Pregação O que significa o Vinde a mim de Jesus - Mateus 11:28 | Pr. Da...

“O ‘VINDE A MIM’ DE JESUS” (7)

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28)

CRISTO DIZ: “VINDE A MIM”, MOSTRANDO OS PERIGOS QUE CERCAM OS HOMENS.

Quão supersticioso é o homem no pecado! Ele está sempre olhando aquilo que lhe traga benefícios terrenos e não eterno. Os judeus olhavam sempre as obras de Cristo, porque curtiam esses recursos que tanto queriam para melhorar suas vidas terrenas. Seus olhos eram abertos para o sucesso material, mas estavam cegados justamente para aquilo que era infinitamente precioso. Cristo usava ilustrações terrenas para mostrar-lhes as verdades que saltavam desta vida para a eterna glória. Cristo sempre se apresentou como sendo Ele suficiente em tudo.

A linguagem do Senhor sempre foi a mesma: “...esse virá a mim…”; “Ninguém pode vir a mim…”. Quando uma multidão se afastou porque não queria ouvir suas palavras, nosso Senhor falou com Seus discípulos: “Quereis vós também retirar-vos?”. Note bem a resposta dos discípulos: “Para onde iremos nós? Tu tens as palavras de vida eterna” (João 6:68).

Essa mensagem mostrando a plena suficiência do Senhor é vista em toda extensão das Escrituras. Ele guiou Israel pelo deserto e mostrou Seus cuidados sempre fazendo o povo voltar-se para Ele e não para as coisas. No Egito eles, em plena escravidão acostumaram a aceitar o sofrimento porque tinham comida à vontade. Mas sob a liderança do Senhor o povo deveria saber que Deus mesmo é a provisão. Ele fez que água brotasse da rocha, mostrando Cristo como a Rocha eterna. Fez cair maná do céu, para que mais tarde todos soubesse que Ele mesmo é Pão do céu para dar vida eterna (João 6:35). Veja como toda essa verdade envolve o chamado Dele aos pecadores: “Vinde a mim”.

O alvo de Cristo com os pecadores que Ele chama é mais do que dar-lhes uma salvação. Cristo veio tirar homens e mulheres da condição vil no pecado e do terror da morte. Ele é a vida que chama pecadores da morte para essa vida. Ele não veio arrumar o mundo para tornar um jardim do éden melhor. Ele não veio melhorar financeiramente e dar-lhes recurso para amoldar-se ao conforto tão buscado pelos mundanos. É Ele mesmo quem veio satisfazer a alma. O pecado anulou a glória de Deus e a escuridão envolveu todo ser do homem. Nosso Senhor está chamando pecadores para ver Sua glória.

Tomemos um texto conhecido no Salmo 37:4: “Agrada-te do Senhor e Ele satisfará os desejos do teu coração”. Que lição exuberante e cheia da graciosa graça! Veja como o Espírito de Deus nos exorta a agradar-nos do Senhor. O evangelho moderno, tão humanista e com efeito carregado de direitos pessoais tem mostrado seus resultados com pessoas mais interessadas em bens vindos das mãos de Deus, do que das maravilhas eternas achadas em Cristo. Cristo é visto hoje como alguém que veio melhorar o mundo e atender os anseios carnais dos homens. Os chamados crentes hoje, em sua maioria, em nada mostra o prazer pelo Senhor; muitos são os que querem apenas ter a certeza de salvação, o que segue no contexto da vida, isso não lhes interessa. Triste e deprimente situação!

“O ‘VINDE A MIM’ DE JESUS” (6)

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28)

CRISTO DIZ: “VINDE A MIM”, MOSTRANDO O QUE ELE É

Estou tentando mostrar aqui o quanto o Filho de Deus é suficiente Nele mesmo. Procurar outra coisa ou pessoa fora de Cristo é uma decisão suicida do homem. Ele chama “Vinde a mim!”. Eis aí o que realmente significa real salvação. Os que foram salvos em todos os tempos, os que são salvos e os que serão salvos verão Nele a própria salvação em todos os detalhes. Cristo é o próprio Deus que se fez carne e habitou entre nós. O que mais precisamos fora do Verbo divino? Cristo chama os pecadores para vir a Ele e não para fazer barganha. Veja como Maria, Sua mãe entendeu quem Ele era e por ocasião da festa de casamento em Caná, ela disse para os serventuários: “Fazei tudo o que Ele vos disser”.

Ele chama: “Vinde a mim” mostrando o que toda Escritura revela ser Ele – o Deus suficiente Salvador. Temos que entender essa lição de tremendo valor para nós. Algumas repetições são feitas devido a importância do assunto. Ele não é mero Salvador; Ele se apresenta como a própria salvação. Tudo Nele como Deus-Homem mostra plena, completa, perfeita e suficiência na salvação. Não há em Cristo o propósito apenas de livrar o homem do inferno. A salvação do perdido é envolvente em todos os detalhes, por isso Ele diz: “Vinde a mim”.

Vemos esses detalhes nos Salmos na linguagem metafórica que nos é mostrada ali, como: “Fortaleza”, “Refúgio”, Abrigo”, entre outros termos. A ideia é que o pecador aflito encontra Nele tudo o que precisa, para sua alma, quando percebe pela fé que vive num mundo cercado de inimigos ferozes. A salvação em Cristo é grandiosa, sublime e segura. Não há meia salvação, por isso os salvos foram postos Nele: “em Cristo”, linguagem que demonstra que tudo o que o crente precisa para esta vida presente e para a eternidade está perfeitamente Nele.

Ele chama: “vinde a mim” mostrando um Deus que se revelou em toda verdade. Nada está oculto. Nada em Cristo satisfaz o mundo; tudo nele é motivo de escândalo, de ódio, loucura e perseguição da parte deste sistema mundano. Notemos como os judeus o viram. Eles depreciaram a aparência e sua família, mas apreciavam suas obras, porque indicavam o valor que eles tinham por um mundo melhor, de saúde e prosperidade. Mas quando abria a boca para mostrar Seus ensinos, logo a inimizade deles mostrava sua ferocidade.

Preciso ampliar melhor esse assunto. Como Criador, Cristo já prova sua bondade a toda criatura. Sendo Ele o Criador (João 1:3) sabemos que a criação inteira revela Sua perfeição e que nada, absolutamente nada pode ser imitado. Os homens têm perante eles uma fantástica provisão que traz consigo as marcas indeléveis do poder e da divindade de Cristo. Mas em Mateus 11:28 vemos o Deus-Homem se apresentando como Salvador. Que maravilha! O perfeito Criador e o perfeito Salvador. Há falha e defeito na criação? Não! Há falha e defeito na salvação? Não! Se não pode ver a glória do Verbo encarnado na criação, como verá a glória Dele na salvação? Se utiliza o mundo para viver no pecado, como vai querer escapar da corrupção que há no mundo buscando em Cristo Sua salvação?

TEMA: “O ‘VINDE A MIM’ DE JESUS” (5)

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28)

CRISTO DIZ: “VINDE A MIM”, MOSTRANDO O QUE ELE É

Outra lição que aparece no texto é que Ele chama “vinde a mim” e não direciona o pecador noutra direção. Creio que é essa verdade é de imenso valor para a compreensão do evangelho bíblico, justamente porque a força humanista atual impele a multidão para que busquem recursos de Deus, num anseio pela prosperidade carnal e mundana. Os olhos dos homens são focados nas mãos de um Deus que eles acham que é obrigado a dar-lhes o que pedirem, porque foram persuadidos que a fé deles é poderosa.

Mas não deixemos ser levados pelo espírito ambicioso e avarento desta época tão perversa. Analisemos o texto, pois o Senhor diz: “Vinde a mim”. Veja como Ele é a Pessoa importante, por isso no livro de João Ele se apresenta como o “EU SOU”. O que temos que aprender com isso? Veja como a lei, os profetas e os apóstolos apontam sempre a Cristo. Até Deus o Pai e Deus, o Espírito apontam para o Filho. Veja como toda Escrituras faz com que tudo e todos no mundo e no universo se voltem para essa Pessoa. Toda criação se submete a Ele, vimos isso quando ele ordenou que o vento e as águas se aquietassem, e obedeceram imediatamente. Sua história não se resume ao seu nascimento, morte e ressurreição. Cristo é antes de tudo e agora e será para sempre. Todas as maravilhas vistas na nos milênios contados do histórico Velho Testamento referem-se a Ele. Após a criação vista em Gênesis 1, ao entrar no capítulo 2, Ele passa a ser chamado de “SENHOR DEUS”. Com esse nome no palco da história de Israel e do mundo eis a contínua presença do SENHOR DEUS.

Minhas palavras são tão pequenas e eu sei que não consigo descrever a glória do Filho de Deus, como deveria fazê-lo. Mas o pouco que dei é para que nossa atenção volte para o texto de Mateus 11, onde Ele diz: “Vinde a mim”. Vemos em João 6 como a multidão de judeus foi à busca Dele porque queria vê-lo multiplicando pães. No deserto, boa parte do povo queria que Ele abrisse uma mesa no deserto, enchendo-a de manjares e guloseimas que eles tiveram no Egito. Não havia naqueles orgulhosos nenhum prazer no maravilhoso, bondoso, glorioso, temível e misericordioso Deus de Israel.

Que lição prática podemos extrair disso? É que enquanto o homem não ver Cristo como plena suficiência para sua alma, o mundo será sempre como a Babilônia atrativa aos seus olhos; Ele será procurado para suprir seus interesses terrenos. Eles querem conforto, bens, saúde, paz com o pecado, felicidade mundana, amizades com os prazeres, religião da idolatria, etc. Eles não veem o problema do homem é o pecado e eles querem achar graça no pecado. Então quem se apresenta a eles é o cristo vindo do diabo – o espírito do anticristo.

Mas o que o Senhor fala? Ele diz: “Vinde a mim”. Por que? Primeiramente ele veio ao mundo para sanar, destruir de uma vez por todas a tirania do pecado. O Autor da criação já expôs as maravilhas da Sua bondade, ternura e suprimento em toda terra. Se não pode ver a glória Dele na criação, como verá sendo Ele a plena suficiência da alma infernizada pelo pecado?

Parte 2 - Pregação Uma aula prática de teologia Salmos 46:10 | Pr. Davi...

“O ‘VINDE A MIM’ DE JESUS” (4)

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28)

CRISTO DIZ “VINDE A MIM” NA POSIÇÃO UM DEUS SALVADOR

Também, nosso Senhor o faz num incrível misto de humildade e coragem: “vinde a mim!”. Se examinarmos o verso 25 vemos ali a ligação eterna existente entre o Pai e o Filho. Vemos as palavras profundas proferidas pelo Filho em relação ao Pai. Notamos a total soberania de Deus, mostrando que a divindade em nada depende do homem, ou mesmo dos anjos para ser Deus. Não há como alterar ou diminuir a essência divina. Salvando ou não salvando, Deus é Deus e pronto! A vinda do Filho Amado ao mundo é uma demonstração do amor eterno de Deus em favor do Seu povo escolhido, mas escolhido no Amado (Efésios 1:6).

Sendo assim, entendemos a profunda humildade de Cristo em chamar os pecadores. Ali está o Senhor, Criador do universo (João 1:3) e herdeiro absoluto de todas as coisas (Salmo 2), enfim, vemos uma Pessoa da divindade ocupado em entender a condição dos homens, porque estavam “cansados e sobrecarregados”. Ao invés de atacar uma raça rebelde; ao invés de desistir em face da rebelião e dureza de coração, como ocorreu com o povo de Betsaida, Corazim e Cafarnaum, o Senhor olha e vê homens e mulheres caídos, jogados na sarjeta do pecado e tomados pela forma como os líderes religiosos daqueles dias lhes escravizavam, deixando suas almas oprimidas pelo fardo que eles eram obrigados a levar, além do pecado.

Também, o Senhor chama os pecadores mostrando quem Ele é, mais do que o que Ele tem. Isso é de grande importância, especialmente em nossos dias quando a ênfase religiosa é buscar Deus, tendo em vista os benefícios materiais, como são instruídos pelos falsos mestres. É impressionante como o que está em voga hoje é a busca por uma felicidade banal, carnal, corrompida, material e psicológica. Em todas as áreas e em todos os sentidos, satanás tem movido o povo a acreditar num Deus que deve agir em atender suas necessidades.

Na tentativa de ajudar na compreensão disso, posso afirmar que os homens olham “as mãos de Deus”. Eu posso lembrar agora daquele mendigo que olhava para as mãos de Pedro e João, quando eles disseram: “Não temos prata nem ouro…”. O que ocorre hoje é que estão buscando um Jesus para atender o anseio por felicidade e normalmente vemos que essa felicidade está focada em seus desejos egoístas.

Mas veja o que o Senhor diz: “Vinde a mim”. Por que? A razão suprema é que nosso Senhor veio chamar pecadores para Si mesmo. Ele veio para na cruz pagar o preço dos nossos pecados, a fim de que fôssemos Dele para sempre. Esse é o intuito. A lição que temos é que o Senhor é infinitamente melhor do que qualquer coisa existente. Como uma noiva vai na direção do noivo, porque quer ser amada por ele por toda vida, assim o pecador é chamado a ir a Cristo, a fim de tornar-se possessão Dele. Como um noivo recebe a noiva porque a ama e quer mostrar o quanto a ama, independente de suas posses, assim Cristo chama o pecador para Si, para mostrar o quanto lhe amou na eternidade e o quanto há de lhe amar para sempre.

“O ‘VINDE A MIM’ DE JESUS” (3)

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28)

CRISTO DIZ “VINDE A MIM” NA POSIÇÃO UM DEUS SALVADOR

Tenho mostrado o quanto toda Escritura tem o propósito de exibir a Cristo como o grande Salvador. Especialmente em Isaías, por várias vezes Deus afirma ser Ele o Salvador e que não há outro fora dele. Paulo e os outros apóstolos reiteram o mesmo ensino proclamado pela boca de Deus. Em Atos 4:12 Pedro afirma que não há salvação em nenhum outro nome e o próprio nome “Jesus” foi lhe dado para definir seu ministério: “...porque Ele salvará o Seu povo…” (Mateus 1:21). Posso assegurar que o assunto acerca dessa salvação é dinamicamente tratado no livro do Salmo, porque vemos ali em forma de poesia e de cânticos, como os crentes dependem Dele no viver e expressam isso em clamor.

Afirmei que toda Escritura tem como propósito exibir ao mundo o Salvador e Sua salvação? Pois é, vemos como essa salvação é a mensagem transmitida em forma de promessa, tipos, símbolos, cânticos, profecias, etc. desde Gênesis. Afinal é essa a mensagem mais importante que o mundo precisa ouvir, porque entrou o pecado, entrou a morte, entrou o diabo, entrou o juízo. Sendo assim o que o homem precisa? De salvação. Então, durante centenas de anos Deus usou Israel para ensinar ao mundo que Ele trouxe salvação.

Então, o que vemos em Mateus 11 é que o Senhor chega e se posiciona na sua suprema tarefa e convida os homens: “Vinde a mim”. Que imensidão de amor! No verso 27 Ele mostra a grandeza e soberania do Pai; mostra também quem é Ele como Filho de Deus. O que vemos ali é um ambiente onde criaturas caídas no pecado jamais podem entrar.

Então, em seguida o Deus-Homem mostra o motivo pelo qual Ele veio ao mundo. O que os homens precisam? Precisam Dele, por isso convida os “cansados e sobrecarregados”. Tem outra coisa que o mundo precisa? Não! Ele passou por Betsaida, Corazim e Cafarnaum e nessas cidades Ele realizou sinais e maravilhas, mas eles creram? Não! Eram todos orgulhosamente religiosos que estavam caminhando para o inferno.

Os homens querem ver milagres, buscam recursos deste mundo e querem mais prosperidade para esta vida. Eles não veem que caíram, que precisam de um Salvador. Eles queriam Jesus para seus interesses terrenos, mas o Filho de Deus não veio para esse objetivo, mas sim para trazer salvação aos pecadores. É para aqueles a quem o Filho quer revelar que Ele chama: “Vinde a mim”.

Também, ao convidar os homens Ele o faz com autoridade, algo que jamais outros poderiam fazer. Nesse convite Ele mostra ser Ele mesmo a própria salvação. Ele diz: “Vinde a mim”. Qualquer homem que chamar outros para segui-lo está mostrando ser um elemento perigoso. Nenhum profeta nem qualquer apóstolo chamou outros para segui-lo. É verdade que João Batista tinha alguns discípulos que o seguiam, mas assim que viu Jesus vindo em sua direção, João Batista apontou o Cordeiro de Deus para eles (João 1:29). Só Cristo mostra ser Ele mesmo a plena suficiência em todos os detalhes para os pecadores. Se Ele convida “Vinde a mim” é porque Ele tem benefícios eternos para pobres almas cansadas e sobrecarregadas.

“O ‘VINDE A MIM’ DE JESUS” (2)

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28)

CRISTO DIZ “VINDE A MIM” NA POSIÇÃO UM DEUS SALVADOR

Caro leitor, minha esperança é que a introdução tenha sido um prato suculento dessas verdades, de tal maneira que você há de querer mais desse santo pão celestial. Nessa esperança é que prossigo em apresentar o que o Espírito nos ensina nesse texto tão precioso. Precisamos saber sobre esse tão conhecido “vinde a mim” do Senhor e como o amoroso Cristo se dirige aos aflitos pecadores. Sempre o povo simples sofre com a pressão de uma religiosidade falsa. Era o que acontecia com Israel naqueles dias, pois os líderes dos fariseus dominavam o povo. Eles colocavam fardos pesados sobre os ombros do povo, fardos que eles mesmos nem tocavam com o dedo. Nosso Senhor sentiu a fraqueza daquele povo e Ele os viu como frágeis bois carregando pesados fardos e sendo açoitados.

É meu dever levar todos a conhecer Aquele estranho Nazareno, o qual mostrava por suas obras que Ele era exatamente o Messias prometido, mas que o povo não tinha olhos para ver, por isso precisava da Sua ação graciosa. O povo não sabia que Ele era a promessa de salvação desde o Antigo Testamento. Essa é a mais preciosa lição que devemos aprender, se quisermos concentrar na verdade em toda Escritura.

A simplicidade de Cristo é tão marcante, mas não é uma simplicidade que atrai a mente e as emoções do mundo. Como Deus apresenta Seu Filho é algo que fica encoberto às mentes mais argutas e perspicazes que existem. Afinal, o próprio texto de Mateus, no verso 27 mostra que estamos lidando com o Filho de Deus. O que para Deus é sabedoria, para o mundo é loucura. A clareza da linguagem divina acerca de Cristo apresentada no Velho Testamento chega como escuridão para os mundanos.

Veja bem que se colocarmos nossos pensamentos e nosso parecer naquilo que Deus apresenta acerca do Seu Filho, imediatamente estaremos ofendendo a santidade. Notamos isso na construção do Tabernáculo o qual era em sua totalidade uma explicação de Cristo em Sua humilhação (visto do lado de fora) e Sua glória vista por dentro. O Tabernáculo não foi uma invenção de Moisés, nem da liderança de Israel. Toda planta em cada detalhe veio de Deus e não podia ser retirado ou acrescentado absolutamente nada do que fora ordenado a fazer. Então, veja como Deus se ocupa em mostrar, apenas ao Seu povo quem é Seu Filho. Por que? Porque é o maravilhoso mistério que envolve a tão grande salvação

Se observamos com atenção, veremos que ao guiar o povo pelo deserto, os meios que Deus usou para sustentar Seu povo, mostra que Ele tinha em mira mostrar a glória do Seu Cordeiro Amado. Veja o que Deus fez para dar água, pois foi por meio de uma rocha. Paulo afirma em 1 Coríntios 9 que essa Rocha que seguia o povo era Cristo. Quão gloriosa lição! Veja o pão que desceu do céu – o Maná. Em João 6 nosso Senhor mostra ser Ele o pão que desceu do céu para sanar a fome espiritual dos pecadores.

Então, quem é chamado a ver essas maravilhas? Quem? Voltemos ao texto em Mateus 11:28: “… cansados e sobrecarregados…”. Veja como a salvação é uma tão grande salvação!

“O ‘VINDE A MIM’ DE JESUS” (1)

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28)

INTRODUÇÃO: Precisamos examinar de perto o “Vinde a mim” de Jesus, neste texto tão conhecido e tão cheio das profundas riquezas da graça. Nós estamos perante o próprio Deus-Homem erguendo Sua voz e chamando os pecadores com Seu “Vinde a mim”. Notemos o quanto isso tem de valor a nós pecadores. Já de antemão tenho de explicar que esse Jesus que fala no texto não é esse jesus tão falado e badalado em nossos dias. Não tenho dúvida que o jesus atual não é o Jesus da bíblia, mas sim inventado pelos mundanos nestes dias tão perversos e cheios de mentiras religiosas.

Mas nosso Senhor não se ocupa em se defender, para mostrar sua posição divina perante os homens. Ele veio ao mundo, tendo em vista a salvação dos perdidos, portanto, Seu enfoque é a cruz e seu chamado é direcionado aos que no texto são vistos por Ele como os cansados e sobrecarregados. Nos versos anteriores nosso Senhor mostra o juízo que cairia sobre cidades como Betsaida e Cafarnaum, onde nosso Senhor realizou milagres incríveis, mas o povo nem um pouco interessou em conhecer a excelência do Filho de Deus, o qual realizou aqueles atos maravilhosos.

Mas logo o Senhor eleva Seu coração ao Pai, exalta a vontade soberana do Seu Pai; mostra o vínculo de harmonia e glória entre Ele e o Pai; fala que não há quem possa conhecer o Pai, a não ser o Filho e que ninguém pode conhecer o Filho, a não ser o Pai. Maravilhas! Quanto tudo parecia algo tão secreto e sem qualquer chance para os homens, o Senhor diz: “… e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Impressionante! De repente o cenário do conhecimento de Deus aos homens é aberto, mas fica claro que a decisão não é do homem, mas sim do Filho: “...a quem o Filho o quiser revelar”.

Essa é a mais sublime lição que aprendemos nesse texto, pois impressionante notícia chega a nós, que Cristo veio nos introduzir na comunhão íntima com Deus, e Ele faz isso chamando os pecadores à salvação. Nós não conhecemos o Senhor; não sabemos de fato quem é Cristo, o Filho de Deus. Nós ouvimos de um Jesus e satanás vem para confundir, introduzindo um salvador diferente. É isso que normalmente ouvimos hoje. Mas nosso Senhor veio nos mostrar Sua gloriosa salvação e nessa salvação é que conhecemos quem é o Deus da bíblia.

Ele mostrou Sua glória para Pedro, Tiago e João, quando os levou ao Monte onde foi transfigurado. A visão de glória deixou os três discípulos fascinados. Mas como Ele nos chama à Sua comunhão de glória? É para subir a algum monte? Não! O chamado Dele ecoa assim: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados…”. Tudo começa quando o perdido é tirado das trevas, dessa zona de escravidão, da maldição onde o pecado lhe colocou. Tudo começa na salvação, pois é nessa salvação que os olhos do homem são abertos e o aflito pecador passa a andar com Deus aqui e na eternidade entrará em glória que jamais acabará. Eis a mensagem que o verso nos traz e nesse verso que conclamo a todos para que juntos conheçamos o tão grande Salvador e Sua tão grande salvação!

Pregação Uma aula prática de teologia - Salmos 46:10 Pr. David Sena

“A CAUSA E O EFEITO DA SALVAÇÃO VISTOS NO HOMEM” (15 de 15)

“Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa, e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal” (Provérbios 16:6)

O EFEITO DA SALVAÇÃO: “...e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal”

Notemos bem que o maior fraco do movimento evangélico atual está na ausência de homens e mulheres piedosos, os quais mostram na vida que têm o temor do Senhor. O que aconteceu? A conversão faz mudar o curso da vida. Não tem algo mais avassalador para o mundo do que ver homens e mulheres temendo a Deus e vivendo em santa obediência à Sua Palavra. Já pude mostrar como a vida de Jó foi motivo da intensa ira de Satanás. O pai da mentira tem medo da verdade e sabe o quanto a verdade quando toma posse dos corações pode atrapalhar seus malignos planos em implantar seu reino de terror na terra.

Mas importa aqui que falemos desse homem que evita o mal, conforme vemos no texto de Provérbios 16:6. O que significa isso? Como alguém pode provar que realmente evita o mal? Isso não é algo natural no homem, porque ele se apega ao mal, ao invés de evitar o mal. O que ocorre é que o novo homem no coração fê-lo amar a justiça e odiar a iniquidade. Não tem outra explicação, senão o fato doutrinário que declara que Cristo está habitando em alguém. É a doce expressão bíblica: “Cristo em vós”.

O homem que teme ao Senhor e que mostra essa verdade fazendo-o fugir do mal é prova clara do Espírito de santidade que habita e que Deus operou um novo coração ali. Tem maior espetáculo na terra, do que ver a atuação da graciosa graça no coração de um homem? Tem uma foto melhor do que ver um homem como Enoque andar com Deus? Um Noé amando a justiça e um Jó expondo seu viver piedoso, conforme ele o faz em Jó 31?

Acho que é importante dinamizar o assunto de uma forma mais prática. Um coração limpo faz o homem capaz de buscar o bem do seu próximo. Perceba que o alvo do evangelho é a glória de Deus vista no viver de um homem e com efeito o bem do próximo. Isso é algo impossível para o homem natural realizar, mas a graça opera o impossível. Sendo assim, posso dizer acerca do homem que teme ao Senhor, que a a lei de Deus revelou a ele a santidade Deus e a graça o tornou capaz de triunfar contra o mal. Tomemos a vida de Agostinho, pois antes da sua conversão era um homem mulherengo, mas quando se converteu simplesmente desprezou esse modo egoísta de viver. Então vejamos como o temor ao Senhor faz o homem buscar o bem do seu próximo.

Para completar esta mensagem, posso assegura que o homem que foge do mal mostra o efeito da salvação, pois fez dele um triunfante. O homem no pecado acredita que é livre e que o estilo de vida dele lhe traz felicidade. Ele vai assim até ser barrado pelo poder da morte, quando será lançado em prisões eternas. Mas o novo homem em Cristo sabe percorrer o caminho estreito com sabedoria; sabe triunfar num mundo onde as multidões são destruídas pelos seus próprios atos e seu modo de viver indica que ele anda com Deus no mundo.

Enquanto o mundo sempre procurou e procura prosperidade, num viver erguido pelo sucesso financeiro, cultural e social, a resposta bíblica é que o mundo realmente precisa de homens santos, que odeiam a iniquidade e amam a justiça. Eis o segredo que traz segurança e real prosperidade aqui, faz brilhar a glória de Deus na terra e expõe a esperança da glória eterna com Cristo no céu.

“A CAUSA E O EFEITO DA SALVAÇÃO VISTOS NO HOMEM” (14)

“Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa, e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal” (Provérbios 16:6)

O EFEITO DA SALVAÇÃO: “...e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal”

Podemos ver que o efeito da salvação é santidade: “...e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal”. A razão é simples, pois a mesma graça que opera salvação, também opera santidade. A graça salvadora é também a graça santificadora. Para dinamizar ainda mais, a salvação que Deus opera invade o coração e não meramente a mente ou emoções. Na salvação o homem é visto no íntimo, onde Deus o vê e é ali que Deus realiza Sua obra em tirar o coração de pedra, a fim de por um novo coração, para que o homem tema a Ele.

Meditemos no efeito que envolve a vida do homem salvo e a razão que o leva a evitar o mal. Veja que não é algo meramente religioso. Um mero religioso pode até fugir de determinados perigos, mas ele o fará por imposição legalista, por princípios que aprendeu na família, ou por um temor, cuja motivação não é a glória de Deus. Vemos a enorme diferença entre Saulo, antes da sua conversão com a vida de Jó. É dito no primeiro capítulo do seu livro que Jó temia a Deus e fugia do mal. Veja a diferença entre Saulo e Jó. Saulo era religiosamente legalista e seu rigor religioso era sem qualquer fundamento, mesmo tendo em mãos as Escrituras do Velho Testamento e as regras impostas da lei de Moisés, segundo os costumes dos fariseus. Jó revela o temor realizado pelo exercício da graça de Deus, porque sua vida piedosa causava um ódio mortal da parte do diabo, enquanto as bênçãos materiais de Deus causava inveja por parte dos homens. O fervor religioso de Saulo era motivo de prazer da parte do diabo, porque este trabalhava enganosamente em seu coração.

Vamos chegar onde devemos chegar. É efeito da salvação, porque na cruz o pecador viu sua miséria levada por Cristo. Eis aí o ponto de partida, de onde está a fonte da piedade do salvo – na cruz. Se não partir da cruz então todo enfoque terá um final infeliz. O homem salvo é aquele que, diante de Deus viu sua miséria e buscou segurança eterna na salvação em Deus. Foi assim com Jó? Claro! Ele via em Deus o socorro para o homem caído, por isso orava pelos filhos, com fidelidade, para que não desonrassem a Deus.

Quem lê o livro de Jó percebe que ele tinha seu coração focado em Deus e buscando resposta em Deus. O homem em cujo coração está ausente o temor do Senhor, ele pode ser religioso, como Saulo foi e ser extremamente zeloso como Saulo foi, mas ele é essencialmente humanista. Notemos que no caso de Jó, tendo aqueles seus três amigos lhe perturbando com filosofia de que a sabedoria estava com os idosos, Jó não se arrefeceu na fé, pelo contrário venceu os três e foi até chegar à face do seu Senhor, a fim de obter a resposta, como vemos a partir do capítulo 38 daquele profundo livro.

Sem ter conhecido a purificação pelo sangue, o perdão e justiça de Deus em Cristo, é plenamente certo que o homem não fugirá do mal, pois seu coração ainda estará aliado aos compromissos religiosos e apaixonantes de um mundo que jaz no maligno.

“A CAUSA E O EFEITO DA SALVAÇÃO VISTOS NO HOMEM” (13)

 

“Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa, e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal” (Provérbios 16:6)

O EFEITO DA SALVAÇÃO: “...e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal”

Também, posso acrescentar aqui que o arrependimento mostra o eficaz trabalho da graça. Não há um homem sequer que por si mesmo venha se arrepender em relação a Deus. Tudo isso é resultado do trabalho poderoso da irresistível graça, levando o inimigo ao pó e desfazendo toda inimizade. O viver do homem no pecado é continuada marcha contra Deus, sempre achando que pode avançar no pecado e que não nenhum sinal desse Deus que venha interpelá-lo em seus propósitos. Deixados entregues a eles mesmos, os ímpios seguirão em seus caminhos tortuosos até ao fim.

Em Lamentações 5:21 vemos a petição de Jeremias, como se a boca dele fosse a boca de Jerusalém em clamar: “Converte-nos a ti, Senhor e seremos convertidos; renova os nossos dias como dantes”. É fato que a ordem do céu aos homens é que todos se arrependam: “Arrependei-vos e convertei-vos para que sejam cancelados os vossos pecados…” (Atos 3:19). Mas o fato é que quando Deus ordena algo aos homens é porque em Sua graça Ele almeja jorrar Seu poder por meio da mensagem do evangelho santo. Se a luz da misericórdia brilha em favor dos homens, é porque do céu poderão vir as chuvas de bênçãos.

Quando Josafá percebeu que exércitos de 3 nações reunidas vinham contra Jerusalém, então o piedoso rei se humilhou e ajuntou o povo para clamar a Deus, buscando Dele socorro, e Deus atendeu Seu povo, dando poderoso livramento (2 Crônicas 20). Onde houver as brisas da compaixão de ali presentes, é sinal que Deus ali opera arrependimento. O homem arrependido conhece o temor ao Senhor e pode fugir do mal.

Também, posso afirmar que o novo coração indica que a pessoa nasceu de novo e caminha para o céu. Oras, como pode um homem transitar seguro e firme para o céu? Isso só pode acontecer se houve algo que ocorreu e mudou seu coração. Deus prometeu no Velho Testamento que na graça Ele faria isso, tirando o coração de pedra e colocando no homem um novo coração, para que pudesse temer-lhe. O que significa isso? Novo coração é sinal de novo nascimento; significa que uma nova natureza foi dada e assim o homem pode temer a Deus.

Caro leitor, satanás não se apavora com novas igrejas e com multidões gritando e pulando. O que deixa o pai da mentira furioso é ver homens temendo a Deus. Não foi assim com Jó? Mesmo que o homem de Deus ignorasse a atuação invisível de satanás querendo destruí-lo, o livro de Jó veio a nós para mostrar como o inimigo dos crentes tem ódio mortal dos que temem ao Senhor e se apartam do mal, como foi o caso de Jó.

Mas é esse o efeito da verdadeira salvação. O mundo não se importa com o número de evangélicos aumentando, porque o mundo sabe como imitar. Mas não há como imitar o temor ao Senhor, porque o homem não consegue evitar o mal. Ele pode tratar de forma legalista, mas não será algo do coração. Mais cedo ou mais tarde o homem há de manifestar os segredos ocultos de um coração que jamais foi regenerado pela graça salvadora e santificador.

“A CAUSA E O EFEITO DA SALVAÇÃO VISTOS NO HOMEM” (12)

“Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa, e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal” (Provérbios 16:6)

O EFEITO DA SALVAÇÃO: “...e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal”

Minha esperança é que essas verdades que tratam do efeito da salvação no viver possam tocar em nossos corações, pois sei que é, infelizmente um tema desconhecido em nossos dias. O que era comum antigamente, hoje é ignorado nos meios evangélicos. A razão disso é que durante muitos anos têm sido disseminado um evangelho mais centrado no homem do que nas atividades soberanamente gloriosas do Deus da bíblia. Mas, com nossas orações e com insistência na autêntica pregação certamente obteremos vitória em ver grandes e gloriosos resultados em nossos dias.

Entrando no assunto, posso assegurar que o temor ao Senhor é efeito da salvação, porque só a cruz pode gerar temor a Deus. Oras, já tenho falado tanto sobre a cruz, que parece que estou constantemente repetindo e sendo exaustivo às mentes. Mas posso assegurar que estou dando ênfase a um tema de axial importância para nossos dias, onde não presenciamos evidências claras de temor ao Senhor. O que vemos hoje é ativismo e não piedade evidente no viver. Mas eu posso assegurar aqui que a principal evidência de que alguém foi salvo é que ele passa a temer a Deus.

Vemos essa verdade no Antigo e no Novo Testamento, como por exemplo, Provérbios 1:7: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria”, além do texto que estou expondo. O temor ao Senhor é visto não numa religiosidade fria ou mesmo num fervor carnal, mas sim na disposição de amar e obedecer a palavra de Deus. Israel, nos dias de Isaías parecia ser fervoroso e disposto a adorar a Deus, mas como vemos no capítulo 1 o Senhor desprezou toda aquela fachada religiosa, porque faltava conversão genuína.

Posso afirmar também que o temor do Senhor revela que houve arrependimento e conversão. Na bíblia sempre vemos Deus chamando os pecadores para que se arrependam e se convertam. É a mensagem vista em Isaías 55 e no Novo Testamento vemos João, Jesus e os apóstolos chamando todos a que abandonem seus maus caminhos e se convertam a Cristo. John M”Arthur, disse que arrependimento é pensar como Deus pensa. De fato, quando isso ocorre é porque a Palavra de Deus revolucionou todo pensamento do homem, causando grande impacto não só no pensamento, como também em todo modo de viver da pessoa.

O arrependimento sincero é tão impactante que faz a pessoa ver toda sua vida e como foi seu caminho tortuoso. O homem arrependido ver sua vida filmada por Deus e mostrada a Ele. É então que opera o que a bíblia chama de “conversão”. Arrependimento que não traz significa apenas uma reflexão momentânea. Às vezes o arrependimento ocorre rapidamente e noutras pessoas leva tempo, choro e tristeza. Uma nova criação significa que tudo se fez novo; que a vida foi ajustamento no caminho correto e na santa dependência de Deus. Aquele que furtava, não furta mais; o adúltero e fornicário passa a fugir da imoralidade, etc. Enfim todo viver doravante é pautado no andar com Deus.

“A CAUSA E O EFEITO DA SALVAÇÃO VISTOS NO HOMEM” (11)

“Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa, e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal” (Provérbios 16:6)

O EFEITO DA SALVAÇÃO: “...e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal”

Agora é o momento para analisarmos o efeito que a salvação gera na vida das almas bem-aventuradas pela graça que opera eterna redenção. Que trabalho perfeito desse evangelho de glória. Não podemos esquecer que em tudo Deus tem em vista a glória Dele e não um mero benefício aos homens. Não esqueçamos que a salvação bíblica é um acontecimento que vai infinitamente além da nossa compreensão e mesmos os que podem receber tais verdades estão apenas triscando nas maravilhas que Deus em Cristo preparou para o povo eleito.

Acrescento aqui, que ao tratar desse efeito da salvação, a bíblia vem rasgar todo esse ensino humanista de uma salvação barata e fácil, aliás tão propagada hoje e que nenhum efeito é visto de temor ao Senhor. Por que acontece isso? A razão é que, se não for mostrado o real significado da salvação bíblica, a fim de atingir os corações, então, o que teremos será maior prejuízo aos homens, porque ampliará ainda mais o orgulho do homem. Noutras palavras, se a salvação não redundar em temor ao Senhor, então é sinal que não houve salvação bíblica.

Outro detalhe para o qual devemos colocar nossos corações é o fato que é impossível fazer o homem ser o que Deus quer que ele seja, se não for pelo sobrenatural poder do evangelho. Por natureza o homem é ímpio e o termo “ímpio” descreve o que é o homem em relação a Deus – sem qualquer temor. O homem no pecado mostra o que ele é por natureza – um pecador. Isso significa que não há como remover a natureza, é simplesmente impossível. Não conseguimos tirar a natureza de um lobo e implantar nesse animal a natureza de um cordeiro. Lobo será sempre logo, bem como o cordeiro será sempre um cordeiro.

Veja bem que estamos lidando com impossibilidades, porque lidamos com a mensagem que vem da boca de Deus e não do homem, e conforme Isaías 55, as palavras quando saem da boca de Deus elas não voltam vazias. Para deixar ainda mais esclarecido esse assunto, devemos saber que quando tratamos do evangelho bíblico, lidamos com a vontade de Deus e não a vontade do homem. Cristo deixou bem claro esse fato, quando afirmou que veio fazer a vontade do Pai e que é a vontade Dele que está operando. Em João 5, no capítulo inteiro nosso Senhor mostra que Ele e o Pai estão no mundo em plena atuação, dando vida aos mortos.

Isso nos leva à compreensão da frase: “...e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal”. Procure e veja se há alguém que por natureza tem o temor do Senhor. Se houver é porque houve nele a poderosa atuação do Espírito de Deus. O evangelho não foi uma invenção de Deus que Ele passou para os pregadores, a fim de que eles façam tudo o que tiver ao alcance deles para ver se conquista pessoas para Cristo. Puro engano! Paulo afirma que o evangelho que ele pregava é o poder de Deus (“poder” do grego “dynamis”). Paulo sabia desse fato porque o evangelho que ele pregava fez em sua vida o trabalho que só a graça de Deus pode fazer.

“A CAUSA E O EFEITO DA SALVAÇÃO VISTOS NO HOMEM” (10)

 

“Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa, e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal” (Provérbios 16:6)

Entendendo o firme fundamento: “...e pela verdade…”

Amado leitor, o texto em Provérbios 16:6 deixa bem claro, ao apresentar o firme fundamento da salvação dada ao pecador pela graç: “Pela misericórdia e pela verdade…”. Sei que ninguém pode ser exaustivo na explicação dessa tão preciosa doutrina, mas creio que o pouco que pude dar foi suficiente para o leitor atento seja, não só sabedor, como também firme defensor dessa perene verdade, em dias tão cheios de invencionices religiosos, como estes dias nos quais vivemos. Devo aproveitar para dizer que somos todos sujeitos a falhar nessa apresentação, porque é comum nossa natureza enganosa querer mudar o homem do nosso jeito, ou mesmo lutar para termos mais pessoas em nossas igrejas.

Veja também no texto as palavras que findam a primeira parte de nossa mensagem aqui: “...se expia a culpa…”. Notemos bem como as Escrituras estão solenemente interligadas e como seus ensinos perpassam por todo os livros inspirados, como sangue corre nas nossas veias. “Expiar” significa “Reparar um erro, uma falta; pagar um crime; remir ou remir-se”. Satanás tudo faz para dar sentimentos aos homens de que eles são capazes por si mesmos de pagar suas culpas. É até comum ouvir que é com sofrimentos aqui que os homens pagam o que fizeram de errado. Quantos erros! Como pode o pobre pecador escapar das suas dívidas contra Deus.

Mas a verdade sobre a expiação está exposta aos homens por meio da revelação bíblica. Se sairmos das Escrituras nos perderemos nessa “floresta” mundana de mentiras religiosas. Os homens ignoram suas culpas e na cegueira e orgulho do pecado eles vão passando por cima de suas atrocidades, achando que tudo ficou limpo no passado e que tudo há de melhor no futuro. Notemos como a bíblia usa muitos termos para relatar a triste condição do homem perante Deus. Deus aponta o pecado, chamando-o pelo nome, como iniquidade, transgressão, injustiça, delito, ofensa, blasfêmia, abominação, entre tantos outros termos. Tudo mostra a condição de culpa e que se não for expiada essa culpa do homem com Deus, o destino de terror eterno aguarda os pecadores. Importa que todos saibam que recusar a verdade escrita é selar o destino eterno no abismo.

Não há verdade mais humilhante para o homem do que saber que não há nele qualquer condição para expiar suas próprias culpas. Caim fugiu porque não quis aceitar o sistema de Deus e é esse o mesmo caminho que tomam milhares. Deus enviou Seu Cordeiro Amado do céu à terra, para ali na cruz fazer expiação pela imensidão de nossas culpas. Que pagamento! Sua obra expiatória foi perfeita, de tal maneira que Ele mesmo gritou: “Está consumado!” ou “Está pago completamente!”. Não é maravilhosa essa história da redenção? Meu amigo acorde! Veja que você não pode, nem jamais poderá pagar sua dívida contra Deus. Quer acordar no inferno para ali sofrer eternamente? Agora é o momento para correr para Cristo, buscando Nele, apenas Nele a solução definitiva, para que você, pelo socorro de Deus venha a escapar da ira vindoura!

“A CAUSA E O EFEITO DA SALVAÇÃO VISTOS NO HOMEM” (9)

“Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa, e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal” (Provérbios 16:6)

Entendendo o firme fundamento: “...e pela verdade…”

Vou acrescentar também, que verdade empunhará sua espada contra os ataques de um mundo incrédulo. O mundo sob a liderança cruel e mentirosa do diabo há de temer a verdade, em especial quando a verdade procede da cruz. A verdade bíblica destrói os argumentos maliciosos e mentirosos da religião mundana, a qual não pode suportar o poder tremendo do evangelho, o que tem como base a força da tremenda conquista do Calvário, por meio do Cordeiro de Deus. Qual é o problema do mundo? O pecado. O que o cordeiro de Deus veio fazer? Tirar o pecado do mundo, (João 1:29) e esse fato não pode ser vencido jamais. Vale apenas reforçar esses argumentos que envolve a conquista triunfante na cruz.

Primeiramente, a cruz exibe a justiça perfeita de Deus, por meio de Cristo. Isso é terror para o mundo, o qual faz tudo para erguer mostrar sua justiça manchada e tratada por Deus como trapo de imundície. Não há maior terror para o mundo do que enxergar a justiça de Deus e essa justiça é revelada no evangelho (Romanos 1:17). Satanás em seu mundo faz de tudo para trajar religiosamente os homens, mas a mensagem da cruz vem rasgar e arrancar esses trajes imundos, a fim de exibir a glória da perfeita justiça de Cristo e essa justiça é vista nos que são salvos.

Ao expor a justiça de Cristo, eis que o mundo se vê perdido, porque é a justiça de Cristo vista nos salvos que mostra que Aquele que o mundo odiou e o crucificou, está vivo, foi ressuscitado dentre os mortos. Foi essa verdade que deixou toda Jerusalém enfurecido, quando, pelo Espírito Santo os discípulos foram erguidos para pregar a mensagem que Cristo que fora crucificado por eles estava vivo, e ninguém podia negar, porque os milagres que Cristo fazia estava sendo realizado pelos apóstolos.

Em segundo lugar, a verdade declara que houve o perfeito pagamento efetuado na cruz. A vitória da redenção aos perdidos ficou exposta na cruz; a derrota do mundo, do diabo e suas hostes, da morte e do inferno, em todos os seus detalhes é proclamada na cruz. Os eleitos de Deus foram unidos em Cristo ali na cruz; eles foram mortos, sepultados e ressuscitados com Ele (Romanos 6). O mundo se vê perdido, porque a mensagem da cruz é poderosa e infalível, pois Deus usa essa mensagem a fim de arrancar os perdidos das trevas para a luz.

Percebe-se que tudo satanás faz para que outras mensagens bíblicas sejam pregadas e que novos métodos e novos evangelhos surjam. Satanás não esboça sequer um ataque contra. Ele não se importa com outras notícias nem com novas religiões, tampouco com novos sistemas de cultos. Satanás com seu mundo têm medo da verdade revelada no calvário, pois a derrota do pecado é a derrota do mundo.

Será que entendemos isso? Vejo o que o sistema evangélico atual tem feito para o prejuízo do próprio mundo. Esse evangelho manchado de humanismo e socialismo, em nada serve para fazer dos homens cidadãos do céu e que mostram no viver que temem ao Senhor e se afastam mal. De uma forma bem disfarçada, o sistema religioso de hoje tem retirado a verdade da expiação pelo sangue e trazido um evangelho anátema ao mundo.

“A CAUSA E O EFEITO DA SALVAÇÃO VISTOS NO HOMEM” (8)

 

“Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa, e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal” (Provérbios 16:6)

Entendendo o firme fundamento: “...e pela verdade…”

Firmemos bem o fato que não haverá compreensão da misericórdia sem que haja a verdade, mas essa verdade deve vir pela exposição da verdade conforme as Escrituras. Não há verdade com fundamento fora da Palavra de Deus. Não esqueçamos que é somente com a luz vinda de Deus que conseguiremos ver a luz. A bíblia sem uma visão vinda do Espírito de Deus tornará um livro impenetrável.

Para ser mais preciso, digo e afirmo que também não se espera a verdade vinda de um mundo cujo líder é o pai da mentira. Já tenho dito e repito, se retirar a autoridade da bíblia, tudo ao nosso derredor toma a forma de vaidades, sonhos e superstição. O líder deste mundo é o pai da mentira e todo seu programa religioso é trabalhado na arte das bem elaboradas e postas nos lábios de elementos enganadores, assim como vemos em nossos dias. Se não cuidarmos em nos manter zelosos com a verdade, certamente deixaremos a palavra de Deus aos poucos, a fim de buscar recursos nas cisternas rotas da psicologia e do falso evangelho tão divulgado em nossos dias. 

Outro detalhe é que devemos lembrar que Deus documentou Sua verdade e Seu livro é chamado de Escritura. O maior milagre, maior riqueza, cultura, força, poder, etc é a palavra de Deus. Paulo diz em 1 Coríntios 15:3 que a mensagem do evangelho que ele entregou àquela igreja era segundo a Escritura. Tal verdade faz o coração de satanás doer de tanta raiva, porque, sendo o pai da mentira o ódio dele contra a bíblia é tremendo. Deus lida com documento e Ele fez com que o evangelho Dele ao mundo fosse documentado, para que a fé dos crentes fosse firmada nessa verdade inabalável e que o mundo e as hostes infernais fossem desmascarados.

Também é preciso que saibamos que a verdade tem sua fonte no Deus da verdade. João declara em sua primeira carta, logo no início, que Deus é luz (1 João 1:5). “Luz” significa que é toda verdade e que não há como se esconder Dele. Diferente dessa deus pregado em nossos dias, um deus entrosado com o humanismo e que alimenta as esperançosas paixões dos homens. Cristo acrescenta o fato que quem O segue não andará em trevas (João 8:12). Sendo Ele o próprio Deus, é impossível crer Nele e ainda andar na escuridão e na dúvida. Além disso nosso Senhor afirma ser Ele o Caminho, a Verdade e a Vida (João 14:6). Sendo assim o evangelho que não é caracterizado pela força da verdade escrita, não é o evangelho bíblico.

Ressalto isso porque sei o quanto o esperto satanás fará tudo para sujar a mensagem; ele adora preparar o bolo religioso dele, com todos os ingredientes parecidos com a verdade, mas por fim acrescenta as gotas de veneno das suas mentiras. É o que vemos no mundo e o que podemos esperar deste mundo que sempre atuou manipulando a verdade e perseguindo a verdade na ânsia de fixar a mentira em seu império de trevas. Não é nada fácil empunhar a espada do Espírito e pregar a verdade. Ela deve ser pregada com os golpes de homens chamados por Deus para essa impressionante tarefa, fazendo reluzir a espada santa e golpeando o coração incrédulo, até que a verdade penetre onde deve chegar, levando luz ao coração.

“A CAUSA E O EFEITO DA SALVAÇÃO VISTOS NO HOMEM” (7)

“Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa, e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal” (Provérbios 16:6)

Entendendo o firme fundamento: “...e pela verdade…”

Estou procurando mostrar o quanto o fundamento da salvação deve estar firmado nas Escrituras, caso contrário não é salvação bíblica. Se vacilar nisso todo fundamento vai desmoronar com o passar do tempo. Não há nada no homem, nem no mundo que possa estruturar a vida de qualquer quanto à salvação eterna e um viver em santidade neste mundo. Quando a bíblia diz: “...e pela verdade…” é porque está ressaltando a verdade bíblica. Se ausentar a palavra revelada do viver e no viver, não há quem possa subsistir na fé e tudo virará superstição.

Examinemos esse fato no livro de João, quando Jesus confronta com os religiosos judeus. O que havia com aqueles homens? Não eram eles que cria na lei de Moisés? Não era eles que se gabavam de crer no Deus de Abraão e que achavam que iriam morar no Paraíso celestial? Sim! Por que Jesus tinha que confrontá-los? Notemos bem que nosso Senhor, sendo Ele mesmo a verdade (João 14:6) trouxe consigo a exposição da verdade. Notemos bem que Ele não anula a lei de Moisés. Ele mostra aos Seus interlocutores que tudo o que Moisés, os profetas e os Salmos falaram, na realidade estava referindo a Ele, o Cordeiro de Deus. Aqueles judeus viam a letra, mas não o espírito que envolvia aquelas letras inspiradas.

Poderia dinamizar mais esse assunto, mas quero apenas tomar essa interlocução vista em João, para mostrar a importância da verdade. No capítulo 8 de João verso 32 nosso Senhor diz aos judeus: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Esse texto tão conhecido deve invadir nossa compreensão, porque sem a verdade conforme a Palavra de Deus a expõe, ninguém compreenderá o que significa salvação bíblica, conforme o que estamos presenciando hoje no âmbito evangélico.

Procedo para mostrar outro fato que considero de cardeal importância é que a verdade vinda de Deus deve invadir o coração. Sem esse trabalho que é soberanamente feito pelo Espírito Santo, teremos lamentavelmente resultados tristes. Na área evangélica hoje verificamos largamente de um lado uma ênfase poderosa dada ao emocionalismo e isso resulta em grande perigo às pessoas, porque as emoções sem a luz da verdade revelada, elas tomam o controle trazendo com efeito uma indiferença ao que a bíblia diz. Emoções sem a verdade traz sonhos, vaidades e fantasias provenientes da natureza carnal. Não estou dizendo que não vai ter a bíblia, mas ela será usada para as conveniências sentimentais das pessoas.

Por outro lado nós temos um avanço grande do que posso chamar de escolaticismo. O que é isso? É a verdade, cuja luz chega apenas à mente e pronto. Nada mais! Isso é tão perigoso quanto o sentimentalismo, porque pode levar ao endurecimento provocado por orgulho derivado de conhecimento. Conheci e conheço pessoas que sabem bem da teologia bíblica e alguns a conhecem profundamente, mas estão longe da vida que há em Cristo. Conheci alguns que diziam ser salvos porque obtiveram conhecimento acerca da salvação, mas suas vidas hoje estão marcadas pela apostasia, ou queda, voltando para o habitat deles – o mundo.

“A CAUSA E O EFEITO DA SALVAÇÃO VISTOS NO HOMEM” (6)

“Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa, e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal” (Provérbios 16:6)

A CAUSA DA SALVAÇÃO: “Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa…”

Prossigo em mostrar a importância da atuante misericórdia de Deus no meio dos homens. Foi essa lição que Jeremias entendeu ao ver petrificado a situação que os Caldeus deixaram Jerusalém, conforme o relato dos 5 capítulos de Lamentações. É no capítulo 3 que o profeta entendeu ao dizer: “As misericórdias de Deus são a causa de não sermos consumidos, porque suas misericórdias não têm fim” (Lamentações 3:22).

Se anular a misericórdia é óbvio que é a perdição que virá. O sistema religioso evangélico de hoje gosta de se apegar à graça de Deus, justamente porque, não sabendo da condição miserável do homem no pecado, inevitavelmente desconhecerá a atuante misericórdia de Deus e o que realmente significa o trabalho poderoso da graça de Deus. A doutrina da graça não brilhará em glória se ela não for vista de antemão pela atuação de Deus em lidar com homens e mulheres caídos no pecado.

Outra verdade que em geral é desconhecida e ignorada é que quando tratamos da misericórdia, sabemos que Deus é livre para agir assim. Vemos isso em suas palavras vistas em Romanos 9:15 “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão”. O que os homens caídos, rebeldes e culpados merecem? Não é verdade que merecem o castigo de Deus. Em Lamentações 3, vendo a condição de desolação de Jerusalém, Jeremias mostra o quanto Deus é justo em aplicar Sua ira sobre os homens.

Então, nesse caso, o que deve esperar dos homens? Não é humilhação? Claro. Os homens modernos desconhecem isso, até no meio chamado evangélico. Mas é bom que todos saibam que Deus está atuando na salvação dos homens quando Ele quer, onde Ele quiser, quem Ele quiser e do modo como Ele quiser. Em Lamentações 3, a partir do verso 1, estendendo até o verso 18, o profeta fala de suas experiências aflitivas sob a vara do furor de Deus; como o prendeu em trevas; envelheceu sua carne e despedaçou seus ossos; cercou-o de veneno e de dor; colocou-o em lugares de terror; prendeu-o com grilhões, não admitindo suas orações; mesmo em gritos; colocou-o como alvo de Suas flechas; fez dele objeto de escárnio; cercou-o de amarguras; quebrou-lhe os dentes; afastou-lhe a paz.

Toda essa experiência é que leva o profeta no impressionante capítulo 3 de Lamentações a compreender que a única esperança que o homem tem está em Deus agir com Sua misericórdia. Os homens de hoje largamente desconhecem o Deus da bíblia, porque foram envolvidos com mensagens que trazem paz e tranquilidade em seus pecados. Os falsos profetas e falsos mestres sempre fizeram e faz assim. Em Jeremias 23 Deus fala acerca desses elementos, que eles dizem ao povo: “paz, paz, quando não há paz”. A mensagem do evangelho declara que o homem é culpado e digno do castigo de Deus; a mensagem do céu ordena que todos se humilhem e se arrependam, quem sabe o Senhor descerá em compaixão para salvar!

“A CAUSA E O EFEITO DA SALVAÇÃO VISTOS NO HOMEM” (5)

 

“Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa, e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal” (Provérbios 16:6)

A CAUSA DA SALVAÇÃO: “Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa…”

Quero intensificar o fato que a salvação é pelo ato de misericórdia de Deus que o homem caído é achado. Tudo satanás fará para mudar a mensagem imutável da cruz e sempre fazer com que o homem se ache participante, dando sua colaboração para sua salvação. Foi essa a artimanha usada pelo diabo durante as centenas de anos, durante a história da igreja e é o que ele faz em nossos dias. Nosso adversário sempre quer manchar a água pura e cristalina da verdade eterna; sempre quis e quer trocar o ouro puro do céu pelas bijuterias religiosas deste mundo; sempre tentou cozinhar o cabrito no leite da mãe, ou então cozinhar o cabrito na água. Ele quer omitir o que a bíblia manda pregar sobre o Cordeiro que foi assado na cruz pelo brasume da ira de Deus.

Sendo assim vale a pena acrescentar aqui algumas lições que precisamos saber. Em 1 Pedro 1:18 o apóstolo deixa claro aos crentes sobre o fato que eles não foram resgatados da condição que estavam no pecado, mediante coisas corrompidas pelo pecado. Pedro acrescenta que tudo o que fizermos aqui é resultado do nosso nascimento no pecado. As palavras: “...fútil procedimento que vossos pais vos legaram” mostram essa verdade. O que recebemos de nossos pais? A bíblia responde: “fútil procedimento”. O que Deus espera de homens e mulheres caídos no pecado? O que eles têm para dar? Nada! Tudo que vem de nós e que está em nós foi manchado pelo pecado, portanto é ofensivo e detestável perante Deus. Esse ensino parece tão cruel, não é? Mas devemos saber que essa verdade permeia toda Escritura, mostrando a triste condição do homem, perante um Deus santo.

Também, o nosso modo de viver prova isso. Não há diferença. Deus não faz distinção de família, cor, raça, cultura ou condição social. No pecado tudo foi manchado. O verso de Romanos 3:23 deve ser memorizado por todos: “Pois todos pecaram…”. O fato que o verbo está no passado: “todos pecaram” não significa que houve mudança com o passar do tempo. Onde o pecado entrou, sua mancha ficou de modo indelével e a prova disso é que cada homem ou mulher pode testemunhar do horror e domínio do pecado, pois nascemos prontos por os pés no caminho tortuoso e segui-lo com prazer.

Devemos entender também, que não é questão de escolha diária, pois o que ocorre é o pecado não é como uma enfermidade que pode ser tirada com um remédio ou cirurgia. O pecado faz parte da natureza caída do homem, assim como gostar da lama faz parte da natureza do porco. Não se tira a natureza. O homem não tem natureza inclinada para Deus. Sua natureza é voltada apenas para o pecado e tudo o que ele faz e fará na vida será no pecado e para o pecado. Não há um pecador mais puro do que outro pecador. Por mais religioso que fosse, Paulo reconheceu que Deus usou de misericórdia para com ele, por ser ele o principal dos pecadores.

Será que entendemos o que significa “pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa?” Eu sei o quanto a natureza do homem é capaz de saltar igual pulga na tentativa de fugir da verdade, por isso vale a pena pregar e pregar com insistência sobre a grandeza da misericórdia de Deus e o horror da misericórdia do homem.

“A CAUSA E O EFEITO DA SALVAÇÃO VISTOS NO HOMEM” (4)

“Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa, e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal” (Provérbios 16:6)

A CAUSA DA SALVAÇÃO: “Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa…”

Avancemos mais em examinar essa verdade exposta pelo Espírito Santo em Provérbios 16:6. Eu sei que é um assunto aparentemente conhecido quando tratamos da queda do homem. Mas, quando encaramos seriamente esse tema nas Escrituras, percebemos que esse ensino realmente é desconhecido em sua profundidade. Creio que a razão é que tudo o pecado de engano, a fim de que o homem pense que a queda não foi tão grave assim. No íntimo o pecado é visto como uma mera queda ou mesmo um problema que ocorreu e que não foi assim tão trágico.

Mas eu quero levar o leitor a meditar no próprio texto de Provérbios 16, porquanto ali está o termo “misericórdia”, acerca do qual já falei anteriormente. Não vamos tratar o assunto superficialmente, porque a bíblia não o trata assim. A nossa queda em Adão prova que é só por misericórdia, porque foi atitude gravíssima da nossa parte, quando em Adão demos às costas a Deus para obedecer a voz da serpente. Não foi algo simples, que requer que o homem seja tratado com jeito, a fim de trazê-lo de volta. Absolutamente não!

A queda do homem não foi mero desvio, mas sim uma atitude que trouxe a desgraça a toda raça e essa desgraça é vista no resultado do pecado – a morte. Enquanto em Deus o homem tem vida, no pecado o homem é morto. Corpo, alma e espírito do homem foi tomado pela força dominante da morte. O que vemos em seguida é um Deus compassivo indo à busca do homem: “Adão, onde estás!”. Isso é misericórdia, porque não fosse a riqueza dessa compaixão, toda razão sofreria imediato castigo no inferno.

Veja também que no pecado, devido ao estado de morto, o homem não pode ver nem ter qualquer esperança de retornar por si mesmo a Deus. No pecado o homem quer avançar na escuridão e partir para o mais longe possível de Deus. Não há da parte do homem qualquer desejo de retornar, de buscar, de gritar em busca de socorro ou achar qualquer luz no final do túnel. O pecado é o ambiente paradisíaco do homem, pois vê apenas o momento e vive do momento.

Estou dando ênfase a isso, justamente para tornar notória a ação de Deus em buscar o perdido e morto no pecado, e isso significa misericórdia. Que fantástica provisão de Deus! Quando o homem se tornou um réu digno do inferno, eis que o Senhor ergueu a força da Sua compaixão e partiu, não só à busca do homem, como também mostrou as maravilhas dessa compaixão. Ele não mostrou o caminho de retornou ao Éden, porque a queda fez com que toda criação fosse contaminada. Ele mostrou a porta do Paraíso aberta. Em Sua graça Ele abriu os olhos de Abel e este pode ver a provisão salvadora no sangue daquele animal que matou, a fim de oferecer sacrifício agradável e aceitável a Deus (Gênesis 4). Temos nós explicação para isso? Claro que não! Abel entendeu a lição compassiva de Deus, assim como Adão e Eva, pois receberam as vestes feitas por Deus da pele do animal. E é certo que todos os homens e mulheres que se converteram de coração sabem dessa provisão, quando Deus enviou Seu Filho para ser nosso Cordeiro que na cruz foi morto em nosso lugar, a fim de nos dar eterna e gloriosa salvação.

Pregação O grande Salvador do seu povo - Salmos 46:1 | Pr. David Sena

“A CAUSA E O EFEITO DA SALVAÇÃO VISTOS NO HOMEM” (3)

“Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa, e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal” (Provérbios 16:6)

A CAUSA DA SALVAÇÃO: “Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa…”

Avancemos um pouco mais na exposição desse tema de tanta importância, pois sabemos que se falharmos nisso, o evangelho não será exposto em sua beleza e genuinidade, como estamos presenciando ultimamente. Se a salvação bíblica não produz santidade, a qual é evidenciada em temor no viver, então não é salvação bíblica. Por essa razão o texto de Provérbios vem nos ajudar primeiramente a compreender a origem da nossa salvação: “Pela misericórdia…”. Sondemos as Escrituras, porque a bíblia inteira vem nos munir dessa santa verdade acerca dos atos misericordiosos de Deus em favor dos homens.

A primeira lição é que devemos saber de onde vem a nossa salvação: “Pela misericórdia…”. O termo “misericórdia” é bem destacado em toda bíblia, mas especialmente no Velho Testamento. A razão disso é que a maior parte da bíblia nos 39 livros do VT está revestida da lei de Deus. O que a lei faz? Conforme Paulo mesmo diz em Romanos 7 é que a função da lei é revelar a natureza maligna do pecado, assim como um clínico geral descobre um grave problema na saúde do paciente, tendo que o encaminhar para um especialista.

Nós vemos nos Salmos como exemplo o quanto todos os Salmos salientam a necessidade de misericórdia. Por que? O período da lei em sua maldição, mostrando a gravidade do pecado em nós, faz com que seja evocada a misericórdia de Deus por parte de pecadores caídos como nós. Vemos o Salmo 136 como cada verso apresenta a razão dos atos de Deus em todos os detalhes da criação e da história: “Porque a Sua misericórdia dura para sempre” (versão atualizada).

O que podemos dizer diante desses fatos concernentes a atuação da santa e justa lei? É que ela nos leva à contrição perante Deus. O que vemos hoje é que a mensagem do evangelho retrata a graça de Deus, mas de forma errada, porque quando não expõe o homem em sua situação pecaminosa, a graça com efeito será desfigurada. Biblicamente, a graça é Deus achando o homem em Cristo, mas a misericórdia é Deus vendo o homem caído e culpado em Adão.

Qual é a prioridade na pregação? Ao mostrar o pecado e sua condição, então o homem há de reconhecer que Deus age por misericórdia, caso contrário a graça será entendida apenas como um presente que Deus oferece a todo o que responder o apelo com um “sim”. Enquanto o homem não vê sua miséria em Adão e sua culpa no pecar, que interesse ele terá pela salvação? Veja como no Salmo 32:1 Deus começa chamando o homem a conhecer o real significado da Sua salvação: “Bem-aventurado cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto”.

Por o homem no caminho reto de justiça e santidade, sem que ele tenha conhecido o perdão e purificação dos seus pecados é arruinar a alma. O evangelho chama o homem ao arrependimento e conversão. Vemos isso na linguagem vinda diretamente de Deus em Isaías 55:7: “Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele e volte-se para o nosso Deus porque é rico em perdoar”.