e a força, somos advertidos quanto ao perigo de envolver-nos com aquilo que não passa de aparência e que nos leva à terríveis pecados. O que Paulo está tratando em Filipenses 3:20 é acerca do sofrimento que nós passamos neste corpo aqui, sofrimento que o mundo procura ignorar. Ali estava um homem que estava aprisionado por causa do evangelho; ali estava um homem que afirmou ter aprendido a viver contente em qualquer situação, quer na abundância ou pobreza. Paulo já tinha experimentado sofrimento em seu corpo mortal, por isso ele afirmou que nosso corpo é o corpo da humilhação.
        Veja bem, tudo o que pudermos fazer para manter nossa saúde, nosso vigor e até nossa aparência devemos fazer. Eu e minha esposa gostamos muito de remédios naturais, porque acreditamos que tem muito mais valor para nossa saúde. Nosso Senhor muito fez em fazer de uma sociedade doentia e sofredora aqui, por isso não cansava de fazer o bem para todos, curando enfermos, dando vistas aos cegos e paralíticos. Nosso Senhor não desprezou os meios para tratar com os problemas físicos, pois vemos como Ele tomou barro para por nos olhos do cego de nascença. No Velho Testamento vemos como Ezequias foi curado daquele tumor através de uma pasta de figos e Paulo recomendou a Timóteo que tomasse sempre vinho por causa de seus constantes problemas com o estômago.
        Devemos saber que um dia este corpo mortal há de morrer; que estamos diante de sérios perigos, como enfermidades terríveis e até mesmo sofrimentos físicos causados por aqueles que perseguem os crentes. Que o Senhor tenha misericórdia de nós em nossa ignorância.

A FÉ QUE NOS FOI ENTREGUE (4)



“Amados, procurando eu escrever-vos com toda diligência  acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos” (JUDAS 3)
O CORPO DA VERDADE PELA QUAL BATALHAMOS
        É lógico que a nossa salvação aparece na lista em primeiro lugar para conhecermos o quanto faz do corpo da verdade que compõe nossa fé. É lógico que um entendimento errôneo acerca desse assunto vai fundir uma fé equivocada. Uma salvação que não é baseada no fundamento firme e inabalável da verdade, realmente fará com que abale todo viver aqui. Estamos vivenciando esse fato em nossos dias, porque comumente vemos pessoas e mais pessoas felizes num sistema religioso errado, porque o fundamento não é proveniente da cruz; tudo é firmado na igreja ou em meros sentimentos. Conversei com um jovem poucos dias atrás sobre sua salvação e ele afirmou que certamente iria morar no céu. Mas seu fundamento era completamente sem base, porque ele confiança em sua honestidade e que ao enfrentar o juízo certamente passaria ileso.
        Por essa razão creio que é de muita importância que esse assunto seja posto aqui com firmeza e convicção da verdade bíblica. A salvação bíblica não é mera salvação; não é algo inventado pelos homens ou por qualquer denominação, mas veio de Deus com um plano feito na eternidade entre as Pessoas da tri unidade. A salvação não é Deus entregando um simples ingresso para que os que Nele creem vão para o céu. É fato que os que Ele salva, de fato vão morar com Ele para sempre na glória eterna; é fato que eles estão livres eternamente do castigo eterno. Mas a salvação é grandiosa e perfeita. O que ocorreu ali na cruz, na entrega do Cordeiro amado foi para dar aos perdidos uma segurança e algo tão preciosas em Cristo que não somos capazes de entender. Muitos crentes vivem na superfície, porque nada entendem sobre a extraordinária beleza e simetria da salvação que há em Cristo.
        Os salvos foram salvos perfeitamente e para sempre. Na salvação em Cristo não há exigência da parte de Deus; não um “talvez” nem um “se”. Quando homens são chamados à salvação, eles são tirados das trevas para a luz, da morte para a vida, da condição de condenados no inferno para herdeiros do céu; de filhos do diabo para se tornarem filhos de Deus. O crente tem certeza disso? Claro que tem! Não é a certeza embutida na mente porque alguém lhe falou que agora ele era um salvo. É uma convicção, porque ele soube da história da cruz, Daquele que ocupou seu lugar ali, pagando o preço para que ele fosse livre da fúria da ira de Deus.
        Ele está seguro para sempre porque tudo foi pago, tudo foi feito perfeitamente, toda sua culpa foi transferida para o Cordeiro puro que foi imolado em nosso lugar. O crente não é salvo com o perigo de amanhã perder essa salvação. Não há qualquer participação dos homens nisso e tal verdade é recebida pela fé na verdade escrita e impressa no coração por obra do Espírito Santo.
        Essa salvação nos foi dada para que a usemos como instrumento de batalha; é o nosso “capacete da salvação” e os salvos devem estar firmados nessa verdade, desfrutando dessa alegria e cheios da esperança daquilo que há de vir.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

A FÉ QUE NOS FOI ENTREGUE (3)



“Amados, procurando eu escrever-vos com toda diligência  acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos” (JUDAS 3)
O CORPO DA VERDADE PELA QUAL BATALHAMOS
        Creio que devemos conhecer toda verdade que nos foi entregue. Não podemos ser negligentes nisso e devemos saber que o quantos as verdades eternas são ouro puro que vem da nossa cidade celestial; precisamos saber que nossa fé precisa de um fundamento firme e inabalável e que corações santificados são chamados à batalha aqui; que precisamos empunhar nossa espada num mundo empenhado em toda forma de mentiras, especialmente as que agora tanto presenciamos. Não seremos condecorados por nossa ignorância nem seremos úteis se formos fracos e sem convicção.
        O que compõe e forma nossa santíssima fé? Não é melhor esquecer disso e aceitar tudo como está? Não é melhor conviver com todos em “santa paz”? Por que guerrear por aquilo que só prejudica nossos relacionamentos aqui? Ora, são muitos que pensam assim e que correm do desafio da batalha que nos foi entregue. A verdadeira teologia e o encanto de batalhar pela causa da verdade no mundo está caindo no descrédito em nossos dias, devido as proposta de um mundo religioso melhor e mais sociável. Mas quero mostrar aqui o quanto esse pensamento é pernicioso e destrutivo à nossa fé, como estamos vendo ao nosso derredor.
        Primeiramente quero tratar aqui dos ensinos que envolvem a nossa salvação, justamente porque a fé começa na salvação: “como está escrito de fé em fé” (Romanos 1:17). Os sinais de que um homem nasceu de novo aparecem quando ele é erguido por Deus para uma tão grande salvação em Cristo. E é dessa obra da nova criação que a fé aparece, cresce, transborda, brilha e manifesta ser vencedora. É triste ver como baratearam a salvação em nossos dias! Spurgeon ilustra essa decadência, porque mais de um século atrás ele presenciou a manifestação de uma fé humanista. Aquele grande pregador mostrou que essa decadência é como um caminhão descendo sem freios numa descida, com terrível tragédia no final.
        Creio que estamos presenciando isso em nossos dias. Com tristeza vemos uma salvação barata, porque baratearam a graça; vemos como negam o arrependimento como as bases de uma fé viva por essa razão muitos que afirmam ser crentes desconhecem o viver real de uma fé que vale a pena lutar por ela. Hoje, qualquer um que paz uma decisão por Cristo é tido como salvo. Diante de tudo isso vemos como há um desprezo pela verdade, por santidade, amor pelas riquezas eternas; vemos uma tremenda indisposição para orar, exercer misericórdia num mundo mergulhado na escuridão; vemos um mundanismo solto nas igrejas e completa indiferença pelos cultos.
        Por que tudo isso? Porque desvalorizaram a fé; ela não tem qualquer valor. Não há o elemento de “comprar sem dinheiro e sem preço”. Com isso satanás encheu o mercado religioso dessas “mercadorias religiosas”, feitas no “fundo do quintal”. Além disso, sendo a fé tão ignóbil assim, todos os homens querem curtir ser de Cristo agora e os falsos pastores correram para aproveitar esse bom mercado para ganhar muito dinheiro. Não é exatamente isso o que vemos ocorrendo em nossos dias?

NOSSOS CORPOS DE HUMILHAÇÃO (2)



“O qual transformará nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da Sua glória, segundo a eficácia do poder que Ele tem de até subordinar a Si todas as coisas” (FILIPENSES 3:20)
PADRÃO MUNDANO QUANTO AO CORPO.
        Quão triste é ver como crentes querem aprender com o mundo acerca do corpo! O que este mundo pode nos ensinar? O mundo vive das aparência e não de realidades eternas; o mundo busca e dá valor àquilo que passa e foi exatamente isso o que Paulo disse em 1 Coríntios 15: “Comamos e bebamos que amanhã morreremos”. O que Paulo queria dizer é que se nossa fé estiver ligada às aparências deste mundo, somos infelizes em nossa crença, porque não aproveitamos do mundo como os mundanos aproveitam. O mundo vive desses prazeres momentâneos e os homens trabalham, lutam e se sacrificam para obter essas coisas.
        É de grande importância que entendamos a mensagem do livro de Eclesiastes, porque o propósito dele é nos mostrar o quanto os melhores homens aqui trabalham para aquilo que finalmente será dissipado pela morte. A sabedoria em Eclesiastes é o oposto da sabedoria vista em Provérbios. Salomão mostra ali como ele se esforçou para ter o melhor, para aproveitar bem da vida aqui com construções, riquezas, mulheres à vontade e tudo à disposição. Mas, qual o resultado de tudo isso? “Vaidade e correr atrás do vento”. Foi assim que nosso Senhor mostrou aos discípulos a vaidade dos homens em querer ganhar o mundo e para isso perdem suas almas.
        Ora, o mundo sempre foi assim e será até o final, quando tudo aqui será destruído. Se nós os crentes não cuidarmos de nossa fé e das armadilhas da carne e do mundo, seremos levados pelos valores inúteis tão buscados pelo mundo; correremos à busca de pedaços de vidros, pensando que são diamantes. Tomemos como exemplo a história de Israel, como aquele povo ímpio, mesmo vendo todas as maravilhas feitas por Deus, mesmo assim desprezavam os caminhos do Senhor e queriam voltar para seus costumes aprendidos e apreendidos no Egito.  O bezerro de ouro feito ali aos pés do Monte Sinai foi exatamente o projeto de corações vaidosos e capazes de engendrar meios perversos para voltar aos costumes mundanos.
        Nós somos diferentes? Claro que não! Mesmo sendo crentes, ainda estamos na carne, ainda somos propensos à queda, por isso temos tantas exortações, como aquelas de Paulo dirigidas à igreja de Corinto, no capítulo 10 da primeira carta. Até mesmo o sistema evangélico moderno é um meio hábil que satanás tem usado, a fim de prestar culto ao corpo. Todos querem saúde perfeita aqui; todos querem sentir as emoções e prazeres, sem qualquer censura religiosa; todos querem viver de comidas, festas e outras emoções momentâneas. É claro que nada há de errado nesses sentimentos, quando tudo é feito dentro dos parâmetros de justiça e retidão.
        O perigo, entretanto está em não perceber o veneno que envolve essas coisas. Se seguirmos o mundo entraremos em colapso com ele. O amor às paixões carnais é o grande perigo que envolve crentes; é a armadilha para que os santos de Deus não consagrem seus corpos em honra e santidade ao Senhor; é o perigo que pode nos arrastar a sérios e terríveis pecados nos quais cairemos, se a mão do Senhor não nos livrar.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

NOSSOS CORPOS DE HUMILHAÇÃO (1)



“O qual transformará nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da Sua glória, segundo a eficácia do poder que Ele tem de até subordinar a Si todas as coisas” (FILIPENSES 3:20)
INTRODUÇÃO:      
        Que tema maravilhoso! Não podíamos ter alguém melhor que Paulo para tratar desse assunto tão envolvente! A igreja de Filipos tinha em mãos a carta de um homem que estava preso, mas sua prisão não foi por motivos injustos, cruéis, como acontece com criminosos e ladrões neste mundo. Paulo foi preso por causa do evangelho, porque pregava a mensagem santa. Mas mesmo tolhido da liberdade física e até esperando o dia quando seu sangue seria derramado, aquele homem enviou àquela igreja a chamada “carta da alegria”. Como pode alguém assim se sentir alegre e entusiasmar outros a serem participantes dessa mesma alegria? Foi nesse santo entusiasmos que Paulo mostra a realidade desta vida e que as únicas pessoas que podem entender isso são os crentes. Como podemos ter paz num mundo de guerras? Como podemos desfrutar da alegria num mundo de dores, tristezas e luto? Como podemos desfrutar de esperança num corpo mortal e cheio de vergonha?
        Tudo isso e muito mais vemos envolvendo esse verso tratado por Paulo. Queremos ouvir sobre isso em nossos dias? Claro que é normal que fujamos disso. Estamos num mundo tão envolvente em vaidades, que simplesmente tapamos nossos ouvidos e fechamos nossos olhos, porque cremos que esse é um assunto muito negativo. O mundo religioso de nossos dias quer ouvir sobre belas preleções sobre assuntos que tanto agradam e nos enchem de orgulho. Por que falar de nossos corpos humilhantes? Da minha casa (Ribeirão Preto) até a igreja posso contar com uns quatro lugares onde o povo faz malhação. A procura por isso e o gasto com isso é grande em nossos dias. Por que tratar de “corpo de humilhação”? A vaidade feminina e masculina ampliou tremendamente; a procura por uma beleza permanente atingiu até mesmo pessoas idosas, por isso gastam com produtos que lhes proporcionem maior atração física. Por que tratar de “corpo de humilhação”?
        Além disso, vemos como os homens esquecem e procuram nem sequer pensar nas enfermidades que têm levado milhares de homens e mulheres à morte. Eles estão à busca de prazeres e aquilo que tanto atrai os olhos. Tenho ouvido de belas jovens que morrem em cirurgias feitas para fazê-las mais belas, mas isso nem sequer toca nas emoções e na capacidade de avaliar as coisas. Além disso, eis o mundo com seus filmes, novelas e propagandas de beleza! Tudo isso chega gratuita e graciosamente nas casas e assim as mentes entorpecidas são levadas por esses atrativos perigosos e letais.
        Encerro esta introdução para falar o quanto essa investida mundana e carnal chegou à igreja. O amor aos prazeres físicos, à beleza física e ao conforto chegou e saudou a todos com muita simpatia. De que vale um ensino sobre santidade hoje? De que vale falar sobre nossos corpos de glória que vamos ter na ressurreição? De que vale falar de uma vida consagrada e de uma entrega a Cristo com todo prazer? Que o Senhor tenha misericórdia de nossas vidas, num mundo envolvido por extremos perigos.


A FÉ QUE NOS FOI ENTREGUE (2)


                               
“Amados, procurando eu escrever-vos com toda diligência  acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos” (JUDAS 3)
O CORPO DA VERDADE PELA QUAL BATALHAMOS
        Vamos checar agora, usando a palavra de Deus, aquilo que é significa o corpo completo de nossa santíssima fé. Em Tito Paulo afirma que essa fé foi entregue aos santos. Creio que é de grande significado porque, não somente habitamos num mundo para o qual isso nada representa e nenhum valor dá para aquilo que para nós é tesouro. A fé não é mera expressão verbal; não é mera concordância com um credo religioso de alguma denominação. A fé é nosso tesouro, por isso Paulo afirmou: “...guardei a fé”. Foi essa fé sublime que habitou nos corações dos verdadeiros santos em toda história; foi essa convicção que inflamou seus corações e que fez deles homens e mulheres que se entregaram aqui, a fim de que a glória de Deus fosse manifestada por meio deles.
        De fato, temos a nossa fé registrada e documentada na palavra de Deus, mas nem todos os santos tiveram em mãos o que temos agora. Mas a verdade Deus sempre registrou no coração dos santos; o homem interior, nascido de novo sempre foi e será inabalável, porque a fé é a visão da alma aberta. Foi com a bíblia registrada no coração que Abraão creu que seu Deus era capaz de ressuscitar mortos; foi pela fé que aquele homem santo pode contemplar a cidade celestial que ele tanto aguardava. Ora, temos como o pai da nossa fé um homem que não teve o Livro santo na mão, mas sim no coração. E isso é válido para nós e nossa responsabilidade aumenta muito mais, uma vez que Deus nos entregou a porção sagrada.
        Digo mais, que nossa fé não é medida por mero conhecimento. Muitos podem conhecer bem as Escrituras, sem, contudo conhecer a fé no coração. É claro que a ignorância mental não tem lugar na fé, mas nem todos os santos conheceram nem conhecem o que muitos outros conhecem. Pastores, formados em teologia profunda podem se tornar lobos vestidos de ovelhas. Membros de denominações fieis podem ser terríveis e profanos no viver, mesmo conhecendo a verdade. Muitos santos de Deus são homens e mulheres simples, mas sinceros crentes em Cristo, porque a fé no Senhor é a visão que eles têm da verdade no coração, e quando são ensinados na verdade eles se exultam e se tornam ainda mais fortes.
        A fé não nos foi dada para encher nosso intelecto e nos tornar mais arrogantes. A fé nos posiciona em temor e nosso conhecimento deve nos tornar hábeis soldados na batalha. Milhares começaram bem na fé, mas apenas abraçaram essa fé, como aconteceu com Simão (Atos 8). O mundo é o lugar certo para provar os que receberam a santíssima fé e que podem empunhá-la com coragem. Outros provam que não tem o peso da verdade no coração, por isso abandonam a causa santa.
        A fé deve nos elevar para cima, para mais perto de Deus. Quando descemos para estar agradando os homens, significa que fomos provados e desaprovados. O que Judas fala em sua pequena carta chega a nós num momento crucial, quando a fé está sendo testada e muitos a têm abandonado. A fé nos foi dada para brilharmos aqui; nossa vida depende dela; nossa família deve estar cercada dessa luz que transmite confiança a todos, e os pecadores precisam ver essa nítida certeza naqueles que professam ser crentes.

terça-feira, 16 de outubro de 2018

A FÉ QUE NOS FOI ENTREGUE (1)


                               
“Amados, procurando eu escrever-vos com toda diligência  acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos” (JUDAS 3)
INTRODUÇÃO:      
        Visto que o tema desta carta é a batalha da fé, segue-se que precisamos conhecer o que significa essa fé que nos foi entregue.  Podemos definir que a fé é o conjunto completo de toda verdade revelada a nós, desde nossa salvação até a nossa perfeição final. Acreditamos que esse corpo da verdade eterna foi dado à igreja de Deus, porque ela é a coluna e baluarte da verdade.
        Em Romanos 1:17 vemos que o justo começa pela a vida pela fé e continua a viver da fé. Em Gálatas Paulo mostra que a fé não é algo abstrato, mas sim a própria pessoa de Cristo. Ele é tido como o Autor e aperfeiçoador da nossa fé (Hebreus 1:2). Significa que esse corpo de verdade é um verdadeiro tesouro que Deus colocou em nossos corações; nossos olhos foram abertos para compreender essas coisas e por elas vivemos aqui e viveremos na eternidade. Sabemos que não conhecemos a verdade na sua totalidade. Cada dia aprendemos e aperfeiçoamos nossa fé por meio do conhecimento que adquirimos na Palavra.
        Também essa verdade é talhada em nosso ser por meio das provações. Ela nos torna fortes e saudáveis, para que sejamos úteis neste mundo e capazes de glorificar a Deus num estilo de vida santa, conforme somos ensinados. O crente que não aprende da Palavra nunca poderá ter uma fé firme que lhe sustente nas horas mais difíceis desta vida. É claro que um coração não santificado pela graça salvadora jamais poderá guardar essas verdades recebidas, porque elas chegaram apenas à mente, mas não no coração, por isso há de negá-las no viver.
        Por mais que eu fale, escreva e pregue sobre a nossa fé, creio que estarei fazendo muito pouco diante de assunto que é preocupante em nossos dias. A carta de Judas foi colocada estrategicamente perto do livro de Apocalipse, porque a apostasia precede a chegada do juízo. Essa pequena carta é grandiosa e cheia de infinitos valores para nós agora. Creio que estamos vendo a hora final chegando; creio que estamos nas mais altas horas da madrugada e as trevas são tenebrosas neste mundo. Creio que é o momento para que pequenos a palavra de Deus, como se tivéssemos com baldes cheios de agua fria, a fim de derramarmos sobre muitos que agora estão dormindo o perigoso sono deste mundo.
        Nosso Senhor advertiu Seus discípulos sobre os perigos que rondam este mundo na contagem regressiva para Sua vinda. Paulo trata desse período de estremo perigo em 1 Tessalonicenses 5, por isso creio que vale a pena que examinemos de perto esse tão precioso verso de Judas 3. Notemos bem que Judas mudou de assunto. Ele queria falar sobre a salvação comum a todos, mas de repente o Espírito fez com que ele mudasse e falasse dos perigos que já rondava a igreja naqueles dias. Se foi assim mais de dois mil anos atrás, quanto mais agora.
        Meu sincero e santo desejo é que este material seja bem recebido por aqueles que amam a verdade revelada e que querem viver acordados no mundo que injeta sonífero espiritual nos crentes.

O LUGAR DA PALAVRA DE DEUS EM NOSSO VIVER (9)


                       
“Habite ricamente em vós a palavra de Cristo; instrui-vos, e aconselhai-vos mutuamente em toda sabedoria, louvando a Deus , com salmos e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão em vosso coração” (COLOSSENSES 3:16).
O QUE FAZER PARA QUE A PALAVRA DE CRISTO HABITE EM NÓS.
        Quero agora considerar a parte final dessa mensagem, mas fazendo de forma prática, pois tudo o que nos foi dado na Palavra veio para nosso ensino, assim como o bom alimento nutre nossos corpos. Um crente que não lê a bíblia é vazio, frágil e espiritualmente enfermo, porque a Palavra de Deus tem nela mesma todo nutriente necessário para nosso viver, assim como o Maná que caía no deserto era suficiente para o povo de Israel. O que os crentes devem fazer para que essa bendita Palavra venha a ser habitação permanente em sua vida?
        Primeiramente é de se esperar que o crente ame a Palavra e quem é de Deus há de amar o livro de Deus. Israel achava que amava o rolo sagrado, mas aquele povo usava a bendita Escritura para seus interesses egoístas, por isso que nosso Senhor afirmou que eles examinavam os escritos santos com propósito errado (João 5). Se a conversão foi verdadeira, então as motivações serão reais no tocante a verdade revelada doravante. Tenho percebido que os verdadeiros crentes são aqueles, cujos corações guardam a palavra e por isso produzem fruto. Quando a verdade é introduzida no coração funciona como semente escondida numa terra fértil. Quando vejo crentes que abandonam a Palavra de Deus durante a semana, sei que não vai tardar para que eles comecem a abandonar os cultos, onde pregam a palavra.
        Mas tem um detalhe importante para o entendimento desse assunto. A Palavra de Deus não será recebida, jamais num coração que absorve as paixões carnais. Quando o mundo é amado, a palavra há de ser odiada, e o contrário acontece, porque quando as Escrituras são bem-vindas no coração é porque o mundo é rejeitado ali. Se enchermos nossas almas com mentiras e prazeres da carne, certamente não terá lugar ali para verdades eternais. Precisamos esvaziar o coração de sujeiras, a fim de encher com coisas puras e santas. Assim como os sacerdotes se purificavam no templo em Jerusalém diariamente, a fim de tocar em coisas santas, também nós os crentes devemos nos purificar de toda vaidade e impureza, a fim de guardarmos a santa palavra em nossos corações. Não há como combinar uma coisa com a outra, pois a carne não se harmoniza com aquilo que é espiritual; o que é santo não combina com o que é profano.
        É óbvio que a Palavra de Deus deverá encher nossas mentes, para que seja guardada ali. Memorizar a bíblia é um meio usamos para introduzir a verdade no íntimo. Se quisermos luz no coração, ela deve estar ligada lá; a casa deve estar brilhando com a luz celestial da verdade que nos foi entregue. Também, o Espírito de Deus há de usar a verdade, a fim de nos guiar em toda verdade, então, precisa que essa munição esteja lá dentro. Como poderei sacar dinheiro de um banco se nada tenho na minha conta? Como o Espírito há de usar Sua palavra, se ela não estiver guardada no coração? Se meu coração estiver cheio da verdade, eis que minha boca falará dessa verdade. Vejo hoje que os crentes nada têm para edificar uns aos outros; quando conversam sempre falam das coisas desta vida, daquilo que eles amam aqui.
        Nem podemos avaliar o privilégio que temos de ter em nossas mãos a Bíblia, privilégio este que milhões não tiveram e milhões agora não têm. Será que vamos tratar com tanto desprezo o livro do Senhor? Será que estamos dispostos a trocar o mel puro pelos melados oferecidos pelo mundo com suas mentiras?

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

O LUGAR DA PALAVRA DE DEUS EM NOSSO VIVER (8)



“Habite ricamente em vós a palavra de Cristo; instrui-vos, e aconselhai-vos mutuamente em toda sabedoria, louvando a Deus , com salmos e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão em vosso coração” (COLOSSENSES 3:16).
O REAL SIGNIFICADO DE     “HABITAR”
           Quero estender um pouco esse assunto, porque considero de muita relevância para nosso viver aqui como crentes sinceros em Cristo. O crente deve se esforçar para tomar a Palavra e fazer com que ela habite em seu coração? Claro! Se dependermos de nossa natureza carnal; se vivermos sob o domínio da carne é lógico e claro que jamais haveremos de amar o livro de Deus. A vida cristã consiste de guerra contra o mal; nossa paz foi estabelecida na cruz com Deus (Romanos 5:1) e não com este sistema mundano, tão voltado aos prazeres sensuais. Se dermos lugar aos desejos da carne, os quais sempre estão fazendo guerra contra nossa alma, na verdade estaremos sempre prontos para descer ao mundo e daremos vazão à morte.
           Assim posso afirmar que os crentes devem sim, se esforçar pela Palavra, de tal maneira que logo o espírito haverá de dominar e controlar tudo isso. Quem não se utiliza da fé, a fim de agarrar-se aos valores da Palavra de Deus, não vai querer nunca ler e compreender as maravilhas que nos foram entregues. Não há qualquer mistério para ler a bíblia, é só levar isso a sério, caso contrário seremos surpreendidos pelo total desprezo que teremos por ela. Às vezes, no começo da vida cristã os crentes se apegam à Palavra e mostram desejos fortes por estar na igreja para ouvir os santos ensinos da Palavra, mas isso com o tempo acaba. Somos como crianças que estão aprendendo a falar, andar e compreender tudo ao derredor. Chega o momento quando deixamos tudo isso para agir com responsabilidade. É pela fé que os santos devem prevalecer nesta vida, de tal maneira que eles conquistam as coisas excelentes e eternas.
           Creio que lembramos bem daquele verso que é repetido quatro vezes na bíblia: “O justo viverá da fé” (Habacuque 2:4). O que é isso? É o fato que os verdadeiros crentes têm agora mãos, olhos, ouvidos, boca, mente, pés, mãos, tudo funcionando espiritualmente. Agora a fé ousa vencer os desejos carnais e dominar tudo pelo conhecimento do Senhor. Assim, os crentes verdadeiros devem assumir a coragem para tomar a Palavra para si, a fim de conhecer melhor seu Deus. É de se esperar que ele há de fazer isso; se ele nasceu de novo, então foi algo de Deus na vida dele; ele nasceu do Alto e agora a palavra de Deus é tudo para ele. A fé entra em ação quando ordena todo seu ser para obedecer a Deus, a lutar contra o egoísmo e avançar tomando a Palavra de Deus como espada. Não há desejo no coração pela Palavra? Então não é crente. Não tem qualquer prazer pelo conhecimento da verdade? Então não nasceu na verdade e da verdade.
           Outro detalhe é que devemos buscar a simplicidade da verdade. Nosso alimento deve ser esse conhecimento simples, mas valioso que carecemos diariamente. Quem procura coisas profundas normalmente está querendo encher seu ego de satisfação. Devemos receber sempre a história da nossa queda, da culpa nossa no pecado, da gloriosa conquista do calvário pelo Filho de Deus, o qual morreu em nosso lugar. Devemos abraçar o fato do amor do nosso Pastor por nós, como Ele cuida do Seu povo e como nos sustenta aqui em tudo aquilo que precisamos para a nossa jornada rumo ao céu. Precisamos saber o quanto o Senhor requer que andemos com Ele em santidade e novidade de vida; que devemos desprezar este mundo e brilhar aqui como luzeiros do céu. Devemos saber o quanto o povo salvo é nossa melhor companhia e que logo encontraremos todos os remidos lá no céu.


O ANTIGO E ATUAL ESPÍRITO ECUMÊNICO (10 de 10)



 “Rejeitaram os estatutos e a aliança que fizera com seus pais, como também as suas advertências com que protestara contra eles; seguiram os ídolos, e se tornaram vãos e seguiram as nações que estavam em derredor deles, das quais o Senhor lhes havia ordenado que não as imitassem” (2 REIS 17:15,33,34).
SEU VERDADEIRO ESTADO: “Não temem o Senhor”
        Finalmente podemos entender o que significa na prática o ecumenismo? “Não temem ao Senhor”. Eis aí a real condição do povo em Samaria, pois por anos e anos o Senhor demonstrou Sua imensa misericórdia; por centenas de anos nunca abandonou Seu povo do reino do Norte, enviando sempre Seus servos – os profetas, a fim de trazê-lo de volta para Si. O livro de Oséias é a prova desse atuante e marcante amor de Deus. Mas eis ali o resultado final de tudo; eis ali a mão de satanás controlando o povo e levando à terrível dureza de seus corações. Foi falha de Deus? Claro que não! Deus nunca falhou nem falhará em provar Seu grande e imensurável amor pelos pecadores no mundo; Ele não precisava disso; Ele poderia bem punir aquele povo com terríveis punições, mas foi a doce compaixão de Deus que sempre se irrompeu do céu à terra.
        O que aconteceu em Samaria? Eles não falavam de Deus? Eles não apelavam para o Deus de Israel? Claro que sim! Mas não O temiam. Ao mesmo tempo em que pensavam em Deus, apelavam também para seus ídolos, sob as instruções de um sacerdote pagão. Esse é o espírito do ecumenismo; satanás não ignora o nome de Deus em suas façanhas religiosas, ele sabe bem como utilizar palavras e frases espirituais, versos bíblicos e até mesmo sabe como instruir o povo como orar. É exatamente o que vemos em nossos dias. Mas a verdade é o Deus da Bíblia odeia idolatria; Ele tem a idolatria como um adultério; Ele sempre instruiu Israel contra essa prática, porque é o homem dividindo a glória que pertence somente a Deus para seus ídolos.
        No ecumenismo os homens provam que não pertencem a Deus, porque não há como ter dois senhores no viver, assim como uma mulher não pode ser de dois homens ao mesmo tempo. No espírito do ecumenismo os homens utilizam o nome de Deus e versos da palavra Dele apenas como superstições, mas seus corações não foram convertidos ao Senhor. Os ídolos do ecumenismo, na realidade são “abençoadores” dos planos ocultos do coração; são aqueles que “santificam” suas paixões carnais, suas ambições por riquezas, seus interesses por imoralidades e outros detalhes tão propagados pelo mundo e ambicionados pelos mundanos. Nós vemos no bezerro de ouro feito pelos Israelitas (Êxodo 31) uma ilustração perfeita do que realmente significa o espírito ecumênico.
        Então, o que deve haver na conversão verdadeira? O que devemos esperar daqueles que realmente professam o Nome do Senhor? Deve haver quebra de ídolos. Todos eles devem ser ajuntados e lançados no fogo do desprezo. Foi isso que aconteceu com os crentes de Tessalônica (1 Tessalonicenses 1:9). Também, o pecado e o ego devem ser abandonados. É triste ver a má compreensão do real significado de salvação em nossos dias. Mas tal ignorância não há de frustrar a verdade que permanece inabalável. Os salvos são libertos do poder dominador e escravizador do pecado. É fato que eles encontram dificuldades nisso, mas eles têm seu Deus e lutam em oração persistente para abandonar tudo aquilo que milita ainda na carne.
        Também, deve haver aquele espírito de concentração, porque os santos aprendem a meditar, deleitar-se na palavra e no temor ao seu Deus. Há tanta brincadeira com o nome de Deus hoje que causa repugnância aos santos. Os verdadeiros crentes sabem que agora têm o verdadeiro e único Deus, o qual deve ser temido, adorado e obedecido. Quando verdadeiros crentes começam a encher a sociedade, eis que os espírito ecumênico desaparece, porque a glória do Senhor aparece, brilhando Seu favor por este mundo.