sexta-feira, 31 de março de 2017

O REI DA GLÓRIA (2)

Salmo 24
O REI DA GLÓRIA É SOBERANO CRIADOR (verso 1)
        Tendo dado uma rápida introdução vamos agora aos detalhes daquilo que o Espírito Santo almeja passar para nós – seu povo. Que nossos olhos da fé estejam abertos! Que grande seja nosso entusiasmo em aprender os mistérios do evangelho, considerando-os infinitamente melhores que qualquer tesouro terreno. Que sejamos diferentes deste mundo, que nossa busca seja por coisas excelentes e eternas; que nossa roupagem espiritual demonstre que pertencemos a um reino diferente, maravilhoso, de amor, justiça, retidão e glória – o reino de Deus.
        Começamos vendo o quanto Deus é colocado no seu trono de glória e exaltado como criador e dono absoluto de tudo: “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aquilo que nele existe”. Creio que essa declaração não somente glorifica o Senhor, como também mostra a falácia de satanás e dos homens em querer roubar a glória que pertence a Deus. Quando pensamos que o mundo acadêmico melhorará os homens, tirando-os da ignorância e da miséria, vemos com tristeza o quanto isso é mentira. Satanás em nada mudou seu plano de querer roubar a glória da criação para si. Os homens agem da mesma maneira, porque no pecado cada é um diabo, querendo tomar para si os direitos absolutos de Deus. Nesse salmo nada o Espírito Santo toca no que concerne aos céus, as estrelas, o firmamento, o sol, etc. O Salmo 24 envolve a glória de Deus apenas com a terra, o mundo e os homens, declarando firmemente que tudo pertence a Deus; é a “terra e a sua plenitude, o mundo e os que nele habitam”.
        Não precisamos ver além do planeta onde habitamos, porque basta uma insignificante obra da criação para que vejamos e saibamos o quanto os homens não passam de sombras que passam, de meros mosquitos indefesos. Cada detalhe da criação está impresso com a glória do criador e timbrada de sua divindade. Então, não tem como burlar essas coisas; não tem como adulterá-las nem muda-las. O que Deus faz é mostrar o quanto os homens são inúteis, incapazes e miseráveis diante de tantas maravilhas que superam todo nosso pensamento. Mas o fato é que o conhecimento recebido pelos cientistas faz com que seus corações fiquem ainda mais endurecidos e obstinados. Devido a dureza do coração eles se exaltam, ao invés de exaltar o criador e engrandece-lo; eles se elevam querendo tomar a glória para si mesmos e se envolvem na loucura de usar a posição para chefiar o planeta, achando que são capazes de guarda-lo e preservá-lo.
        Não tenho intenção de entrar nesses detalhes da ciência, mas sim naquilo que o texto do salmo 24 quer nos ensinar. A lição número um é que a terra é do Senhor, porque foi ele quem a criou, e Deus não faz um mínimo esforço para mostrar os detalhes disso em sua palavra. A bíblia é um livro endereçado aos que creem e não à incredulidade dos arrogantes. Deus não estima o homem só porque é cientista. A cabeça de ouro de um homem tem valor de barro para aquele que tudo criou. A história da criação foi entregue aos que creem e somente a fé dirá que a glória pertence ao Senhor. A verdade é que Deus está dizendo que tudo lhe pertence, que é direito dele, que ele cuida de cada detalhe, que não precisa do homem para proteger essa criação e que nem mesmo a terra está pedindo socorro aos homens. Cada detalhe da criação, mesmo aquilo que parece ser tão insignificante aos nossos olhos veio da palavra perfeita do maravilhoso criador.
        Digo mais que o Senhor não abandonou sua criação, pelo contrário, sua face santa está naquilo que foi criado e cada detalhe declara sua glória, proclama louvores a ele e não aos homens. Não há nada aqui que qualquer homem, por mais poderoso que seja possa criar ou sequer imitar. A criação está declarando que é impossível fazer qualquer coisa que seja até mesmo um pouco melhor do que o original. Então, segue-se que é ridículo que o imperfeito possa mudar o que é perfeito.

O TOQUE SALVADOR DE JESUS (8)

“E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra” (Mateus 8:1-3)
O PODER SALVADOR DO SENHOR.
        Agora é o momento para que vejamos a atuação graciosa e bondosa do Senhor, como aquele que se humanizou se identifica perfeitamente com nosso sofrer aqui e que está pronto a livrar os contritos dessa condição tão vil, onde o pecado os colocou. Foi assim com aquele leproso, é assim com todos que o buscam de coração. Não podemos ignorar isso, porque se não conhecermos nossa miséria, certamente estaremos prontos para escutar a voz da serpente, a qual constantemente quer nos manter sob o engano de quer nós somos bonzinhos e que merecemos tudo o que há de melhor aqui e na eternidade.
        A primeira lição trata-se do fato que nosso Senhor se identificou conosco, seres caídos. Claro que ele não se identificou com nossos pecados, mas sim com nossa humanidade. Aquele leproso percebeu isso imediatamente, pois assim que contemplou a presença do Senhor, eis que logo confessou sua fé nele, sem que duvidasse nem um pouco desse amor. Sem essa compreensão da humilhação do Senhor, eis que os homens jamais entenderão o que significa se humilhar perante Deus. A ênfase do movimento ecumênico moderno tem em vista exaltar o homem, como percebemos em nossos dias, por essa razão é quase impossível achar um perdido em nossos dias. O que vemos hoje são homens e mulheres encontrando nas religiões modernas, meios para lidar com seus pecados, sem qualquer ligação com os santos e legítimos meios conquistados por Cristo na cruz. Mas é importante saber que a glória eterna de Cristo e sua humilhação são os ensinos fundamentais na obra da graça para a salvação dos homens. Cristo é Deus – Homem. O humilde Nazareno veio do céu à terra, a fim de buscar perdidos.
        O cristianismo é essencialmente constituído de homens e mulheres humilhados, que reconheceram sua condição pecado, mas que foram envolvidos pela história da redenção, acerca daquele que jamais conheceu pecado, mas que foi feito maldição em nosso lugar. A lepra é uma figura bem simples do pecado, por isso quando homens sentem sua miséria, eis que seus lábios imediatamente confessam e invocam o nome do Senhor para a salvação. O cristianismo moderno não passa de ser um ajuntamento de homens e mulheres unidos no orgulho do pecado e declarando que não são tão caídos assim. Eles estão unidos, proclamando que têm no coração muito para dar para Deus e que são incrivelmente “espirituais”. Na ignorância deles, estão acreditando que Deus está sendo movido pelos seus cultos e adoração. Realmente, nunca houve tanta necessidade da pregação da verdade como em nossos dias.
        Mas a palavra de Deus ressalta o fato que Cristo amou e não que o homem amou. Os crentes sabem que conseguem amar uns aos outros porque Cristo lhes amou primeiro. O pecado não está associado a qualquer bondade; o pecado não tem qualquer lugar para justiça, retidão, santidade e graça. O pecado está ligado à iniquidade e à morte. Sem Cristo o homem é um réu marcado e sentenciado para ser lançado como lixo para o inferno. Deus não vê nada, absolutamente nada no homem que o impulsiona a ter prazer nele, mas sim ódio. Não adianta tentar buscar atalhos; não adianta tentar encobrir a situação. O que somos? De onde viemos? Para onde vamos sem esse salvador? Ele está perto agora, por isso quão importante é que os pecadores não fujam, mas que humildemente se aproximem, aproveitando da força dele para lhes libertar da imundície do pecado, assim como ele já tem feito com milhares que se arrependeram e creram de todo coração.

quinta-feira, 30 de março de 2017

O REI DA GLÓRIA (1)

Salmo 24
INTRODUÇÃO:      
        A função principal das Escrituras é a exaltação da glória de Cristo; a luta maior do diabo, do mundo e dos homens incrédulos é destronizá-lo. Não devemos esquecer que neste mundo estamos diante dessa batalha; que o mundo jamais há de querer exaltar Cristo como o Senhor da glória. Essa mensagem majestosa como vemos nas Escrituras não tem qualquer aceitação no coração dos homens, por causa da sua natureza corrompida e voltada a si mesma. A exaltação de Cristo como o Senhor da glória é motivo do ódio tremendo de satanás, por isso ele faz o que está fazendo hoje, lutando para engrandecer um cristo medíocre, aceito na mente supersticiosa e idólatra dos homens e até mesmo dentro da igreja esse Jesus mundano e ecumênico tem sido exaltado e colocado como centro das atenções religiosas.
        O que devemos fazer diante de uma situação dessa? Não é necessário que façamos o que Elias fez diante do povo de Samaria e perante os olhos dos falsos profetas? Não é o momento para que exaltemos biblicamente nosso Senhor? Não é um momento especial para que homens e mulheres sejam tomados de temor e tremor perante a majestade celestial? Não é o momento para que o altar erigido pelo mundo seja despencado e a glória da palavra de Deus seja manifesta? Oh! Como me sinto tão pequeno diante da grandeza do meu Senhor! Como posso eu falar dele? Terei palavras para descrever sua majestade? O que posso fazer é tomar o Salmo 24 e esforçar para mostrar quem ele é perante os olhos daqueles que são atraídos à verdade revelada. Estou certíssimo que os verdadeiros crentes amam a Cristo e querem conhece-lo mais, a fim de glorifica-lo melhor no viver.
        Creio que o Salmo 24 foi nos dado para que cheguemos nesse santuário de forma humilde, reconhecendo nossa miséria e a grandeza daquele que é descrito no Salmo anterior como sendo nosso Pastor, o qual veio ao mundo porque compadeceu dessas frágeis e errantes ovelhas. O Salmo 24 aparece para que nós elevamos nossos olhos pela fé e contemplemos esse soberano Senhor; que vejamos seu trono de glória; que ele em nada precisa de nós para ser o que ele é – soberano e autossuficiente. Os santos amam o Senhor, porque reconhecem ser ele seu salvador e Senhor. Os santos o admiram porque foi ele quem se tornou Homem por amor aos homens caídos; os santos querem conhece-lo melhor, porque ele se identificou conosco, tornando semelhante a nós em tudo, com (exceto no caso do pecado); é ele nosso motivo de felicidade; nosso amigo fiel que nos guia de forma amável, cheio de ternura, consolo e admoestação sábia. E mais do que tudo, um dia vamos vê-lo face a face e seremos semelhantes a ele.
        Mais do que tudo, o Salmo 24 nos convoca a ver sua atuação neste mundo; como esse Salvador age soberano e poderosamente para salvar os perdidos. Vemos como sua voz atua, sua ordem prevalece contra o poder do pecado e da morte; como ele age de tal maneira que satanás e os poderes das trevas se afastam. O Rei da glória age assim no meio dos homens. Não cremos num evangelho frágil, tosco; não confiamos, jamais no poder do homem para tomar uma decisão para Deus. Cremos sim que os seres humanos caíram, tombaram em Adão; que a morte prevaleceu de tal maneira que agora mesmo eles estão mortos, jazem na tumba do pecado e que satanás se aproveita do estado natural deles, a fim de usá-los e manipula-los em seu reino de mentiras.
        O que seria dos homens se não fosse esse Salvador? O que seria dos pecadores? Eles não podem se salvar; eles estão algemados e amordaçados nessa mais aterrorizante prisão. São terríveis seus algozes, porque não somente satanás os domina e escraviza, como a morte os mantém presos, fazendo com que eles cheirem mal. Voltemos para o Salmo 24 e vejamos como age poderosa e soberanamente o Rei da glória neste mundo em salvar os seus.

O TOQUE SALVADOR DE JESUS (7)

“E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra” (Mateus 8:1-3)
ATITUDE DO PECADOR DIANTE DE DEUS: “...adorou-o...”
        Outra lição digna de nossa observação está no fato que aquele leproso reconheceu a soberania do Senhor, pois numa confiança inigualável declarou: “Se quiseres, podes purificar-me...”. A fé verdadeira não duvida, jamais; a fé verdadeira é humilde e reconhece que o Senhor pode realizar o que ele bem quiser. Naquele homem houve essa evidente atitude. Noutras palavras ele estava como que dizendo: “Eu sou leproso, mas o Senhor é Deus e contigo está o poder de curar e assim deixar-me completamente limpo meu corpo desse mal que me aflige. Não tenho qualquer dúvida disso; tudo está no teu querer, por isso creio que se tu quiseres tu podes operar a cura imediatamente”.
        Que lição maravilhosa de fé! Assim é com o pecador que se aproxima do Salvador em plena certeza de que ele é realmente aquele que salva. A fé não duvida do Senhor; a fé se aproxima crendo na soberana atuação do Senhor em buscar e salvar o perdido; a fé crê no poder do Senhor em tratar com todo pecado, porque sabe que para isso ele veio ao mundo e que ali na cruz pagou o preço altíssimo; a fé aproxima com doce confiança, submissa à doce vontade do Senhor: “Se quiseres...”. Noutras palavras, o pecador se aproxima em firme confissão, convicto de sua grave situação e que não há qualquer poder em si mesmo para tratar com seus pecados, mas que ali sim, está Jesus, o Salvador enviado pelo Pai ao mundo e apto para lidar nossos miseráveis e terríveis pecados. A fé está plenamente certa do poder do Senhor: “...podes purificar-me”.
        Que humildade perante o Salvador! Que submissão ao Senhor! Que certeza absoluta do seu grande amor e da sua competência para salvar. Muitos pensam que são humildes quando reconhecem seus pecados, mas não veem em Jesus a capacidade para salvá-los, por isso não se aproximam e vivem à busca de outros meios para a salvação. Isso é ignorância e manifestação de orgulho próprio. A fé que salva não crê no salvador pela metade; não quer Jesus e outros salvadores. Para o pecador que se aproxima de todo coração só há um mediador; só uma ponte que liga o pecador a Deus; só há um sumo-sacerdote que intercede a Deus pelos perdidos. O ladrão na cruz se converteu porque imediatamente reconheceu ser Jesus o Justo, um inocente ocupando o lugar do culpado, por isso imediatamente fez sua petição para ser salvo.
        Oh! Quanto precisamos ver essa manifestação de uma fé simples e confiante no Filho de Deus em nossos dias! A fé bíblica já vem com seu “diploma” de inteira confiança em Deus, porque a fé não vem do homem, mas do Espírito Santo. A fé verdadeira não se estriba em si mesmo; não está firmada nela mesma; não está confiante que tem poder em si mesmo. A fé verdadeira chega como um mendigo, sua mão está vazia, estendida ao salvador. A fé não tem suporte em si mesmo, mas chega para agarrar-se ao “cabo de aço” dessa salvação. A fé verdadeira nunca fará de si mesma seu próprio meio de salvação. Sua “arca” será feita, porque confiou no Senhor para sua segurança; há de tomar a chave certa, porque ela lhe foi entregue; há de aproximar do Senhor e salvador, e nunca ficará sozinha, distanciada, confiante nela mesma.
        Por essa razão os pecadores humildes, contritos e confessos são convidados a chegar ao Salvador bendito, para obter dele essa plena e segura salvação, porque ele realmente está pronto para salvar; esse é seu serviço, porque para isso veio ao mundo.

quarta-feira, 29 de março de 2017

PLENA SATISFAÇÃO EM CRISTO (10 de 10)

“Alegrai-vos no Senhor e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos os que sois retos de coração” (Salmo 32:11)
AMPLIANDO A SATISFAÇÃO NA SANTIDADE DE DEUS: “...exultai vós todos os que sois retos de coração”.
        Para encerrar essas breves explicações sobre esse tão rico e precioso texto, quero ampliar ainda mais o que realmente significa essa satisfação em Deus. Digo e afirmo que quando os retos de coração acham em Deus todo e total motivo para exultação, até mesmo o viver social participa dessa maravilha que enche de prazer o coração santificado. Fomos chamados a iluminar o mundo da doçura do Senhor; fomos eleitos para cobrir silenciar as trevas e fazer o mundo sentir o efeito da presença do céu aqui, assim como os cativos judeus cantavam hinos, enquanto caminhavam para o exílio, fazendo com que seus algozes pedissem que eles entoassem mais os cânticos de Sião. Sabemos que o mundo vai de mal a pior; sabemos que este sistema maligno não vai mudar; que satanás tem seus escravos em sua mão e que manipula as mentes e emoções dos homens no pecado. Mas sabemos por outro lado que essa alegria do céu na terra faz com que os homens olhem os crentes como pessoas incríveis, diferentes e dignas de confiança. Um viver de justiça num mundo injusto, combinado com os louvores de um coração satisfeito, sem dúvida alguma trazem ao mundo as verdadeiras cores do real sentido de viver.
        Também, até mesmo a criação sente a felicidade do Criador no viver dos salvos. Não há mais lugar para a miséria, indignação, desgostos, amarguras iras, vingança, gritaria e outras atividades resultantes do pecado. No céu tudo é gozo, regozijo e verdadeira festa da glória dos salvos. Aqui se torna um pedacinho do céu na terra, quando os salvos desfrutam da alegria do seu salvador. Significa que agora tudo é belo ao derredor e que tudo se fez novo; que toda criação bate palmas e exibe suas cores derivadas da criação santa. Notemos que quando Jesus estava no barco, bastou que ele ordenasse e o mar se aquietou imediatamente. Bastou que ordenasse sua bênção sobre os pães e os peixes para que multiplicassem, vindo a alimentar aquelas milhares de pessoas.
        Também, significa que agora tudo é motivo de júbilo e de intensa alegria. Basta o real entendimento da tão grande salvação, para que tudo mude na vida do povo de Deus. Eles são as estrelas do céu na terra; eles são os filhos de Deus no meio dos filhos do diabo; eles são os herdeiros dos céus, num mundo cheio de homens e mulheres que vivem na miséria, sob o engano e mentiras do diabo. Eles são os proclamadores da verdade, num mundo infestado de mentiras. Então, quando os santos entendem no coração o real significado da salvação, não há dúvida que todo esse sistema enganador é abalado. Israel tirado do Egito abalou o mundo naqueles dias; a igreja primitiva abalou a sociedade e mundo, colocando tudo no seu devido lugar. Por que não agora? Não precisamos de nenhuma motivação externa para sermos cheios de júbilo e de exultação, transmitindo isso no viver e nos cultos.
        Finalmente, digo e afirmo que tudo isso é conquistado pela fé. Não há lugar para a carne e a entrada do fogo estranho deste mundo. Os santos arrancam a felicidade, o júbilo e exultação nos fatos da tão grande salvação; eles olham as Escrituras e ouvem com prazer a mensagem da cruz; eles crucificaram a carne com suas paixões; eles abandonaram o mundo com seus prazeres, a fim de mirar aquele que veio ao mundo para torna-los povo seu. Não é bela essa história? Não é maravilhoso o fato que Deus está chamando pecadores arrependidos, a fim de que conheçam essa história da salvação em suas vidas, pelo perdão e purificação de seus pecados? Não é o momento para que o povo de Deus venha a se erguer em júbilo e fazer tremer esse reino de trevas, a fim de que o reino de Deus mostre ao mundo o quanto é maravilhoso o Senhor em suas obras no meio dos homens?

O TOQUE SALVADOR DE JESUS (6)

“E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra” (Mateus 8:1-3)
ATITUDE DO PECADOR DIANTE DE DEUS: “...adorou-o...”
        Aquele leproso mostrou o que todo pecador arrependido e sinceramente confesso faz quando vai a Cristo. Adoração ao Senhor é sinal de reconhecimento da sua glória e do seu Senhorio; é sinal de temor, de que está perante a face do todo-poderoso. A fé age assim, se subordinando a Cristo e mobiliza todo ser à devoção e à adoração. A fé genuína nunca agirá com atrevimento, de forma obstinada e arrogante. Quantos hoje pensam enganosamente que podem manipular o Senhor! Milhares estão tentando esconder seus pecados, tentando por fora mostrar que tudo está bem. Não pode haver salvação enquanto o pecador não se humilhar, reconhecendo ser ele um verme, digno de condenação, e reconhecendo o fato que Cristo desceu do céu, a fim de vir a este mundo à procura de perdidos e condenados.
        Não somente isso, o leproso também abriu sua boca e mostrou ser submisso ao Senhor. Ele trata Jesus como Senhor e não como um mero mestre ou profeta. Ele diz: “Senhor, se quiseres...”. Uma mera decisão não traz salvação ao homem. Jesus é Senhor e desceu do céu para ser salvador e Senhor; desceu para dirigir a vida de homens e mulheres; desceu para destruir as forças controladoras das trevas e libertar milhares dessa terrível escravidão, a qual tem levado milhares à miséria aqui e na eternidade. Ele desceu do céu para mostrar que sua função é mais do que salvar e dar certeza da salvação, como também entrar no coração e liderar a vida dos seus eleitos. O leproso confessou seu senhorio, mas milhares hoje nem sequer querem ouvir acerca disso. Para muitos Jesus é o Salvador, mas nada querem como alguém que veio para ser Senhor de uma raça de homens e mulheres, feitos por Deus nova criação.
        Notemos bem que Jesus é chamado de Senhor e de fato veio para ser Senhor. Todos os sinceros crentes reconhecem isso. Vemos que nas cartas Paulo e os outros intitulam Jesus de Senhor, mais do que Salvador. É claro que ele veio salvar, e é verdade que sua salvação é eterna e nos garante livramento do inferno, assim como nos garante morada no céu pela eternidade. Mas, quem desconhece seu senhorio no viver é óbvio que jamais o conheceu como Salvador. Ele é o Senhor e em seu senhorio ele dá ordens aos maridos, donas de casa, patrões e empregados. Ele é o Senhor e dono absoluto de nossa mente, emoções, dinheiro, tempo, lar, etc. Sem esse senhorio não há como mostrar que homens e mulheres de fato pertencem a ele e que caminham para o lar celestial sob seu absoluto comando. Sem esse senhorio não há como provar que os salvos são os filhos da obediência, enquanto os não salvos são intitulados de “filhos da desobediência”. Sem esse senhorio de Cristo facilmente satanás domina e continua dominando o viver dos homens aqui.
        Falo isso porque tenho lidado com muitos que carregam o nome do Salvador nos lábios, mas nada querem como Senhor. Tenho visto muitos que acreditam que vão para o céu, porque fizeram uma decisão por Cristo, mas que mostram claramente que aqui nesta vida estão de mãos dadas com o mundo, provando que seus corações estão longe do Senhor. E satanás tem feito com que o chamado cristianismo de hoje seja bem equipado de muitas emoções e divertimento, assim ele ludibria muitos, levando-os a pensar o quanto Deus está satisfeito com seus louvores e entretenimentos, enquanto estão agrilhoados e algemados em seus pecados. Satanás tem enfeitiçados muitos corações, mantemos tranquilos em seus pecados, enquanto faz do cristianismo um modo religioso de achar divertimentos.

sexta-feira, 24 de março de 2017

O TOQUE SALVADOR DE JESUS (5)

“E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra” (Mateus 8:1-3)
ATITUDE DO PECADOR DIANTE DE DEUS: “...adorou-o...”
        Não há como descrever a singeleza de um coração que de fato crê. O homem que corre para Cristo à busca da salvação tem em seu coração todo ensino que a graça concede, muito mais do que mera teologia que apenas está na cabeça e não no coração. Quando Deus abre os olhos da alma, eis que o homem vê além deste véu mundano e descobre quem é seu salvador e a salvação que tanto anela. Foi assim com aquele leproso, porque assim que viu o Senhor sua atitude foi de uma incomparável humildade e temor. É impossível alguém buscar a salvação e crer em Jesus de forma errada. A fé não vê miragens quando vai a Cristo; a fé não busca incertezas, mas sim a glória de Deus.
        A primeira lição acerca da atitude de uma fé genuína, é que aquele homem imediatamente reconheceu a glória do Filho de Deus. Ele prova isso em sua atitude diante do Senhor:  “..adorou-o...”. A teologia moderna tão corrompida em nada pode servir aos homens, porque não tem a bênção do poder do Espírito Santo. Onde a graça atua é o Espírito de Deus usando a sua verdade, a fim de encher os homens do conhecimento da glória do Salvador. Todo ensino religioso desta época tão cravada de mentiras só tem desnorteado os homens à busca de um falso cristo. Vemos hoje o quanto as igrejas estão cheias de pessoas mortas na fé, sem qualquer motivação na alma para amar o Senhor e adorá-lo em santo temor. Jesus não é um mero homem, mas sim o próprio Deus – Homem. A fé genuína se rende ao senhorio de Cristo, se curva perante aquele que se revelou aos homens, por esse fato os verdadeiros crentes realmente adoram o Senhor da glória. Não foi assim que passaram a viver os crentes da igreja primitiva? Em cada alma habitava o temor.
        Falo isso porque a fé moderna tem tornados os “evangélicos” ainda mais endurecidos; o mundanismo é a festa dos seus corações e nada têm de adoração ao Senhor no íntimo. Mas a fé verdadeira se gloria no Salvador e não em meros benefícios materiais. Por essa razão a alma cansa cai prostrada aos pés do Rei, reconhecendo seu imensurável amor ao vir aqui para lhe buscar. Adoração ao Senhor significa que findou para sempre a adoração ao diabo e a dedicação ao mundo. Adoração ao Senhor significa que a religião verdadeira faz parte do coração e que agora tudo começou de forma perfeita. É assim com todos os que realmente encontram a salvação. Os salvos são discípulos e aprendem aos pés daquele que veio lhes ensinar a verdade no coração.
        Aquele leproso se aproximou, e sua atitude foi de imediata adoração: “...adorou-o...”. Como um judeu instruído ele logo percebeu que ali estava o Messias prometido, o grande Eu Sou, o Salvador enviado do céu ao mundo. Por esse fato rendeu-se aos seus pés para adorá-lo. Foi assim com o ladrão na cruz, porque assim que seus olhos foram abertos, eis que sua boca também foi aberta para fazer sua confissão de fé e nessa confissão mostrou que estava diante do glorioso Filho de Deus. Foi assim com Saulo de Tarso, porque reconheceu que aquele que tanto perseguia era o maravilhoso Deus de Israel, o mesmo que aparecera para Moisés. Paulo não teve dúvida que aquela doce voz que ouvira era do Salvador que veio lhe trazer imensa salvação, por isso não hesitou em amá-lo, teme-lo, servi-lo e conhece-lo mais, conforme ele mesmo fala em Filipenses 3.
        Não é verdade que hoje precisamos de corações que chegam e caem aos pés do Senhor, a fim de adorá-lo em reconhecimento dessa tão grande salvação?

PLENA SATISFAÇÃO EM CRISTO (9 de 10)

“Alegrai-vos no Senhor e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos os que sois retos de coração” (Salmo 32:11)
AMPLIANDO A SATISFAÇÃO NA SANTIDADE DE DEUS: “...exultai vós todos os que sois retos de coração”.
        Afirmo mais que a salvação santificou a vida dos salvos. Não foi uma mera salvação; não foi um mero ingresso dado para que as pessoas pudessem entrar no céu após a morte, mas que vivessem aqui como mundanos e carnais. A salvação é uma obra completa na vida do salvo; ele se torna mais do que um cidadão do céu, como também um filho de Deus pelo novo nascimento; ele também passa a ter uma nova natureza que o impele a amar a justiça e odiar a iniquidade; ele também passa a ter seu corpo como o lugar de habitação do Espírito Santo, o qual lhe guiará em toda verdade e na verdade. São tantas bênçãos em Cristo (Efésios 1:3), que não há palavras que possam descrever as maravilhas da graça que envolvem a vida do crente para todo sempre. Então, é certo que tudo isso chegando a um coração regenerado, sem qualquer dúvida há de ser motivo de exultação para o salvo: “...exultai vós todos os que sois retos de coração”. Só não pode haver exultação se a alma não foi visitada pela obra salvadora da graça; se o coração ainda permanece endurecido e obstinado contra Deus e contra sua verdade que nos foi revelada.
        Posso assegurar também, que agora o viver social há de participar dessa exultação. Olhemos a festa deste mundo; vejamos a alegria, o prazer que os mundanos encontram naquilo que simplesmente passa. Veja como eles estão prontos a gastar naquilo que devolve só tristeza, separação, solidão e morte, porque tudo aqui passa. Mas quando os salvos se exultam naquilo que receberam em Cristo, eis que o mundo sente as bênçãos dessas maravilhas. Estou certo que o aroma da santidade é a maior riqueza que os salvos podem oferecer ao mundo. Onde há homens e mulheres retos de coração, sem dúvida tudo transmite sinais de verdadeira vida e os homens sentem seguros. O que acontece em nossos dias é que a corrupção trazida pelo pecado faz os homens perversos e felizes na maldade e malícia. Mas os atos perversos dos homens são lançados fora quando os retos se manifestam em coragem e intrepidez.
        Os verdadeiros fundamentos do viver começam a surgir e tudo o que é bom é erguido no palco deste mundo, quando os retos se manifestam. Mesmo que foi lançado no cárcere, não há dúvida que José, mediante a graça lançou o firme alicerce da retidão, da pureza e da justiça na casa de Potifar (Gênesis 39). O rei Dario percebeu a importância de Daniel em seu reino, por isso não hesitou em punir aqueles que com mentiras queriam a morte do servo do Senhor. A retidão daquele amado crente trouxe um reinado de justiça para Dario, porque ele pode confiar num homem que manifestou sua retidão e coragem para servir a Deus.
        Sendo assim, eis que os crentes sinceros têm motivos para celebrar essa santa festa no coração. Eles são as pessoas mais felizes do universo; eles entenderam que em Cristo são os reis e príncipes, os quais um dia vão reinar com Cristo. Não são escolhidos pelo mundo para reinar e nem mesmo querem as honras desta vida. O Senhor um dia voltará, a fim de por um ponto final no reinado de miséria e dor do diabo. Um dia o Senhor há de estabelecer a justiça no universo e há de lançar no lago de fogo todos os instrumentos do mal, tanto os homens perversos e incrédulos, quanto os anjos caídos.
        Agora é o momento de nossa exultação! Agora a nossa festa no coração faz com que cantemos os hinos de louvores ao Senhor! Agora marchamos para Sião com nossos corações cheios de júbilo, porque o Senhor nos salvou e nos tornou herdeiros seus pela graça!

quinta-feira, 23 de março de 2017

PLENA SATISFAÇÃO EM CRISTO (8)

“Alegrai-vos no Senhor e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos os que sois retos de coração” (Salmo 32:11)
AMPLIANDO A SATISFAÇÃO NA SANTIDADE DE DEUS: “...exultai vós todos os que sois retos de coração”.
        Mas o Espírito de Deus nos leva às profundezas dos mistérios da graça salvadora, porque agora veremos que além da justiça, fomos também santificados: “...vós que sois retos de coração”. A justiça de Cristo nos proporcionou a bênção maior de conhecer o fato que a retidão dele foi posta em nosso coração; que agora sim, amamos a justiça e odiamos a iniquidade. A perfeita e grandiosa salvação realmente purificou nossos corações e limpou nossas mãos, de tal maneira que poderemos sim mostrar ao mundo que somos diferentes no viver; que a retidão faz parte da nossa vida; que agora nossas mãos servem para servir; que agora nossos lábios não proclamam mais a mentira e que nossos pés provam sim que andamos por caminho santo.
        Digo mais, que os justos são retos de coração. Antes tentávamos ser por fora o que não éramos por dentro. Mas nossos lábios eram nutridos do veneno proveniente do coração, nossas bocas era um poço da perdição, mesmo tentando ser religioso e praticando o bem. A alma lá dentro se achava tão torta, por isso que nosso andar era como de um bêbado, pois nossos caminhos provavam essa condição tão triste do nosso coração. Mas a salvação em Cristo realmente santifica o homem com a perfeita provisão da cruz, de tal maneira que nada mais é necessário. Tudo provém das riquezas adquiridas pelo cordeiro de Deus ali. O homem justificado tornou-se reto de coração. Ele não está brincando; o mundo deixa o tempo passar para ver se o que ocorrera com Saulo é verdade, até que ele comece a pregar em Jerusalém que Cristo é o Filho de Deus. Ali está aquele homem tão acostumado a mentir, a ser depravado e cheio de intenções impuras no coração. Mas agora todos percebem que algo incrível aconteceu, pois seu modo de andar é de alguém que avança dia a dia num caminho diferente – o reto caminho; todos percebem que a vida dele é assim e que ele não muda.
        O que realmente aconteceu? Foi algo realizado pelo Deus que opera milagres, a fim de que ele mesmo seja glorificado. Como pode! A santidade de Deus passou a fazer parte de alguém que antes odiava santidade. Deus imprime na vida de homens e mulheres a vida que há somente no Filho. Em Adão tudo o que vemos é miséria, num caminhar que aos poucos a iniquidade vai mostrando o quanto transborda o coração de maldade. Em Adão os homens revelam o quanto o mundo é um lindo lugar, tão favorável às aplicações das energias dadas pelo pecado. Em Adão o homem é alguém adaptado para andar nesta vida, transbordando de vaidade. Mas em Cristo tudo mudou e agora o viver assemelha a do Filho de Deus.
        Ora, toda essa verdade é ajuntada no coração e funciona como luzes que fazem a festa do coração funcionar diariamente. Eis aí a festa feita pelos retos de coração: “Exultai, vós todos os que sois retos de coração”. Ninguém mais é convidado para esse acontecimento na alma, só os retos de coração. Eles são participantes da santidade de Deus; eles são os que conhecem as maravilhas da formosura de Deus; eles sabem o quão maravilhosa é a graça que lhes salvou; o quanto a face de Deus é cheia de bondade, ternura e misericórdia. Por essa razão eles exultam. É uma festa de humildade; é a alegria do Senhor que lhes dá força e eles então estão prontos para brilhar e irradiar essa retidão de Deus mundo. Como este mundo está de parabéns! Como este mundo pode sentir de perto as preciosidades da Nova Jerusalém! Como os santos de Deus podem mostrar que a presença deles no mundo faz com que a corrupção é arrancada e assim todos usufruem dessa presença bendita do Senhor, por meio dos salvos.

O TOQUE SALVADOR DE JESUS (4)

“E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra” (Mateus 8:1-3)
INDO À FONTE INEXGOTÁVEL DA GRAÇA: “E tendo aproximado”.
        Os pecadores arrependidos devem saber o quanto o Senhor está perto e pronto para salvá-lo, mesmo sendo os homens tão abarrotados de pecado, numa condição vil e amaldiçoadora. O leproso se aproximou do Senhor e a verdade mais preciosa é que o Senhor não se afastou. Essa é a lição mais importante que os homens precisam ouvir. O grande Deus – Homem não se distancia dos homens, porque sua face é cheia de ternura e seu coração ferve de intensa compaixão pelos perdidos. Afinal, ele veio ao mundo com esse objetivo de ser o perfeito mediador entre Deus e os homens.       Então, como Homem perfeito ele entende esses seres que em Adão caíram; ele entende o que significa ser homem e sabe por experiência tudo o que significa miséria do pecado. O Senhor não admira aparências, nem culturas, nem condição social, para ele não há acepção de pessoas. Para ele os homens todos estão em plena igualdade. Ele não ficou impressionado com a posição de Herodes, nem se derreteu ante a força dos religiosos daqueles dias. O homem sempre foi visto pelo Senhor no coração, e foi isso que ele deixou claro aos discípulos. O que importa para ele não é a fachada externa, mas sim a atitude do coração. Aquele homem rico se aproximou do Senhor querendo impressioná-lo, mas o que Jesus fez foi mostrar a sua condição no coração, por isso aquela alma iludida no pecado logo se afastou triste, ferido em seu orgulho próprio (Lucas 18:18-24).
        Então, homens e mulheres precisam conhecer essa majestosa atividade da graça salvadora. O meio evangélico moderno procura proclamar que todos estão bem com Deus, que todos são filhos e que o pecado é apenas um problema que pode ser solucionado com oração, reza, louvores e atividades sociais. Eles estão procurando encobrir o estado de imundície dos homens, mas tudo isso não passa de ser satanás levando as almas numa prisão ainda mais terrível, porque não há algo mais perigoso para os pecadores do que estar iludidos no orgulho do diabo, sendo cheios de justiça própria. O Senhor não está perto, nem sequer se aproxima dos homens, quando eles estão vivendo assim, tapando seus ouvidos, a fim de não ouvir a verdade conforme as Escrituras nos mostram.
        Assim como aquele leproso se aproximou humildemente do Senhor, assim também homens e mulheres devem se humilhar, reconhecendo sua miséria no pecado e na condição de réus, prontos para serem atirados no inferno. O Senhor Jesus se humilhou para alcançar os humilhados; ele tem prazer em falar com homens e mulheres que estão assim; sua mão de graça e poder se estende para alcançar tais pecadores; seus olhos miram com ternura e compaixão os pecadores que desejam essa tão grande salvação. E ele chega carregado de perfeita provisão, a fim de conceder-lhes as riquezas infinitas da salvação que foi conquistada na cruz.
        Sendo assim, posso afirmar que se alguém está à procura do Senhor, querendo dele a purificação e perdão completo dos seus pecados, é certo que é tal pessoa está sendo atraída por ele. O autor de uma tão grande salvação se apresenta como amigo, salvador e Senhor dos pecadores. Na bíblia ele não se apresenta aos arrogantes, soberbos, mesmo sendo religiosos. Isso de nada serve para o Senhor. Para tais pessoas o Senhor simplesmente os entrega à disposição deste mundo cheio de engano. Não é o momento agora tão precioso para alguém que está com intensa sede e fome da verdade? Não é o momento para que pecadores sejam alcançados e realmente purificados de toda miséria na qual o pecado lhes deixou?

quarta-feira, 22 de março de 2017

A ALMA SE SATISFAZENDO EM CRISTO (7)

“Alegrai-vos no Senhor e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos os que sois retos de coração” (Salmo 32:11)
ENCONTRANDO MOTIVOS NA JUSTIÇA PARA A SATISFAÇÃO:         “...regozijai-vos, ó justos...”
        Há motivos grandiosos na justiça de Cristo em nós, para que regozijemo-nos no Senhor. Sei que minhas palavras são tão débeis para explicar essas maravilhas que a graça nos concedeu. Mas farei todo esforço, a fim de entusiasmar a fé dos crentes, para que pensem, meditem e se atirem nessas riquezas da tão grande salvação. Fomos colocados neste mundo para servir ao Senhor na justiça (Romanos 6:18). Não é nossa justiça, ela foi descartada e colocada fora como trapo. Os santos foram espiritualmente despidos de todo vão pensamento e de toda religiosidade vã; suas emoções controladas pela carne e embasada pelas mentiras religiosas foram queimadas como palhas secas, assim que conheceram o precioso ensino de que foram aceitos na justiça de Cristo. Esse assunto brilhou tanto no coração de Paulo que ele desembaraçou-se de tudo aquilo que pensava e como vivia anteriormente, a fim de conhecer seu Senhor e Salvador de uma forma mais aprofundada (Filipenses 3).
        Também, a justiça de Cristo nos santos na salvação resultou no fato que agora eles são chamados de filhos de Deus (João 1:12), por isso são os herdeiros do reino celestial. Que privilégio dado aos santos! Nem mesmo os crentes sabem o que realmente lhes aguarda na glória; nem sequer imaginam as maravilhas achadas na tão grande salvação. Essas honras são celestiais e não terrenas. Eles representam os cidadãos do reino eterno e não dessa morada transitória e perecível deste mundo. Os mundanos se enchem de regozijo, porque só acham felicidade aqui. Eles vibram quando se esbarram nas riquezas, assim como Judas sentiu alegria ao receber as trinta moedas de prata. Mas os santos de Deus não vivem de promessas inúteis, como os mundanos. Eles foram aceitos no Filho, portanto, o que é do Filho de Deus é deles também. Por isso a fé encontra base sólida e inabalável na palavra para regozijar no Senhor.
        Veja bem o que a salvação trouxe ao povo eleito! É verdade que o mundo tenta fechar o cerco contra os santos; é verdade que eles se tornaram motivos do intenso ódio do pai da mentira, mas a verdade é que essas disposições carnais voltadas contra eles só realçam o regozijo ainda mais. Os sofrimentos e angústias deste mundo servem para extrair mais felicidade. Veja os crentes na aflição, porque parece que brilham mais. O que eles são na salvação o mundo não pode entender, mas eles entendem pela fé. As verdades recebidas da palavra não evaporam com o tempo; aquilo que é ensinado pelo Espírito e recebido no coração tende a santificar o coração e renovar a alma. Ora, tudo aqui, até mesmo o ambiente tão hostil deste mundo, tudo vem para assegurar o fato que os crentes pertencem a Cristo para sempre e que há imensa alegria registrada em seus corações. O falso crente sempre vive saudando o mundo e declarando que seu coração está grudado nele. Por essa razão não demora que ele abandona o ambiente cristão e foge para saudar o presente século.
        Então, ó justos, não há milhares de motivos para seu regozijo no Senhor? Não há motivos santos e inabaláveis para que vocês sejam as pessoas mais alegres aqui? Não há motivos maravilhosos para viver diariamente nessa certeza da segurança que vocês têm no Filho? Vejam bem que Deus o Pai não poupou o Filho, a fim de obter vocês; que na cruz foi tanto amor que agora nada pode separar vocês do amor de Deus? Não há razão suprema para que vocês deem o melhor de vocês para que ele seja glorificado através de suas vidas?

O TOQUE SALVADOR DE JESUS (3)

“E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra” (Mateus 8:1-3)
INDO À FONTE INEXGOTÁVEL DA GRAÇA: “E tendo aproximado”.
        A lição mais gloriosa que temos é que Deus está ocupado em salvar homens e mulheres da sua condição tão terrível na qual se encontram, devido ao pecado. Não podemos esquecer que sua missão ao vir ao mundo foi para salvar e não para melhorar este sistema físico e passageiro. É claro que a imensa bondade do Senhor tem enchido este mundo, mostrando o quanto o Senhor é rico em compaixão, e que mesmo os homens sendo tão miseravelmente culpados ele age com ternura, provisão e cuidado. O fato que ele cura não significa que curou a todos os enfermos em Israel. Enquanto este mundo estiver sob o domínio do diabo, do pecado e da morte, não há como remover toda essa miséria que tanto corrompe os homens aqui.
        Mas a lição que nos atrai no texto é a forma como aquele leproso chegou a Jesus: “E tendo se aproximado...”. Com clareza vemos sua humildade e reconhecimento da glória do Filho de Deus. Ele sabia pela fé que ali estava o próprio Deus em carne; sabia que ele era o todo-poderoso. Por essa razão aproximou-se sem qualquer alarde, mas com uma simplicidade incrível, demonstrando firme e real confiança no Senhor. Que lição maravilhosa nos é dada pela atitude daquele leproso! É exatamente assim que o pecador deve chegar a Cristo para ser salvo. Como pode o homem se aproximar do Senhor? Normalmente os que estão interessados em curas e milagres agem como pedintes, os quais se afastam assim que recebem a esmola. Mas não age assim o pecador que vai ao salvador, justamente porque é Deus, em sua graça que opera esse poder que impulsiona homens e mulheres a buscar sua salvação em Cristo.
        Ora, nosso Senhor deixou esse ensino bem esclarecido à nossa mente. Ele declarou aos judeus que o trabalho de fazer o pecador ir a ele para receber vida eterna pertence ao Pai (João 6:37). Que lindo e maravilhoso ato da soberania de Deus! Homens e mulheres caminhando na direção do Filho? É algo impossível para a arrogância natural do coração imundo do homem. Em João 6:44 nosso Senhor afirma que é impossível para o homem ir a Cristo, a não ser que Deus, o Pai o mobilize à essa ação. Sabemos que não há nada no homem natural que o mova a uma decisão para buscar a salvação. Em 1 Coríntios 2:14 o Espírito Santo usa Paulo para afirmar que as coisas de Deus para o homem natural não passam de loucura. Sendo assim, como podemos esperar que eles, por decisão própria queiram ir a Cristo? Eles correm impetuosamente para todas as direções neste mundo, menos para cima. Seus olhos estão cegos, por isso não podem ver a glória do grande salvador; seus sentimentos estão afetados pelo pecado, por isso sofrem e se apaixonam pelas coisas desta vida; seus pensamentos estão mergulhados em terrível escuridão, por essa razão tudo o que pensam e que sai da boca revela apenas vaidade e completa ignorância.
        Eu sei o quanto é difícil para os homens entender e aceitar esse ensino, e a razão é porque os homens já nascem formados na faculdade da mentira. É Deus quem abre os olhos da fé; é Deus quem desperta o pecador do seu estado de morto espiritual; é Deus quem opera a fé no coração, de tal maneira que o Salvador é visto e buscado para a salvação. Nosso Senhor declarou que todo o for a ele, jamais será lançado fora. Que festa da graça! Que maravilhoso amor do Senhor! Em sua compaixão ele não despacha o pecador para longe, assim como não repreendeu o leproso. Seu amor o fez aproximar-se e lidar com uma alma cheia de doce confiança e fé naquele que provou seu amor pelos perdidos.

terça-feira, 21 de março de 2017

PLENA SATISFAÇÃO EM CRISTO (7)

“Alegrai-vos no Senhor e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos os que sois retos de coração” (Salmo 32:11)
ENCONTRANDO MOTIVOS NA JUSTIÇA PARA A SATISFAÇÃO:        “...regozijai-vos, ó justos...”
         Mas o texto nos leva mais longe em achar satisfação somente em Cristo. Veja a ordem que nos é dada pelo Espírito Santo: “...regozijai-vos, ó justos...”. Que lição maravilhosa! Agora o texto mexe com todos os crentes em Cristo; todos os que realmente creram em Jesus e que foram salvos são despertados para olhar para seu salvador e mirar sua glória e a grandeza dessa salvação. Os crentes são chamados de justos: “...ó justos”. Não fazem parte dessa festa os meros religiosos; não são chamados os hipócritas nem incrédulos, porque eles não podem e nunca vão achar em Jesus qualquer motivo para regozijar. Não há fé neles para essa festa; seus olhos espirituais estão fechados e seus corações lacrados pela obstinação e dureza. Eles têm o mundo e a religião mundana, a fim de promover aquilo que eles acham que é motivo de alegria e prazer, mas que lida apenas com a euforia enganosa da carne.
         No texto eis que o Espírito da glória convoca os salvos, os que acharam a paz com Deus, porque foram reconciliados mediante o sangue e estão para sempre livres da ira vindoura. São eles os que receberam vida eterna, por isso pertencem a Deus como filhos e ao reino de Deus como herdeiros. Então, a ordem faz sentido: “Regozijai-vos, ó justos...”. Que festa! Tudo agora é visto pela fé na verdade, por essa razão esse regozijo não pode ser visto nem entendido pelos mundanos. A fé mira o invisível e os crentes podem meditar e entender tudo o que ocorreu com na redenção. A nossa história está sublinhada na cruz; miramos aquilo que para o mundo é loucura, porque vemos que nosso Salvador, o Justo Senhor morreu em nosso lugar, tornando assim nosso legítimo substituto, para que pudéssemos estar completamente livre da condenação eterna. A justiça dele nos foi imputada, de tal maneira que Deus nos aceitou como inocentes, livres de qualquer acusação, como diz a frase de um antigo hino: “Eu salvo das penas eternas já sou!”.
         Como justos, agora podemos entender que estamos livres, que os grilhões do pecado e da morte foram arrancados de nós pelas chaves da redenção. Agora os santos estão livres do grande acusador, daquele que antes nos mantinha aprisionados em seu mundo, mas que ficava de tal maneira oculto, disfarçado, não permitindo que víssemos quem ele realmente era. Antes achávamos que éramos inocentes e que Deus era culpado; antes críamos que havia em nós poder e graça, além de capacidade para nos erguer neste mundo em felicidade. Estamos livres da ira de Deus, porque o próprio Filho nos amou tanto, a ponto de ocupar nosso lugar, para sofrer sobre si a terrível fúria de Deus ali na cruz. Foi ali que o Cordeiro foi assado sob a fúria da ira santa e justa do Senhor. Quem pode contar esse amor?
         Também, os justos foram libertos para sempre das maldições da santa lei. Ela, tão perfeita fez seu perfeito trabalho em mostrar o quanto  estávamos aquém da glória de Deus e quanto realmente merecíamos ouvir seus gritos de “malditos!” Aquele que não conheceu pecado entrou em nosso lugar, viu nosso desespero e sofreu sobre si as maldições da lei, tornando ele mesmo maldição em nosso lugar. Eis aí os justos! O mundo pode escrever a história deles? Não! O mundo odeia essa justiça, da qual estão revestidos e nem sequer pode tolerá-los. Incrível, mas homens e mulheres que antes eram marcados como filhos da ira, agora foram feitos em Cristo herdeiros do céu. Então, diante dessas verdades reveladas, eis que eles podem sim, com toda segurança e determinação regozijar no Senhor. Não há neles mesmos qualquer motivo para regozijo, mas no Senhor eles podem achar. Então, podem começar a festa agora mesmo.

O TOQUE SALVADOR DE JESUS (2)

“E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra” (Mateus 8:1-3)
A SITUAÇÃO NATURAL DO HOMEM NO PECADO: “leproso”
        A lepra era a enfermidade mais temida daquela época, por isso a sociedade judaica tinha costumes com os quais podiam lidar com os leprosos. Em Levítico 13 e 14, dois grandes capítulos são dados para instruir os sacerdotes para lidar com aqueles que foram contagiados com essa mortal enfermidade. Eles não eram banidos da sociedade para serem segregados num local isolado, pelo contrário, como vemos no texto de Mateus 8, aquelas pobres criaturas andavam por todos os lugares, normalmente esperando que pessoas lhes ajudassem com alimentos. O que acontecia é que eles eram ensinados a falar a todos de sua condição, a fim de que todos se afastassem. Quando Jesus ordenou aos seus discípulos que fossem às cidades de Israel para pregar o evangelho do reino, uma das suas funções era purificar os leprosos (Mateus 10:8). Isso significa que nosso Senhor sempre lidou com pessoas nessa condição, usando de intensa compaixão com elas, mesmo que esses atos não foram revelados nos evangelhos.
        Mas todo nosso interesse aqui está fixado na lepra como sendo o mais poderoso símbolo do pecado. A lepra tomava o corpo inteiro, assim também o pecado tomou o homem em sua totalidade. Enquanto a lepra física afetava apenas o aspecto externo da pessoa, eis que o pecado assumiu o homem tanto por fora como por dentro. Em Levítico 13 vemos que o sumo-sacerdotes procurava sinal da lepra a partir da cabeça, enquanto o pecado é a partir do coração: “É do coração do homem que procede...” Marcos 7:21). Usar a lepra como símbolo do pecado não mostra todos os terrores do pecado, porque a pessoa podia ficar infectada por contágio com alguém que estava enferma, enquanto o pecado nós já nascemos com ele: “Eu nasci na iniquidade e em pecado me concebeu minha mãe” (Salmo 51:5). Então, quando comparamos a lepra com o pecado, vemos o quanto é terrível o pecado, porque a lepra podia provocar a morte física, enquanto o pecado tem consequências aqui e para sempre no sofrimento eterno. Quão bondoso é nosso Senhor, pois nos mostra essas verdades para nosso bem.
        Eu sei que a sociedade atual está tão inerte em suas paixões; o pecado tem dopado e lesado as almas de tal maneira, que os homens nada sentem da miséria e desgraças que envolvem suas vidas aqui e dos terrores que lhes virão após a morte. Os homens atualmente, devido ao intenso trabalho enganador dos falsos mestres, têm tido suas consciências cauterizadas, por isso nada sentem, e procuram fugir e achar um lugar onde podem se esconder quando estão sendo molestados pelas fincadas da lei. Nada, nada mesmo pode despertar os pecadores quanto à condição na qual estão em seus pecados, por isso comem, bebem e levantam para farrear em suas iniquidades. Foi essa a situação da nação judaica nos dias de Isaías, pois Deus descreve a situação espiritual da nação como sendo infectada da cabeça aos pés (Isaías 1:6).
        Ora, ninguém procura um médico quando nada sente; ninguém clama por socorro quando tudo parece estar bem; ninguém pede alívio quando nada sente. Assim os homens no pecado nada vão querer acerca do Salvador, enquanto Deus mesmo não revelar a terrível condição na qual se encontram. Cristo Jesus veio ao mundo para estender sua mão e socorrer a alma aflita, o coração que sangra por ter afrontado a Deus e pela condição de réu culpado. O leproso se aproximou de Jesus. O perdido, cego e cheio de aflição quer agora mesmo achar o Salvador e a salvação.

segunda-feira, 20 de março de 2017

O TOQUE SALVADOR DE JESUS (1)

  “E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra” Mateus 8:1-3
INTRODUÇÃO:
        As lições bíblicas sobre a salvação são simples, mas poderosas. As intenções divinas são mostrar aos homens que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar e que essa é a sua atividade aqui em relação aos perdidos. Da nossa parte temos que estar envolvidos nessa mensagem santa e nessa tão grande obra daquele que desceu do céu e veio à terra, carregado de compaixão por nós pecadores. São numerosas as ilustrações dessa salvação, desse contato entre o céu e a terra, entre a graça e a fé. Quando essas verdades reveladas brilham em nossa alma, eis que somos tomados de triunfante prazer e alegria em pertencer a esse maravilhoso Senhor da glória.
        Esta narrativa acerca da cura desse leproso é tão importante, que o Espírito Santo registrou nos três evangelhos. A fé superficial tomará esse incidente como um acontecimento normal de mais um milagre feito pelo Senhor, mas a fé nos fará ver além do véu, verá a cura como algo tão simples, porque o que mais interessa aos olhos da fé são os milagres cujos efeitos são eternos. Ali estava mais do que um enfermo, ali estava uma alma que anelava achar seu Salvador, e de fato achou. O véu da lepra foi rasgado, como um impedimento pueril, assim que a graça chegou e tocou seu corpo fragilizado, atravessando o aspecto físico e indo até o coração daquele homem.  Então, a história desse homem leproso e do seu encontro com o Senhor Jesus passa além de um mero milagre, para registrar o encontro de um pecador com Cristo. Jamais poderemos ousar duvidar do Senhor em curar as pessoas, todavia é bem claro que a finalidade de seu ministério foi a salvação dos pecadores. Por esta história podemos ilustrar o que Cristo faz com aquele humildemente vai a ele para obter a salvação eternal.
        Qual é a mensagem com a qual vamos nos ocupar nesse texto? Não é com o Salvador e com sua salvação aos perdidos? Se mexermos com a enfermidade e com o poder do Senhor em curar, certamente estaremos cercados dos efeitos físicos do pecado. Quanto a isso o mundo está tão envolvido em resolver esse problema, mas completamente cego em tratar da morte e seus resultados eternos no inferno. Nosso Salvador tem um ministério eterno entre os homens, pois veio para conceder vida eterna aos pecadores e não meros livramentos de enfermidades. É claro que em sua bondade ele faz isso diariamente no mundo inteiro, mostrando através de médicos e remédios sua tremenda bondade em curar milhares que sofrem. O que conta aqui é a lição que tomaremos para mostrar aos homens que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar e que basta seu toque gracioso e a alma encontra livramento.
        Tem algo melhor do que essa satisfação de ter sido salvo de uma vez por todas? Não é infinitamente maior e melhor do que tudo o que este mundo pode oferecer de excelente? Que o Senhor em sua bondade e compaixão venha derramar o dom do arrependimento a este mundo miserável e cheio de mentiras! Temos uma só mensagem a pregar, e essa mensagem é que Deus enviou seu Filho ao mundo, a fim de salvar pecadores. Não há outra mensagem. O problema do homem está no fato que ele pecou e que é culpado; sua culpa é terrível, seu débito é grande e ele não pode pagar. Seu destino merecido é o inferno. Os falsos mestres lutam intensamente para amenizar a situação, mas o fato é que não tem como. Como dialogar com Deus? Como tentar pacificá-lo? Sem seu mediador que ele enviou ao mundo, eis que os pecadores vão perecer inevitavelmente. Só há uma solução: eis que ele vem aos arrependidos, a fim de tocá-los e purifica-los de seus imundos pecados, a fim de leva-los ao céu.

A ALMA SE SATISFAZENDO EM CRISTO (5)

“Alegrai-vos no Senhor e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos os que sois retos de coração” (Salmo 32:11)
ENCONTRANDO A FONTE DA SATISFAÇÃO EM DEUS: “Alegrai-    vos no Senhor”
        Que alegria é essa que deve irradiar o coração do salvo na verdadeira e eterna felicidade? As razões são abundantes, e os salvos devem parar e ponderar tudo, avaliar todas as riquezas recebidas na salvação em Cristo. É a alegria por saber que nada, nada mesmo pode nos afastar do amor de Deus em Cristo, conforme Paulo afirma em Romanos 8:39. Pode haver uma riqueza maior do estar completa e totalmente cercado e protegido pelo amor de Deus? Eu sei o quanto estamos tão envolvidos com esse espécime de amor tão apregoado e badalado por este mundo, de tal maneira que não paramos para sondar o que realmente significa o amor bíblico.
        Mas, não estamos dependendo das nossas emoções, a fim de gerar essa alegria, porque os santos vivem da fé e a fé supera toda energia passageira que faz a natureza humana agir. O justo viverá da fé é a fé tem toda habilidade para extrair da palavra aquilo que a alma precisa para viver. A fé traz a alegria verdadeira à lume e promove a verdadeira festa no coração. A fé se fortalece na graça e assim pode fazer brotar a radiante felicidade desse amor que nos envolve e que declara que para sempre pertencemos a Deus, por meio de Cristo Jesus. Por essa razão a ordem é para que alegremo-nos no Senhor e não noutra coisa. Ele nos deu toda instrução e comunicou, como comunica diariamente esse seu amor pelo seu povo por meio da sua palavra. Resta que venhamos a sondar, examinar e com humildade ouvir suas lições.
        Porventura, tem um povo mais amado do que o povo salvo? Moisés declarou a Israel, pouco antes da sua morte, que não havia um povo mais feliz, mais bem-aventurado que aquele povo, porque braços eternos tomavam aquele povo, como os braços de um pai amoroso carregam e protegem seu filhinho. Assim é o amor de Deus em Cristo em favor dos que foram salvos. Se alguém que afirma ser crente não tem prazer nisso e não pode ser enriquecido nessas maravilhas, então é de duvidar que essa alma foi realmente convertida. Não temos que buscar felicidade fora da palavra; não temos um Cristo extra bíblico. Se houver insistência em buscar qualquer coisa fora daquilo que Deus entrega ao pecador na salvação, então, certamente satanás há de se manifestar como anjo de luz e enganando corações que amam a mentira.
        Outra razão para achar satisfação somente em Deus está na paz que nos foi dada – a paz com Deus: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus...” (Romanos 5:1). Que paz é essa paz? É a paz em saber que nossa culpa foi removida pelo sangue; que agora não há mais inimizade; que Cristo pagou totalmente nosso terrível débito e que Deus não nos vê mais como inimigos. Essa paz não pode ser gerada por homens; não pode conquistada numa religião e está longe, distante de qualquer esforço da carne. Muitos acham uma paz momentânea após um culto, após alguma atividade religiosa ou mesmo alguma obra feita em favor de alguém. Ah! Quanto engano satanás joga nos corações! Tudo o que é achado aqui nada tem de valor, é como o ouro de tolo, parece ouro mais nada tem de valor. Tudo o que o mundo e a carne oferecem tem valor transitório. O coração enganoso do homem não pode lhe assegurar paz por muito tempo, porque não consegue ocultar as malignidades ocultas.
        Mas não é assim com a alma que realmente achou em Cristo Jesus a paz com Deus. Não houve outro mediador nisso, porque foi uma obra feita apenas por Cristo: “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, Homem” (1 Timóteo 2:5). A paz com Deus mediante o sangue não tem parentesco com os atos da carne nem com o mundo. A verdadeira fé em Cristo toma posse dessa verdade e consegue entender isso no coração. Isso não é, de fato uma base sólida e inabalável para a satisfação da alma?

sexta-feira, 17 de março de 2017

PLENA SATISFAÇÃO EM CRISTO (4)

“Alegrai-vos no Senhor e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos os que sois retos de coração” (Salmo 32:11)
ENCONTRANDO A FONTE DA SATISFAÇÃO EM DEUS: “Alegrai-    vos no Senhor”
        Ao penetrar no texto, eis que imediatamente vemos que a fé é chamada à ação: “alegrai-vos no Senhor”. Que comunicação de amor! Como os santos são privilegiados! Como a salvação é grandiosa, porque é mais do que perdão, purificação e segurança eterna, é também uma riqueza infinita à nossa disposição, a fim de que andemos aqui desfrutando daquilo que está infinitamente distante dos pensamentos e sentimentos deste sistema mundano. Vejo o quanto muitos que afirmam ser crentes ignoram isso, porque não entendem que a salvação nos posiciona no caminho de bênçãos eternais, mesmo que seja contrário àquilo que nossa carne tanto deseja. Mas é a fé que passa a agir e se não houver a fé que é operada no coração pelo Espírito Santo, então toda essa lição será estranha.
        Como sabemos disso? O que nos leva a entender que não somos estranhos nessa convivência santa? Vemos essa verdade claramente mostrada logo no início desse Salmo: “Bem-aventurado aquele...”. Notemos bem que a graça declara que o homem visitado na salvação bendito é a mais feliz de todas as criaturas existentes, tudo porque Deus diz que ele é uma pessoa bem-aventurada. Ele foi chamado para a salvação e essa salvação vem de Deus e não do homem. Ele agora é uma pessoa que confessa que um dia foi achado pela graça e que foi perdoado e aceito em Cristo. Ele agora é uma pessoa vista por Deus como sem culpa legal e que está para sempre livre de toda e qualquer condenação. Agora ele está desfrutando da paz com Deus, conforme o ensino de Romanos 5:1.
        Que entendamos bem que não é uma mera salvação, mas sim uma tão grande salvação (Hebreus 2:3); que não foi uma decisão do homem mas sim de Deus (João 6:44); que não foi a boa vontade do homem, mas sim a soberana e atuante vontade de Deus. É claro que esse ensino nos humilha, nos põe no pó e até mesmo nos põe tremendo, porque é na graça que os homens entendem eles são o que são porque Deus usou de misericórdia para com eles. Mas é nessa humilha que somos erguidos na bem-aventurança. É assim que a vida em Cristo começa. A graça primeiramente nos empurra no pó pela lei, depois nos ergue em Cristo. A verdadeira felicidade procede de um firme fundamento onde a fé genuína pode descansar nos grandes feitos de Cristo.
        Preciso afirmar também que essa ordem: “Alegrai-vos no Senhor...”  não é algo banal, surgido dos sentimentos religiosos. Não lidamos com fogo que se apaga; não levamos ao Senhor fogo estranho, aceso pela infame carnalidade. O Espírito de Deus arde a verdade salvadora em nossos corações, e a santíssima fé se apoia tão somente naquilo que está escrito. Queremos sentimentos? Queremos estar envolvidos nessa santa alegria, a fim de que todo nosso ser, nos pensamentos e nas emoções? Então, necessário é que a fé se envolva com a verdade escrita. Estamos vivendo num mundo cheio de luzes da religião carnal, fabricada pelos ardis do nosso inimigo. Que não caiamos nessa euforia passageira e viciosa.
        Devemos lembrar que fomos achados em Cristo, que sua morte na cruz foi porque ele nos amou e assim pagou nossos terríveis débitos. Que saibamos que fomos aceitos nele – no Amado do Pai. Nossa alegria parte dessa fé conquistadora, porque o salvo ama a palavra e entra nela para conquistar essas riquezas, tomando-as para si. Busquemos esses santos ornamentos da nossa felicidade em Cristo e assim caminharemos nesta jornada, cheios do gozo e da exultação, esperando aquele momento encantador, quando sairemos dessa caverna pavorosa, a fim de entrar no gozo eterno da nossa santa morada – o Monte Sião.

quinta-feira, 16 de março de 2017

E O REINO PERTENCE AO SENHOR (10 de 10)

“Mandará o Filho do Homem os seus anjos, que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai” (Mateus 13:41-43).
A FUTURA GLÓRIA DO REINO DE DEUS
        Mas o texto mostra o que virá na eternidade, quando o Senhor punir este mundo, destruir o reino de satanás; quando a morte, o diabo, o anticristo, o falso profeta e todos os homens incrédulos e perversos forem atirados para o lago de fogo. O cenário fornecido por este mundo é sempre de tristezas, dor, luto, saudade, maldades e de tudo o que se refere à injustiça. Esse é o mundo entregue nas mãos de satanás. Quem pode mudar isso agora? Quem pode fazer com que agora a justiça e santidade venham a imperar? Ninguém! Não se pode esperar que haja justiça no reino de mentiras; não se pode esperar que reine paz onde há pecado e miséria; não se pode esperar que haja vida, onde a morte trabalha ceifando as almas para atirá-las no abismo. Não esperamos um mundo melhor enquanto os inimigos estiverem assentados nesse trono de terror. Os crentes esperam somente no Deus de misericórdia, porque quando ele se ergue para agir, eis que brilha por pouco tempo o sol da justiça num mundo de trevas.
        Mas no texto vemos como os justos (o trigo) se despontarão no reino celestial. Neste mundo os crentes não aparecem tanto, porque o que vemos é o barulho ensurdecedor dos mundanos. Este mundo ri e faz festa no pecado; este mundo trabalha intensamente para que tudo aqui seja motivo de alegria e prazer; satanás luta para apagar os santos de Deus. Mas o que veremos na eternidade são os justos brilhando. Um dia chegará quando o universo inteiro mostrará que a justiça reina, que a criação não pode sofrer a miséria do pecado nem a permanência dos malignos. É verdade que os justos brilham em parte neste mundo. Foi por pouco tempo que Daniel com seus amigos brilharam na Babilônia; foi por alguns anos que José fez triunfar a justiça divina um país distante, cercado de elementos idólatras, sem qualquer temor ao Senhor. Mas quando a luz daquele justo brilhou, eis que o mundo inteiro pode desfrutar dessas bênçãos.
        Nosso Senhor, o sol da justiça brilhou sim, por 33 anos ele fez com que o mundo soubesse o real significado da perfeita justiça, mas mesmo assim o furor deste sistema se ergueu para matar arrancar da face da terra o perfeito Justo. Como brilharam os apóstolos! Como serviram ao mundo, sem qualquer interesse material! Oh! Que mundo cruel que desdenha e rejeita os santos de Deus! Eles não sabem que a presença dos santos aqui é a manifestação de um Deus bondoso, provando o quanto ele toma homens e mulheres injustos e os torna diferentes no viver. É Deus mostrando através de homens e mulheres salvos, que a vitória é do reino dos céus e não deste império do mal. O passado revela o quanto é inútil a luta desesperadora deste mundo para estabelecer a injustiça, porque Deus mesmo já mostrou que tudo o que foi feito aqui virou cinzas sob o fogo da ira de Deus. Será diferente o futuro? Claro que não! Os injustos não herdarão o reino de Deus!
        Então, está firme o propósito de Deus em revelar que aquilo que foi feito por Cristo na cruz e na ressurreição  há de revelar o mais glorioso espetáculo em todo universo. Não haverá lugar para a imundície, maldade, engano, malícia e egoísmo. Os santos ressuscitados aparecerão e brilharão para sempre. As estrelas que agora vemos no espaço sideral darão lugar aos milhões e milhões de homens e mulheres, o povo eleito, e eles reinarão pelos séculos dos séculos. Que maravilhosa história da redenção! Que gloriosa esperança ocupa o coração daqueles que neste mundo sofrem, diante de tanta miséria resultante da entrada do pecado! O dia virá quando o universo respirará as maravilhas eternais da graça.
        E agora! Que alcance pode ter esta mensagem? Há sim! A resposta está no fato que Deus está agora mesmo operando salvação no meio dos homens. Por isso, quem tem ouvido capaz de ouvir o chamado da graça, que agora ouça o doce convite de salvação aos perdidos.