segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

A HUMILDADE E SUBLIMIDADE DO FILHO (6)

“Vim do pai e entrei no mundo, todavia, deixo o mundo e vou para o Pai” (João 16:28).
SUA HUMILHAÇÃO: “...e entrei no mundo...”
        A humilhação do Senhor está infinitamente acima de qualquer compreensão dos homens e não há ninguém que consiga explicar essa declaração do Senhor: “...entrei no mundo...”. Não esqueçamos que noutras vezes ele entrou no mundo, mas não como homem. Ele entrou como anjo, tomou a aparência humana, a fim de conversar com determinados homens como Abraão, Josué, Gideão e outros. Mas aqui em João ele refere-se ao fato que ele entrou no mundo como Homem, e é assim que nós devemos buscar essa compreensão, a fim de que possamos nos humilhar. 
        Ele entrou para que pudesse compreender o que significa ser homem em sua completa miséria, penúria e condenação. É dito que em tudo (exceto no que tange ao pecado) ele se tornou semelhante a nós. Cristo não foi uma espécie de homem diferente. Ele realmente tomou todo caminho normal, a fim de ter acesso à nossa humanidade. Ele nasceu de uma mulher, e esse nascimento não o fez diferente de qualquer homem. Seu nascimento virginal o livrou do envolvimento com a queda em Adão. Então, sua entrada neste mundo mostra ser ele um novo Adão, carregando consigo um corpo mortal, mas com natureza pura e santa de um homem. Num corpo mortal nosso Senhor sentia sim todo impacto do poder do pecado e da morte, conforme todos os homens sentiam. Nosso Senhor recebeu esse corpo assim, a fim de que nele toda miséria física, psicológica e eterna fosse experimentada. Naquele corpo mortal não estava um pecador, mas estavam ali todos os efeitos mortíferos do pecado, todas as enfermidades, toda tristeza, solidão, desespero, angústia e miséria sua alma pode enfrentar. Então, nosso Senhor, nessa miséria humana podia sentir fome, canseira, sede, dores; ele podia chorar, clamar, orar, ver a miséria da multidão, compadecer-se de todos e sentir desgostos ante a maldade dos homens. Ele pode sentir perfeitamente o que significa ser o homem no pecado. Nós aqui jamais experimentamos essa angústia, porque no engano do pecado sempre estamos reclamando, queixando, lamentando e ignorando nossa culpa. 
        Além disso, nosso Senhor, o Pai da eternidade, com toda glória de ser eterno, que nunca teve princípios de dias nem fim, assim como nós, esse Senhor entrou na nossa condição a fim de conhecer o que significa as limitações do tempo. Nós entramos neste mundo para morrer; entramos aqui sem saber quantos dias durará nossa existência terrena. Mas nosso Senhor foi diferente, porque o pecado não o atingiu como ocorreu conosco. Ele assumiu nosso corpo mortal, a fim de tomar sobre si nossa miséria. Mas nosso Senhor era um homem essencialmente imortal. Ele mesmo afirmou que ninguém podia tirar sua vida; foi ele quem voluntariamente a ofereceu. Nosso Senhor enfrentou a morte para destruí-la, a fim de quebrar seu poder e aniquilar os objetivos do inferno em relação ao povo eleito. Nossa morte física só prova o quanto nós somos frágeis como caco de barro, o quanto nada podemos fazer ante a investida dessa inimiga. Mas não foi assim no tocante ao Senhor, porque a sua humilhação tinha por meta destruir todo poder do inimigo e conquistar o triunfo eterno para seu povo escolhido.
       Que humilhação do Senhor! Que impacto desse amor! Que invasão da luz celestial contra as trevas! O mundo, o diabo, a morte, todos os inimigos olharam a aparência e julgaram que pisariam para sempre o Deus-Homem, mas desconheciam os verdadeiros atos da graça de Deus. Mesmo diante dos homens, sua fraqueza não o tornou medíocre. Ele atacou o pecado, ele mostrou sua santidade e justiça em tudo; ele procurou tirar do caminho todo aparato de malícia e maldade dos homens e toda cilada do diabo, a fim de que a justiça de Deus fosse implantada; para que a tão grande salvação dos pecadores fosse vista em sua plenitude.

DIFERENÇA ENTRE O FALSO E O VERDADEIRO EVANGELHO (8)

“Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho isso eu te dou: Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (Atos 3:6)        
A RESPOSTA DO MUNDO: “olha para nós”.
        O mundo procura respostas nas paixões e nos prazeres, mas nada pode oferecer além desses entretenimentos, a fim de manter as almas iludidas e no desespero. O mundo passa com tudo aquilo que tem e oferece. Até mesmo na religião o mundo luta desesperadamente, a fim de manter os homens ocupados com mentiras. Foi por causa dessas maldades que o Senhor censurou e advertiu severamente os fariseus, porque eles não passavam de instrumentos diabólicos, os quais eram usados para manter o povo ocupado e arrogante, ignorando assim as verdades reveladas.
        Mas, o que os religiosos puderam fazer por aquele coxo? A religião deles pode favorecer aquele pobre homem em coisas eternas? Pode encher seu coração de viva esperança? Pode nutrir seu coração de genuína alegria? Tinham eles poder para realizar milagres? O que eles queriam era manter aquele homem na mesma condição, porque qualquer favor além estragaria tudo e descobriria o quanto não passavam de farsantes. O que os poderosos daquela sociedade poderiam fazer por aquele coxo? Afinal, eles tinham interesse em sua condição? O fato que aquele pobre homem pedia esmolas a fim de sobreviver, significava que nada tinha recebido dos poderosos, nem mesmo condição para se manter no dia a dia. Afinal, o que o homem pode fazer pelo homem? Nada! Confiar na carne significa maldição, como sempre acontece com todos que ousam por a confiança no homem.
        Assim podemos obter resposta no evangelho e não no homem, conforme a resposta de Pedro e de João. Encaremos a situação dos homens em nossos dias. Afinal o que esta sociedade tão religiosa, humanista e evangélica tem feito para o bem eterno do homem? Quanto mais os homens se mexem a fim de melhorar a situação, é como eles estivessem tocando na lama no fundo de  um poço, a assim sujando mais a agua. Quanto mais os homens se erguem para melhorar a condição dos homens no  pecado, eis que piores, arrogantes e depravados eles se tornam. Mas o evangelho aparece para mostrar que não tem algo apenas bom, mas sim que tem a excelência. Pedro e João provaram isso no tocante àquele coxo, pois aquele homem foi erguido e sua condição física passou a funcionar como devia. Onde se acha isso neste mundo? A mensagem do evangelho não vem pintar algo apodrecido, mas sim mostrar o quanto o que Deus oferece é excelentemente melhor.
        Os homens diariamente estão na mesma situação do coxo, antes da sua cura, pois vivem estendendo as mãos, á cata das esmolas que o mundo oferece. Todos os dias vemos os homens e mulheres correndo à busca das riquezas terrenas, enquanto o Senhor pergunta aos pecadores: “Por que gastais o vosso dinheiro naquilo que não é pão?” (Isaías 55:2). O que o ladrão não convertido queria? Queria um salvador que o livrasse daquela situação mortal, a fim de que ele fosse restituído à sociedade, para novamente correr à busca de seus interesses egoístas e cruéis. Judas tinha interesse na prata e no ouro, e o que ele recebeu no final?
        A cura daquele coxo foi apenas uma simples demonstração da glória do evangelho, do poder da tão grande salvação e do quanto Deus, em Cristo tem para os pecadores que se arrependem. A condição física perfeita daquele homem é uma forma de Pedro declarar a todos o quanto o evangelho modifica o homem no coração e que Deus enviou seu Filho ao mundo para realizar esse mais poderoso milagre. Quando homens e mulheres são salvos mediante o perdão de Deus e a purificação pelo sangue do Cordeiro, eis que ele começa a andar rumo à perfeição em todos os aspectos. Glória ao Senhor por essa maravilhosa verdade e pela mais poderosa mensagem que está infinitamente acima de toda essa glória mundana.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

DIFERENÇA ENTRE O FALSO E O VERDADEIRO EVANGELHO (7)

“Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho isso eu te dou: Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (Atos 3:6)                
A RESPOSTA DO MUNDO: “olha para nós”.
         Satanás sempre procurou suprir o mundo com aquilo que para os homens é esperança de uma vida melhor aqui. Para aquele pobre homem sua esperança era a prata e o ouro. Os poderosos deste mundo procuram encher os corações de viva esperança para viver aqui. Para Faraó, nos dias de José, a esperança era grandes celeiros cheios de toda provisão, a fim de que as multidões não viessem a perecer naqueles dias. Para Faraó nos dias de Moisés era escravizar Israel, a fim de que aquele povo trabalhasse e construísse seu império. O mundo ignora a morte e assim nada percebe da transitoriedade desta vida. O evangelho pregado por Pedro e João não tem em vista essas coisas tão buscadas aqui. A mensagem do evangelho traz consigo as riquezas eternas tão ocultas dos sábios e poderosos deste mundo.
         O mundo também procura resposta, achando que o viver aqui é ter saúde e bens terrenos, a fim de desfrutar ao máximo desta vida. Não foi assim com aquele rico e louco? Seus pensamentos nutriam a mesma mentalidade que enchem este mundo de ganância. Quando vou ao supermercado aqui perto de minha casa sempre deparo com a enorme fila que fazem em direção à casa lotérica. Ali vejo o anseio de homens e mulheres em buscar as riquezas. Vejo ali até mesmo homens e mulheres já bem idosos pensando como pensam os demais. Aquele homem rico veio a adquirir riquezas e ajuntou tudo pensando numa aposentadoria para gozar bem desta vida aqui. Ele foi sábio no tocante às riquezas, mas foi um louco no tocante à sua alma. Para aquele homem um Pedro e um João nada tinham, não passavam de pobres e miseráveis e certamente desprezaria a mensagem que aqueles servos de Deus tinham.
         O mundo anseia por um evangelho diferente; eles querem que do céu desça continuamente leite e mel. Eles querem a mensagem que multiplica os pães e peixes; eles querem ter diariamente os cestos cheios e assim estão prontos para “louvar” e buscar Deus. Mas o evangelho de Pedro e de João é diferente, pois é o mesmo evangelho pregado pelo Senhor da glória. Sua mensagem mostra aos homens que as riquezas daqui não os livram do castigo eterno que aguarda os pecadores culpados e separados da glória de Deus. O mundo nada quer do céu, mas a mensagem do evangelho proclama aos homens que a verdadeira e eterna riqueza está guardada e entesourada para as almas convertidas.
         Os poderosos deste mundo se posicionam nas mais altas posições e declaram a todos que eles têm a solução. Mas eis aí o mundo, sempre o mesmo mundo. Se Pedro e João dessem alguma prata ou ouro para aquele pobre homem, o que ele poderia fazer, senão comprar comida e ampliar um pouco mais sua vida aqui? Este sistema mundial está falido e sente a desgraça do pecado. O reino daqui é marcado pela derrota e sabe que nada pode fazer para impedir os resultados desastrosos e eternos do pecado. A mensagem do evangelho mostra o reino do céu. O Senhor ensinou seus discípulos a orar, pedindo ao Pai: “Venha a nós o teu reino”. O evangelho de Pedro e João mostra que esse reino de amor chegou aos homens e que eles podem ter. O que fez aquele coxo saltar de alegria? Não foi a prata e o ouro, mas sim os poderes celestiais. Essa mensagem silencia o mundo, porque não glorifica o pai da mentira, nem exalta os poderosos daqui.
         O evangelho falsificado daqui só realça ainda mais a soberba dos corações e alimenta a vã esperança dos homens. Eles precisam ouvir que Deus enviou seu Filho ao mundo para arrancar homens e mulheres dessa mordaça do pecado, dessa enganosa escravidão, a fim de tirar desse império do mal e leva-los após à morte para seu reino celestial.

A HUMILDADE E SUBLIMIDADE DO FILHO (5)

“Vim do pai e entrei no mundo, todavia, deixo o mundo e vou para o Pai” (João 16:28).
SUA HUMILHAÇÃO: “...e entrei no mundo...”
        Agora chegou o momento para que consideremos a humilhação do Senhor com profunda humildade de nossa parte. Lembremos bem que sua disposição para deixar o céu e baixar-se aqui para assemelhar-se a nós (exceto no tocante ao pecado), foi uma atitude voluntária da sua parte. Não esqueçamos que, devido a nossa desobediência em Adão, fomos humilhados pelo pecado em todos os aspectos; nada havia nem há em nós, a não ser miséria, imundície, maldade e com justiça merecida condenação. Ele não desceu aqui para buscar nossos louvores, porque todo nosso ser envolvido pelo pecado estava apto para louvar satanás e curvar perante suas propostas. Ele não veio aqui tendo em vista buscar nossos serviços, a fim de que pudéssemos dedicar nossos corpos para servir a Deus, porque o pecado nos deixou numa condição de subservientes, de escravos ao diabo e ao mundo.
        Também posso afirmar que não houve ninguém aqui, nem homens nem tampouco anjos que enviasse qualquer mensagem pedindo socorro aos céus. Nada houve de oração, de intercessão, de súplicas que chegasse aos ouvidos de Deus, a fim de que ele nos acudisse. Também, nada houve nos homens que chegasse a motivar Deus, a fim de nos buscar em nossa condição. Israel no Egito clamou e Deus ouviu o clamor daquele povo, mas no tocante aos homens no pecado, nenhum gemido pode chegar aos ouvidos divinos, a fim de nos atender. Toda disposição partiu do próprio Deus em seu santo, glorioso e soberano conselho. Toda disposição para que o Filho descesse até nossa miséria partiu da unidade que envolvia a justiça, a santidade, o amor, a graça, a misericórdia e todos os demais atributos. A decisão divina foi mobilizada tendo em vista o louvor e glória da sua graça, a fim de que Deus fosse glorificado.
        Também, a humilhação do Senhor seria total humilhação. Nós aqui não sabemos o real significado de nossa miséria. Os homens desconhecem sua condição no pecado, a não ser que Deus mesmo lhes mostre, caso contrário, mesmo no inferno eles acharão que foram injustiçados, tudo isso porque somos envolvidos aqui pelo monstruoso engano do pecado. Mas a atitude humilhante do Filho de Deus tinha em vista cem por cento de humilhação. Para isso ele foi movido pelo seu intenso amor, a ponto de deixar sua glória e baixar-se a este mundo tão vil. Nosso Senhor não tomou um caminho mais fácil; não desejou uma forma mais confortável, porque ao ser acionado pelo perfeito amor, eis que ele desceu para tomar a trilha mais terrível e desconhecida entre os homens. Na humilhação, eis que aquele que é perfeito em glória e riquezas, que de nada precisa, tomou sim o caminho da mais extrema pobreza e miséria aqui, jamais cedendo para a busca de um pouco de conforto no meio dos homens.
        Também, aquele que a própria vida pode vislumbrar o caminho em direção a mais humilhante morte – a morte de cruz. Seu amor planejou tudo, traçou todo caminho a ser percorrido e mirou de antemão todos os obstáculos, sem se recuar nem um pouco. Seu alvo era nossa humanidade, por isso veio para ser Homem em todos os sentidos do que isso significa. Ele não assumiu uma forma externa, mas passageira de homem, como ocorreu nos dias de Abraão. Nosso Senhor não entrou no mundo de forma diferente do normal. Ele não apareceu de repente, mas sim nasceu e entrou no mesmo processo de crescimento como ocorre com qualquer ser humano.
        Temos nós condições de entender isso? Nosso Senhor nasceu, entrou aqui para enfrentar a jornada de humilhação, desde seu nascimento até sua morte. Não é um amor glorioso? Não podemos nós adorá-lo? Não podemos nós buscar conhecer a profundidade desse amor?
        “Ó que amor glorioso! Preço tão grandioso! Que Jesus por mim na cruz pagou!”

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

DIFERENÇA ENTRE O FALSO E O VERDADEIRO EVANGELHO (6)

“Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho isso eu te dou: Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (Atos 3:6)        
A RESPOSTA DO MUNDO: “olha para nós”.
       Estou certo que as palavras de Deus ao pobre homem: “Olha para nós...”, são palavras dignas de nossas sérias observações, porque nos trazem profundos ensinos. Ali estavam dois homens olhando a triste situação daquele mendigo. Deus aprouve chamar homens, a fim de lidar com homens; seres humanos caídos, mas que foram resgatados do pecado, a fim de lidar com seus semelhantes com seus corações cheios da compaixão de Deus. Que resposta para aquela alma ansiosa por dinheiro, a fim de que sua fome fosse mitigada mais uma vez!
        Observemos a resposta que o mundo dá na área religiosa, porque o trabalho dos falsos mestres é totalmente diferente. Eles sempre estão declarando aos homens que eles têm prata e ouro; que eles têm resposta para os anseios materiais dos homens; que eles têm um deus que vai atender e encher seus corações da esperança de que tudo vai melhorar aqui. Mas, não tem trabalho mais enganador neste mundo do que o serviço prestado pelos proclamadores de mentira. Eles são servos de satanás, e qual é o trabalho do pai da mentira neste mundo? Nosso Senhor declarou que o ladrão somente para roubar, matar e destruir (João 10:10). Sendo assim, confiar nos homens é depositar o coração inteiro em satanás. Nosso Senhor em seus dias aqui enfrentou corajosamente os fariseus e os chamou de hipócritas, justamente porque a função principal deles era enganar o povo com suas mentiras, usando a lei de Moisés.
        Satanás não pode dar nada, mas sim tirar o que os homens têm. O rei dos ladrões há de roubar; o rei dos assassinos há de matar, e é exatamente isso o que ele faz com os homens através dos enganos religiosos. O dono da prata e do ouro é Deus, então é de se esperar que o serviço de satanás  é enganar os homens, a fim de destruí-los. O que Pedro e João falaram para aquele povo refletiu bem o que os mensageiros de Deus têm em mãos para servir. É claro que sempre os servos de Deus têm algo físico para dar; sempre os santos têm para repartir aos famintos. Mas naquele momento não era para pensar nessas coisas terrenas, pois ali estava um homem que retornaria todos os dias, até à sua morte, na busca de provisão para seu sustento. Mas o fato é que qualquer pessoa podia fazer o que aquele mendigo queria; qualquer um podia passar e deitar uma moeda em sua mão. Mas somente os apóstolos tinham algo inédito a fazer e que estava infinitamente além das perspectivas desta vida.
        Trago isso aqui, a fim de mostrar aos meus leitores que o mundo tem para dar aos homens, naquilo que os homens querem. Os homens podem dar esmolas e até se sentem bem ao fazer isso. O mundo pode criar programas sociais, a fim incluir os pobres, aleijados e rejeitados. O mundo pode lutar na tentativa vã de acabar com a fome e a miséria. Mas o mundo não tem a riqueza que somente o evangelho pode dar, por isso, quando acontece o que ocorreu com aquele mendigo, o mundo inteiro se une para atacar a mensagem e as obras dos servos do Senhor.
        O propósito daquele milagre era abrir a porta para que a multidão curiosa pudesse ouvir a mensagem pregada por Pedro naquela ocasião. Pedro não saiu à caça de aleijados e cegos, a fim de curá-los. Um só milagre foi suficiente para mostrar que o problema do homem está no coração; que o homem pode ser aleijado, ou cego, mas que seu real problema era sua condição interior. O alvo do evangelho é alcançar corações arrependidos, por isso milhares foram salvos com a pregação de Pedro. Que diferença há para Deus num aleijado e em alguém que está em perfeita saúde? Nenhuma. A situação é a mesma. Todos nós estamos sujeitos neste mundo a perder a visão, a perna, o braço e ficar nessa condição pelo resto da vida. Mas o Senhor veio ao mundo para buscar e salvar perdidos no pecado.

A HUMILDADE E SUBLIMIDADE DO FILHO DE DEUS (4)

“Vim do pai e entrei no mundo, todavia, deixo o mundo e vou para o Pai” (João 16:28).
SUA HUMILHAÇÃO: “...e entrei no mundo...”
        Já pudemos passar de forma sumária no primeiro assunto que trata da origem do Filho de Deus: “Vim do Pai...”. Não há dúvida que o assunto é inesgotável e que eu não sou capaz de esclarecer assuntos tão profundos, porque estamos lidando com o infinito Deus. Mas creio que aquilo que era essencial ao nosso entendimento pode ser entregue aos meus leitores. Sem uma compreensão clara do propósito central da redenção, certamente nos perderemos diante de tantas mentiras religiosas que enchem este mundo. Se tem algo que nós os crentes não podemos vacilar é no conhecimento do evangelho, caso contrário sofreremos consequências devastadoras, como temos visto no transcorrer dos anos.           
        Agora é o momento para que chequemos bem o tema que trata de sua humilhação: “...e entrei no mundo...”. Sem dúvida alguma, esse foi o mais poderoso e extraordinário evento que sucedeu na história. É claro que satanás tenta fazer de tudo para manchar essas verdades e lembramos bem que o mundo nada tem e nada pode fazer para explicar algo que somente a palavra de Deus vem nos revelar. Em 1 Timóteo Paulo trata o assunto como sendo o “mistério da piedade” (3:16). Em Hebreus 1 tudo indica que a humilhação do Senhor foi tão tremenda que até mesmos os anjos recuaram em acreditar, a ponto de vir a ordem de Deus: “...e todos os anjos de Deus o adorem” (1:6). E mesmo aqui na terra vemos como até mesmos os demônios sentiram o terror de ter aqui no meio dos homens a presença do Filho de Deus que se fez carne.
        Além disso, satanás tem feito com que no transcorrer da história o Senhor Jesus fosse espezinhado e aviltado. Ele trabalhou para que Cristo fosse visto como um ser criado, que nada teve da divindade e assim milhares de heresias foram espalhadas no mundo, na tentativa de tornar a humilhação de Cristo algo ainda mais infame e indigno da fé cristã. E é fato que em nossos dias a igreja de Deus tem que lutar ferrenhamente para manter pura sua fé, especialmente no que tange à divindade e humanidade do Filho de Deus.
        Até mesmo os discípulos no princípio tiveram dificuldades em crer nisso. Por esse fato nosso Senhor multiplicou seus milagres e suas obras no meio dos homens, a fim de que seus seguidores ficassem sabendo que sua vinda ao mundo foi humilhação. Lembramos que há diferença clara entre nossa humilhação e a humilhação do Filho. Nós fomos humilhados porque caímos voluntariamente no pecado e agora experimentamos os rigores de humilhação resultante de nossa desobediência e que finalmente nos levará aos terrores eternos. Mas não foi o caso do Senhor, porque sendo ele Deus se tornou homem, e aqui viveu sem conhecer o pecado como nós conhecemos e experimentamos. Sua humilhação não arrancou sua perfeita justiça, enquanto nós fomos humilhados pelo pecado e nos tornamos injustos. Se compararmos o Senhor conosco, eis que ele é mantido puro, sem qualquer mácula, enquanto nós somos sujos, imundos e cobertos de trapos aos olhos de Deus.
        Também, sua entrada ao mundo mostrou seus traços da humilhação, envolvendo pobreza, aparência indesejável e muito sofrimento. Mas esse revestimento humano em nada manchou sua glória interna. Por fora os homens viam um pobre nazareno, enquanto por dentro Deus via seu Filho amado. Por fora seu corpo foi corpo de humilhação, sentindo tudo o que nós sentimos, mas por dentro estava o Senhor da glória. Após a ressurreição seus discípulos passaram a entender essas coisas e muitas das suas lições vieram à tona. Para o mundo, por fora ele poderia ser massacrado, desprezado, exposto ao vitupério e crucificado. Por essa razão o mundo achou que ao mata-lo seria como matasse qualquer ser humano. Eles não sabiam que estavam lidando com aquele que se humilhou para ser aqui um cordeiro mudo, a fim de realizar o trabalho do Pai na redenção do seu povo.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

DIFERENÇA ENTRE O FALSO E O VERDADEIRO EVANGELHO (5)

“Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho isso eu te dou: Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (Atos 3:6)        
A TRISTE CONDIÇÃO DOS HOMENS NO PECADO: “coxo de nascença...”
        O falso evangelho sempre mostra a proposta que o mundo tem, tendo em vista fazer com que o homem se sinta bem aqui, mesmo estando coxo, cego, aleijado, etc. O mundo não tem a resposta que o evangelho verdadeiro tem aos homens. E mesmo que o mundo possa se gloriar em curas e milagres, nada disso pode ocultar a surpreendente morte, a qual chega para revelar a inutilidade de tudo o que aqui existe. Nosso Senhor curou homens e mulheres, também ressuscitou muitos, mas em nada deu qualquer ênfase nessas coisas, como se estivessem no tope daquilo que é importante. Sem salvação eis que morte chega para lamber toda essa pintura de engano feito pelo diabo através do mundo.
        Digo mais, o mundo tem consigo seus meios para resolver temporariamente alguns problemas que os homens têm, resultantes do pecado. Aliás, o mundo pode chegar às mais poderosas conquistas na medicina, a fim de ajudar a população que sofre.  O mundo pode dar comida, mas não pode por um ponto final no avanço da fome. O mundo pode trazer conforto e sucesso na área tecnológica, mas tudo isso traz consigo terríveis consequências, devido ao fato que a presença do pecado exige reações da parte dos homens em alguns detalhes. Por exemplo, o fato que o homem não pode ficar sem trabalhar, caso contrário o sofrimento e consequências serão desastrosos para ele e para todos e também a lei da justiça, a qual sendo quebrada faz com que todos sofram e reine a miséria.
        Além disso, lembramos bem que forte é o Senhor e capaz para dar aos homens plena e perfeita saúde física. Aliás, quando encaramos tudo à luz da verdade e da bondade de Deus, eis que podemos entender que tudo o que é bom e que traz bênçãos físicas aos homens vêm de Deus e não dos homens. Os médicos, enfermeiros, remédios e novas descobertas, etc. são provisões de Deus em sua bondade e amor, os quais são espalhados em toda criação. Mesmo antes de florescer tanto a medicina, eis que nações e tribos lutaram e sobreviveram à luz daquilo que receberam da criação. Por todos os lados, nas florestas, nos rios e nos mares Deus exposto aos homens o fato que ele mesmo tem dado aos homens resposta para os males oriundos do pecado, trazendo-lhes saúde e disposição para viver. Não há no Senhor nenhum desinteresse pelo bem-estar dos homens aqui, pois ele mesmo se inclina para ver a condição tão miserável do homem e assim atender-lhe em suas reais necessidades. Paulo salientou isso quando pregou na cidade de Listra e disse àqueles moradores o fato que Deus “...não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração de fartura e de alegria” (Atos 14:17).
        Mas o fato é que aquele que é dono da prata e ouro sabe perfeitamente o que os homens realmente precisam. Não há crueldade em Deus, e mesmo que os homens são ingratos, maus e idólatras, o Senhor age sempre com justiça neste mundo. Da parte dele jamais haverá qualquer ato de injustiça, como há nos homens. Nosso Senhor não vê o homem como necessitado de bens físicos, mas sim como um réu perdido e condenado. A raça é vista do céu como culpada por ter dado as costas para Deus, a fim de correr para o diabo. Os resultados do pecado, como a fome, a miséria, a dor, o sofrimento físico e mental e por fim a morte física e eterna, essas coisas são resultados da culpa do homem e não do Senhor: “Por que, pois se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados” (Lamentações 3:39).
                        Eu perdido pecador, longe do meu Jesus.
                        Já me achava, sem vigor, a perecer sem luz.

A HUMILDADE E SUBLIMIDADE DO FILHO (3)

“Vim do pai e entrei no mundo, todavia, deixo o mundo e vou para o Pai” (João 16:28).
SUA ORIGEM: “Vim do Pai...”
       A primeira lição realmente nos traz profundos ensinos que nos revelam a gloriosa história da redenção, e somente os crentes em Cristo podem entender essas verdades que nos foram entregues. Vemos que o Filho exalta seu relacionamento com o Pai: “Vim do Pai...”. Isso significa que seus interesses eram eternos, que seu ser estava carregando da santa disposição em agradar o Pai, e isso o Filho sempre mostrou que veio fazer neste mundo. Mesmo se tornando Homem à nossa semelhança; mesmo amando os seres humanos com santa compaixão; mesmo desejando o bem eterno de uma raça caída, mesmo assim nada mudou sua inteira dedicação e submissão ao Pai em vir ao mundo tendo em vista agradar-lhe.
       Também, essa declaração do Filho: “Vim do Pai...”, nos mostra que todo propósito da criação estava ligado a esse interesse. Tudo foi feito na criação pelo Filho, ele é o grande arquiteto dessa maravilhosa criação. Em Colossenses vemos como Paulo mostra isso, ao afirmar que tudo foi feito por ele e para ele. Cada item da criação exibe a glória do Filho de Deus; tudo foi feito, a fim de que tudo viesse a ser encaixado exatamente nos planos eternos da redenção, por isso que Paulo afirma: “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8:28). Isso significa que nada deste mundo, nem os anjos, nem o diabo e demônios poderão destruir os planos eternos mobilizados por Deus através do Filho, em sua vinda ao mundo.
       Também, meditemos no fato que a declaração do Senhor nos mostra o grande amor de afeto existente entre as duas pessoas. Como Deus deixa isso tão claro, a fim de chamar a atenção do mundo, para que todos saibam que a humilhação do seu Filho não desvaneceu seu amor. A glória do Pai sempre manteve seu Filho sob sua proteção. Homens olharam para ele com desdém; perversos acharam que podiam estraçalhar sua vida, por isso quiseram mata-lo. Na cruz a multidão de covardes aproveitou do momento tão terrível, a fim de despejar a ira deles de forma brutal e perversa contra o inocente e humanamente indefeso Jesus. A sua crucificação foi o ápice do desprezo, da ingratidão e da disposição maldosa do mundo inteiro representado em volta da cruz. Mas o Pai deixou claro, quando três vezes declarou aos ouvidos dos homens: “Este é meu Filho amado”.
       Também, sua vinda e humilhação aqui no meio dos homens, jamais tirou do Senhor seu santo e intenso desejo de voltar a usufruir da glória do Pai. Ele disse isso em sua oração antes da cruz: “Pai...glorifica teu Filho...” (João 17:1). Seu ser celestial anelava por estar em seu lugar de onde veio. Sua missão estava sendo cumprida, porque veio para glorificar o Pai em tudo, e assim o fiz: “Eu te glorifiquei na terra...” (verso 4).  Esse amor eterno entre o Pai e o Filho é um amor que tem base no conhecimento perfeito existente na divindade. Onde há amor perfeito, significa que esse amor está cercado de todas as prerrogativas da divindade. Também, tudo é perfeito, de tal maneira que Deus, o Pai jamais amará qualquer ser criado fora do amor existente entre ele e seu Filho. Tudo o que existe fora disso é colocado como periférico e sem qualquer importância.
       Outro detalhe que deve servir de advertência, é que os homens só podem conhecer o real significado de amor se estiverem envolvidos nesse amor. Fora desse ambiente de ternura, graça, afeto, conforto, segurança, riqueza, etc. tudo é fantasia e vaidade. Fora do amor de Deus que há em Cristo tudo se perde e é digno do fogo. Nosso Senhor está declarando aos homens que eles só poderão conhecer Deus se forem achados nele – no Filho.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

DIFERENÇA ENTRE O FALSO E O VERDADEIRO EVANGELHO (4)

“Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho isso eu te dou: Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (Atos 3:6)        
A TRISTE CONDIÇÃO DOS HOMENS NO PECADO: “coxo de nascença...”
        Não temos como expor aqui todos os desastrosos e eternos efeitos do pecado no homem total. Além de tornar os homens paralisados e cegos, eis que o pecado nos tornou também mudos. O mundo inteiro mostra um total e absoluto silêncio em relação a Deus. O barulho que vemos são os efeitos do pecado e o poder do diabo agindo neste mundo. Por onde andamos, nos shoppings, supermercados, nas ruas e noutros lugares só ouvimos a música profana e as palavras dos homens ligadas àquilo que eles tanto ambicionam. Encaremos o dia do Senhor, o primeiro dia da semana. Vai passando os dias e vemos a profanação, todos saindo para as compras, a fim de usar o dia para seus prazeres. Não ouvimos os sons da salvação nos lares; não vemos os pais levando seus filhos à igreja; não vemos as músicas de louvores movidos por lábios que temem ao seu nome. Se fosse tirado esse burburinho enganador, sem dúvidas veríamos o mundo no silêncio de cemitério no tocante a Deus.
        Mudemos a linguagem num ambiente rodeado de amigos e parentes não crentes. Falemos de Deus, da sua salvação e logo perceberemos o silêncio e o total desinteresse pelas coisas que realmente valem a pena. O que aconteceu? O resultado do pecado é que as línguas dos homens e das mulheres não estão soltas, livres e desimpedidas para Deus. Olhemos os homens em suas atividades, porque estão prontos para usar suas mãos e pés, mas não para agradar a Deus, não para servir ao Senhor, mas sim aos seus próprios e egoístas interesses. Afinal, eles têm interesses de ir a um lugar santo, a fim de ouvir uma pregação bíblica? Claro que não! Seus pés estão verticalmente paralisados e nada podem fazer no tocante àquele que lhes criou para sua glória.
        Queremos ver o desastre total no homem, encaremos conforme a linguagem bíblica, de que os homens estão mortos. Aliás, Deus vê os homens no pecado como mortos. E é a morte que demonstra total estado de paralisia em todos os aspectos: Nos olhos, boca, ouvidos, mãos, pés, mente, emoções, etc. Não precisamos ir longe, basta que cheguemos perto, à luz da bíblia e encaremos os defuntos, porque um cadáver tem em si cem por cento dos defeitos. Isso significa que a bíblia não trata de apenas alguns aspectos, que o propósito de Deus não é recuperar os pés, ou as mãos, ou os olhos, etc. mas sim o homem em sua totalidade. Por essa razão, a cura efetuada através de Pedro naquele homem, foi apenas uma ilustração parcial daquilo que o evangelho faz com o homem em sua totalidade. O evangelho não nos foi dado para fazer um homem andar com suas pernas fortes, mas sim para mostrar o que Deus faz quando ergue os homens da morte para a vida.
        Então, o evangelho não tem uma mensagem que demonstra dó pelo estado físico dos homens. O evangelho é penetrante e poderoso para lidar com o homem interior, porque é ali que está o homem que Deus vê, enquanto o mundo vê o homem por fora e nada pode fazer pelo estado físico dele. Pedro e João podiam olhar com pena para aquele homem; podiam dar-lhes algum dinheiro que resolveria o problema da fome dele. Mas eles tinham outro objetivo, aqueles dois homens eram representantes, embaixadores do céu na terra. A mensagem deles era para causar espanto, por isso logo após a cura Pedro pode expor a mais preciosa mensagem de salvação aos pecadores.  
        O evangelho do Senhor não tem prata nem ouro, mas tem o poder que realmente transforma homens e mulheres em nova criação. O evangelho bíblico é poderoso porque ao salvar o homem do pecado e da condenação, traz consigo benefícios eternos para o pecador que é salvo.

A HUMILDADE E SUBLIMIDADE DO FILHO (2)

“Vim do pai e entrei no mundo, todavia, deixo o mundo e vou para o Pai” (João 16:28).
SUA ORIGEM: “Vim do Pai...”
        A nossa primeira lição vista no texto nos ensina o fato que ele, o Filho veio do Pai. Notamos bem que a linguagem é de intimidade: “Vim do Pai...”. Isso mostra o relacionamento que marca bem a história eterna do propósito da redenção. Além disso, esse tal relacionamento abre o cenário eterno, a fim de que entendamos os fatos eternos, porque sem isso tentaremos compreender a história da nossa redenção do ponto de vista terreno e humano. Por exemplo, não poderemos entender eleição se não compreendermos bem esse vital relacionamento entre o Pai e o Filho, porque compreenderemos que houve um relacionamento de amor eterno entre essas duas Pessoas da trindade bendita.
        Vou me esforçar para deixar o assunto ainda mais claro aos meus leitores. Houve uma história de amor, porque Deus é amor e amor envolve relacionamento. É assim que o assunto se desdobra perante nossos olhos, pois o Pai amou o Filho e o Filho amou o Pai num amor eterno. Ora, nosso Senhor fala sobre isso em João 17, quando ali ora em favor dos seus eleitos: “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo” (verso 24). Se quisermos entender o amor de Deus, teremos o fundamento certo no relacionamento de um amor eterno e perfeito existente entre o Pai e o Filho.
        Também, a linguagem é totalmente do Novo Testamento, pois o Filho de Deus nasceu e se tornou Homem. Mas em João ele é visto como o Filho de Deus e em todo livro é dinamizada essa verdade. Ele deixou claro quando confrontou com os incrédulos judeus, como vemos nos capítulos 3, 5, 6, 7, 8 e 10. Foi essa verdade que ele passou para seus discípulos, a fim de que eles vissem seus milagres e cressem em seus ensinos. O propósito era para que todos soubessem que aquele que nasceu aqui de uma mulher, assim como todos nós nascemos, realmente veio do céu; que ele já existia, antes mesmo que Abraão existisse; que ele era o grande EU SOU; que ele veio de um relacionamento fiel, amoroso e gracioso existente entre ele e o Pai. Para maior ênfase, sabemos que ele veio de Deus, veio dos céus à terra; sabemos que ele não era um mero anjo que tomou forma de homem, como ocorreu nos dias de Abraão; sabemos que sua humanidade não diminuiu sua glória; sabemos que ele não é o resultado amoroso de um relacionamento conjugal, porque Maria ficou grávida dele quando era virgem. Então, fica enfatizado o fato que ele, o Filho veio do Pai.
        Também, era para que os homens pudessem saber que o amor existente nesse relacionamento entre o Pai e o Filho estava infinitamente acima de qualquer amor humano. Os homens deveriam saber que uma Pessoa da divindade enviou outra Pessoa ao mundo; que houve uma vontade soberana acima de tudo e que o Filho jamais faria sua própria vontade na condição de Filho; que ele estaria aqui na terra em perfeita submissão à vontade soberana, e que todo seu ministério seria assim, mesmo sendo Homem e carregado de compaixão pelos homens. Essa verdade nos traz lições preciosas acerca desse amoroso relacionamento. Nosso Senhor não se submeteria aos sistemas deste mundo, às condições da família humana. Nosso Senhor marcaria seu ministério aqui subordinado à vontade do Pai; que não morreria a morte comum dos homens; que não teria os mesmos objetivos dos homens em sua jornada terrena. A ênfase seria realizar a vontade daquele que lhe enviou: “Vim do Pai”.
        Esta é uma pequena lição sobre nosso Senhor e sua glória com o Pai. Ele passou essa lição aos seus discípulos e nós somos chamados a aprender essas verdades, a fim de que nosso temor seja visto em submissão, respeito e obediência ao Senhor, assim como fizeram os apóstolos e os novos convertidos na igreja primitiva.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

A HUMILDADE E SUBLIMIDADE DO FILHO (1)

“Vim do pai e entrei no mundo, todavia, deixo o mundo e vou para o Pai” (João 16:28).
INTRODUÇÃO:
        Não há como exaurir a glória do Filho de Deus. Sendo ele Deus, nós pobres e finitos seres humanos não podemos conhecer perfeitamente sua excelsa glória ao lado do Pai e do Espírito Santo. Mas aquele que um dia desceu do céu e veio aqui numa humildade que para nós é impossível sondá-la totalmente, sem dúvida somos desafiados a conhecer aquele que deixou a glória eterna ao lado do Pai para tomar nossa miséria. Aquele que deixou seu estado eterno entrou neste mundo para tomar esse tabernáculo físico e assim conquistar para um mundo perdido uma tão grande salvação. Passarei meus pobres anos aqui e jamais serei capaz de transmitir tudo o que significa a humildade e sublimidade do Filho de Deus. Paulo escreveu a Timóteo e disse que a descida do Senhor do céu à terra foi um mistério da piedade. Quem somos nós para descrever essa santa e perfeita piedade do Deus-Homem?
        Mas vale a pena receber esses ensinos. Se a cada dia alimentarmos um pouco do conhecimento do nosso Senhor, certamente seremos mais forte neste mundo. Quanto mais luz da glória do Filho de Deus pudermos ter, mas livres seremos dessa escuridão de mentiras que domina o mundo. Se a cada dia recebermos um pouco das riquezas da glória, quantas bênçãos poderemos nós ter para ajudar esse paupérrimo mundo! Daniel afirmou que o povo que conhece seu Deus é um povo forte e ativo. Não é isso que nós devemos procurar obter nesta vida, com o santo auxílio do Espírito de Deus e da sua palavra?     Nosso Senhor só pode ser conhecido pelo seu povo e esse conhecimento vem da Palavra. Um conhecimento defeituoso nos dará um relacionamento errado, porque o mundo opera em transmitir informações erradas a respeito Dele. O que inundou a alma dos apóstolos? Não foi o conhecimento que eles puderam obter do Senhor? Claro! Em João 1 o apóstolo fala da experiência que ele, Pedro e Tiago tiveram de ver a glória de Cristo. Quão triste fico quando vejo hoje o quanto as multidões desprezam o conhecimento do Senhor. Muitos acreditam que conhecem a Jesus, mas segundo o conhecimento que o mundo traz. Sem a palavra de Deus, miseravelmente conheceremos o que satanás quer apresentar ao mundo acerca do seu medíocre anticristo.
        Vamos nos acercar desse texto de João usando as palavras ditas por nosso Senhor aos seus discípulos. Foi ali que o Senhor revestiu seus discípulos dessa santa emoção, para que aqueles homens atribulados, medrosos e frágeis como nós, pudessem ser tomados da presença daquele ser. Agora eles podiam estar certos que não estavam perante um mero homem, de um mero profeta, mas sim daquele que veio do Pai ao mundo. Aqueles ensinos eram mais ricos do que tudo o que o mundo podia oferecer. Sigamos pois as quatro lições mostradas pelo nosso Senhor no texto:
        Primeira lição: Sua origem: “Vim do Pai...”. Segunda lição: Sua humilhação: “...entrei no mundo...”. Terceira lição: Seu triunfo: “...todavia deixo o mundo...”. Quarta lição: “...Sua glória readquirida: “...e vou para o Pai”. Estou certo que todos aqueles que realmente amam o Senhor hão de ter prazer por esses ensinos. Estou muito mais seguro de que os que bem dessa fonte santa, são os fortes na fé e que realmente marcham com triunfo e alegria para conhecer seu Senhor naquele grande dia. Paulo diz em Filipenses que seu alvo era conhecer seu Senhor, por isso vivia para esse objetivo.
       Mas, meu prazer é que a igreja do Senhor se aproxime dele; que sua palavra seja amada e que cada crente experimente o gozo do temor ao Senhor. Tudo aqui vai passar; todas as delícias desta vida são funestas, passageiras. Mas, no tocante a Cristo só há plenitude de bênçãos e bênçãos.

A DIFERENÇA ENTRE O VERDADEIRO E O FALSO EVANGELHO (3)

“Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho isso eu te dou: Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (Atos 3:6)                 
A TRISTE CONDIÇÃO DOS HOMENS NO PECADO: “coxo de nascença...”
         A situação física dos homens, à semelhança daquele coxo é apenas uma pequenina demonstração do que o pecado fez na raça inteira. Nós temos que ver a aparência como algo apenas passageiro e que a essência real do problema do homem está no coração dele. Quando vemos o mundo ocupado com a aparência, na realidade está como que mexendo em lâmpada queimada. Nem nosso Senhor nem os apóstolos foram levados pela aparência. É claro que somos envolvidos com compaixão, mas as curas físicas trazem à lume a explicação do que realmente significa o poder do evangelho.
         Onde foi que o pecado nos deixou? Tomemos as condições de enfermidades trazidas pelo pecado aos homens, a fim de usá-las como ilustrações acerca do que realmente significa as realidades eternas. Por exemplo, a paralisia. Nosso Senhor curou muitos homens e mulheres paralíticos, assim como Pedro e João foram usados para aquela cura milagrosa. Mas o pecado deixou os homens completamente paralisados para Deus. Encaremos homens e mulheres ao nosso derredor; vejamos a condição na qual eles estão, pois nada deles funciona para Deus. É claro que funciona para o pecado. Eles podem se levantar, correr, trabalhar, jogar, brincar e fazer atividades até mesmo fora do comum. Mas encaremos o homem no tocante a Deus, e vejamos como eles não têm nem poder ter qualquer disposição para Deus. Nada funciona, nem sequer uma unha se move em direção a Deus. Chamemos os pecadores para a igreja adorar a Deus. Eles podem ir de vez em quando, mas não para adorar a Deus e servir ao Senhor.  
         Notemos como foi que o pecado deixou os homens cegos, porque a verdadeira cegueira está no coração e não nos olhos físicos do homem. O pecado fez com que homens e mulheres não consigam ver a glória de Deus: “Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23). Não tem uma situação mais aterradora do que esta, homens e mulheres andando cada centímetro neste mundo, sem, contudo perceber como Deus deixou sua glória implantada em cada coisa criada. O pecado fez com que os homens pudessem olhar para tudo e ainda assim dizer: “Não há Deus na minha frente” (Salmo 14:1). Em Romanos 1 Paulo mostra como judeus e gentios, todos sem exceção olhem para tantas maravilhas e mesmo assim dão glórias aos seus ídolos. Mesmo os mais cultos deste mundo, pois tomam a cultura para mostrar o quanto são loucos ao invés de sábios. Eles trabalham para inventar novos deuses, a fim de atribuir a eles a glória que pertence ao criador.
         É triste, porque é isso o que vemos ao nosso derredor, homens e mulheres de toda idade, cultura, condição social, todos cegos e sendo levados pelos poderes das trevas, enganados pelo mundo e mirando apenas aquilo que seus frágeis olhos físicos podem ver. A medicina moderna pode fazer muitas coisas em favor daqueles que têm problemas visuais. Eu mesmo tive o problema de catarata e bons médicos me restauraram a visão. E a visão do coração? Quem pode fazer um cego espiritual voltar a ver? Notamos que quando Jesus restaurou a visão daquele cego de nascença, foi mais do que sua vão física que ele recebeu. Assim que seus olhos físicos foram abertos, ele imediatamente pode perceber o engano deste mundo e da religião louca dos fariseus. Seu testemunho foi precioso quando enfrentou a fúria daquela liderança cega, porque pode dizer: “Eu era cego, mas agora vejo”. Foi essa a visão que todos os convertidos receberam, porque quando contemplam sua condição no pecado, logo podem olhar para Cristo e vê-lo como o Salvador e Senhor, e assim confessam a ele seus pecados e são salvos imediatamente.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

BUSCANDO O VERDADEIRO PARAÍSO (14 de 14)

“...Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”  (Lucas 23:43)
O VERDADEIRO PARAÍSO
        Finalmente veremos conforme a linguagem do próprio Deus em sua palavra quais são as características de um verdadeiro paraíso. É claro que a descrição bíblica só revela o quanto os homens neste mundo agem com loucura, quando desprezam esse perfeito lugar, o qual Cristo foi preparar para seu povo. É a busca pela salvação, invocando o nome do Senhor, o passo para entrar nesse lindo e perfeito lugar, e todos os salvos do mundo inteiro aguardam a sua pátria celestial onde seus nomes estão.
        A primeira característica do paraíso é ali é a habitação de Deus em glória. Em Apocalipse 21 o Senhor declara que ele será o Deus desse povo que ali vai habitar. Aqui vemos o sol para nos fornecer a luz de dia e a lua foi feita para dar seu clarão à noite. As glórias da criação nos fazem imaginar como será lá no paraíso perfeito onde os santos hão de viver eternamente. O próprio Cordeiro há de brilhar em glória, e como não mais haverá noite, então não precisaremos da presença da lua ou de estrelas. Como pode haver um paraíso sem Deus? É impossível! O mundo ousa querer algo assim, mas realmente nem sequer imagina que é satanás seu deus e sua estrela. Não há miséria maior para um lugar onde o Senhor não está presente; também não há como explicar a glória de um lugar o Deus reina em glória com seu povo.
        Outra característica de um perfeito paraíso é que ali não há pecado. O mundo louco abraça o pecado como se fosse as relíquias deste paraíso terreno. Para os mundanos, onde não há pecado, ninguém pode saber o significado de vida perene. Mas os crentes são aqueles que passaram a odiar o pecado, por isso desprezam o mundo e caminham com prazer para seu lindo e maravilhoso lugar. Onde há pecado, então há ódio, intriga, perversidades, vingança e outras atividades decorrentes da maldade proveniente de corações sujos. Todos os lugares onde os homens tentaram forjar um paraíso, não demorou muito para que mostrassem ser um lugar de misérias e fontes de atos perversos dos homens. Satanás é o pai da perversidade e ele mesmo não consegue firmar seus planos em qualquer coisa que seja justiça.
        Também, num paraíso verdadeiro a morte não está ali presente. Em Apocalipse 21 declara que ali a morte não mais existirá. Para nós que estamos aqui acostumados com essas despedidas de amigos e entes queridos, não podemos sequer conceber a ideia de um lugar onde ninguém pode morrer. Ora, Cristo venceu a morte para sempre. Ele foi o único homem que conseguiu dar o golpe fatal nessa inimiga, a fim de livrar o seu povo daquela que leva os mais poderosos a sentir o pavor e terror de sua chegada. Aqui a morte vem rasgar nossa história, desmanchar nossas esperanças, arrancar de nós nossos queridos e encher nossos corações de desespero. E quanto mais perto fica o fim deste sistema, ela mostra o quanto está aqui para empurrar os milhões para o castigo eterno.
        Quem entrará nesse paraíso? Em Apocalipse 21:27 declara que ali entrarão aqueles cujos nomes foram escritos no livro da vida. Ó, quanto neste mundo gostaríamos que os perversos, cruéis, ladrões, assassinos, todos esses ficassem fora  de nossas comunidades! Mas o Livro da Vida é o livro dos salvos. É claro que entre essa multidão muitos foram assassinos, mentirosos e cruéis, mas foram salvos e purificados. Que sociedade! Todos iguais em Cristo! Que multidão diferente! Nenhum terá qualquer razão para se gloriar e dizer que merece estar ali!
        Aqui os salvos demonstram pela fé que caminham para lá. Eles estão cientes que foi Jesus que abriu o caminho para o paraíso e que eles foram achados, purificados e perdoados, assim poderão entrar ali. Pecadores que agora almejam entrar no céu, ah! Eles podem entrar, confiando agora em Jesus como Senhor e salvador para suas almas.
                       “De todas as terras irão chegar, um a um, um a um!”

 

A DIFERENÇA ENTRE O VERDADEIRO E O FALSO EVANGELHO (2)

“Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho isso eu te dou: Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (Atos 3:6)          
A TRISTE CONDIÇÃO DOS HOMENS NO PECADO: “coxo de nascença...”
        Tomemos a cura desse pobre homem da narrativa de Atos, a fim de mostrar as dramáticas consequências do pecado, vista apenas em sua condição física. Sei que nossa tendência é olhar para os homens à luz daquilo que é físico e transitório. O mundo olha sempre do ponto de vista social e nossa inclinação é ter dó daqueles que não estão na mesma condição física e social que muitos de nós estamos. Mas a verdade é que a condição física dos homens é apenas uma pequenina demonstração do que significa a realidade do pecado. Quanto maior é a ignorância dos ensinos bíblicos acerca de Deus e da queda, maior será o humanismo no mundo e crescerá a tendência dos homens para se levantarem contra Deus. O espiritismo é uma demonstração de ódio contra Deus, em face de alguns terem nascido com problemas mentais, físicos e também pobres.
        Notamos bem que nosso Senhor não ignorou os terríveis resultados do pecado. Quando lemos os evangelhos vemos o Senhor andando por todos os lugares e fazendo o bem, curando, dando pães e ressuscitando os mortos. Realmente, o ministério do Senhor foi um ataque devastador do Senhor contra esses efeitos dramáticos do pecado. Nosso Senhor se tornou Homem e se colocou como o Filho do homem, por esse fato sentiu o que os homens sentem, não somente de uma forma emocional, como também experimental. Seu corpo foi um realmente um corpo de humilhação em todos os aspectos. Realmente, não teve um homem como o Senhor. Os homens no pecado normalmente lutam para ignorar a situação; trabalham para esquecer as realidades do pecado e tentam sobrevoar por cima das dificuldades. Mas não foi assim com o Senhor, porque ele não hesitou em ser tentado em tudo à nossa semelhança e trilhou o caminho da humilhação, até sofrer a mais humilhante morte – a morte de cruz.
        Mas seu trabalho não consistiu em buscar uma melhora para as a situação precária na qual o pecado deixou os homens. Nosso Senhor não veio remediar a situação. Seu ministério tinha intenções eternas e não temporárias. Nosso Senhor veio para enfrentar aquilo que os homens nem sequer percebem – o poder da morte, do pecado, do diabo e do inferno. O evangelho verdadeiro proclama essa mensagem eterna. Então, as curas e os benefícios dados aos homens tinham como meta mostrar que o propósito é uma salvação perfeita. Nosso Senhor não veio melhorar o caos deixado aqui; não veio arrumar, por assim dizer, a casa velha. Os milagres feitos por ele e por intermédio de seus apóstolo visavam mostrar a todos que o reino de Deus estava aqui, que os céus desceu à terra e que Deus veio mostrar a mais impressionante obra feita pela graça, e que tinha por meta trazer a perfeição.
        Ora, o evangelho não se ocupa com aquilo que é superficial. Notamos que o mundo busca e vive da aparência. Mas mesmo assim, aquilo que é feito por Deus, tendo em vista mostrar os tremendos feitos da glória de Deus, o mundo jamais há de reconhecer isso. Na cura do cego de nascença não havia interesse da sociedade no bem físico daquele pobre homem. Para os religiosos era preferível sua permanência na miséria. Assim também foi a cura daquele coxo, pois não houve festa e alegria pela recuperação física daquele homem. Os homens não recebem as dádivas do céu com gratidão e louvor a Deus. Eles querem proclamar suas próprias conquistas. A meta dos apóstolos naquela cura era chamar a atenção daquele povo, a fim de que eles pudessem ouvir a mensagem eterna.
      Cristo veio ao mundo com o objetivo de salvar os perdidos e muitos deles partem para o céu, fisicamente cegos e coxos. A desgraça do pecado permanece no homem neste vale de dor e somente a ressurreição há de transbordar os salvos da perfeita alegria.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

DIFERENÇA ENTRE O FALSO E O VERDADEIRO EVANGELHO (1)

               
“Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho isso eu te dou: Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (Atos 3:6)                                                                                                                             
INTRODUÇÃO:      
        Gosto muito de assistir os desafios de Bear Grills sobre como sobreviver em lugares perigosos, como florestas e outros lugares. Lembro-me de Bear entrando numa caverna e por ser tão escura ele precisou acender uma tocha, a fim de ver os perigos e entender o caminho até chegar à uma saída. É claro que todos os verdadeiros crentes podem perceber que estamos no meio de um emaranhado de mentiras e confusão religiosa, extremamente mais perigoso do que qualquer caverna ou floresta. Não há dúvida de que é satanás que procura confundir a mente de todos. Aqueles que se contentam com qualquer coisa não vão querer ter o trabalho de distinguir entre o falso o verdadeiro. Só tem uma tocha que podemos usar para descobrir os perigos que envolvem esse cavernoso mundo – a palavra de Deus. Sem essa luz da revelação que veio do céu, certamente estaremos mergulhando em densa escuridão e seremos incapazes de vermos a saída.
        Mas quero tomar esse episódio bíblico como uma tocha acesa pelo Espírito Santo, a fim de mostrar que o evangelho verdadeiro mostra ser do céu e que traz consigo tudo o que o homem precisa para ser de fato uma nova criação. É claro que a cura do leproso não será o ponto de maior importância, porque eu sei que a natureza terrena quer ouvir de curas e milagres envolvendo os homens fisicamente. Passarei por cima dessa expectativa, justamente porque com o passar dos anos os próprios apóstolos também não se envolveram mais com esse assunto. O propósito do Espírito Santo é nos cercar com as realidades eternais, com o homem do coração, com aquilo que jamais passará. Então é certo que as curas físicas elas servirão sim como sombras das coisas que realmente têm valores para sempre.
        É óbvio e claro que não nos esquivaremos daquilo que os homens fisicamente precisam aqui. O ministério itinerante do nosso Senhor foi fazer o bem e ele nos exorta que façamos o mesmo, diante de tanto sofrimento nos quais vive essa raça caída. O evangelho traz consigo tantas maravilhas tanto físicas como espirituais. Aquele coxo se levantou pulando de gozo e alegria. Assim foi também com o cego de nascença, porquanto ele podia enxergar as realidades deste mundo quanto podia também mirar as maravilhas eternas ao conhecer seu Senhor (João 9). O evangelho não põe limites em seus benefícios à raça humana. O que propomos fazer agora é mostrar a todos o quanto a pura mensagem do céu muda o homem de dentro para fora, enquanto o falso evangelho focaliza apenas o aspecto externo do homem e tende a endurecer ainda mais seu coração por natureza enganoso. 
       É mais uma jornada na exposição da verdade e cabe a mim buscar a graça do Senhor, a fim de que eu seja sábio ao expor aquilo que recebemos do céu. A pureza do evangelho deve ser preservada por nós os pregadores, e a luta atual é intensa, pois satanás não vai parar de inventar seus “novos evangelhos”. Nos dias de Paulo ele mesmo percebeu isso e declarou não ignorar os ardis do diabo. Os crentes atuais realmente estão ignorando tantos perigos que cercam o povo de Deus. Então, o momento agora é para que ataquemos e defendamos a verdade. A igreja precisa da pureza do evangelho, como uma agua pura, saída diretamente da fonte. Os pecadores precisam ouvir a mesma mensagem que homens de Deus no passado pregaram. Renovemos nossa fé; busquemos encorajamento no Senhor e renunciemos o conforto que satanás quer nos dar.
                       “Não é dos fortes a vitória, nem dos que correm melhor
                        Mas dos fieis e sinceros como nos diz o Senhor!”

BUSCANDO O VERDADEIRO PARAÍSO (13 de 14)

 
“...Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”  (Lucas 23:43)
O VERDADEIRO PARAÍSO
        Ainda a palavra de Deus assegura que homens e mulheres cheios de fé trocaram o melhor daqui pela excelência da glória que aguardavam vir. É claro que muitos passaram por aflições, tentações e seduções neste mundo, mas as provas salientaram e revigoraram a esperança de que aquilo que viria após a morte era incomparavelmente melhor. A morte não era motivo de desespero, mas sim como algo normal aqui. Eles encaravam além da morte, além deste véu e viam seu Senhor. Por essa razão não havia qualquer sinal de preocupação ou angústia em suas vidas. Para eles o verdadeiro sentido de viver aqui era perder aquilo que tanto os homens querem ganhar, a fim de ganhar aquilo que os mundanos hão de perder.
        Além disso, os santos criam que as nações são abençoadas com as bênçãos do paraíso celestial. Afinal, os tesouros que este mundo tanto precisa estão nos céus e não na terra; até mesmo as coisas materiais dependem exclusivamente do céu, como Deus mesmo falou com Israel que a fonte das bênçãos é o céu e não a terra. Para o perverso rei Acabe, a terra não obteria chuva, senão por ordem de Elias. Por essa razão, por três anos e meio Israel sofreu uma das mais terríveis secas.  É o Senhor quem reina, e não os homens e estes dependem do sol, da chuva e de tudo aquilo que deriva do Rei dos céus. O Egito sofreu os terrores das dez pragas, porque elas mostraram que se o Senhor tirar suas mãos de bondade e compaixão, certamente o mundo inteiro há de sofrer. Por essa razão os crentes oram aqui, rogando de Deus até mesmo as coisas materiais que os homens precisam. Eles precisam de saúde, comida, agua, paz e todo tipo de provisão. Então, o mundo não percebe que precisa dos crentes; o mundo requer que os santos busquem do paraíso as provisões para este sistema de vida mundano. Então, vemos que até mesmos os povos precisam respirar os aromas das bênçãos que vêm da Nova Jerusalém.
        Agora quero passar a considerar as características de um paraíso. Já pudemos ver que não há qualquer possibilidade de fazer deste mundo um lugar adequado para ser um paraíso, porque é impossível. Toda tentativa é vã e terminará em fracasso. O mundo inteiro jaz no maligno, satanás está vivo, ativo e comanda com inteligência este mundo. A morte está presente e satanás sabe mobilizar seus exércitos de ladrões, invejosos, assassinos, etc. a fim de arruinar qualquer plano. Os homens podem se esconder dos homens; os homens podem criar fortalezas em torno deles, mas não escapam da ira de Deus e da morte. Por essa razão o tempo tem mostrado aos poderosos o quanto eles lutam em vão, o quanto trabalham para o fogo. A luta de ricos e pobres neste mundo é a mesma, pois todos no pecado têm a mesma intenção – querem ganhar o mundo.
       É claro que ao mostrar as características de um paraíso perfeito, certamente os mundanos não vão querer ir para lá. O paraíso celestial não é buscado pelos mundanos, porque aqui eles provam que querem ficar longe do céu. O paraíso deles está bem delineado aqui. Os que querem buscar as mansões celestiais provam isso quando correm para ouvir a palavra do evangelho; quando correm para estar com o povo de Deus; quando fogem do pecado e estão dispostos a seguir a Cristo aqui. Somente os que tiveram seus olhos abertos que podem saber que, de fato as trevas cobrem este mundo. Os habitantes do paraíso celestial estão juntos aqui. Eles participam da mesma batalha contra o mal aqui; eles avançam firmes em direção às portas da Nova Jerusalém e estão certos que chegarão lá porque foram salvos e purificados pelo sangue do puro Cordeiro de Deus.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

BUSCANDO O VERDADEIRO PARAÍSO (12)

“...Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”  (Lucas 23:43)
O VERDADEIRO PARAÍSO
        Mas, como podemos nós acreditar em algo jamais visto? Não somos atacados por aqueles que nos acusa de crermos no invisível? Mas quando vemos os homens correndo à busca de suas fantasias religiosas, somos realistas em dizer que é muitíssimo mais difícil de crer nas crendices deles. Nós os crentes vivemos pela fé e declaramos infalivelmente que “no céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada” (Salmo 115:2). Busque um crente que se sinta miserável e na desgraça porque crê que está indo para o céu. Não há! Há muitos falsos crentes por aí, porque eles são aqueles que tentaram com esforço próprio se unir à fé dos santos, mas logo que entraram no caminho perceberam que não conseguem trilhar tal caminho. Os falsos crentes amam o mundo, por isso odeiam o céu; eles contemplam o paraíso aqui mesmo, por isso passam juntamente com tudo isso que desaparece com o tempo.
        Alguns crentes tentam viver à base de sonho e querem ter visões do paraíso. Quanta aventura inútil! Os salvos têm consigo a carta de amor do Senhor em suas mãos, eles creem na infalibilidade das Escrituras sagradas em todos os aspectos, inclusive no fato que Cristo foi preparar lugar na casa do Pai para a morada do seu povo. Não nos aventuramos a ultrapassar o que está escrito; não nos atrevemos a desonrar o Senhor, porque ele mesmo fez brilhar o encanto da fé em nossos corações. Mesmo homens como Paulo jamais ousaram a passar o que está escrito, pois tendo ele aquela experiência do êxtase, a fim de ver o paraíso (2 Coríntios 12), mesmo assim foi fortalecido para se manter humilde e incapacitado de narrar as perfeições daquele lindo e maravilhoso lugar.
        Mas posso solenemente afirmar mais que os homens de Deus, os quais viveram pela fé, viveram aqui à luz dessa cidade gloriosa (Hebreus 11:13). Eles não amaram este mundo; eles não esperaram recompensas daqui e nem sequer trabalharam tendo isso em vista. Aqueles homens miraram a recompensa eterna, viram pela fé antecipadamente as glórias que viriam. Os homens que são considerados heróis deste mundo, eles recebem as recompensas daqui mesmo, mas os heróis da fé passam despercebidos, não são vistos e nem sequer têm qualquer recompensa. Para um Assuero é mais fácil elevar um traidor como Hamã do que um amigo como Mardoqueu (Ester 3). Para o mundo é melhor estimar um Barrabás e crucificar o Justo Jesus.
        Mas os santos de Deus não foram loucos, mas sim sábios; não foram bobos, mas sim homens espertos e conscientes. Eles sabiam para onde iam, eles caminhavam na certeza da recompensa que viria após a morte; eles não ajuntavam os restolhos desta vida, mas sim tesouros no céu. Eles encaravam tudo aqui à luz da ressurreição e viam a morte como a condução rápida e segura para levar-lhes ao lugar que tanto esperaram. O Deus deles era o Deus dos vivos, por isso eles realmente entendiam o que significava viver.
        Oh! Que tudo isso venha encher nossos corações dessa firme esperança! Que esse mundo com seus encantos venham a mostrar que não passam de ilusão, de sonho que passa, de tesouro feito de papel, pois tudo está destinado ao fogo. O que aguarda os santos? Nosso Senhor prometeu vir ao mundo a fim de arrancar os pecadores dessas garras venenosas e cruéis de satanás, a fim de encher os céus de salvos, de homens e mulheres que entenderam a história da redenção, de homens e mulheres que se gloriam apenas na cruz. É assim que nós vivemos hoje e vamos viver até o final de nossa jornada aqui.
                “Ao fim da jornada vejo deslumbrante a celeste aurora do além do véu!”