terça-feira, 29 de junho de 2021

Tema: “O PERIGO DA AVAREZA” (3)


“E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” Lucas 12:15-2

A AVAREZA – PERIGO SÉRIO  

        O que o nosso Senhor quer nos ensinar no texto? Notemos bem que o assunto não é de brincar. Aquele homem que buscou o Senhor, a fim de que este intermediasse a causa da família foi admoestado pelo Senhor e este passou esse assunto para todos: “Acautelai-vos, e guardai-vos da avareza...”. Não é exatamente isso o que dominou a mente caída no pecado desde a queda? Não foi essa a intenção de Caim, ao fugir de Deus, ignorando sua culpa, a fim de criar o mundo segundo seu coração? O pecado ergueu uma divindade no trono da alma e essa divindade recebe vários nomes, mas na realidade é chamada de mamon – o deus riqueza. Todos os ídolos inventados pelos homens têm o mesmo objetivo, o de incentivar sonhos e vaidades na ambição de conquistar o mundo.

        Foi por essa razão que nosso Senhor foi tão enfático: “Acautelai-vos e guardai-vos...”. Na verdade essas advertências surgem de várias maneiras em toda Escrituras, nos Salmos, em Provérbios aparece mostrando o quanto a sabedoria vale infinitamente mais que essas riquezas que perecem, por isso o incentivo é que busquem a sabedoria com intensidade, como buscam prata, ouro e diamantes. O nosso Senhor, quando diz: Tende cuidado, Ele está dizendo que o perigo é tremendo. Ser achado e tomado pela avareza é como se achasse um ladrão disfarçado, ou mesmo que fosse contaminado por um vírus mortal. Veja bem que ninguém pode escapar desse silencioso inimigo. Os crentes devem saber disso porque ele está por perto, parece ser amigo, é gentil e age sempre jogando a pessoa contra Deus. Foi assim que ocorreu com Asafe, conforme o Salmo 73, pois ele começou a sentir inveja dos homens ímpios que eram ricos. Não fosse a bondade de Deus em socorrer seu servo, Asafe teria caído.

        Também, nosso Senhor acrescenta outra palavra: “Guardai-vos”. Neste imperativo Ele destaca o fato que devemos nos proteger no íntimo, guardar nosso coração, desviar do mundo que hoje tem chegado bem perto de nós para oferecer sonhos e ambições. Satanás sabe bem qual isca deve ser usada na tentativa de solapar a fé cristã. O mundo é conquistado pelo amor às riquezas, pelo desejo de ter conforto, fama, prestígios e farturas. O amor às riquezas é o desejo em ganhar o mundo e essa divindade pagar sempre está chegando disfarçada, porque ela promete liberdade para aproveitar bem a vida. Um senhor crente chegou ao seu pastor e disse: “Pastor, estou feliz pois passei a ter um cargo mais alto no meu emprego e vou ganhar o dobro”. O pastor que conhecia bem aquele homem disse: “Meus pêsames! Pois sei que você irá comprar um sítio para desfrutar de bons fins de semana e esquecerá da casa de Deus”. Aquele homem abaixou a cabeça e tristemente disse: “É pura verdade, pois já havia pensado nisso”.

        Tenho percebido o quanto isso tem sido realidade na vida de muitos ultimamente. O homem ganha bem numa firma, sua esposa também passou a trabalhar fora e assim o ganho dobrou e a família agora tem como ir ao clube e escolher ir à igreja quando bem quiser. Não é assim em nossos dias? Não é verdade que milhares que se dizem crentes têm esse reizinho no coração? Não é verdade que querem aproveitar bem a vida e como agora têm dinheiro, carro, casa, comida, etc. a vida vai muito bem e até mesmo podem traçar planos em ficar o mais longe possível de santidade. Cuidemos com esse ídolo que surge tão bem disfarçado e tão bem preparado pelas manipulações de corações que acham que podem enganar Deus.

        O dinheiro em si em nada é errado. O perigo está num coração cheio de amor pelo mundo tão incrementado de favores da carne. Satanás sabe como abrir a cortina e apresentar seus espetáculos que farão milhares esquecer do Deus de amor. Quem é crente e está sob o perigo da avareza, corra agora para o Senhor, a fim de buscar Seu socorro e aprender a confiar e depender inteiramente Dele.


Pregação | Benção e Maldição - parte 5 - Deus lidando com os pobres -- L...

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Tema: “O PERIGO DA AVAREZA” (2)


“”E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” Lucas 12:15-2

A AVAREZA – PERIGO SÉRIO  

        Amado leitor, voltemos ao assunto que temos perante nossos olhos, porquanto nosso Senhor está tratando da avareza e sabemos que esse deus mamon é como uma perigosa bactéria que se oculta no coração e que aparece bem disfarçada no viver de todos. Milhares de crentes têm tombado pela força dessa iniquidade e milhares têm sido atirados no abismo de terror eterno, por causa dessa inimiga mortal. Quem poderá dizer que está livre desse inimigo? Não é o deus mamon – o amor ao dinheiro que tem feito tanta desgraça neste mundo? Ela não escolhe lugar para suas atuações pervertidas e ultrajantes! Desde uma favela até os lugares mais sofisticados nas posições altas da sociedade ela está ali alimentando os corações e desgraçando vidas. A avareza não se importa com cultura ou com miséria. Pode ser um homem culto ou analfabeto, ali ela está pronta para usar todo ser do homem em atos destruidores.

        O que nosso Senhor diz no Texto? “Acautelai-vos e guardai-vos...”. Notemos o quanto o Senhor é enfático, a ponto de usar dois verbos para intensificar o assunto. O Senhor está dizendo para que todos se protejam, porque quando o amor às riquezas vão despontar na vida quando ninguém espera. Quem imaginava que o simples Geazi, discípulo de Eliseu escolheria o caminho da avareza? Afinal, ele esperava que um dia viesse a ser profeta como Eliseu era. Mas antes que fosse projetado no cenário profético, foi providencial que seu coração mostrasse o que ele era, caso contrário seria mais um falso profeta. Assim que viu a prata e as vestes de luxo sendo rejeitadas pelo profeta Eliseu, eis que a avareza brotou do coração para inventar as piores artes. O que a avareza trouxe foi a terrível lepra que tomou seu corpo (2 Reis 5).

        “Acautelai-vos”, porque o mundo é um cenário que flerta a avareza no coração. Não há um ídolo mais buscado, querido, admirado e amado do que o deus mamon. Brigas, mortes, dores, tristezas, mentiras, separações, intrigas e outras coisas semelhantes surgiram com a avareza. Aqui perto de minha casa têm uma casa lotérica, lugar que serve também para poder pagar boletos, mas tenho que chegar ali mostrando o que vou fazer, que não tenho interesse em ganhar dinheiro na loteria. Às vezes a pessoa que me atende pergunta se eu não interesso em fazer um jogo, eu respondo imediatamente que já muito rico e que não preciso daquilo. É triste ver onde o homem põe sua confiança e o quanto coloca sua esperança nos bens desta vida. Vejo o quanto numa casa lotérica, não importa a idade, chega pessoas anelando ganhar mais, ter riquezas, ter o mundo aos seus pés. Sempre foi esse o ideal colocado pelo pecado no coração do homem e satanás chega para alimentá-lo mais.

        A avareza é o ídolo principal que assentou-se no coração dos homens desde a queda. O querer ser igual a Deus, ter honras, famas, prestígios, poder para atender suas paixões e prazeres. Os outros milhares de ídolos inventados pela arte da corrupção vêm para atender o grande deus mamon. Tudo o que se refere à prosperidade nesta vida passageira está ligado à avareza e dali a situação de corrupção toma uma ascensão terrível, chegando às atividades de adoração direta ao próprio diabo. Não foi em vão que nosso Senhor chamou a atenção, advertindo as pessoas contra isso. O que podemos dizer daquele povo pobre que restou de Jerusalém após a invasão babilônica? Eles se ajuntaram para fazer tendas e outras bugigangas para a famosa Rainha do céu. O que eles queriam? Incrível, mas eles se reuniram para indiretamente difamar Deus e dizer que Ele não foi forte para protegê-los e que eram errados por terem abandonado a deusa do céu. Por quê? A razão é que essa famosa Rainha supostamente podia dar o que eles bem queriam: prosperidade, saúde e proteção. Isso tudo está ligado ao deus mamon.


sexta-feira, 18 de junho de 2021

Tema: “O PERIGO DA AVAREZA” (1)

 


“”E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” Lucas 12:15-21

INTRODUÇÃO:

        Todo programa de televisão, toda política, toda propaganda, é o homem lutando para ganhar mais. Vivemos nos dias quando milhões têm cometido atrocidades em nome do amor ao dinheiro. Se não conhecêssemos o homem, conforme a bíblia ensina, não poderíamos acreditar que o ser humano pode chegar a tanta maldade por amor às riquezas, como temos visto hoje. Aqui no Brasil é situação é calamitosa, porque justas leis foram extintas para que não fossem punidos elementos vis e abomináveis, os quais têm trazido misérias, dores e tristezas ao povo. Por que isso? Não é o amor ao dinheiro? Não foi exatamente isso o que Paulo quis dizer que o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males? Não tenho intenção de avançar nesse assunto, mas o fato é que se Deus mesmo não intervir com sua mão de justiça e poder, nem podemos imaginar onde os terríveis males causados pela avareza podem chegar.

        Aqui no Brasil essa miséria tem até mesmo tomado a forma de piedade cristã. Muitos têm aproveitado o espírito da época e ganhado milhões à custa do sofrimento do povo, usando a falsa fé. Alguns já são milionários nesse curso maligno. Nos dias em que o Senhor esteve no mundo Ele enfrentou pessoas com o terrível pecado da avareza. Esse espírito da avareza e de desejo em ganhar o mundo sempre foi a tônica deste mundo. Foi esse o espírito visto na jornada mundana aqui; foi isso que tomou o viver de Labão, Esaú, Acã e o simples Geazi. Na realidade, é o espírito de avareza que tomou e toma o coração de homens perigosos, os quais se tornam ditadores e maltratam o povo.

        Foi contra esse espírito de avareza que Jesus advertiu os fariseus naqueles dias. Foi com essa atitude que sempre surgiu falsos profetas e falsos mestres no mundo e eles sempre virão com mensagens agradáveis, mas suas intenções são pervertidas. No texto acima, vemos aquele homem que chegou a Jesus, falando como uma criança faz. Ele queriam que o Senhor fosse juiz e que falasse com o irmão dele para dividir a herança. Parecia um assunto justo num assunto de família. Eu mesmo já lidei com isso e sei o quanto o amor ao dinheiro revela o quanto famílias se dividem por causa disso. O pecado da avareza arranca os sentimentos fraternais e traz terríveis consequências.

        Foi perante esse incidente que nosso Senhor traz à baila o assunto sobre o perigo da avareza: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza...”, e é sobre isso que quero envolver a todos nessa mensagem. O deus mamon não é invenção teológica não. O amor ao dinheiro é mais perigoso instrumento do diabo  e da carne na vida de alguém. O amor ao dinheiro pega desprevenido a muitos e mostra os traços do coração naqueles que muitos achavam que eram piedosos e tementes a Deus. Essa lição do Senhor deve estar perante nossos olhos e pronta para entrar em nossos corações. Não brinquemos com isso, porque o deus mamon mostrará que muitos que parecem crentes não passam de adoradores do diabo. Não esqueçamos que foi essa divindade satânica que empurrou Judas ao abismo; foi esse espírito de ganância que fez com que o homem rico desse às costas ao Senhor e recusasse o caminho certo para o céu.

        Amados irmãos, nós os crentes não estamos livres dessa “peste perniciosa”    que tem tomado o coração de milhares em nossos dias. Esse espírito da avareza tomou outro nome chamado de “prosperidade” e carrega consigo muitos instrumentos que são usados na tentativa de manipular Deus. Não é realmente perigoso? Fujamos de tudo aquilo que nos tira de um viver piedoso, que nos afasta da cruz e que nos desvia do rumo certo, da vereda santa rumo ao céu. Satanás, o deus deste mundo maligno mostra sua foto nas cédulas e nas moedas. Elas têm sido o peso que têm atormentado a vida de milhares e que tem empurrado muitos para o abismo.

quarta-feira, 16 de junho de 2021

SUBLIME CONFISSÃO DOS ELEITOS (10 de 10)


“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Isaías 53:6)

A NECESSIDADE EVIDENTE DESSA CONFISSÃO.

        Sendo um milagre ocorrido no indivíduo, então é necessário que haja essa confissão. A confissão na vida do salvo de que Cristo foi seu eficiente e suficiente substituto é o brado triunfante do crente. Não tem um acontecimento mais glorioso e mais marcante do que esse que ocorreu na cruz, porque ali tudo foi feito para que a igreja fosse conquistada de uma vez por todas.

        Além disso, sendo uma confissão há de desmanchar toda aparência, caso contrário o que vemos por fora é hipocrisia. Não há como pertencer a Cristo sem que haja confissão. Judas poderia bem afirmar que era apóstolo, mas sem confessar ser Jesus aquele que veio morrer em seu lugar, o caminho dele foi o mesmo de qualquer outro no pecado. Tenho visto muitas manifestações de crentes que jamais conheceram o real significado da confissão em suas vidas. Sendo assim, Isaías 53:6 não terá qualquer atração.

        Vejo muitos que querem ouvir sobre determinadas doutrinas que mais lhes atraem, como assuntos escatológicos, doutrina da eleição, segurança do salvo e outras doutrinas. Mas a verdade é que nada disso opera salvação. Cristo veio buscar os perdidos e não pessoas esclarecidas teologicamente. Muitos santos de Deus partiram sem que tivessem conhecido quaisquer doutrinas, mas foram salvos pela mensagem da cruz. O poder de atração foi o Calvário e a fé santa foi sustentada nisso. Outra lição de grande importância é que essa confissão revela o que é o coração, pois domina todo ser e modifica todo viver.

        Primeiramente mostra humildade no viver. A natureza maligna do homem ousa viver sozinha, caminhando no mundo achando ser suficientemente forte para enfrentar tudo, porque nada ver de perigo. Como já havia dito antes, a confissão vem porque o pecador é descoberto e é desmanchada toda vanglória, vindo a confissão por ver que alguém ocupou seu lugar na cruz.

        Em segundo lugar, a confissão mostra que a pessoa agora não é mais uma ovelha desgarrada. Tudo muda quando o perdido busca o Salvador: “Buscar-me-eis e me achareis...”. Na salvação a lição suficiente é que o Salvador buscou e achou Sua ovelha. Pronto! Não é a mudança conforme o mundo acha que deve ter. Ao achar o perdido e o salvar, tudo é feito com perfeição para que a pessoa salva seja para sempre do Senhor, segundo a força da graça e isso assusta o mundo. É totalmente diferente do que um sistema religioso faz com alguém. Tudo muda no salvo, no sentido de que agora o mundo com seu conceito de vida é apagado para ele, passando a brilhar a luz que vem da cruz para o caminho no qual ele deverá percorrer para o céu.

        Certamente a confissão faz total diferença na comunhão que o salvo passa a ter aqui. Antes o mundo era sua família, agora é a comunhão com os que também foram salvos. Por quê? A razão é que vemos a confissão coletiva despontada no texto: “Todos nós andávamos...”. Será que não haverá prazer de estar com os santos aqui? Claro! Agora é a sua família, com a qual compartilha a mesma fé, adoração e alegria. Finalmente estará com todos os remidos no céu e para sempre há de confessar a glória do grande e glorioso Cordeiro que ali na cruz morreu para remir perdidos e leva-los para serem herdeiros de Deus na glória eterna.

        

 

 

 

 

 

 

 


Pregação | Os atos de misericórdia de Deus - Romanos 9:16-18 | Lucas 22:...

terça-feira, 15 de junho de 2021

SUBLIME CONFISSÃO DOS ELEITOS (9)


“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Isaías 53:6)

        A CONFISSÃO DE SUA MORTE SUBSTITUTIVA NA CRUZ: “...mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos”.

        Observemos bem o texto de Isaías 53:6, porque há ali um entendimento da necessidade de um substituto perfeito, visto na confissão dos eleitos. Já que éramos como ovelhas, cada uma seguindo seu próprio caminho, o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos. Está aí o assunto bem esclarecido. Os eleitos, pelo poder da graça acharam o substituto certo. Eis aí a teologia que só chega ao coração por obra do Espírito Santo e foi essa verdade que Deus imprimiu em milhões que foram salvos e que faz agora ao pecador. Esse é o ensino que é gravado no coração de forma indelével. Aquele ser visto em Isaías 53, que foi enviado por Deus para morrer em lugar dos pecadores, é Ele a resposta para os anseios dos perdidos.

        Os eleitos percebem que a crucificação foi um ato de Deus não um acontecimento fortuito na história. Por que isso ocorre só com eles? Por que justamente são eles os escolhidos de Deus. Alguns têm seus olhos da alma abertos, enquanto outros permanecem para sempre cegos. Foi o que Jesus disse aos judeus: “Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas (João 10:26). O discernimento verdadeiro acerca da morte do Senhor não é dado a ninguém, fora dos pecadores por quem Cristo morreu. Nenhum filme há de mostrar a verdade que está oculta aos olhos do mundo. Os mundanos verão conforme o mundo vê o sofrimento físico e a morte de um inocente. O mundo não vê à luz do Salmo 22 nem de Isaías 53, porque na bíblia tudo é contado à luz daquilo que Deus mostra. Notamos isso na própria oração feita pelos apóstolos: “Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Idrael; para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer” ( Atos 4:27 e 28).

        Outro detalhe importante é que a confissão feita pelos eleitos se forma uma unidade: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho...”. Essa confissão é a grande motivação dos louvores dos santos na terra e será no céu, porque vemos a mesma coisa em Apocalipse 5:9 e 10. Os louvores dos santos têm a cor de sangue e perpassa por toda história. A bíblia inteira mostra como que uma linha vermelha que vem desde o princípio e segue até apocalipse. A história da redenção é a nossa história que nos enche de alegria e prazer:  “Cantai ao Senhor um cântico novo...anunciai a Sua salvação...” (Salmo 96). Não há como confundir os salvos dos não salvos, mesmo que o joio esteja entre o trigo, porque os salvos aparecem com essa confissão em Seus lábios e não importa quanto tempo eles têm de crentes. Cada crente, individualmente pode dizer em santa confissão: “Cristo morreu pelos meus pecados” e quando eles se encontram vão dizer: “Cristo morreu pelos nossos pecados”. Eis aí a formação da igreja; eis aí a verdade revelada na ceia do Senhor; eis aí a confissão que abala o mundo e que jamais pode ser extinta, porque está marcada no coração; eis aí o fogo que nunca apaga e que faz o viver triunfante em toda jornada na peregrinação.


A MISÉRIA DO ÍMPIO E MISERICÓRDIA SOBRE O JUSTO (13 de 13)            

“Muito sofrimento terá de curtir o ímpio, mas o que confia no Senhor a misericórdia o assistirá” (Salmo 32:10)

A MISERICÓRDIA EM AÇÃO: “...o que confia no Senhor a misericórdia o assistirá” (Salmo 32:10.

        Para encerrar esta mensagem, quero ressaltar o  fato que o crente deve saber  que a misericórdia é um tema que deve ser levado a sério, porque vai tratar da vida aqui com solidez. Ora, foi exatamente isso o que os santos sempre tiveram na mente e na emoção enquanto aqui viveram. A misericórdia de Deus há de pautar nossas vidas pelo caminho certo. Por que estou dando ênfase a isso? A razão é que a mentalidade religiosa tão curtida em nossos dias, tende a dominar nossas mentes e erradicar o verdadeiro significado do que é a vida cristã neste mundo. Tudo satanás está fazendo para que levemos a vida aqui em conformidade com o mundo. Tudo tem sido feito para que abriguemos nosso viver num padrão de vida que ignora as verdades acerca do mundo, do nosso corpo e da jornada. Tudo hoje gira em torno de prosperidade, experiências emocionais e de uma liberdade que, à luz da verdade bíblica não passa de libertinagem.

        Num mundo miserável, de onde fomos tirados pela salvação, a presença misericordiosa será entendida. Se lermos 2 Coríntios, com grande temor entenderemos isso. Por exemplo, vemos como Paulo entendia o ministério de sofrimento que ele tinha; vemos como ele encarou perseguições terríveis e como chegou à beira da morte, mas como entendia com clareza como tudo servia para levar consolação aos santos. Essa é a mensagem do capítulo 1 daquela carta. Vemos como Paulo entendia que o ministério tão deslumbrante que ele tinha era resultado da misericórdia, porque foi Deus quem lhe confiou a mensagem celestial. Tem tanto a falar sobre isso, mas nosso espaço é pouco aqui.

        Outro detalhe está no fato que o Senhor mesmo mostrou isso aos discípulos, quando reunido com eles disse que no mundo eles teriam aflições. Que espantosa verdade! Aqueles homens estavam perplexos e amedrontados ante o fato que o Senhor estava caminhando para a cruz, e eles, como ficariam? Sozinhos, desamparados? Nosso Senhor não deixou nenhuma promessa que a sorte deles no mundo seria diferente, que eles teriam um viver fácil e uma vida cômoda. Ele pode mostrar-lhes que no mundo haveriam de enfrentar a hostilidade terrível dos homens (João 16:1) e foi exatamente isso o que os apóstolos entenderam e experimentaram. Nosso Senhor não prometeu uma felicidade mundana; não prometeu que daria aos seus servos riquezas e confortos aqui. Mesmo que esses bens terrenos eles passem a ter, mas é dada em seus corações a certeza que não são donos absolutos.

        Por misericórdia, significa que o Senhor não retirará os problemas pelos quais deveremos passar, até chegarmos à morte. Os crentes têm consigo o cheque com a assinatura do grande EU SOU, a fim de que eles corram à buscar socorro em meio às aflições. O viver aqui no mundo, no tocante aos crentes deve ser um viver de justiça em meio aos perigos e Ele nos cercará com bondade, de tal maneira que nada nos faltará e que seremos protegidos de todo mal. Foi isso que que os santos enfrentaram, alguns encararam satanás e o inferno bem à frente. Os terrores inimigos querem nos devorar, o mundo quer nos esmagar e nossas fraquezas nos impelem a buscar socorro. É no contexto dessa misericórdia que Deus nos ensina os padrões de santidade que devemos ter e o que seremos após sermos tirados de uma vez para sempre deste mundo maligno. Toda nossa felicidade habita em Cristo. Por fora luta, por dentro gozo e alegria no Senhor.

“Minha morada Jesus assegura, paz e conforto na luta feroz”


quarta-feira, 9 de junho de 2021

A MISÉRIA DO ÍMPIO E MISERICÓRDIA SOBRE O JUSTO (12)

     

“Muito sofrimento terá de curtir o ímpio, mas o que confia no Senhor a misericórdia o assistirá” (Salmo 32:10)

A MISERICÓRDIA EM AÇÃO: “...o que confia no Senhor a misericórdia o assistirá” (Salmo 32:10)

        A diferença entre o salvo e o não salvo está no fato que há uma presença de misericórdia que envolve uns e que não envolve outros. O caso de Israel e do Egito. Veja como Deus cercou Israel à frente e na retaguarda, mas quando o exército de Faraó apareceu eis que Deus voltou contra para destrui-lo. Os inimigos do Senhor não estão debaixo da compaixão de Deus, eles estão sob a ira de Deus. Qualquer manifestação compassiva de Deus é resultado de Sua própria determinação. Foi assim que Ele agiu com o povo de Nínive. Falo isso porque sei o quanto tal verdade é de real valor para o crente e é sobre isso que deverei completar esta mensagem.

        Veja bem que a graça não significa que tudo será mil maravilhas à frente. Nossa felicidade consiste no fato que o Senhor está conosco e ele está manifestando bondade e misericórdia, conforme o Salmo 23. Não acharemos real felicidade aqui; não encontraremos um mundo que nos recepcionará com prazer; não haverá da parte do mundo uma bandeira branca, saudando os crentes com um bem-vindo. O povo celestial não tem lugar seguro aqui e isso a palavra de Deus deixa bem claro. Por favor, não me entendam mal, achando que estou dizendo que os crentes serão pobres e desgraçados nesta vida presente. Isso não é verdade, porque sabemos bem que milhares de crentes que passaram e ainda passam por este mundo são pessoas bem sucedidas materialmente.

        Notemos bem que isso não é a realidade no viver de todos os crentes. O que quero afirmar aqui é que, independentemente da condição material do crente aqui, o mundo é para ele um lugar de aflições. Interna e internamente, os crentes vivem em constante batalha. Interna porque eles estão conscientes da condição carnal na qual eles ainda estão, pois constantemente têm que lutar contras as forças tentadoras da natureza carnal que ainda imperam aqui. Isso faz qualquer crente aspirar por misericórdia: “Miserável homem que eu sou, quem me livrará do corpo desta morte?” (Romanos 7:24). Os santos de Deus estão numa jornada de peregrinação num lugar onde não passam de estrangeiros.

        Também, os santos enfrentam em seus corpos mortais as duras dificuldades com os resultados do pecado que tanto afligem o mundo. Externamente sofremos tudo o que o mundo sofre e às vezes muito mais. Deus está utilizando as lutas e provações, a fim de nos preparar para a perfeição que virá na glória. Entendendo isso os crentes clamam, pedindo a presença misericordiosa do Senhor. Ultimamente vemos como muitos são os crentes que têm sido chamados para o céu, devido a morte pela covid. Impressionante. Paulo sentiu isso em sua pele e no primeiro capítulo da segunda carta aos Corintos ele fala da terrível morte com suas agonias que ele experimentava, a fim de ser um agente da consolação na vida do povo de Deus.

        Então, não há dúvida que é essa verdade que transparece no verso 10 do Salmo 32: “...o que confia no Senhor a misericórdia o assistirá”. Reitero aqui o fato que precisamos tomar posse dessa verdade, porque a tendência do sistema “evangélico” moderno é arrancar tais verdades e estabelecer um tipo de “tapete” espiritual à frente do crente. Tudo hoje envolve festa, música, shows, danças e em tudo isso eles puseram o nome de “adoração”. Essas coisas tapam as vistas e encobrem a realidade do viver cristão. Pedro ordena aos crentes: “Sede sóbrios”, mas hoje não há sobriedade; tudo hoje envolve sonhos e vaidades. Tudo o que satanás quer para enganar os incautos.


SUBLIME CONFISSÃO DOS ELEITOS (8)


“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Isaías 53:6)

        A CONFISSÃO DE SUA MORTE SUBSTITUTIVA NA CRUZ: “...mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos”.

        Quando os eleitos recebem a luz que  vem da cruz, eis que há um entendimento correto acerca da missão do Filho de Deus na terra. Já tenho referido a isso, mas acho que vale a pena tocar nessa mesma tecla, porque o homem natural não consegue entender acerca da morte de Cristo. Eles verão tudo à luz dos seus pensamentos e emoções timbrados pela vaidade. Veja os filmes que fazem acerca do sofrimento e morte de Jesus, pois tudo é visto assim, um pobre coitado; seus sofrimentos são vistos apenas no aspecto físico. O mundo não vê o Cordeiro na cruz, vê apenas um sofredor, digno de dó, um tipo de um mártir, cujo sofrimento pode trazer sortes e bênçãos no viver aqui.

        Os mundanos veem Jesus na cruz e o tomam como um símbolo supersticioso. Eles fazem dele o mesmo que fazem com seus ídolos. Olhem bem a imagem que eles tem de Maria e de outros “santos”. Por que isso? A razão é que seus olhos não foram abertos. Espiritualmente cegos, os ímpios não conseguem ver realidades eternas. Lembramos que os judeus, os quais eram normalmente versados no conhecimento da lei e do Velho Testamento, mas mesmo assim eram ignorantes. A linguagem de Cristo para eles era puramente espiritual, mas eles não enxergavam realidades eternas, mas sim apenas as letras.

        Mas não é o caso dos pecadores que Deus chama à salvação. O texto de Isaías nos mostra essa incrível verdade. Quando eles veem com os olhos da fé; quando eles têm a noção correta da cruz, do Cordeiro puro enviado do céu como substituto, imediatamente eles passam a ter a noção correta acerca deles mesmos: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho...”. O que vemos no texto? Humilhação, confissão e íntima invocação. Há um ajuntamento solene de todos os eleitos e a linguagem é comum a todos eles: “Todos nós...”. Eles se veem sozinhos, desamparados e completamente frágeis; eles contemplam o Senhor pendurado na cruz como a resposta para eles, como sendo o Salvador e a salvação de suas vidas.

        Nasce ali nos eleitos uma intimidade com a cruz, um entendimento dessa verdade. Eles percebem que aquele acontecimento não é igual ao que acontece no mundo; eles veem que é pura verdade celestial, que Deus enviou Seu Filho ao mundo para salvar perdidos. Eles não estão dizendo: “Que dó, coitado, por que fizeram isso com ele?” Não! Eles estão dizendo no íntimo: “Ai de nós, estamos perdidos no mundo!”. Os eleitos têm a visão correta da cruz porque o entendimento da verdade foi dado a eles pelo Espírito Santo. Assim nasce o novo homem em Cristo, porque tudo começa na cruz. Toda minha ruína, meus merecimentos da ira de Deus, minha condição tão triste no pecado, meu inútil orgulho e minha disposição em andar sem Deus no mundo, tudo isso é vista quando a verdade da cruz desponta perante meus olhos e eu passo a ver. Daí nasce a confissão: “Quem me poderá salvar?” Daí o Salvador é visto como suficiente em tudo.


SUBLIME CONFISSÃO DOS ELEITOS (7)


“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Isaías 53:6)

A CONFISSÃO DE COMO VIVIAM NO PECADO: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas...”.

        Examinemos o fato que os eleitos confessam individualmente sua culpa: “...cada um...”. Enquanto o mundo tem uma unidade de pensamento e intenções, os eleitos vagueiam pelo mundo como ovelhas sem a liderança de um pastor. Notemos bem a diferença entre os eleitos e a sociedade marcada para a destruição. Não estou dizendo que os eleitos são melhores que os outros. Estou mostrando como eles são vistos como ovelhas desgarradas. Deus, como que tira uma foto delas e mostra como elas estão. Perante a cruz as ovelhas recebem a luz que vem da história do Calvário.      A realidade acerca delas é estampada na visão da cruz, assim elas conseguem ver quem elas realmente são. Em Adão somos vistos em unidade no pecado, mortos, caídos, depravados, egoístas, odiadores de Deus e marcados como filhos da desobediência. Essa é a visão bíblica acerca da nossa queda e da nossa condição em Adão.  É claro que na salvação os crentes confessam sua loucura, suas paixões, suas idolatrias, sua disposição de governar a si mesmos e de odiar a Deus. Todos os que andam no pecado estão declarando pelos seus atos que odeiam a Deus.

        Mas em Isaías não estamos vendo assim. O que vemos é um Cordeiro pendurado para ser apunhalado, a fim de morrer por quem mesmo? Por ovelhas! O cenário muda completamente na visão da cruz, porque os eleitos olham um homem pendurado ali e percebem que Ele é um substituto deles. Colocando noutras palavras, esse é o cenário perfeito da história da salvação, do propósito da vinda do Senhor ao mundo. Esse cenário descrito em Isaías marca o fato que tudo muda na visão dos perdidos, assim que seus olhos são abertos, assim que Deus abre a visão espiritual deles. A lição é incrivelmente fantástica, porque o que vemos é a atitude correta daqueles por quem Cristo morreu.

        Veja bem, há uma diferença entre o entendimento natural da morte de Cristo, porque enquanto o pecado não tiver os olhos da alma abertos por obra do Espírito Santo, ele não enxergará a sua real condição. Ele pode até chorar, sentir pena de Cristo, tomar a história como bela a ser contada, mas notemos bem que aquilo que aquilo não terá qualquer sentido verdadeiro em sua vida. Não houve uma radiante luz que veio brilhar em seu ser. Ele soube apenas dos fatos, mas aquilo não teve sentido em sua vida. O cenário da cruz não lhe levou à humilhação; não chegou a luz que emana de lá, a fim de mostrar o que é exatamente o homem individualmente – pobre e marginalizada ovelha, sozinha, tomando seu próprio rumo e sendo procurada por terríveis inimigos.

        O que ocorre é que a visão da cruz desmancha o orgulho do homem que Deus chama. Ele cai em si, ele vê que tudo aquilo que pensava a seu respeito não passava de vaidade e soberba. Ele vê sua loucura em andar neste mundo sozinho. Então, numa só voz as ovelhas dizem: “Cada um de nós se desviava pelo caminho...”. Que confissão! Quem era eu? Nada! Mas posso olhar para a cruz e ver o Cordeiro puro, diferente de mim, que desceu do céu e veio para ser meu real substituto, morrendo em meu lugar, a fim de me conceder real salvação.


terça-feira, 8 de junho de 2021

A MISÉRIA DO ÍMPIO E MISERICÓRDIA SOBRE O JUSTO (11)

      

“Muito sofrimento terá de curtir o ímpio, mas o que confia no Senhor a misericórdia o assistirá” (Salmo 32:10)

A MISERICÓRDIA EM AÇÃO: “...o que confia no Senhor a misericórdia o assistirá” (Salmo 32:10)

        Este assunto que envolve a parte final do verso 10 merece nossas profundas considerações, justamente porque a mensagem que atualmente é pregada tem removido o termo “misericórdia” e o assim o termo “graça” é tirado do seu real lugar. Não podemos fazer isso sem sofrer drásticas consequências. O evangelho da prosperidade, sem qualquer dúvida tem achado guarida nessa falsa concepção de salvação. Por quê? A razão é que a cristandade atual considera o cristianismo como fonte de lucros materiais. Deus é visto como aquele que vai remunerar bem sua vida aqui, caso você venha fazer algumas coisas para ele. A natureza humana é extremamente apegada ao mundo e fará de tudo para criar uma divindade que lhe facilite um viver mais confortável e um amor ao mundo.

        Não pretendo estender muito sobre o que está ocorrendo na sociedade chamada “evangélica” em nossos dias. Creio que precisamos voltar nosso coração ao texto, a fim de que sejamos bem esclarecidos. A fé há de contar o que ocorreu na vida aqui. Então, não adianta mostrar a vida cristã aos que não têm a visão da fé bíblica. É tentativa inútil, porque toda luz que precisamos para a compreensão da jornada aqui vem da cruz. Sem esse entendimento tudo será fracasso e fatalmente abraçaremos a teologia moderna, porque ela se adapta aos nossos anseios carnais. Os crentes nunca saberão da miséria na qual foram achados e como ainda estão na carne, enquanto a verdade da cruz não ocupar o coração por inteiro.

        Só tem um cenário que deve empolgar meu ser e fascinar meus sentimentos – o cenário do glorioso Cordeiro que ocupou meu lugar de maldição na cruz. Sob essa radiante de luz é que poderei ver o que vem adiante na minha vida e que jornada eu tenho à frente. Ao saber da minha miséria e da necessidade que tenho da poderosa força de Deus em minha vida é que posso entender o verso 10 desse Salmo: “....mas o que confia no Senhor, a misericórdia o assistirá”. Cuidemos para que não entendamos cristianismo à luz da alegria pagã deste mundo. Conheci muitos que começaram bem, com muita alegria e aparente felicidade. Muitos foram envolvidos com alguma doutrina, como a eleição, ou mesmo com algum pregador famoso, mas não se converteram a Cristo. Conheci uma jovem assim, ela ficou impressionada com um famoso pregador e no coração ela se converteu a essa pregador. Mas quando a jornada cristã exigiu tomar a cruz e seguir a Cristo, ela simplesmente desistiu.

        Por que o Senhor diz: “...a misericórdia o assistirá”? Porque não usa o termo “graça”? É sobre isso que dedico agora meu tempo. Note bem que não estou separando graça de misericórdia, porque a misericórdia opera onde a graça finca seu acampamento de glória. Misericórdia é Deus olhando minha miséria na salvação e também vendo minha vil condição na jornada. Antes a misericórdia me achou como réu, condenado. Agora, uma vez salvo, a misericórdia me vê necessitado dia a dia do socorro de Deus durante esse percurso que tenho na peregrinação. Percebemos que foi exatamente essa a mensagem que os santos sempre transmitiram no passado. É impossível ler os salmos, sem perceber os gravíssimos perigos que os santos enfrentam e como buscam a misericórdia de Deus. De dia e de noite Sua presença acompanha os salvos e os cerca.

        Notemos a mensagem deste antigo hino: “Minha morada Jesus assegura, paz e conforto na luta feroz”. Não é impressionante? Ele não vê a jornada aqui cheia de felicidade mundana, mas sim uma real maratona numa via de guerra que se desponta perante nossos olhos diariamente.


sexta-feira, 4 de junho de 2021

A MISÉRIA DO ÍMPIO E MISERICÓRDIA SOBRE O JUSTO (10)

      

“Muito sofrimento terá de curtir o ímpio, mas o que confia no Senhor a misericórdia o assistirá” (Salmo 32:10)

A MISERICÓRDIA EM AÇÃO: “...o que confia no Senhor a misericórdia o assistirá” (Salmo 32:10)

        Também, o próprio coração do ímpio é o reinado da miséria: “Do coração do homem procedem os...”. O mundo com sua religião e psicologia tende a procurar e descobrir algo de bom no homem. Mas como tirar algo proveitoso da imundície? A real miséria do homem é descoberta com a lei de Deus e o destino eterno que o espera. Não podemos por qualquer coisa pura junto com a imundície sem que a contamine. O próprio Senhor Jesus quando estiver na posição de Juiz naquele dia dirá: “Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade”. Posso assegurar que minhas palavras não foram suficientes para descrever o estado de miséria, na qual vivem os homens no pecado. Sem o grande e eterno livramento da ira de Deus, por meio da provisão de Deus em Cristo é impossível o homem ser feliz. Sem dúvida ele curte e curtirá sofrimento aqui e na eternidade.

        Mas agora entrarei na parte final, a fim de tratar com o que vemos na parte final do verso 10. É aqui que preciso tratar do fato que o movimento “evangélico” atual desconhece o real significado da vida cristã, conforme o ensino bíblico. Para milhares felicidade cristã é sinônimo de divertimento, riquezas, liberdade mundana e paixões. Estou falando isso porque o evangelho moderno bem preparado pelos funcionários da nova era projetaram um cristianismo diferente do que a bíblia apresenta e de como foi e é a realidade bíblica. Na realidade, o que fizeram foi implantar um caminho largo diferente, aparentemente belo, religioso e agradável à carne. O evangelho da glória de Cristo desconhece tal cristianismo; os santos do passado, se pudessem saber do que está acontecendo hoje ergueriam suas vozes em protesto.

        Não devo me prolongar em falar disso, porque sempre mencionarei a esse assunto enquanto puder em minhas mensagens. Mas preciso argumentar aqui com precisão bíblica, dizendo que o que vemos hoje não é a fé bíblica, a fé que foi entregue aos eleitos, não é a santíssima fé que está em ação em nossos dias. Por quê? Digo e afirmo que a fé moderna, tão feita do “plástico” mundano, nada tem a ver com a fé feita do “aço” celestial. A fé moderna desconhece “misericórdia” e tenta segurar numa suposta “graça”. Só que a graça de Deus, no meio dos perdidos age com misericórdia. Enquanto os homens não souberem da desgraça no pecado e de sua condição de herdeiros do inferno, eles jamais entenderão o que significa misericórdia.

        Asseguro esse fato porque na bíblia, especialmente no Velho Testamento, vemos como Deus comunica com os homens na base de Sua riquíssima compaixão. Ora, vemos como os homens e mulheres crentes encaravam o Deus deles com temor e tremor. Vemos isso nos Salmos, como eles destacam humildade em suas confissões e como buscavam refúgio em Deus no meio das provações. Vemos como Deus mesmo afirma ser o Deus dos contritos e quebrantados. Homens como Davi, no Salmo 51 caiu em sua miséria perante o Senhor, pedindo que Ele tivesse compaixão dele, em face de sua terrível queda.

        Hoje tudo é brincadeira. Ser crente hoje é motivo de zombaria dos incrédulos e eles se armaram dessa mesma fé simplória dos chamados “evangélicos”. Eles estão cantando as mesmas músicas, estão usando as mesmas palavras e dizem que vão para o céu. O cristianismo atual rasgou um caminho melhor para a chegada do ecumenismo, o qual saúda a todos, dizendo que tem o mesmo deus, que fazem as mesmas orações e que o céu é de todos os que vivem em seus pecados. Que triste situação enfrentamos hoje!


SUBLIME CONFISSÃO DOS ELEITOS (6)

                    

“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Isaías 53:6)

A CONFISSÃO DE COMO VIVIAM NO PECADO: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas...”.

        Os pecadores eleitos são aqueles que perceberam que trilhavam por caminhos tortuosos: “...cada um se desviava...”. Notemos bem o quanto há completa diferença na visão que o pecador arrependido tem quando se depara com o que ocorreu na cruz. Deus não abre a visão de qualquer um para aquele episódio, narrado em Isaías 53, pois é escândalo para os judeus e loucura para os gentios. Os homens no pecado odeiam a mensagem da cruz; eles têm prazer por religião, orações, ensinos que lhes agradam, etc. mas são cegos quanto ao mais poderoso cenário mostrado por Deus apenas aos que hão de crer. A cruz é a visão do Cordeiro puro, sem mácula, enviado do céu ao mundo, e somente os eleitos de Deus podem vislumbrar isso. Essa mensagem mostra o Cordeiro de Deus e na visão do povo eleito de Deus, eles veem a si mesmos como ovelhas desviadas.

        Estou tratando disso porque o texto mostra o quanto a mensagem da cruz não pode ser ignorada sem que vejamos seus terríveis efeitos. Na igreja de Corinto os crentes se desviaram dessa tremenda verdade assim que começaram a vislumbrar os homens. Dentro da igreja havia esse retorno à insensatez, porque ao desviar o olhar da cruz eles começaram a seguir seus próprios caminhos. Foi isso o que ocorreu com as igrejas da Galácia, pois os crentes começaram a decair da fé, assim que passaram a seguir a lei de Moisés. Paulo pergunta a eles: “Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado, crucificado, entre vós?”. Estejamos cientes tudo na igreja, para a igreja e para os incrédulos deve ser dado à partir da cruz. A luz que vem da fonte de sangue, do Cordeiro que foi imolado é suficiente para direcionar os santos no caminho certo e para mostrar o caminho da conversão ao pecador arrependido.

        O que vemos no texto? Deparamo-nos com os que já confessaram e que foram salvos. Deparamos também com os que hão de ser salvos, porque a confissão de todo povo eleito é igual. As circunstâncias são diferentes, palavras enunciadas são diferentes, mas a verdade no íntimo é a mesma com todos. Eles são as ovelhas do Senhor. Sendo meras ovelhas, elas vão agir como ovelhas. Não serão os atrevidos bodes de outrora; não terão atitudes de rebelião, de endurecimento contra Deus. O Senhor os visitou e a luz da verdade da cruz brilhou em seus corações e eles entenderam a verdade. Note a diferença: “Todos nós andávamos como ovelhas...”. Como pode? O homem no pecado jamais se verá assim. Perante a cruz os homens serão vistos como leões rugindo, como touros bravos e como ondas bravias do mar, chegando para destruir o Filho de Deus crucificado. Os gritos de ódio da multidão, querendo que ele fosse morto, tais gritos podem ser ouvidos. Em seus corações há o mesmo sentimento de ódio que houve naquela multidão que cercou a cruz.

        Mas tudo isso vai normalmente, até que a luz chegue ao íntimo. Foi assim com o ladrão, porque com seu colega ele vociferava em deboche contra o Salvador, até que seus olhos foram abertos e pode ver que quem estava pendurado na cruz era o Salvador enviado do céu. Que bendita, que gloriosa luz!


quarta-feira, 2 de junho de 2021

SUBLIME CONFISSÃO DOS ELEITOS (5)


“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Isaías 53:6)

A CONFISSÃO DE COMO VIVIAM NO PECADO: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas...”.

        O que vemos em Isaías é Deus mostrando como os eleitos confessam sua condição no pecado, diante da cena da cruz.       Neste momento, sem salvação, nada há de temor no coração do ímpio. Paulo, antes do seu tombo ante a luz da glória de Cristo carregava no íntimo uma inimizade assassina contra o Senhor; participava de uma equipe religiosa que queria o mal do povo de Deus e nutria em seu coração uma esperança de acabar com o Nazareno e sua “seita maligna”. Mas assim que caiu cego, pode reconhecer que nada era, senão pobre e miserável ovelha desgarrada. Incrível momento quando suas armas de ataque foram transformadas em lixo e sua ambiciosa vida religiosa foi completamente desmanchada perante o Senhor da glória. Meu amigo, nenhuma diferença há entre você e qualquer pessoa lá fora, caso seu coração estiver endurecido no pecado; todo seu conceito de Jesus é humanista e supersticioso, enquanto Deus não abrir seus olhos para que você enxergue a verdade.

        Os pecadores eleitos são aqueles cujas almas conheceram o arrependimento e isso é visto na humilde confissão: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas...”. Impressionante! Jesus confrontou os judeus incrédulos em João 10, dizendo que eles não criam Nele porque não eram Suas ovelhas. Notemos como Deus mesmo mostra o viver dos ímpios. Não importa se são religiosos, ateus, cruéis, etc. todos são essencialmente soberbos. Eles jamais reconhecerão sua pobre condição. Eles se consideram fortes, corajosos, aptos para resolver seus problemas sozinhos e no trajeto deles confessam na prática que não precisam de Deus. Em Efésios 2 o apóstolo afirma que eles vivem sem Deus no mundo. Mas, quando seus olhos são abertos na alma, eles miram a cruz.

        Agora, fracas ovelhas miram sua miserável condição no mundo. Não há mais a manifesta arrogância; não há mais a obstinada guerra contra Deus. Agora o que vemos são homens quebrantados no íntimo, vendo Cristo, a provisão de Deus, a ovelha vinda do céu, a fim de morrer para salvar ovelhas perdidas. É impossível mirar a realidade da cruz e ainda fugir obstinado como um touro selvagem. Aquele que veio ao mundo, veio com a incumbência prometida na eternidade; veio como a suficiência para homens e mulheres, os quais o Pai escolheu para serem salvos do pecado. Assim, a luz do Calvário é milhares de vezes mais brilhante que o sol ao meio dia, porque brilha ali a glória do Cordeiro. É diante dessa verdade celestial que os olhos da alma são abertos para que o homem caia perante tão grande amor.

        Quem poderá ficar insensível ante a glória da cruz? Quem continuará soberbo, arrogante e disposto a continuar no mau e perverso caminho, quando a verdade chega ao íntimo? A dura verdade vem ao coração. Quem sou eu? Eu pensava que era alguma coisa; eu pensava que era de grande valor; eu pensava que era valente e auto suficiente, até que pude ver meu Senhor pendurado na cruz. Assim pude ver que não passo de uma frágil ovelha, errante, seguindo meu caminho, sem ver os reais perigos que me envolvia a vida.


A MISÉRIA DO ÍMPIO E MISERICÓRDIA SOBRE O JUSTO (9)

      

“Muito sofrimento terá de curtir o ímpio, mas o que confia no Senhor a misericórdia o assistirá” (Salmo 32:10)

DESCREVENDO O SOFRIMENTO DOS ÍMPIOS: “muito sofrimento...”.

        Também, o sofrimento vem aos ímpios porque o trilhar da vida traz surpresas desagradáveis. O mundo é um palco dos juízos de Deus e os ímpios não veem isso, pois no pecado eles querem fazer do mundo um ambiente agradável para viver. Deus lida com este sistema, lidando com os homens individualmente. Os ímpios não percebem que seus sonhos podem se tornar tragédias  a qualquer momento. No Rio de Janeiro uma senhora, lutando com trabalhos e estudos para melhorar a vida e cuidar da sua filha, estacionou o carro ao lado de um muro e ficou ali esperando alguém, quando o barranco cedeu destruindo o muro e esmagando a mulher dentro do carro. O mundo, por mais conscientes e informados dos perigos, não tem qualquer poder para desfazer os juízos de Deus que de repente sobrevêm. A mídia pode informar sobre chuvas, inundações, furacões, tempestades, etc., mas não tem solução. Mesmo assim os ímpios acham que poderão prevalecer e escapar. No Egito Faraó ficou ciente que estava lutando contra Deus e não contra os homens, mesmo assim estava endurecido em sua decisão.

        Notemos isso também na cidade de Jericó, porque a população ali fechou o portão da cidade, achando que a defesa deles era contra o exército de Israel, quando na realidade era contra Deus. Eles o horizonte, mas não olharam para cima. Veja que Raabe, com discernimento dado por Deus, viu que o perigo vinha do Deus de Israel, por isso buscou socorro e o livramento veio. Temos outro exemplo no capítulo 48 de Jeremias, onde Deus chama a atenção do povo Moabita, pois eles confiados e se sentindo seguros, não percebiam os avisos e ameaças de Deus. Note a linguagem de Deus contra aquele povo perverso: “Como dizeis: Somos valentes e homens fortes para a guerra?” (verso 14). Então Deus anuncia: “Está prestes a vira perdição de Moabe, e muito se apressa o seu mal. Condoei-vos dele...” (versos 16 e 17). Os ímpios agem assim, com perigosa e letal confiança neles mesmos, achando que poderão enfrentar Deus.

        Também, o sofrimento vem aos ímpios porque a miséria vem surpreender a vaidade. Não foi assim com Judas? Toda sua expectativa era ter sucesso material, por isso seguiu Jesus nesse afã de achar riquezas. Mas assim que percebeu que em nada lucrava nesse seguir ao Senhor, então resolveu buscar o lucro de modo desonesto, injusto e cruel, ao trair o Senhor. Mas logo vemos como ele foi surpreendido com a vaidade, após perceber o que havia feito e o resultado foi sua decisão de se enforcar. Muitos ímpios se entregam à pinga e outros pecados na vida quando percebem que foram surpreendidos com decepções. Todo sonho do homem no pecado é ser feliz aqui; é ter sucesso num lar, na finança, nos estudos, mas seus planos de repente são levados pelos vendavais da vida, trazendo desespero aos corações. O mundo não tem perpetuidade em seus planos e trabalhos.

        O sofrimento vem porque facilmente rasga o véu e descobre a miséria. Tudo o que é felicidade e graciosidade neste mundo é superficial. Por debaixo de tudo se acha a dor e a angústia envolvidos num corpo mortal e numa alma sem sossego. Mas para o ímpio tudo aqui parece não ter fim; parece que eles sempre têm uma ponte que há de transpor os obstáculos. Tudo isso vem aos ímpios porque eles desconhecem o Deus da bíblia. Eles não estão cientes da verdadeira teologia, de como Deus reina e que foi Ele quem plantou tudo e é poderoso para arrancar o que plantou; que edificou tudo e que tem total direito de destruir tudo o que Ele mesmo edificou. Devido a ignorância em que vivem os ímpios são surpreendidos por sofrimentos, para os quais eles não têm qualquer resposta.


terça-feira, 1 de junho de 2021

A MISÉRIA DO ÍMPIO E MISERICÓRDIA SOBRE O JUSTO (8)

      

“Muito sofrimento terá de curtir o ímpio, mas o que confia no Senhor a misericórdia o assistirá” (Salmo 32:10)

DESCREVENDO O SOFRIMENTO DOS ÍMPIOS: “muito sofrimento...”.

        Para os ímpios não há fatores determinantes que fundamentam o viver com justiça, retidão, pureza, amor genuíno, etc. É claro que um viver justo, disciplinado, etc. do ponto de vista natural promove certa paz e felicidade entre os homens. Mas um viver sem Deus não possui firme fundamento. Notemos a vida do rei Dario, porque foi um bom rei e aproveitou o melhor que havia no palácio para estabelecer o governo Medo – Persa. Tudo vai bem até que os problemas chegam e mostram a falta de um verdadeiro e real fundamento no viver. Enquanto Daniel estava tranquilo com os leões na cova, o rei Dario não conseguia dormir. Veja a diferente entre a felicidade de um crente e o sofrimento de um homem, o qual, mesmo em alta posição estava sofrendo por não crer no mesmo Deus de Daniel. Dario estava usufruindo paz e segurança em seu reinado, porque a luz do Deus de Daniel pairava em sua vida e governo.

        Segue-se que esses fatores que dão fundamento eterno ao viver, mesmo tendo o melhor aqui e sendo o melhor entre os homens, tudo resulta em sofrimento. A visão do homem ímpio está limitada a esta vida terrena; ele depende de todos ao derredor; ele depende do que a natureza pode dar e se houver sinais de perigos na natureza, eis que os homens se veem cercados de terrores que ameaçam destruir tudo o que eles têm. Notemos a forma como Acabe quis promover a felicidade em sua vida. Acabe é a clara ilustração do que é o homem no pecado e como deseja fazer o que quer. Para isso ele buscou ajuda ao casar com a perversa Jezabel e acercou-se de maus elementos que eram seus profetas e sacerdotes. Foi assim também com Saul, o qual queria construir seu nome no reinado de Israel, por isso não queria aceitar a liderança do Rei de Israel sobre seu governo, trazendo graves consequências para sua vida e reino.

        O sofrimento vem para o ímpio porque a distância de Deus é miséria. Os crentes sabem dessa verdade, porque antes andavam sem Deus. Como pode? Os céus e a terra pertencem ao Senhor e Seu nome, glória e poder estão marcados em cada detalhe da criação. Arrancar Deus da criação é ofensa e laço. Deus não se afasta da Sua criação. Onde Sua presença não estiver em misericórdia e bondade, ali ele está em Juízo. O Senhor é o que concede bênçãos; é o Guia do Seu povo, o provedor das nossas necessidades e que livra os santos dos perigos, para no final de suas vidas leva-los para Seu lar celestial. A história do Deus da bíblia é história de amor, infindo amor. Tirá-lo do viver, como se pudesse empurrá-lo para fora é a mesma coisa que tentar empurrar o mar para fora do planeta. A vida assim é miserável, porque Deus não é o amigo do ímpio, e não sendo amigo, na realidade ele é inimigo.

        Quando os ímpios querem a bênçãos divinas é porque almejam que tal divindade há de fortalece-los, dando-lhes sucesso no caminho tortuoso por onde andam. Por esse fato os ímpios criam seus ídolos e até põem nomes familiarizados com a bíblia. Sem Deus no mundo os ímpios querem se irromper em festas, querem curtir a vida, mas o que resta pela frente são inevitáveis juízos. Para os israelitas, o propósito com o bezerro de ouro foi justamente traçar o caminho que eles queriam ter; queriam abrir um horizonte de festas; queriam aproveitar a vida sem qualquer restrição ou leis.

        Pobres almas no pecado! Como viver feliz aqui? Não tem como. Os homens vivem no vale da sombra da morte. Tem sol? Tem sim! Mas as sombras da morte surgem. Significa que a morte está presente e jamais a morte traz felicidade. Ela vem tolher todo prazer e alegria, mostrando a banalidade de uma vida sem Deus, assim como ocorreu com Belsazar.


SUBLIME CONFISSÃO DOS ELEITOS (4)


“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Isaías 53:6)

UMA VISÃO QUE SOMENTE OS QUE CREEM PODEM VER.

        Notemos como Deus, no texto acima mostra como era a concepção dos eleitos no que diz respeito ao Servo sofredor, ao Cordeiro enviado ao mundo para salvá-los. É impossível alguém conhecer a Cristo sem a maravilhosa manifestação da graça de Deus na vida. Ser salvo é uma obra de Deus em chamar, não trata do meu querer nem do esforço de qualquer pessoa. Deus não mostra em Sua Palavra o que o mundo em geral pensa acerca do Filho de Deus. O mundo inteiro O odeia o Senhor e gostaria de saber definitivamente que ele morreu e sumiu do mapa. Deus não se ocupa em tratar com o mundo que jaz no maligno.

        Mas Deus lida com o povo que na eternidade escolheu no Filho, porque amou esse povo (João 3:16 e João 17). Mas mostra a confissão deles: “Todos nós andávamos desgarrados...”. Que lição! A doutrina da eleição não terá qualquer valor se não vermos a nosso respeito dentro da situação depravada, onde o pecado nos colocou. Antes de nos vermos em Cristo, é bom que nos vejamos em Adão. É bom que saibamos nossa vil condição, como ovelhas desgarradas. Eis aí o que a bíblia mostra sobre o estado de perdição do homem caído. Ao vermos pendurado na cruz o puro e santo Cordeiro de Deus, então, que concepção terei a meu respeito? Como me verei? Deus enviou Seu Cordeiro Amado para ser sacrificado em meu lugar. À luz que vem da cruz é o pecado vê sua condição de perdido.

        Notemos que foi assim que, de repente o ladrão viu quem era Jesus. Até aquele momento tudo estava dentro de um contexto de miséria, deboche, petições loucas e associação com o mundo, mesmo tendo a morte perante sua face. Mas assim que a graça irradiou a glória do Cordeiro perante seus olhos, aquele homem viu sua pobre e miserável condição; ali estava uma ovelha errante, a qual até aquele momento viu seus direitos de ter o mundo aos seus pés. Mas agora ele se viu sozinho, não viu mais um ser que agia como leão destruidor, seguindo o pai da mentira. Agora ele passou a ver a si mesmo como uma ovelha. Agora ele olhou para Jesus e viu ali o Cordeiro de Deus, enquanto ele era uma ovelha do pecado, errante, perdida, seguindo seu próprio caminho. Que visão esclarecedora!

        Notemos que a confissão dos eleitos é algo individual: “Cada um de nós...”. Notemos o que a mensagem da cruz faz. A luz da glória de Cristo parte da cruz e não do homem. Não há luz no homem, não há verdade alguma nele. Tudo no pobre pecador é mentira e seu caminhar é dirigido na mentira. Sem a mensagem que expõe o Cordeiro de Deus não haverá jamais no pecado a visão da sua condição de perdido. Uma ovelha sem pastor, seguindo seu próprio caminho é uma situação desesperadora. Mas notemos bem que a glória da cruz expõe essa tremenda verdade. A mensagem da cruz é Deus dizendo ao pecador que o puro Cordeiro tomou seu lugar. Foi assim com Abel. Assim que ele viu a desventura do pecado, quando percebeu em que vida de vaidade e miséria foi exposto, eis que a graça o atraiu a buscar a verdade da cruz no Cordeiro que ele tomou, como figura Daquele que viria. Eis aí a doce verdade da cruz.


Pregação | Benção e maldição - parte 2 - Lucas 6:20-23 | Pr. David Sena