terça-feira, 21 de março de 2017

O TOQUE SALVADOR DE JESUS (2)

“E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra” (Mateus 8:1-3)
A SITUAÇÃO NATURAL DO HOMEM NO PECADO: “leproso”
        A lepra era a enfermidade mais temida daquela época, por isso a sociedade judaica tinha costumes com os quais podiam lidar com os leprosos. Em Levítico 13 e 14, dois grandes capítulos são dados para instruir os sacerdotes para lidar com aqueles que foram contagiados com essa mortal enfermidade. Eles não eram banidos da sociedade para serem segregados num local isolado, pelo contrário, como vemos no texto de Mateus 8, aquelas pobres criaturas andavam por todos os lugares, normalmente esperando que pessoas lhes ajudassem com alimentos. O que acontecia é que eles eram ensinados a falar a todos de sua condição, a fim de que todos se afastassem. Quando Jesus ordenou aos seus discípulos que fossem às cidades de Israel para pregar o evangelho do reino, uma das suas funções era purificar os leprosos (Mateus 10:8). Isso significa que nosso Senhor sempre lidou com pessoas nessa condição, usando de intensa compaixão com elas, mesmo que esses atos não foram revelados nos evangelhos.
        Mas todo nosso interesse aqui está fixado na lepra como sendo o mais poderoso símbolo do pecado. A lepra tomava o corpo inteiro, assim também o pecado tomou o homem em sua totalidade. Enquanto a lepra física afetava apenas o aspecto externo da pessoa, eis que o pecado assumiu o homem tanto por fora como por dentro. Em Levítico 13 vemos que o sumo-sacerdotes procurava sinal da lepra a partir da cabeça, enquanto o pecado é a partir do coração: “É do coração do homem que procede...” Marcos 7:21). Usar a lepra como símbolo do pecado não mostra todos os terrores do pecado, porque a pessoa podia ficar infectada por contágio com alguém que estava enferma, enquanto o pecado nós já nascemos com ele: “Eu nasci na iniquidade e em pecado me concebeu minha mãe” (Salmo 51:5). Então, quando comparamos a lepra com o pecado, vemos o quanto é terrível o pecado, porque a lepra podia provocar a morte física, enquanto o pecado tem consequências aqui e para sempre no sofrimento eterno. Quão bondoso é nosso Senhor, pois nos mostra essas verdades para nosso bem.
        Eu sei que a sociedade atual está tão inerte em suas paixões; o pecado tem dopado e lesado as almas de tal maneira, que os homens nada sentem da miséria e desgraças que envolvem suas vidas aqui e dos terrores que lhes virão após a morte. Os homens atualmente, devido ao intenso trabalho enganador dos falsos mestres, têm tido suas consciências cauterizadas, por isso nada sentem, e procuram fugir e achar um lugar onde podem se esconder quando estão sendo molestados pelas fincadas da lei. Nada, nada mesmo pode despertar os pecadores quanto à condição na qual estão em seus pecados, por isso comem, bebem e levantam para farrear em suas iniquidades. Foi essa a situação da nação judaica nos dias de Isaías, pois Deus descreve a situação espiritual da nação como sendo infectada da cabeça aos pés (Isaías 1:6).
        Ora, ninguém procura um médico quando nada sente; ninguém clama por socorro quando tudo parece estar bem; ninguém pede alívio quando nada sente. Assim os homens no pecado nada vão querer acerca do Salvador, enquanto Deus mesmo não revelar a terrível condição na qual se encontram. Cristo Jesus veio ao mundo para estender sua mão e socorrer a alma aflita, o coração que sangra por ter afrontado a Deus e pela condição de réu culpado. O leproso se aproximou de Jesus. O perdido, cego e cheio de aflição quer agora mesmo achar o Salvador e a salvação.

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