segunda-feira, 13 de março de 2017

UMA NARRATIVA DA SALVAÇÃO (10 de 10)

“Laços de morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim; caí em tribulação e tristeza. Então, invoquei o nome do Senhor: ó Senhor, livra-me a alma” Salmo 116:3 e 4)
O RESULTADO ETERNO DESSA SALVAÇÃO: “volta, ó...”
        Não há dúvida que a salvação traz a eterna bênção da paz com Deus na alma, por isso a fé entrou em ação para proclamar a liberdade da alma e leva-la ao lugar certo: “Volta, ó minha alma ao teu repouso...”. Todos os verdadeiros salvos proclamam e testemunham dessa verdade que a graça lhes outorgou e a fé apreendeu. Notamos isso especialmente nos antigos hinos, como esta mensagem:
                Ó Jesus, achei descanso em teu terno coração!
                É manancial de gozo, e consolação!
                Já cheguei a contemplar-te e minha alma se inundou,
                Com a refulgente graça que ela em ti achou!
Esta apenas uma em meio a milhares de confissão da sincera fé feita por meio dos cânticos proferidos por lábios santificados pela graça. Realmente não tão preciosa bênção como essa, porque é assim que a vida cristã tem início, conforme diz Paulo em Romanos 1:17: “...de fé em fé...”.
        Mas essa obra é também reconhecida como sendo totalmente feita pela graça no coração: “...pois o Senhor tem sido generoso para contigo”. A fé não opera isenta da graça; a fé não é um despertamento isolado que ocorre no homem. A fé é a obra da própria graça, despertando pecadores da morte para a vida (João 5:24). A fé é incrivelmente humilde em seus atos e nunca, jamais há de se elevar; jamais dirá que sua salvação ocorreu por um ato seu, mas sim porque aprouve a graça de Deus operar em sua vida e libertar um escravo do poder amaldiçoador do pecado. Mas a fé, quando é obra feita pelo Espírito é vista dinamizando esse ato da graça exteriormente: “...pois o Senhor tem sido generoso para contigo”. A fé quando é do homem e vem apenas do homem ela é morta, inativa e nada demonstra que houve sinal de vida celestial. A fé cristã aparece para por em ordem a casa da sua vida; aparece para revelar externamente o que Deus fez, assim como ocorreu com Saulo após sua conversão. Suas armas foram atiradas fora e o sossego da paz com Deus dominou seu viver e o tranquilizou.
        Mas também aparece o louvou verdadeiro: “Pois livraste a minha alma...”. Que preciosa lição! O salvo jamais perderá de vista a presença graciosa do Senhor, para dar-lhe louvores. O salvo mostra sua humilde confissão, pois reconhece que merecia a morte eterna. Então seu louvor aparece ao revelar a perfeita justiça de Cristo em sua vida: “Pois livraste das lágrimas, os meus olhos...”. Que ensino! Não há lugar para dó de si; não há lugar para o conforto que este mundo tenta oferecer; não há lugar, senão para louvores a Deus, porque o Senhor envolve o pecador perdido com seu perdão completo. O salvo entende isso e não se sente amedrontado. O sangue do Filho de Deus realmente purifica o homem de seus miseráveis pecados e realmente traz libertação completa ao que jazia como escravo.
        E finalmente ele mostra que está seguro e livre para sempre do juízo eterno: “...pois livraste...da queda os meus pés”. Não há mais o terror da perdição envolvendo seu viver e transtornado sua alma; não há mais qualquer perigo que venha lhe ameaçar, porque Cristo, na cruz derrotou para sempre os cruéis inimigos, os quais dominavam sua pobre existência aqui; agora pode dizer que está seguro para sempre e que debaixo dos seus pés há a Rocha dos séculos que dá perfeita segurança, a fim de livrá-lo do voraz inferno. Que louvor! Não é exatamente isso o que precisamos ver em nossos dias? Não é esse o resultado mais glorioso a ser contemplado aqui na salvação de pecadores?

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