sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

HUMILDE CONFISSÃO DOS ELEITOS (10 de 10)



“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Isaías 53:6)
A NECESSIDADE EVIDENTE DESSA CONFISSÃO.
        Sendo um milagre que ocorreu no coração, então há manifestar em forma de confissão. Deus requer uma confissão que brota do coração que foi modificado, caso contrário o próprio homem será iludido pelas manobras de um coração enganoso e enganado. A confissão desmancha toda aparência; na confissão a máscara religiosa cai por terra e toda maquiagem é desmanchada e o homem do coração é visto como deve ser perante o Deus santo. Notemos bem que sem confissão o que vemos por fora é hipocrisia. Cristo sempre desmanchou o que não era real. Foi assim que o Senhor tratou aquele homem rico que apareceu querendo saber como herdar a vida eterna. Nosso Senhor tratou de revelar o que estava oculto no coração e o chamou a negar todo seu amor ao deus riqueza, a fim de conquistar o reino de Deus seguindo a Ele (Lucas 18). Meditemos na vida de Judas, pois aquele homem estava entre os doze e era um dos apóstolos, mas seguia a Cristo vendo à frente as riquezas terrenas; almejava lucros transitórios, os quais Jesus nunca prometeu aos Seus seguidores. Quando as frustrações brotaram em seguir a Cristo, não tardou para que através do ato de negar pudesse conquistar o que tanto almejava.
        A confissão genuína revela um coração transformado pela graça e foi exatamente o que Deus prometeu fazer com os salvos, isto é, dar-lhes um coração cheio de temor para sempre. Que fantástica obra da graça! Um novo coração, feito por Deus domina todo o ser do homem e modifica o viver. Vemos que todos os ensinos dados no Novo Testamento aos crentes subtendem que eles têm um coração diferente, porque é impossível fazer o que Deus mandar fazer se não houver novo nascimento. Como um homem poderá deixar as palavras torpes, mentiras, raiva, ofensas, ser santo no viver, perdoar como Cristo perdoou, etc. sem ter novo coração? É impossível! Percebe que falsos crentes tentam ser e fazer, mas logo percebem que não conseguem.
        Para concluir quero mostrar o quanto a confissão revela um estado diferente na qual a alma se encontra. Primeiro mostra humildade diante de Deus. Quando o homem se converte a Cristo ele se rende ao Senhor, ao saber que alguém ocupou Seu lugar, a fim de pagar suas culpas perante Deus. A lei veio e feriu sua alma, mostrando-lhe sua perdição e merecida condenação, mas agora tudo mudou ao ver que a providência foi tomada de uma vez por todas, com o Redentor morrendo em seu lugar.
        Em segundo lugar mostra que agora não é mais uma ovelha desgarrada, como era antes. Agora essa pessoa segue o Senhor e ouve a voz Dele. Agora a vida tem sentido e direção certa; agora ele vê os perigos e busca o amparo do seu Pastor. Em terceiro lugar ele caminha para o céu. Ele passa a ver a vida aqui como um sistema ilusório; ele vê a morte como o término desta vida terrena e o céu como sua pátria eternal. Em quarto lugar, tem prazer em estar com os verdadeiros crentes nessa confissão e isso aparece nos cultos, nos cânticos, na oração e comunhão. E finalmente ele estará no céu, juntamente com a imensa multidão, a fim de confessar que foram salvos por Cristo; que foi o Cordeiro que morreu no lugar deles e assim vão juntamente adorar o Senhor que tanto lhes amor e provou esse fato na cruz.

AS ARMADILHAS DO PECADO (9)



“Portanto, eu os julgarei, cada um segundo os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus. Convertam-se e afastem-se de todas as suas transgressões, para que a iniquidade não lhes sirva de tropeço” (Ezequiel 18:30)
A MAIS TERRIVEL QUEDA (Romanos 3:23)
        Deus em Sua bondade, por meio dos Seus profetas mostrava a Israel quão perigoso é o caminho do pecado. O mundo moderno segue essa trilha de extremo perigo, pois as novidades do pecado são inúmeras, e cada dia mais os homens inventam novos meios de como produzir novas sensações pecaminosas. Foi assim em Sodoma e Gomorra, pois os pecados comuns entre os homens não serviam mais. Em nossos dias os desafios contra Deus são vistos à luz do dia, quando as multidões não se contentam mais, eles querem arrancar todos os obstáculos que existem; querem livrar do que eles acreditam ser jugos, prisões, tabus vindos de Deus. A própria igreja tem dormido o mortífero sono, pois tem deixado que as maldades que prevalecem nesta geração entrem e façam parte da comunhão. A igreja de Corinto, aos poucos foi permitindo que males entrassem na igreja; não fosse a intervenção de Paulo, a igreja inteira seria destruída pela maldade e mentiras.
        O pecado também cria um prazer sedutor; o pecado é como uma serpente constritora; o pecado cerca o ambiente e o coração de engano, de fraude religiosas, de mentiras bem trabalhadas, de sentimentos que nos levam a pensar que temos direitos. Não demora para que o ambiente esteja sem o juízo. É exatamente essa a primeira função do pecado. Se ele não for julgado imediatamente, ele há de julgar o bem e arrancar do ambiente tudo o que é justo e santo. Não foi assim em Corinto? Paulo viu que aquele homem que cometera torpeza não havia sido punido e tirado do meio (1 Coríntios 5). Já lidei com essa situação, porque quando o mal não é desfeito, eis que os culpados começam a atacar a palavra da verdade; começa a criticar, chamando o pregador de alguém que vive julgando os outros. É isso que acontece em nossos dias.
        Também, o pecado faz com que o ambiente fique sem perceber o prejuízo. O pecado sempre dará um jeito de escapar, de encobrir a situação com desculpas. O ambiente será visto com pessoas prejudicadas. É triste ver o quanto homens deixam suas esposas e mulheres abandonam seus maridos em nossos dias e isso é tratado como algo normal; como se nada tivesse acontecido, sem falar noutros males que ocorrem. Outro detalhe é que o pecado cria um ambiente de aparente felicidade; a alegria do pecado cria uma alegria que parece imensa, uma felicidade que parece inigualável. Satanás faz com que as pessoas se sintam como se estivesse vivenciando um paraíso; tudo há de ser enfeitado com sentimentos de amor; todo elemento de juízo e justiça foi tirado, por isso agora todos podem usufruir de uma alegria e de sentimentos até mesmo da aprovação de Deus. Conforme fizeram os Israelitas com o bezerro de ouro, eles se assentam para comer e beber, depois se levantam para divertir.
        Eis aí um pouco do que significa as armadilhas do pecado. É isso o que acontece e é feito de tal maneira que chegará o momento quando ninguém mais suportará a verdade e vai tratar os males mais hediondos e vis com muita ternura e proteção. Quando chega a uma situação tão terrível, eis que virá o juízo de Deus. Já vi pessoas que choraram tarde demais, porque não deram ouvidos à verdade. Satanás sabe fazer as suas festas, de tal maneira que ninguém vê que suas armadilhas, seus explosivos estão ao longo do caminho. Desde a queda do homem sempre foi assim, pois o caminho sedutor do diabo é tão enfeitado e atraente que os homens iludidos e enganados dirão que os caminhos de Deus são cruéis.
        O que entra agora? Entra um Deus de imensa compaixão, o qual chama os pecadores, mostrando a eles a verdade e os convida ao arrependimento e fé em Cristo Jesus, a fim de escapar desses tremendos perigos que envolve a vida aqui e na eternidade.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

AS ARMADILHAS DO PECADO (8)



“Portanto, eu os julgarei, cada um segundo os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus. Convertam-se e afastem-se de todas as suas transgressões, para que a iniquidade não lhes sirva de tropeço” (Ezequiel 18:30)
A MAIS TERRIVEL QUEDA (Romanos 3:23)
        O trabalho mais ardiloso do pecado no homem é fazê-lo sentir que a queda não foi tão terrível assim e quanto mais o mundo se torna mais belo e atraente, mais enganoso o pecado se torna no coração do homem. Se quisermos ver o que o homem pensa neste mundo, leiamos o livro de Eclesiastes vezes após vezes. Deus toma o melhor homem entre os homens, o mais rico, culto, religioso, trabalhador, sábio, etc. a fim de mostrar o quanto a mente do homem é cheia de fantasia. A palavra mais usada ali é “vaidade”, porque esse termo mostra o que realmente está no coração do homem no pecado. A vida dele é cheia de sonhos, assim como vivem os homens hoje. Ele fala de Deus, fala de trabalho, casamento, aproveitar bem a vida e por fim enfrenta a morte. Em Eclesiastes vemos como o melhor homem do mundo nada entende de eternidade; para ele a vida é aqui, o que o homem ajunta para viver e aproveitar do melhor que esta vida pode dar. Eis aí a mais engenhosa armadilha feita pelo pecado na alma.
        A armadilha do pecado mostra como a queda levou o homem a desafiar o próprio Deus. Neste mundo os homens mais sensatos são vistos por Deus como sendo os mais loucos. Os homens aqui sempre se escondem para suas práticas perversas; ou entram num quarto, ou ficam num lugar distante, ou disfarçam bem com palavras, escondendo suas maldades no coração. Mas o fato é que é impossível se esconder de Deus, pois Ele tudo vê; os olhos do Senhor estão em todo lugar. Mas é aí que entra a estupidez do homem natural em achar que ele está sozinho. Ele entende acerca de Deus, como entende acerca do homem. Para o homem no pecado não existe onisciência, onipotência ou onipresença. É mais fácil ele acreditar num super-homem do que nas verdades gloriosas acerca de Deus, conforme a revelação bíblica.
        Assim os homens realmente ousam desafiar Deus, e mesmo que tenha uma compreensão bíblica acerca de Deus, no íntimo ele acha que pode tramar meios de enganar esse Deus; ele há de mentir sempre, a fim de levar Deus a sentir dó dele e aprovar seus caminhos errados. Não há no coração do homem a capacidade de carregar consigo as verdades eternas; tudo vem como pacotes de informações, mas são estudos sem luz, sem qualquer proveito para o coração enganoso e iludido do homem no pecado. Assim, caído pelas armadilhas do pecado, o homem natural procura dissipar a verdade revelada. Ele se sintoniza com outro tipo de revelação, porque enche sua alma de maior engano e fraude religiosa. Em tudo o homem no pecado quer sentir a paz com seu bem-amado – o pecado. No íntimo ele diz: “Ninguém me vê”. Essa é a função do pecado, seu poder de ludibriar e fazer a pessoa sentir-se fortalecida e até mesmo abençoada.
        Não foi assim com Israel? Todas as maravilhas feitas por Deus àquele povo em nada os tornaram em pessoas humildes, devotadas e obedientes. Pelo contrário, propositalmente recusaram obediência e buscaram seus ídolos. Mesmo os avisos tão compassivos de Deus por meio dos profetas foram suficientes para fazê-los voltar, pelo contrário eles foram firmes e resolutos na disposição de continuar em seus erros. Não há luz no pecado; não há graça no pecado; nada há no pecado senão mentira e morte. Tudo aqui caminha para uma falácia total, a não ser que a mão de um Deus compassivo entre em ação. Foi sempre assim com Israel no decorrer da sua história e tem sido assim com todos os homens. Foi a entrada do evangelho em Tessalônica que operou grande mudança naquela cidade, com homens e mulheres deixando seus ídolos, a fim de servirem ao Deus vivo e verdadeiro, conforme o testemunho dado por Paulo em 1 Tessalonicenses 1.

HUMILDE CONFISSÃO DOS ELEITOS (9 de 10)


                             
“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Isaías 53:6)
A NECESSIDADE EVIDENTE DESSA CONFISSÃO.
        Outro detalhe que aparece na confissão dos eleitos é que há neles um entendimento da necessidade de um substituto que ocupe o lugar dele: “...mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos”. Nota-se que é um trabalho da graça no coração, porque do contrário o homem jamais entenderia isso. Foi o que ocorreu com Pedro em Mateus 16 quando Ele afirmou que Jesus era o Filho do Deus vivo. Nosso Senhor imediatamente lhe disse que o que ele proferira não era obra da carne ou dos homens, mas sim de Deus. Nenhum pecador será salvo sem essa compreensão particular, de que Deus enviou o perfeito substituto para morrer no lugar de réus condenados. Vejo hoje uma corrida frenética por um evangelismo mais apegado à números do que à verdade. Hoje qualquer um que faz uma mera decisão verbal de que aceitou Jesus é considerado salvo. É claro que têm os que realmente se convertem, mas o que quero afirmar aqui é que sem uma compreensão no coração de que Deus enviou Seu Cordeiro Amado para ser o substituto perfeito, não há como compreender salvação.
        Outro importante detalhe que emerge no texto acima é que há entre todos os eleitos um entendimento da necessidade desse real substituto: “...fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos”. Eis aí a fé comum a todos; eis aí aquilo que mostra a unidade da igreja em todos os lugares. Os salvos têm a mesma linguagem; todos falam o mesmo idioma da redenção; todos têm a mesma confissão e essa confissão está registrada no coração de cada um deles. Também, quando os eleitos estão reunidos eles formam uma unidade; não importa se são ricos ou pobres, todos proclamam a mesma fé e têm o mesmo cântico.
        Passo agora às partes finais da pregação sobre esse tema, tratando sobre a necessidade dessa confissão. Sempre tenho mostrado o quanto é necessária uma fé que realmente confessa essas verdades. É triste ver como a cristandade moderna desconhece confissão de fé, algo que era comum antigamente. Mas a vida é confissão, porque se trata de algo do coração e não de meras palavras. Quando um homem ama uma jovem e deseja casar com ela, ele confessa seu amor por ela e seu ardente desejo de tê-la como esposa. Na bíblia os santos confessam seu amor por Cristo, como resultado do amor de Cristo por eles. É impossível ler os Salmos sem notar a confissão de fé de genuínos crentes. O livro de Cantares é uma vívida demonstração dessa confissão e assim transbordam as palavras dos fieis testemunhando perante elementos perversos e enfrentando até mesmo a morte. As palavras dos apóstolos perante perversos inimigos mostram a confissão deles: “Como podemos deixar de falar daquilo que vimos e ouvimos?”. Em Filipenses vemos palavras de confissão de Paulo em seu ardente amor por Cristo. Temos: “Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” entre outras palavras de confissão.
        O que poderia dizer sobre isso? Se houve um milagre operado no coração; se Deus visitou o pecador levando Sua verdade ao íntimo, então é óbvio que necessário é que tudo resulte em confissão. A vida cristã não é algo meramente mental ou emocional, mas sim algo feito no coração; é Deus realizando seu milagre em tirar um coração de pedra, a fim de implantar um coração que venha a Lhe temer.

Pregação - Quereis vós também retirar-vos? - João 6:66-69 - Pr David Sena

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

HUMILDE CONFISSÃO DOS ELEITOS (8)



“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Isaías 53:6)
A CONFISSÃO DE SUA MORTE SUBSTITUTIVA NA CRUZ: “...mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos”.
        Os eleitos também passam a ter um entendimento correto da missão do Filho de Deus na terra. Eles têm seus olhos abertos e conseguem enxergar a verdade. A obra da graça é algo que ninguém neste mundo pode explicar, pois como eles conseguem ver o que outros não enxergam? Enquanto o homem vive nas trevas ele vê sua religião, toma o caminho que bem lhe interessa, dá impressão de que teme a Deus, mas a verdade é que continua nas trevas, como dá o testemunho o escritor de um antigo hino: “Eu nas trevas vagueava sem a luz da retidão”.
        A visão do Salvador crucificado só pode ser contemplada por aqueles que Deus aprouve salvar da condenação eterna. O eunuco mostrou essa verdade quando lia Isaías 53 (Atos 8). Ele era um prosélito do judaísmo e voltava de Jerusalém da mesma maneira que fora para lá – como um cego. Mas ao retornar para a Etiópia Deus abriu seus olhos e seu coração grudou-se nessa passagem profética, até que Filipe chegou e mostrou-lhe o Salvador e ali mesmo ele foi salvo. A chamada da graça é irresistível, pois não há pecador que possa ter essa visão do Salvador bendito, sem cair perante Seu inaudito amor: “Que grande amor, excelso amor que Cristo nos mostrou, pois para nos livrar do mal a vida não negou!”. Notemos bem que Deus transmite esse fato aos perdidos, quantos aos outros, eles são mantidos nas trevas. Claramente Deus faz diferença entre os pecadores e os perdidos; entre os que são salvos e os que perecem. Quão poderoso é o Senhor para abrir os olhos dos Seus eleitos! Não há dificuldade para ele em curar a visão espiritual de milhares e tirar a surdez deles, porque esse é o majestoso trabalho do evangelho.
        Os eleitos também percebem que a crucificação foi um atos de Deus e não um acontecimento fortuito na história: : “...mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos”. A obra da cruz é a manifestação do braço forte do Senhor; é o maior espetáculo da história, mas tal feito somente os que foram chamados à salvação podem ver e admirar, pois eles não veem um mero sofredor, um pobre ser abandonado à crueldade dos homens. O mundo transforma tudo isso num espetáculo para suas superstições e divertimentos. Por isso afirmo que os mundanos veem a morte de Cristo como expressão da crueldade dos homens. Vemos essa verdade no capítulo 6 de João, quando o Senhor confronta os judeus. Eles foram atrás do Senhor porque este havia feito o milagre da multiplicação. Eles olhavam para o Nazareno como a pessoa certa para subir ao trono e mostrar ao mundo gentio a realidade do trono de Israel.
        Mas o Senhor chama a atenção deles, mostrando que Ele era o pão que desceu do céu, a fim de dar vida ao mundo. Para eles salvação significava livramento político e bênçãos materiais. Para os eleitos a visão é diferente; eles veem o Salvador na visão de Deus; eles contemplam o Cordeiro de Deus; eles veem seus pecados cravados no Salvador; eles veem que suas culpas e imensas dívidas foram liquidadas na cruz. Esse é o Cordeiro que tira o pecado! Quem pode Seu amor contar? Essa história não pode ser narrada senão pela boca daqueles que um dia confessaram a fé nesse grandioso Redentor e Senhor!

AS ARMADILHAS DO PECADO (7)



“Portanto, eu os julgarei, cada um segundo os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus. Convertam-se e afastem-se de todas as suas transgressões, para que a iniquidade não lhes sirva de tropeço” (Ezequiel 18:30)
A MAIS TERRIVEL QUEDA (Romanos 3:23)
        O mais poderoso efeito do pecado é o orgulho. Aliás, o combustível do pecado é a soberba, conforme vemos em Habacuque 2:4: “Eis o soberbo, sua alma não é reta nele...”. Como é que o orgulho do pecado se manifesta? É claro que ele não aparece tanto nos relacionamentos sociais. A soberba se manifesta no homem em relação a Deus, é por isso que ele vive como vive, como se Deus não estivesse presente, nem tampouco fosse poderoso. É assim que o homem é transportado no curso deste mundo (Efésios 2:2) e não tem algo mais assustador do que esse fato no viver.
        A primeira lição é que o pecado elimina qualquer conceito de temor (Salmo 14:1). O temor a Deus é o sinal claro de uma alma convertida; sua ausência indica o quanto a pessoa jamais conheceu o Deus vivo no íntimo. Nem precisamos tomar a vida de um homem que vive no pecado, a fim de mostrar essa lição. Notemos na vida de Davi que sua queda foi resultado claro de ausência de temor devido ao orgulho, ao desejo de ter o que a natureza carnal quer. Foi assim que aquele homem crente ficou cercado dessa nuvem de engano, em achar que ninguém via o que ele havia feito. É assim que o pecado opera.
        O escritor aos Hebreus deixou claro que os crentes precisam viver sob constante atividade de recíproca advertência, orientando, exortando e edificando uns aos outros, a fim de não serem endurecidos pelo engano do pecado. Vejo o quanto muitos chamados crentes fogem de uma comunhão bíblica. Muitos não gostam da igreja, de frequentar os cultos, ouvir a pregação e assim estimular uns aos outros na jornada. Outros querem uma igreja que funciona como clube, gostam dos amigos, mas fogem de confrontos bíblicos em ajudar, edificar e construir a vida de forma mútua. Sem essa constante atividade os crentes tendem a ficar endurecidos sob o engano do pecado. Vemos um mundo religioso que funciona; nada de confronto bíblico, porque querem o conforto que este mundo oferece. O mundo aparece para servir bem a tais religiosos; sua mesa está pronta com todos os pratos preferidos, como ecumenismo, liberdade feminina e diversões.
        Outra perigosa atividade do pecado é fantasiar a mente com vaidades. Aliás, essa é a mente de todos os não crentes, conforme o ensino do livro de Eclesiastes. Tudo neste mundo funciona assim; os homens enchem suas mentes de ilusões e emocionalmente festejam seus sonhos; para eles a vida é ganhar dinheiro, ter fama, amizades e divertir abundantemente. Foi essa a experiência de Salomão, pois teve tudo o que ansiava ter, mas logo descobriu que estava correndo atrás do nada. O mundo é um espetáculo de vaidades e quanto mais a vida se torna mais fácil, mais o pecado cria vaidades. Tudo o pecado faz para criar novas armadilhas, e elas aparecem lindas, atraentes e fáceis de serem adquiridas. As vaidades fazem as pessoas viver de sonhos, de ambições e elas não percebem as ciladas no caminho. A estrada deste mundo está cheia de armadilhas; a morte trabalha silenciosamente e se oculta por detrás daquilo que parece ser bom.
        Como escapar dessas ciladas? Digo e afirmo que nada neste mundo, nem mesmo a presença da morte pode mostrar os terrores que cercam os homens neste mundo. Milhões e milhões tardiamente experimentam agora o fato que foram empurrados para o abismo. Deus abriu os olhos do ladrão na cruz e imediatamente ele pode ver o Salvador ao seu lado e pode pedir sua salvação. “Como é triste andar em trevas sem perdão do Salvador! Bela é a vida, mas a vida dominada pelo amor”.

Pregação - Salmos 110:1-7 Parte 4 - Pr David Sena

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

AS ARMADILHAS DO PECADO (6)



“Portanto, eu os julgarei, cada um segundo os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus. Convertam-se e afastem-se de todas as suas transgressões, para que a iniquidade não lhes sirva de tropeço” (Ezequiel 18:30)
A MAIS TERRIVEL QUEDA (Romanos 3:23)
        Nos títulos dados aos homens aqui podemos ver o quanto o pecado e suas manifestações constituem verdadeiras ciladas aos homens, por isso Deus em Sua compaixão vem nos alertar através da Sua palavra revelada. Por essa razão foi que Deus, por meio do profeta Ezequiel ordenou que Israel se convertesse e se afastasse de todas as suas transgressões, a fim de que a iniquidade lhe lhes servisse de tropeço. Estou lidando com Efésios 2, considerando não somente as palavras como os títulos dados aos homens. Lembremos bem que os crentes eram assim e essas verdades nos foram entregue a fim de que pudéssemos manter humildes e dependentes Dele.
        “Filhos da desobediência” aparece também para brilhar com intensidade a condição do homem em seu estado depravado. A tendência natural do homem é sentir-se que é um filho de Deus, que Deus vai receber seus filhos no céu. A natureza enganosa do homem sempre escorrega para longe da verdade, porque gosta de se aventurar nas trevas. A expressão: “Filhos da desobediência” refere-se ao fato que todos em Adão caíram ali no Éden; que todos são culpados; que todos são chamados filhos da desobediência, pois são ligados a Adão. Os ligados a Cristo que são chamados de filhos da obediência. Além disso, essa expressão revela a íntima ligação que o homem tem com satanás, porque está sempre apto para desobedecer a Deus e obedecer o comando do pai da mentira. Jesus mostrou como os judeus estavam prontos para ouvir e obedecer o comando do diabo (João 8), pois quando apresentou-lhes a verdade eles simplesmente ficaram irados e pegaram pedras para matar o Senhor.
        Em João 8:44 temos a expressão dada por Jesus: “o diabo, vosso pai”. O Senhor essa verdade bem clara perante aqueles homens carregados de superstição religiosa e de espírito assassino. Mas a expressão mostra o prazer que o homem tem pelas mentiras contadas por satanás neste mundo. Olhemos as religiões, as idolatrias, as manipulações dos falsos mestres e a disposição que os homens possuem para se gastar por aquilo que não passa de mentiras. Nosso Senhor deixou os discípulos bem avisados que o mundo religioso lhes perseguiria e os mataria fazendo em nome de Deus. Paulo sentiu o fervor assassino dos líderes religiosos em Jerusalém quando souberam que ele havia se convertido ao cristianismo. Quantos milhares de crentes foram cruelmente assassinados pela fúria dos homens durante a história!
        Também podemos pensar no pecado como o promovedor do orgulho. Não pensemos que o homem é por natureza humilde. A essência do pecado é o orgulho. Não é um orgulho tão aparente, porque é a atitude de hostilidade no coração contra Deus. Até mesmo os crentes têm que lutar contra essa atividade insana da carne diariamente, a fim de ficar livre desse perigo que tanto ronda nossas almas. Nós estamos do lado de cá, neste mundo e tendemos a ver os homens do ponto de vista nosso aqui.
        Devemos aprender a ver a maneira como Deus nos mostra a situação do homem aqui. Foi Ele quem disse para os pais de Jacó e Esaú: “Amei Jacó e aborreci de Esaú”. Essa é a forma de Deus mostrar a realidade das coisas. Muitas lições tão importantes, para nos manter humildes vêm para nós em forma de experiências, para que Deus rasgue nossa soberba e nos mantenha na santa dependência Dele. Foi assim com Moisés, pois ele precisou ficar 40 anos no meio dos midianitas, a fim de ser esmagado seu orgulho de ser filho da filha de Faraó. Nós somos frutos do pecado. Na criação conhecemos a bondade do Criador; na queda ficamos impressionados com vanglória do diabo e é na salvação que murchamos, a fim de sermos erguidos para Deus.

HUMILDE CONFISSÃO DOS ELEITOS (7)

                       
“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Isaías 53:6)
A CONFISSÃO DE SUA MORTE SUBSTITUTIVA NA CRUZ: “...mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos”.
        De repente vemos que há uma mudança, porque os eleitos passam a ter um entendimento correto acerca da missão do Senhor na terra. Veja bem que antes da conversão os pensamentos eram incorretos; que eles tinham Jesus como ferido de Deus, ou mesmo alguém que foi castigo de forma merecida. Mas agora tudo muda, porque a visão da fé passou a tomar conta dos corações: “Mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos”. Eis aí o que conta a confissão dos eleitos; eles olharam para o Salvador; eles puderam ver que ali foi pendurado o nosso perfeito substituto.
        Os eleitos são pessoas que eram perdidas, que viviam nas trevas, mas que foram atraídas pela irresistível graça. Ninguém é salvo sem esse marcante encontro que a fé tem com o Salvador bendito. Foi assim que homens e mulheres vislumbraram a cruz de antemão; eles olharam e viram Jesus no símbolo de um animal sacrificado. Foi assim que Abel foi salvo; foi assim que Adão e Eva receberam das mãos do Senhor o traje feito com a pele de um animal sacrificado. A fé no Antigo Testamento contemplava o futuro, a fé agora contempla o passado, a fim de viver sob o gozo de uma tão grande salvação.
        Deu ênfase a esse fato porque eu sei o quanto satanás empurra para longe a mensagem da cruz, a fim de por em foco outras mensagens. Se retirarmos essa mensagem seremos fatalmente levados pelos tufões do ecumenismo que avança com força em nossos dias. Tenho lidado com muitos que jamais conheceram essa confissão e que procuram atalhos nas Escrituras. Mas o fato é que cada pecador deve ser levado ao Salvador; cada pecador precisa saber que seus fardos vão continuar, se caso não forem em confissão ao Senhor Jesus. Não tem como trilhar a vida cristã enquanto não for salvo e aceito por Deus mediante essa justiça de Cristo (Romanos 5:1).
        Notemos bem que a confissão dos eleitos é um humilde reconhecimento que alguém lhes substituiu e que isso foi algo de Deus. Percebe-se que é algo sobrenatural, porque não há aqui na terra quem possa fornecer essa verdade. Isso significa que os eleitos são aqueles que realmente confessam; são os que não encobrem seus pecados; são os que foram e são atraídos pela graça ao arrependimento; são os que estavam perdidos, mas foram achados e viram a luz da cruz brilhando perante seus olhos: “Foi na cruz que um dia eu vi meu pecado castigado em Jesus”. Que incrível percepção! Que imagem gloriosa quando a fé gerada no coração pelo Espírito Santo pode contemplar o Salvador, humilde, manso e justo que ali foi pendurado, a fim de nos resgatar da terrível culpa que pairava sobre nossas cabeças.
        Outro detalhe é que, na confissão, os eleitos têm uma conclusão, clara e inequívoca: “Mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos”. Há uma teologia correta, porque eles veem tudo à luz da verdade revelada, que não foi algo feito pelo homem, mas sim por Deus: “...mas o Senhor fez cair...”. Notemos o quanto o mundo com sua religiosidade natural e supersticiosa está fora dessa mensagem e que Deus revela somente àqueles que ele há de salvar. Todos os eleitos dizem a mesma coisa; todos os eleitos cantam e contam essa redenção: “Na redenção firmado estou, meu cativeiro já findou, contente cantarei louvor ao meu glorioso Redentor

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

HUMILDE CONFISSÃO DOS ELEITOS (6)


                       
“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Isaías 53:6)
A CONFISSÃO DE COMO VIVIAM NO PECADO: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas...”.
        Os pecadores eleitos são aqueles que perceberam que trilhavam por caminhos tortuosos: “...cada um se desviava...”. Quão preciosa é a atividade em mostrar aos pecadores como foram suas vidas no pecado. É impossível conhecer a Cristo sem que antes os homens vejam sua condição de perdidos, transgressores e culpados diante de Deus. A luz da graça é forte suficiente para mostrar o triste caminho pelo qual o homem anda e que se não houver arrependimento não há como trilhar o caminho certo que leva ao céu. Na sincera confissão o convertido não inventa desculpa; não fica olhando o pecado dos outros, dos pais, da sociedade, conforme normalmente acontece. Quando o homem depara com seus pecados e sua culpa diante de Deus funciona como se ele estivesse sozinho no mundo; como se ele fosse o único culpado, e ao comparar com os outros ele se vê como o principal dos pecadores.
        O evangelho chama os homens a uma visão da glória de Deus; o grande Salvador é visto como Justo e o homem culpado. Não há confusão, porque a diferença é nítida: O Cordeiro é o puro e imaculado Cordeiro de Deus, enquanto o pobre pecador não passa de um verme culpado. Que luz radiante brilha perante Seus olhos; ele é arrancado desse sistema mundano, desse ambiente de mentiras, de fraudes do coração e de inevitável destruição. Em que miséria encontra os homens que perecem! Sem que Deus chame pecadores para essa visão particular, não há como escapar da miséria eterna que aguarda as almas impenitentes. Nessa visão do pecador vendo a cruz e o Justo Servo de Jeová como aquele que foi entregue para levar os pecados sobre Si, é que a alma confessa consegue vê toda sua vida, o que fez contra Deus, o que está pronto a fazer no dia a dia e que estará pronto a fazer até o fim.  
        Veja bem que não estou dizendo que há de confessar cada pecado, mas que sua condição de um coração vil e sujo será posto perante ele. Ele verá suas paixões, suas idolatrias, sua disposição de andar sem Deus no mundo e de odiar o Senhor. Essa é uma confissão geral e assim a alma penitente verá que sua esperança está no Seu substituto perfeito que ocupou seu lugar na cruz. Sem isso não pode haver salvação. Os judeus convictos quando levavam um animal para ser imolado pelas suas culpas sabiam bem que ali estava apenas um símbolo de uma realidade eterna. Quando ele punha sua mão sobre a cabeça do animal, ele entendia que seus pecados estavam sendo simbolicamente transferidos para uma vítima sem culpa.
        Eis aí o que significa a humilde confissão dos eleitos. Ah! Quanta brincadeira com a doutrina da salvação em nossos dias! Como vejo milhares sendo iludidos com uma falsa paz! O que acontece é que muitos recebem dos homens uma certeza de salvação que não foi obra do Espírito Santo, justamente porque não houve essa humilde confissão que vem do coração. Pouco ou até quase nada ouvimos da mensagem da cruz e da desesperadora condição do homem no pecado. Afinal, quem quer ouvir do Salvador e de uma tão grande salvação se nunca ouviu da sua miséria? Quem há de beber um remédio se nada sente de alguma enfermidade?

AS ARMADILHAS DO PECADO (5)



“Portanto, eu os julgarei, cada um segundo os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus. Convertam-se e afastem-se de todas as suas transgressões, para que a iniquidade não lhes sirva de tropeço” (Ezequiel 18:30)
A MAIS TERRIVEL QUEDA (Romanos 3:23)
        Além dos nomes que descrevem o pecado como algo terrível e eternamente desastroso, a bíblia também usa expressões que mostram o horror causado pelo pecado. Que saibamos o quanto Deus não hesita em mostrar os trágicos resultados do pecado, até mesmo para Seu povo, tendo em vista o fato que precisamos ser humildes. Ele fez assim com Israel e mesmo após a longa jornada no deserto, Moisés relembrou os acontecimentos da jornada, em especial lembrou da rebeldia do povo e da necessidade que teve de interceder diante de Deus para que a nação não fosse destruída pela ira do Senhor (Deuteronômio 9). Que saibamos o quanto é um livro não somente revelador, como também confrontador e que muitas vezes nos aterroriza com suas palavras as quais revelam nossa triste condição em Adão.
        Em Efésios vemos nas palavras de Deus as duras expressões usadas para mostrar aos crentes que a graça não os achou como pessoas finas, educadas, bondosas e religiosas. Ficamos fascinados quando lemos o capítulo 1 daquela carta e até mesmo somos levados às emoções. Mas, de repente tudo muda quando deparamo-nos com o capítulo 2. Logo de cara Paulo afirma que nós não passávamos de defuntos diante de Deus e que foi preciso a mão forte do Deus que dá vida, a fim de nos tirar dessa condição de mortos, assim como Jesus fez com Lázaro (João 11). Deus não diz que o pecado foi algo simples, que foi uma mera queda; que tornamo-nos pessoas diferentes e estranhas. O texto mostra que o pecado trouxe a morte. Não tínhamos meia vida; diante de Deus éramos defuntos, da mesma forma que vemos um defunto num caixão. É essa a condição de cada ser humano neste mundo. Nós olhamos a aparência, mas Deus vê os ossos e podridão lá dentro.
        Ainda em Efésios 2, olhando o destino eterno, eis que éramos chamados de “filhos da ira”: “...e éramos por natureza filhos da ira como também os demais (verso 3). Como pensamos diferentes! Como temos a tendência de depreciar as palavras do Senhor e no íntimo torcê-las! Somos por natureza humanistas e queremos proteger a todos, achando que Deus está sendo cruel naquilo que Ele fala. Uma das lutas insanas do engano do pecado é fazer com que os homens creem que todos são filhos de Deus; que todos os homens não merecem um sofrimento eterno. Em nossa ignorância sempre estão desejando um “bom lugar” para os que morrem e expressões são comumente usadas, a fim levar o pecador para um lugar de eterna paz: “Descanse em paz”, “vá para os braços do pai”, etc.
        Mas, quão perigoso é voltar contra as Escrituras! Somos chamados a crer que Deus é verdadeiro, fiel e justo, e nós pobres mentirosos. No texto Paulo afirma que éramos “filhos da ira” e não “filhos do amor”. Paulo quer dizer que por natureza, isto é, por nascimento, por sermos provenientes da queda, eis que nós éramos destinados à raiva de Deus; que éramos marcados para ser atirados ao furor de Deus no inferno e lago de fogo. Por natureza os homens tentam abrandar o terror da queda, mas Deus não mudou e nem pode mudar. Antes de Esaú nascer Deus afirmou que o odiava. Deus não perguntou a Rebeca ou Isaque qual era a opinião deles. Deus ignorou os sentimentos dos pais, porque isso não interessa a Deus. Nós sempre achamos no íntimo que somos melhores. Nós não entendemos o que a bíblia diz: “... mas Deus que é riquíssimo em misericórdia...” (Efésios 2:4).
        Precisamos voltar para essas verdades, porque enquanto não soubermos desses fatos, eis que seremos pegos pelas armadilhas do pecado ao longo do caminho e milhares têm partido para a destruição eterna devido à ignorância das verdades expostas na palavra de Deus.

Pregação - Salmos 110:1-7 - Parte 2 - Pr David Sena

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Pregação - Salmos 110:1-7 - Parte 2 - Pr David Sena

HUMILDE CONFISSÃO DOS ELEITOS (5)



“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Isaías 53:6)
A CONFISSÃO DE COMO VIVIAM NO PECADO: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas...”.
        Na primeira parte pudemos ver o tema de um modo geral, mas agora quero chamar a atenção, de forma particular para os eleitos. É claro que o texto mostra nossa concepção acerca da crucificação do Cordeiro de Deus; como tínhamos uma mentalidade mundana, cheia de superstição e de completa ignorância. O povo eleito foi achado pela misericórdia quando eles estavam mortos em seus delitos e pecados. Deus se ocupa em mostrar que os salvos em nada tiveram qualquer participação na obra salvadora, que éramos tão inúteis quantos os outros; que só trouxemos peso, maldade e aprofundamos o fardo para mergulhar o Senhor no sofrimento; que nossa confissão foi milagrosa e que foi Deus quem operou em nossos corações para que fôssemos tirados das trevas para Sua maravilhosa luz (Colossenses 1:13).
        Sendo assim podemos mostrar o quanto os eleitos são pessoas que conheceram o arrependimento, porquanto o arrependimento é o poder dado por Deus para que cada pecador veja a sua vida em trezentos e sessenta graus. O homem arrependido é o único que consegue voltar ao passado e ver o quanto se desviou em seus caminhos, que vivia sem Deus no mundo. Na salvação os homens são cercados pela luz da história da cruz. Sem isso não há conversão nem arrependimento. Sem conhecer o Cordeiro que foi morto em seu lugar para prover eterna redenção, o pecador continuará em seu estado de trevas, mesmo dentro de uma igreja e cheio de conhecimento teológico. No arrependimento que o homem percebe o quanto vivia iludido; o quanto estava enganado, achando que era forte, inteligente e capaz de se virar sozinho. O arrependimento leva o homem a perceber o quanto fora enganado, que estava condenado e sob o iminente perigo de ser atirado ao sofrimento eterno.
        Ora, tudo isso faz o pecador mirar o Cordeiro de Deus que foi morto em seu lugar de uma forma sincera e santa. Enquanto o homem não é salvo ele vê Jesus como um pobre coitado, enquanto ele mesmo se vê como alguém de grande importância. Mas é no arrependimento que a situação muda: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas...”. Notemos bem que sua visão é real. Ele olha agora e vê que ele mesmo era um pobre coitado; que não passava de uma frágil ovelha que sozinha seguia seu próprio caminho, sem percepção de qualquer perigo. Essa é a visão real do Senhor! Essa é a concepção correta daquele acontecimento na cruz.
        Tomo novamente os dois ladrões para mostrar a diferença real entre os dois homens. O ladrão que se converteu mostrou sua real condição. De repente ele viu aquele homem crucificado como sendo o Salvador, justo e reto. Foi ali que aquele homem se viu que andou desviado, longe de Deus. Naquele momento sua vida pregressa foi filmada num instante e assim ele abriu sua boca para confessar e obter salvação. O outro não, ele não tinha noção do que foi, não viu sua culpa, se viu injustiçado e por isso via Jesus como alguém que poderia mudar sua sorte para voltar ao mundo. O que aconteceu  é que ele morreu em seus pecados. Que diferente é a obra da salvação na vida de homens e mulheres! É tudo obra da suficiente graça!

AS ARMADILHAS DO PECADO (4)



“Portanto, eu os julgarei, cada um segundo os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus. Convertam-se e afastem-se de todas as suas transgressões, para que a iniquidade não lhes sirva de tropeço” (Ezequiel 18:30)
A MAIS TERRIVEL QUEDA (Romanos 3:23)
        Outra palavra aparece em toda Escritura para mostrar quão horrível, afrontador e pervertido é o pecado. É a palavra “ofensa”. Ela indica o quanto o homem no pecado não sente qualquer medo da presença de Deus. É como um filho viciado em drogas desafiando o pai e a mãe em palavras e atos. Muito tempo atrás, numa reunião de amigos, um homem recebeu uma bofetada da própria esposa na presença de todos. Aquele ato foi tão humilhante para aquele homem que o levou ao suicídio. Agora, imaginemos o que foi e é o pecado para Deus. Nada é feito fora da presença de Deus; o Senhor nunca está ausente; sua presença é constante em qualquer lugar, em qualquer parte do planeta ou do universo. Isso significa que o pecado em todas as suas manifestações é como um tapa na face do todo-poderoso.
        Mas é exatamente assim que os homens fazem em suas práticas malignas. Podemos ver a reação de Deus em sua compaixão; podemos ver o quanto por anos Ele demonstra paciência e suporta as maldades dos homens contra Sua santa presença. Vemos essa atitude tão bondosa e sofredora do Senhor, mostrada nos livros proféticos. Observemos o livro de Oséias, porque ali vemos Israel agindo como uma mulher descarada, a qual abandona seu marido para ir à procura dos seus amantes. Foi essa a atitude do povo de Israel em relação ao seu Deus. Qual é o homem que consegue suportar, vendo sua esposa indo com outro homem? A traição não uma verdadeira bofetada na face?
        Também vemos o horror do pecado na própria palavra “pecado”. Na prática ela significa “desvio do alvo”; ela traz consigo a ideia de como o pecado, como que embebedou a alma; como o homem ficou torto no coração e que por isso todo seu caminho se tornou tortuoso e assim incapaz de andar como Deus quer e atingir a meta de Deus. Em tudo o que o homem tenta fazer de bom na terra ele se mostrará como incapaz de fazer, porque não tem em vista a glória de Deus. Naturalmente ele pode ser boa pessoa, religioso e de bons padrões de disciplina, honestidade e bondade na vida. Porém o pecado o incapacitou de ser um santo, porque não pode ser. Por mais bondoso, honesto e de boa moral, os seus caminhos mostrarão o quanto ele é torto no viver. Mesmo que ele projete boas coisas e tenha boas intenções, nada modifica seu caminho e as veredas trilhadas por ele serão sempre vistas como veredas tortuosas.
        Outro termo aparece na bíblia, é a palavra “injustiça”. Essa palavra mostra que o homem é exatamente o tipo que de nada serve para Deus, justamente porque ele é injusto. Pode ser vista essa verdade expressada em toda Escritura. Injustiça significa que o pecado me tornou inaceitável para Deus e diante de Deus; que eu não posso entrar no céu, na minha condição proveniente de Adão. O homem como injusto precisa da justiça perfeita, caso queira entrar no céu. Paulo diz em 1 Coríntios que os injustos não herdarão o reino de Deus e em Romanos 1 ele mostra o cenário de injustiça e impiedade da parte da raça em relação a Deus e aos homens.
        Todas essas palavras revelam o perigo que cerca o homem com as armadilhas do pecado em seus caminhos. Foi por essa razão que Deus, através de Ezequiel ordena que Israel se arrependa, a fim de que as transgressões não lhes sirvam de tropeço. Os homens pensam que o pecado é algo inocente, mas cada ato no pecado é como se ele estivesse pisando numa mina; o pecado arma ciladas por todos os lados; têm arapucas e tropeços invisíveis pelos caminhos para pegar o homem. Eles não percebem o quanto vivem tombando, caindo, destruindo outros e sendo ameaçados a serem atirados à ira eterna a qualquer momento.

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Pregação - Salmos 110:1-7 - Parte 1 - Pr David Sena

AS ARMADILHAS DO PECADO (3)


                               
“Portanto, eu os julgarei, cada um segundo os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus. Convertam-se e afastem-se de todas as suas transgressões, para que a iniquidade não lhes sirva de tropeço” (Ezequiel 18:30)
A MAIS TERRIVEL QUEDA (Romanos 3:23)
        Eu morava em Uberaba quando presenciei a queda das torres gêmeas, naquele atentado terrorista, o qual ceifou a vida de milhares de pessoas inocentes. Eu nunca havia presenciado tão terrível tragédia em minha vida e parecia ser um sonho, ou mesmo um filme. Mas aquela tragédia e outras piores que aconteceram e acontecem neste mundo em nada pode comparar com a queda do pecado. A natureza do pecado é tão enganadora que os seres humanos nem sequer imaginam os horrores da queda que ocorreu no Éden. Mas a bíblia ocupa bom espaço nela para explicar o que significa o pecado, sua queda, seus atos, suas manobras, armadilhas e como manipula os homens. Sem uma intervenção divina, os homens vão ignorar isso. Vejo isso em nossos dias, como a população chamada de crente nada entende do real significado do pecado no coração.
        Ora, foi nessa condição que estava Israel nos dias do profeta Ezequiel. A nação se esbanjava na maldade e ainda assim se sentia como se nada tivesse acontecido e foi por causa disso que o Senhor trouxe essa advertência acima. Para tratar desse tema tão importante, creio que devo destacar sobre os tremendos efeitos do pecado, conforme a linguagem bíblica. Para isso tomarei algumas palavras usadas na bíblia, porque elas realçam o verdadeiro significado do que é o pecado em sua natureza e em sua prática. Tomemos o termo “iniquidade”. Esta é a palavra mais usada para falar sobre o pecado em sua manifestação através dos homens. No Novo Testamento essa palavra traz consigo a ideia de que o pecado em si é uma disposição de quebrar a lei, de desafiar o governo de Deus e de estar pronto para aniquilar suas ordens.
        Eis aí o que significa o pecado na prática. É isso o que aparece no Salmo 2, pois ali vemos os homens no mundo, como que gritando contra o governo de Deus e querendo anular todas as suas leis: “Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas”. É assim que vivem os homens no pecado, pois eles ignoram a Deus, desprezam o Todo-Poderoso e praticam seus atos malignos e perversos, ignorando completamente o quanto Deus os odeia e que serão punidos.
        O termo iniquidade é usado também para referir aos acontecimentos nos últimos dias; como satanás tudo fará através dos homens tirar toda lei de Deus da face da terra; para instituir toda maldade como atividades normais entre os homens; como tudo acontecerá para que o adultério, fornicação, roubo, assassinatos e outras atividades sejam coisas comuns na face da terra.
        Para ser ainda mais eficaz na explicação do termo, “iniquidade” significa que o homem tem dentro do seu coração toda disposição para bombardear toda lei de Deus. Para quem conhece pelo menos um pouco a história de Israel no Velho Testamento, podem entender que foi essa a disposição da nação durante os anos. O livro de Juízes, mostra que por mais de trezentos anos Israel viveu sem um rei e como individualmente cada um fazia o que bem queria fazer. Essa é a nossa história, uma história de iniquidade. Nós os crentes sabemos que bem vivíamos assim: “como ovelhas desgarrada, cada um seguindo o seu próprio caminho”.
        Essa trágica situação foi mudada porque o Pastor das ovelhas apareceu e mudou o rumo de nossa história. Ele veio e fez o que? Com Sua morte na cruz e Sua ressurreição o Senhor promoveu nossa salvação e essa salvação foi providencial para tratar com nossos pecados e nossas iniquidades: “Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada e cujo pecado é coberto” (Salmo 32:1).

HUMILDE CONFISSÃO DOS ELEITOS (4)



“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Isaías 53:6)
UMA VISÃO QUE SOMENTE OS QUE CREEM PODEM VER.
        Na mentalidade dos homens no pecado, Jesus é visto como um coitado, porque é esse o entendimento que os homens têm acerca daqueles que passaram ou passam por sofrimento.  Sem o conhecimento da verdade acerca da morte expiatória do Servo de Jeová, a tendência é criar um objeto de idolatria, porque a idolatria inerente eleva os homens acima do verdadeiro Senhor. Todo crente testemunha de como era seu viver antes; como era um cego, como vivia em plena escuridão, nada entendendo acerca da verdade. Ninguém pode ser salvo sem uma compreensão correta acerca do Filho de Deus, Ele mesmo avisou aos judeus incrédulos: “Se não crerdes que EU SOU, morrerei nos vossos pecados” (João 8:24).
        Os homens sempre esperam um milagre acontecer e se houver um Jesus que traga benefícios materiais para eles, certamente eles vão aceitar tal Jesus com prazer. Porque o Senhor multiplicou os pães, imediatamente os judeus foram procura-lo para fazer dele o rei que tanto queriam ter. Eles tinham a mesma intenção que seus antepassados tiveram quando quiseram um rei, à semelhança das outras nações (1 Samuel 8-10). Assim um Jesus conforme a mentalidade do homem será bem-vindo aos corações: “...e nós o considerávamos como aflito, ferido de Deus e oprimido”. Ao entrar no mundo o Senhor causou esse espanto na mente do povo. “Quem é esse?” Toda glória do Senhor estava oculta aos olhos da população e ninguém o entendia, até que Deus mesmo abrisse os olhos.
        Notemos o ladrão na cruz, porque ele estava junto com seu colega zombando do Senhor e buscando uma resposta para a angustiante situação na qual ambos se encontravam. Mas, de repente tudo mudou para o ladrão que foi salvo. De repente seus olhos foram abertos e ele viu que perante Ele estava o Salvador bendito, Aquele que fora prometido deste o princípio. Os olhos da alma foram abertos e a confissão veio em busca do socorro eterno (Lucas 23). Notamos que foi assim que ocorreu com todos que tiveram um encontro de salvação com o Senhor. Aquela mulher adúltera (Lucas 7), ela entrou com ousadia na casa de Simão, porque sabia no íntimo que era o Senhor da glória que ali estava e que era o único que podia lhe perdoar e purificar dos seus pecados.
        Não foi o mesmo que aconteceu com Mateus? Como alguém deixaria o serviço de uma vez, a fim de seguir a Cristo? Algo ocorreu naquele homem, porque ao ouvir o chamado do Senhor, ele não pediu um tempo, imediatamente obedeceu, passando a segui-lo. Uma ausência de conhecimento do Senhor Jesus, como sendo Ele o enviado do Pai ao mundo para salvar perdidos, em nada mudará o coração do homem. Somente o poder Dele pode brilhar no coração; somente o poder Dele para fulminar o velho homem e fazer nascer o novo homem. Somente o poder Dele para atrair pecadores para Si, caso contrário os homens fugirão Dele, porque O odeiam. O evangelho sem o poder de Deus nenhum poder terá em mudar o coração pervertido e idólatra do homem no pecado.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

HUMILDE CONFISSÃO DOS ELEITOS (3)



“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Isaías 53:6)
UMA VISÃO QUE SOMENTE OS QUE CREEM PODEM VER.
        O que vemos primeiramente é o povo eleito de Deus dando sua opinião acerca daquele Servo sofredor que aparece crucificado. Quem é Ele? Ninguém pode explicar quem é Jesus, senão o próprio Deus. Antes da nossa conversão pensávamos também como o mundo pensa; talvez houvesse em nós um pensamento mais refinado, mais polido acerca do Salvador crucificado: “...e nós o reputávamos como aflito, ferido de Deus e oprimido...”. Essa conclusão é o melhor que pode ser extraído do homem natural acerca do Filho de Deus. Por que isso? A razão é que o Senhor Jesus é completamente estranho à mente dos homens, assim como o Maná, a comida do deserto ergueu a interrogação na mente do povo: “O que é isto?” (tradução da palavra hebraica “Maná”).
        Mas o mundo é assim. Normalmente, o que os homens pensam acerca dos seus ídolos é também o que eles pensam acerca de Jesus. Olhemos as imagens produzidas pelas artes da idolatria, como elas aparecem com um ar de tristeza. Para o mundo é isso que faz sentido. No tocante a Jesus o mundo procura criar a imagem de um ser sofrido, que causa dó. Foi esse mesmo pensamento que os eleitos tiveram do Senhor, de alguém martirizado e oprimido. Para a mente natural é alguém assim que transmite bênção e que pode trazer solução aos nossos problemas aqui. Vemos que o mundo sempre toma alguém que sofreu e morreu para ser marcada como transmissora dos recados abençoados de Deus aos homens, um tipo de mediador das graças de Deus.
        Os homens têm Jesus como um pobre ser. O sofrimento na cruz foi um acontecimento apenas físico. Eu não assisti o filme de Gibson sobre o sofrimento e morte de Jesus, mas ele encravou no filme exatamente o que o mundo em sua incredulidade pensa, de um sofrimento desumano (e de fato foi). Porém, está oculto aos olhos do mundo o fato que Jesus é o Cordeiro de Deus, enviado do céu com a missão de salvar perdidos do pecado. O mundo desconhece a linguagem de Deus talhada nos tipos e nos símbolos do Velho Testamento, como um cordeiro era morto e a razão daquela morte. Noutras palavras, a verdade real, gloriosa e triunfante estará para sempre oculta deste mundo. Num filme como o de Mel Gibson.
        Notemos de perto a linguagem do povo eleito no tocante as aflições do Servo de Jeová, porque está juntamente com a multidão com uma ideia errada acerca do sofrimento do Senhor: “...e nós o reputávamos como por aflito...”. Noutras palavras, “era assim que nós pensávamos acerca dele. Não foi assim que os judeus pensavam acerca do Senhor? Aquele Nazareno, cuja presença física não era atrativa, de família pobre, etc. Na visão dos pensamentos judaicos, nada havia nele que fosse aceitável. Eles agiram assim também quando escolheram um rei e Deus fez com que um homem (Saul) de bela aparência fosse exposto perante eles e assim imediatamente houve uma aceitação geral (1 Samuel capítulos 9 e 10).
        Tudo isso aparece para nos ensinar o quanto a mentalidade humana é diametralmente oposta ao que Deus faz, conforme Ele mesmo diz em Isaías 55: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos e os meus caminhos não são os vossos caminhos”. O mundo mudou? Não! É o mesmo! Se satanás puder criar um elemento ainda mais atraente e por o nome de Jesus, o mundo vai aceita-lo prontamente.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

HUMILDE CONFISSÃO DOS ELEITOS (2)


                       
“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Isaías 53:6)
UMA VISÃO QUE SOMENTE OS QUE CREEM PODEM VER.
        Será que o povo eleito pode ser visto antes mesmo de eles serem salvos? A bíblia porventura mostra isso? Claro! Nós estamos lidando com Deus e a bíblia é a Palavra Dele, por isso não fiquemos surpresos com Suas maravilhas operando no tempo: Passado, presente e futuro. Aliás, a comunicação de Deus neste mundo através daquilo que foi escrito é dirigida ao povo eleito e no tempo certo, quando eles passam a possuir olhos para ver e ouvidos para ouvir, eles vão entender. Foi assim que Ele comunicou com Israel em todo Velho Testamento. Quando Deus lidava com o povo rebelde e ímpio da nação era através de julgamento e destruição, mas quando Deus lidava com Seu povo escolhido em Israel, vemos como Suas palavras transmitem Suas emoções, amor e disposição de salvar esse povo.
        Por exemplo, em Jeremias 2 Ele fala que o povo Dele cometeu duas maldades e quais palavras Ele usa? “Meu povo”. Ainda mais no capítulo 3 Ele fala em tom de misericórdia que mesmo que Seu povo houvesse prostituído com muitos amantes (ídolos), Ele estava pronto a recebe-lo. Para muitos parece que estou sendo radical ao expor assim a doutrina da eleição, mas a verdade é exatamente essa que Deus lida com quem tem ouvido para ouvir (Apocalipse 2 e 3). Notemos como há uma associação desses fatos com a linguagem de Deus. Quando Deus chamou Jeremias para o ministério profético Ele lhe disse: “Antes que nascesses eu te consagrei, e constituí profetas às nações” (Jeremias 1:16). Tem muito mais para mostrar aos meus leitores o fato que Deus comunica com Seu povo de antemão. Paulo fala sobre isso em Romanos 11, onde afirma que Deus de antemão conheceu Seu povo. E ainda em João 10 Jesus, na linguagem figurativa fala sobre o relacionamento Dele com Suas ovelhas: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem”.
        Ora, tudo isso é para mostrar como Deus fala com Seu povo e como os eleitos falam antes mesmo de que eles individualmente se tornem salvos. Tendo essas verdades na mente, precisamos ver agora a passagem de Isaías 53, porque às vezes pensamos que é o profeta que está falando e na verdade não é ele. Temos nesse maravilhoso capítulo o profeta falando, os eleitos falando e Deus falando, só precisamos discernir pela linguagem. A mensagem é uma profecia sobre os acontecimentos que envolveram a crucificação do Servo de Jeová, o braço direito do Senhor. Quem estava perante a Cruz? Uma multidão de homens e mulheres que gritavam em apoio à crucificação do Justo Cordeiro.
        Mas a bíblia em Isaías 53 vai além do que vemos nos acontecimentos narrados nos 4 evangelhos. Para a impiedade, satanás e seus demônios vemos estampados neles o ódio mortal contra o Filho de Deus. Mas quanto ao povo escolhido, qual era a mentalidade que tinham sobre o Varão de dores, que soube o que é padecer? Não era um pensamento vil e arrogante,  que mostra nossa concepção errada da vida? Não é verdade que andávamos em trevas, sem qualquer entendimento da verdade, conforme Deus nos mostra? Não é verdade que vivíamos na ignorância e sem Deus no mundo?

AS ARMADILHAS DO PECADO (2)



“Portanto, eu os julgarei, cada um segundo os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus. Convertam-se e afastem-se de todas as suas transgressões, para que a iniquidade não lhes sirva de tropeço” (Ezequiel 18:30)
INTRODUÇÃO:      
        Na primeira página não pude dar uma explicação completa sobre as atividades corrompidas de Israel nos dias de Ezequiel. Tomei o capítulo 22, porque é a passagem clara onde Deus mostra os acontecimentos que marcavam a corrupção da nação e como tudo indicava que o justo juízo de Deus cairia sobre aquele povo. Mostrei as horrendas práticas de idolatrias e como esse pecado dá o pontapé inicial para práticas abomináveis. Vimos o quanto a lei sobre a obediência e honra aos pais eram claramente quebrada, porque quando há ausência de amor a Deus, o lar vem em seguida na ordem de destruição. Lemos ali também a respeito da ausência do culto a Deus; aliás, como dar a Deus as honras e os louvores quando o povo está voltado às suas idolatrias? E por fim vimos as práticas deliberadas de perversidades praticadas uns contra os outros. Não esqueçamos que essas coisas sempre ocorreram e ocorrem num ambiente preste a ser destruído por Deus. É o que vemos acontecendo em nossos dias. Mas o capítulo 22 de Ezequiel tem mais 3 assuntos perplexos mostrados a nós.
5.     Imoralidades abomináveis (verso 10). Há no coração do homem um anseio pelas práticas abomináveis na vida sexual. Deixados soltos, os homens estão prontos para atividades bestiais. Esses atos perversos foram motivos pelos quais Deus ordenou que os moradores das cidades de Canaã fossem destruídos sem qualquer piedade, como agiu em destruir Sodoma e Gomorra (Gênesis 19). As mesmas práticas aconteciam em Jerusalém, cidade onde esperavam a prática da justiça, eis que agora estava pronta para ser sepultada nas cinzas do juízo de Deus.
6.     Torpe ganância (verso 12). Era o anseio pelo luxo, por ter o que os outros tinham; o desejo pelas riquezas, a fim de gastar com seus pecados. O leitor pode ver que essas coisas acontecem em nossos dias. Sabemos que elas estão no coração dos homens; estão ocultas ali, porque o homem é assim e está pronto para coisas piores. Chega o momento quando os homens não conseguem esconder seus anseios pelo mal. Chega o momento quando as maldades saem pela boca e transborda na prática. Quando isso acontece é sinal de que Deus está na posição de punir uma nação, de arrancá-la da face da terra, ou mesmo de entrega-las nas mãos dos perversos, assim como ocorreu com Jerusalém e toda Judá.
        O que temos de fazer em nossos dias? Não é verdade que precisamos de mais profetas? De mais homens que se levantam para denunciar a maldade, conforme a bíblia manda? Não é verdade que neste momento precisamos de homens santos, cheios da compaixão de Deus venham mostrar o quanto a misericórdia de Deus está pronta para agir, caso os pecadores se arrependam? Temos que denunciar o pecado e mostrar que não há bênção na maldade; que Deus jamais irá inocentar o culpado e que o dono do céu e da terra está pronto para punir os homens, caso suas maldades chegam até o céu, como vemos acontecendo em nossos dias. A história conta o que Deus já fez com várias nações, como elas foram extirpadas da face da terra, devido a ira de Deus.
        Qual a mensagem que mostra a misericórdia de Deus? É a mensagem do evangelho, pregado da maneira como Deus quer que seja pregado. No evangelho há tudo o que os homens precisam saber e toda munição devida para atacar o mal. Quero aproveitar o máximo estas páginas a fim de encher os corações com a história do amor de Deus à procura de um povo rebelde. Mesmo diante de tanta sujeira, o Senhor ainda sai à procura de homens e mulheres arrependidos.


terça-feira, 3 de dezembro de 2019

AS ARMADILHAS DO PECADO (1)


                                               
“Portanto, eus os julgarei, cada um segundo os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus. Convertam-se e afastem-se de todas as suas transgressões, para que a iniquidade não lhes sirva de tropeço” (Ezequiel 18:30)
        INTRODUÇÃO:      
        Não tenho dúvida que essas palavras que foram dirigidas a Israel por meio do profeta Ezequiel é a mesma mensagem que a atual geração precisa ouvir. Se Deus falou com o povo considerado ser um povo Dele, o povo da aliança, quanto mais precisam ouvir as nações ímpias e perversas. As maldades naqueles dias eram encobertas aos olhos dos sacerdotes e da população, mas Deus as via e declarava o que homens e mulheres faziam e depois em pleno orgulho diziam que nada fizeram de errado.
        Não é verdade que presenciamos o desenrolar de uma época de escândalos e maldades cometidas à luz do dia e com um povo que está se sentindo bem com isso? Tudo satanás tem feito para que todos se sintam felizes no pecado; tudo é feito para que haja novas religiões e novos mestres espirituais que “abençoem” o viver tortuoso dos homens e assim fazê-los felizes no pecado. Conta-se de um homem que ficou bêbado e entrou no zoológico onde trabalhava e passou a brincar com uma serpente venenosa, até que foi picado e foi levado para o hospital onde morreu. Não é assim que os homens vivem hoje? Da mesma maneira os homens hoje brincam com o pecado como se estivesse brincando com um bichinho de estimação. Por essa razão foi que Deus puniu Israel nos dias de Ezequiel. A misericórdia divina enviou profetas para que avisassem à nação do perigo, caso não se arrependesse.
        O cap. 22 de Ezequiel narra o aglomerado de maldades praticadas pela nação, e quando analisamos os acontecimentos que envolviam aquela nação naqueles, vemos que o pecado sempre foi o mesmo e que corrompe, destrói e traz a justa punição de Deus aos povos. Vejamos as atividades imundas de Israel naqueles dias e vamos comparar com o que acontece perante, conforme divulga a televisão e as redes sociais.
1.     Idolatria e assassinato (3). É impressionante o quanto o pecado puxa outro pecado. A idolatria é a mãe de todos os outros males; o idólatra ignora a glória de Deus e inventa uma divindade para si e quando isso ocorre os homens se tornam assassinos em potencial. Se não houver amor a Deus, inevitavelmente não haverá amor ao próximo.
2.     Desprezo aos pais e abandono aos necessitados (7). Veja bem que o que ocorria na sociedade de Israel é o que acontece em nossos dias. Notemos que a lei de Deus é radicalmente quebrada com uma desonra proposital aos pais e em seguida há um abandono aos necessitados, porque o egoísmo opera nos corações, com todos à busca de seus próprios interesses.
3.     Desprezo do culto a Deus (8). Claro que a população parecia religiosa, mas a verdade é que não passavam de hipócritas, pois por fora pareciam que amavam a Deus, mas por dentro O odiavam, por essa razão eles achavam refúgio nos falsos mestres, os quais lhes ensinavam o caminho que eles tanto queriam curtir. Não é assim em nossos dias? Não é verdade que desprezam o culto a Deus, culto que é realizado por homens e mulheres piedosos? Não é verdade que desprezam a palavra de Deus e vão à busca de pastores segundo o coração deles?
4.     Práticas deliberadas de perversidades contra o próximo (9). Nessa condição os homens parecem amigos, mas o que realmente acontece é que eles armam ciladas uns contra os outros. Com isso a desconfiança aumenta e a insensatez prospera, porquanto ninguém percebe as manobras de malícias, até mesmo ocorrendo nos meios evangélicos. Que o Senhor use Sua palavra para nos fortalecer e nos livrar dos perigos terríveis que envolvem esta atual geração!