sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A GENUINA CONFISSÃO DE UM CRENTE (7)

“Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu...”
(Cantares 6:3)
Prezado amigo estamos vendo como essa confissão é reveladora, porque sempre declaramos o que somos através de nossos atos e palavras. Os mundanos, também fazem contínua confissão. As suas obras provam que eles pertencem a outro. Não pode haver neutralidade, ou somos de Cristo ou pertencemos ao príncipe deste mundo. Ou somos súditos do Rei da glória, ou servimos ao pai da mentira. A mulher de Ló manifestou o que havia em seu coração na ocasião própria. Seu coração mundano e corrompido pertencia à população condenada de Sodoma, por essa razão não estava pronta a obedecer seu marido e caminhar com ele a fim de escapar da Ira de Deus (Gênesis 19).
Também, satanás e o mundo estão convidando os crentes para seus prazeres. O encantado príncipe deste mundo é incansável em suas atividades sedutoras, mentirosas e atraentes à carne. A agitação mundial é a mobilização da carne, é isso que o mundo tem, é o paraíso transitório que os mundanos usufruem nesta vida. Os crentes estão cercados dessas atrações que fazem guerra contra a alma (1Pedro 2:11), para afastar nossos corações do Amado de nossa alma.
Para conhecer melhor seu Senhor, os crentes devem lutar contra as concupiscências que estão constantemente acesas em nossa natureza carnal. No ensino do Novo Testamento o Espírito de Deus nos cerca com instruções práticas com respeito a isso. Observe o que Paulo diz em Romanos 13:14): “Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo; e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências”. Nenhum crente está fora desse combate constante e não tem nada, absolutamente nada, que possa livrar o crente desse terrível conflito, a não ser o poder da graça alcançado pela fé. Não há lugar para moleza e covardia na batalha espiritual, porque a luta é incessante até a entrada da Nova Jerusalém. Os valentes do Rei foram convocados para a batalha contra o mal, e para essa contínua luta devem estar preparados cada momento, cada dia, revestindo do Senhor Jesus. Devemos saber que os dias neste mundo não vão melhorar, porque cada dia traz consigo sua própria malignidade. Não há mágica que faça deste mundo um lugar melhor, adaptado para o sossego do crente. Nossa paz é interior, a paz com Deus, mas por fora toda nossa estrutura feita de barro é sacudida, porque este mundo se agita em plena revolta contra Deus (Salmo 46).
Caro leitor, viver à sombra do amor do Amado é algo assombroso para este mundo. Vidas santas não são bem-vindas aqui. O mundo é o lugar de um efervescente amor ao príncipe das trevas. Por essa razão, quanto desprezo este mundo dá aos que são queridos do Senhor! Amar a Cristo e servi-Lo é algo aterrador para corações que vivem na impiedade, por essa razão há de manifestar o desprezo aos genuínos crentes. A bíblia mostra como homens e mulheres mostraram seu amor ao Senhor. Notemos como Moisés desprezou as vanglórias do Egito, preferindo sofrer com os cativos e pobres filhos de Israel. Que escolha! Por quê? A resposta é que almejava o galardão. Ele contemplava a excelência de Cristo, por isso tudo aqui era visto por ele como palha seca.
Amigo leitor, Cristo Jesus o Senhor não está em primeiro lugar, porque não tem segundo nem terceiro. Ele é o único Senhor! Tudo aquilo que aparenta ser precioso como, amigos, parentes, riquezas e prazeres são considerados nulos quando comparados ao Rei da glória, daquele que brilha em nosso coração, que lidera nosso ser com prazer e ternura e que comunica constantemente Seu imenso e eterno amor aos Seus santos. Tudo aqui é perecível, tudo se distancia pelo tempo e espaço, mas o Amado da alma não. Ele mesmo afirma:
“...Não te deixarei, nem te desampararei” (Hebreus 13:5).

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A GENUINA CONFISSÃO DE UM CRENTE (6)

“Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu...”
(Cantares 6:3)
Querido leitor, todo meu esforço é pouco para descrever a glória do Senhor Jesus. Podemos conhecê-Lo mais e mais à medida que aproximarmos da Sua Palavra. Milhares que confessam ser crentes vivem na periferia espiritual, porque não amam a Palavra, não pagam o preço de conhecer a verdade revelada. A glória do Senhor Jesus é vista cada momento que me deleito nas Sagradas Letras. Não esqueçamos que Satanás é um aproveitador da nossa ignorância espiritual, por isso ele faz a festa trajando-se de um anjo de luz. Quando ele se aproxima de coração despreparado e descobre que ali estão os sentimentos desorganizados, ele facilmente enfeitiça a alma, lança suas trevas na mente e assim conquista um coração incauto.
Analisemos mais de perto essa confissão: “Eu sou do meu amado...”, porque é uma confissão reveladora. Ela afirma: “Eu sou!”. Nossos atos e palavras declaram o que somos. Muitos tentam enganar com aparência; muitos são religiosos apenas na forma externa de viver, porém, a realidade de sua vida há de revelar-se. Nosso Senhor deixou isso bem claro ao afirmar que nosso coração está onde estiver nosso tesouro. Isso significa que às vezes pensamos que Cristo é nosso tesouro, nossa alegria, mas é algo momentâneo, apenas um lampejo emocional num culto movido pela música e pelo fervor. É no vale da vida que a verdade aparece. Se você jogar uma bola numa ladeira, ela subirá pelo impulso, mas logo ela descerá para o lugar baixo. É no lar, no emprego, nos relacionamentos, nas lutas e dificuldades da vida que revelamos o que somos. É quando o mundo chega para seduzir o homem com suas paixões e promessas mirabolantes que o coração é testado no verdadeiro amor.
Quem reina em meu viver! Quem é o Senhor que lidera meu coração! Quem é o comandante da minha vida, dono absoluto de meus sentimentos, mente e vontade! A quem pertencem meus bens, família, corpo, emprego, etc.! Davi chegou à conclusão dessa verdade tão profunda em sua vida, quando estava pronto para entregar o reino nas mãos de seu filho Salomão. Aquele homem de Deus afirmou em sincera confissão: “Mas quem sou eu, e quem é o meu povo, para que pudéssemos fazer ofertas tão voluntariamente? Porque tudo vem de ti, e do que é teu to damos. Porque somos estrangeiros diante de ti e peregrinos, como o foram todos os nossos pais; como a sombra são os nossos dias sobre a terra, e não há permanência” (1 Crônicas 29:14,15). Que humildade e submissão a Deus! Neste mundo satanás reina e o cetro do seu reino são as riquezas. Mas no caso de Davi, a fama, posição e riquezas conquistadas não afetaram sua conduta e consagração ao Senhor.
Quem é o amado de sua alma? Se um dia houve genuína conversão a Cristo esteja certo que, com toda sua fraqueza, inconstância e inaptidão, Cristo é o Amado de sua alma! Foi Ele quem conquistou seu coração para Si; a iniciativa foi Dele, não sua, porque ninguém pode ir ao Filho, a não ser que seja encaminhado a Ele pelo Pai. A prova que você é Dele e Ele é seu está no amor que você tem pela Palavra, no prazer em aprender, na humildade em reconhecer suas tremendas fraquezas. Os santos de Deus caminham assim neste mundo, indo de luz para a luz, de glória para a glória, adquirindo forças na fraqueza, de vitória em vitória sobre toda ameaça deste mundo contra sua fé.
Obviamente não é essa a confissão do falso crente. Quem não é do Senhor revela tal fato na maneira como se esconde da luz; como foge de qualquer humilhação ao encarar a verdade bíblica como ela é. Cristo veio buscar homens e mulheres que reconhecem o quanto o pecado enlameou suas vidas; o quanto quebraram a lei de Deus, por isso são condenados e amaldiçoados, mas têm a alegria de ouvir a mensagem da cruz, onde Cristo foi crucificado para livrar pecadores culpados da Ira de Deus.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

PRESENÇA DA GRAÇA

“O Senhor, porém, era com José, e lhe foi benigno...” Gênesis 39:21

Que lição preciosa temos acerca da exuberante presença da Graça de Deus na vida de José! Ali estava aquele jovem crente, vendido como escravo, longe da segurança do pai e exposto às maldades e injustiças de homens e mulheres ímpios. Quem era José, senão uma vida de um salvo manifestando neste mundo o que somente o poder da Graça de Deus pode fazer.
Não há nenhum ser humano que possa viver separado do pecado e totalmente disposto a agradar a Deus como José viveu a não ser pelo poder absoluto da operante Graça presente no viver. Foi assim com José. Ele não foi galardoado pela sua fidelidade e honestidade ao servir Potifar; não houve uma atitude sábia do seu patrão para investigar o caso e saber se realmente José foi culpado daquela difamação de tentar apoderar sexualmente daquela mulher perversa.
Pelo contrário, José foi lançado no cárcere sem qualquer chance de recorrer à sua defesa. O jovem não teve ninguém ao seu lado para lhe socorrer, mas o que é mais importante nesta lição memorável deixada pelo Espírito de Deus para os crentes é que “O senhor, porém, era com José”. E se o Senhor era com o moço tão indefeso, não precisaria de mais ninguém. Não existe juiz melhor do que Ele para julgar Seus santos; não existe advogado semelhante ao Senhor para defender seus fracos e indefesos servos atirados à ferocidade de homens perversos.
Não tem um lugar melhor do que o lugar onde Deus está presente na Sua Graça. Notemos bem, “na Sua Graça”. Nesse caso o cárcere é melhor e mais seguro do que numa próspera casa de qualquer Potifar. Ali José passaria mais de dois anos, mas seriam os anos da graça, dos ensinos da graça, do preparo da graça, da disciplina da graça. Seria duro para a natureza carnal, mas o tempo é precioso para Deus ensinar Seu filho e prepará-lo para um altíssimo cargo como governante do Egito e do mundo.
Amado irmão, nunca devemos esquecer que o povo de Deus vive neste mundo pela Graça somente. Muitas vezes não entendemos porque passamos o que passamos sem que mereçamos. O Senhor não atirou Seus filhos neste mundo como órfãos abandonados. Seus filhos são filhos amados do Pai. O mundo é o palco da brilhante atuação da Poderosa Graça desse Deus Maravilhoso que está nos disciplinando e nos preparando para a eternidade.
José não entendia muita coisa, mas o Deus de toda Graça nem sempre quer nos explicar. Ele é Perfeito e Sábio no Seu trato com Seus filhos. A razão de muitas coisas que agora estão ocultas aos nossos olhos saberemos apenas na eternidade. Que vivamos assim, na alegria de pertencermos ao nosso Senhor agora e para sempre.

sábado, 25 de dezembro de 2010

NO VALE

“... Levanta-te e sai para o vale, onde falarei contigo. Levantei-me e saí para o vale, e eis que a glória do Senhor estava ali...” (Ezequiel 3:22,23).
Talvez imaginemos os profetas como homens que jamais experimentaram dificuldades no viver, pelo fato que eram homens comissionados por Deus e que viviam assim debaixo dos cuidados de Deus. Debaixo da proteção de Deus sim, mas livre das perturbações que este mundo traz, jamais. Ezequiel foi o profeta dos contrastes. Num momento podia vislumbrar a glória do Senhor, mas noutro momento já estava mergulhado em tristezas ao ver as desolações no meio do seu povo ocasionadas pelo exílio e mortandades em Jerusalém.
Na passagem lida vemos para onde o profeta foi levado, para um vale. O vale é exatamente o contrário dos montes. Que notícias tristes o profeta teve ali! “Porque, ó filho do homem, eis que porão cordas sobre ti e te ligarão com elas; e não sairás do meio deles”. Quanto sofrimento teria aquele servo do Senhor para cumprir fielmente o ministério que lhe fora dado.
Mas foi no vale que o mais importante aconteceu: “Eis que a glória do Senhor estava ali...”. Tem algo mais importante do que isso? Ali embaixo, não lá em cima; ali no lugar de desolação, não no cume do monte da felicidade; sim, ali mesmo, no lugar onde só se espera abatimentos e tristezas, A GLÓRIA DO SENHOR ESTAVA ALI.
Queridos irmãos, eis aí a grande e preciosa lição que o mesmo Senhor o Deus de Ezequiel, o grande Emanuel, Deus conosco, nos mostra para nosso bem. Quantos santos agora estão passando pelo vale de tristeza e dor, de desamparo e aflição! Nosso Senhor afirmou que neste mundo teríamos exatamente isso que santos passaram e que passam hoje. Mas é no Vale que os santos de Deus podem conhecer o quanto são fracos e que precisam da glória de Deus e do Deus da Glória. O que somos neste mundo? O que este mundo pode nos dá? Somente aflições e nada mais.
É no vale que também podemos conhecer o privilégio que o mundo jamais poderá ter, porquanto está separado da glória de Deus (Rm. 3:23). É no vale que conhecemos nossa miséria e fracasso, e que somos o que somos pela sobreexcelente graça. É no vale que somos erguidos do nosso fracasso e penúria para as alturas do prazer da vida cristã e da genuína liberdade dos filhos de Deus. Sim, é o vale, mas o vale sempre antecede o monte. Deus não pretende nos acorrentar no vale, mas sim tirar os grilhões que nos prendem aqui a fim de nos erguer para nosso triunfo eternal.
Está passando pelo vale? Pode ter certeza irmão, que a GLÓRIA DO SENHOR ESTÁ ALI!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A GENUINA CONFISSÃO DE UM CRENTE (4)

“Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu...”
(Cantares 6:3)
Prezado leitor aprofundemos mais no conhecimento dessa esplêndida confissão de amor que partiu do coração da esposa em relação ao seu esposo. Cristo é o noivo amado do salvo! Ele é o perfeito homem, cujo nome é Maravilhoso, admirado pelos corações salvos e santificados pela graça. Os salvos podem dizer juntamente com o salmista: “O meu coração trasborda de boas palavras; dirijo os meus versos ao rei; a minha língua é qual pena de um hábil escriba” (Salmo 45:1). Ora, a graça abriu nossos corações para que pudéssemos conhecer o Rei da Glória! Satanás luta arduamente a fim de que nossa atenção seja desviada e focalizada no príncipe deste mundo, o qual diante dos crentes se transfigura em anjo de luz (2 Coríntios 11:14). É óbvio que somente a genuína fé almeja conhecê-Lo e aceita os desafios norteados pela Palavra de Deus. Cristo se revela na Palavra! Então, o brilho desse Sol da justiça não é tolerado pela natureza carnal; desse lugar santo as emoções passageiras fogem, porque Jesus é o Rei da glória, e a natureza adâmica tem pavor dessa glória e esconde-se nas trevas.
Notemos bem que essa confissão: “Eu sou do meu amado...” parte da genuína fé. Sendo assim, resta que seja retirado tudo o que parte de um coração renovado e vivificado pela graça salvadora. É um perigo declarar algo que não é do coração. Verdadeiro amor vem do coração e não de uma mera confissão verbal. Um homem pode declarar que ama sua esposa, porém, se não for do coração logo a verdade virá à tona. O amor é singular, não pode ser dividido, por isso a confissão: “Eu sou do meu Amado” expressa a verdade de que houve genuína conversão no viver. Uma alma não regenerada tem seu coração dividido, o modo de viver será sempre coxeando entre dois pensamentos; na casa de sua vida haverá um pouco de luz na sala, mas os outros compartimentos da alma estarão na escuridão.
Muitos professam fé em Cristo, mas jamais conheceram conversão genuína, porquanto estão indecisos no viver, Cristo está numa mão, mas o mundo na outra. A fé da esposa de Jó foi provada e mostrada ser falsa fé quando perdeu tudo o que tinha de bens materiais. As circunstâncias provaram que o Deus do seu marido não era o Deus dela. Foi nesse momento que a boca revelou o que tinha escondido no coração: “...Blasfema de Deus, e morre” (Jó 2:9). É muito fácil dizer que ama o Senhor quando o sol brilha sobre nossas cabeças e os caminhos terrenos estão abertos cheios de promessas de uma vida plena de bênçãos materiais. A natureza carnal e egoísta gosta de um Cristo abençoador, que nos conduz por sonhos e ambições terrenas. A natureza humana é carnal, egoísta e tremendamente apaixonada por este mundo oco e cheio de ilusões.
Querido leitor, essa confissão de fé está arraigada em seu coração? Todas as dificuldades, aflições e perturbações deste mundo têm provado que tudo pode ser consumido pelas tempestades dessa vida vaidosa, mas o seu amor ao Senhor permanece? Seu prazer em conhecê-Lo mais faz com que seu rumo seja sempre direcionado à Palavra da verdade? Cristo satisfaz completamente sua alma? Ele é o Senhor que se apoderou do seu coração, expulsando o pecado de lá, a fim de habitar e reinar ali? Você pode afirmar pela fé que você é Dele e que Ele é seu para sempre?
Se suas respostas a essas perguntas forem positivas, aleluia! Estou comunicando com uma alma achada e conquistada pelo Rei! Não mais pertence ao diabo! Não mais habita nas trevas! Caminha sim, firme e decididamente para a glória eternal! Sendo assim, essa confissão de fé achada em Cantares é sua confissão. Toda glória e honra ao Rei, porquanto foi Ele quem tomou a iniciativa de amar esse povo e provou isso ao entregar-Se a Si mesmo ali na cruz! Uma alma assim quer conhecer o Rei mais de perto!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A GENUINA CONFISSÃO DE UM CRENTE (3)

“Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu...”
(Cantares 6:3)
PERIGOS QUE AMEAÇAM NOSSA CONFISSÃO:
Prezado leitor, juntos analisemos em Cantares a confissão que a esposa tem em seus lábios a respeito do seu esposo. Ele mostrou seu amor por ela, por isso ela o ama e confessa isso perante o coro das mulheres que chegam fazendo-lhe perguntas acerca dele. Cristo é para o crente o que o esposo amado é para a esposa. Essa genuína confissão de fé manifesta-se dos lábios daqueles que foram salvos, porque provaram do amor do Senhor na cruz. Obviamente satanás luta com intenso ciúme para desmanchar o amor do crente para Cristo, por isso não cansa em disfarçar-se como anjo de luz, especialmente em nossos dias, em meio aos galanteios religiosos. Satanás está por detrás dos falsos mestres atraindo os corações incautos.
É minha tarefa ajudar aqueles que amam a Palavra de Deus e que de coração desejam conhecer melhor seu Senhor. Os corações santificados pela graça pertencem a Cristo, mesmo que satanás tente engambelar com suas astutas ciladas religiosas. Cristo é a preciosidade do verdadeiro crente, no coração ele anela conhecer aquele que provou seu amor na cruz. Amigo leitor, satanás lida com os enganos da carne; ele se aproxima como anjo de luz apelando para as frenéticas paixões carnais. O Senhor Jesus, porém, comunica-se com Seu povo por meio da simplicidade da Palavra. Cristo não se enfeita, não tenta ser melhor na sua comunicação com Seus santos. Ele é o que é o santo, perfeito. Nós não podemos melhorar algo perfeito.
O poder de atração de Cristo está na simplicidade em que Ele se apresenta na revelação escrita. É dessa simplicidade que nós os crentes precisamos, e é exatamente o que a fé procura e sente satisfação. Passou disso tudo se transforma num fogo estranho que exalta a carne e culmina-se em depressão. A Palavra de Deus é a carta do Amado para sua amada, por meio dela Ele comunica Seu perfeito e inalterável amor pelo Seu povo eleito. É desse amor que aprendemos a amá-Lo mais! É no amor da cruz que sentimos seguros, firmes, prontos e aptos para prosseguirmos! Nenhum serviço, nem emoções, nem zelo carnal pode aumentar ou diminuir o perfeito amor do Senhor. Não alteramos o sol, seus raios não recuam quando surgem as nuvens. Assim é o amor do Senhor pelo Seu povo eleito, amor que nos foi revelado suficientemente na Palavra.
Oh, corações santificados, aproximem do Livro! Tomem essa carta de amor! Conheçam aquilo que jamais pode ser imitado, e que está além de qualquer cogitação carnal! Conheça aquilo que o mundo tanto despreza, porque desconhece o amor da cruz! O mundo festeja suas obras transitórias da carne; vivem e se alimentam de prazeres ocos que murcham e ressecam com o tempo. Vejam como o mundo jaz no maligno! Vejam como o príncipe das trevas acende um fogo passageiro da fama, do gozo carnal e da esperança traiçoeira! Vejam como os homens dançam em torno dessa fogueira que logo apaga! Os crentes não vivem dessa euforia ilusória, porque a luz do amor de Deus foi acesa em nossos corações quando fomos achados e retirados das trevas para a maravilhosa luz. Paulo foi tocado por esse amor, por isso queria conhecê-Lo mais (Filipenses 3:10).
Amado leitor, você foi salvo um dia? Um dia a verdade do evangelho chegou ao seu coração, lançando ao pó toda justiça própria e abraçando o perdão e purificação pelo sangue do Filho de Deus? Se houve esse encontro, você pertence ao Amado e Ele pertence a você. Nada mais satisfaz o crente. A luz da aurora brilha mais e mais na alma, até ser dia perfeito (Provérbios 4:18)! A obra do Espírito é glorificar Cristo em nosso viver, Ele é Cristo em nós, esperança da glória! (Colossenses 1:27). Aproximemo-nos do Amado pelo conhecimento da Sua Palavra!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A GENUINA CONFISSÃO DE UM CRENTE (2)

“Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu...”
(Cantares 6:3)
PERIGOS QUE AMEAÇAM NOSSA CONFISSÃO:
Prezado leitor, a Palavra de Deus mostra como o salvo é unido a Cristo, assim como a esposa é unida ao marido. “...Cristo amou a igreja e a Si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5:25). Os laços matrimoniais duram até a morte, mas o laço de amor de Cristo pelo Seu povo é para sempre. Na linguagem do Senhor para Seu povo no Velho Testamento, em tom profético eis o que Ele diz em Oséias 2:19,20: E desposar-te-ei comigo para sempre; sim, desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em amorável benignidade, e em misericórdias; e desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás ao Senhor. Ora, Cristo conquistou esse relacionamento por meio de sua morte na cruz; assim como Adão adormeceu para que fosse tirada a esposa dele mesmo, Cristo morreu para que o Seu povo amado fosse retirado do seu coração traspassado. Na Sua Ira santa Deus o Pai moeu o Filho a fim de que surgisse a Sua noiva a qual um dia será apresentada, bela e perfeita perante Deus! Que amor glorioso! Que noivo admirável, perfeito, e atraente às almas santificadas! Por essa razão a fé genuína pode confessar perante este mundo: “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu!”
Por que o crente tem essa confissão em seus lábios? Simplesmente porque satanás continuamente chega para seduzir o salvo. A maior aflição do príncipe deste mundo é causada pelo fato que está perdendo pessoas. Ele é o grande dominador das multidões que perecem; ele é atraente, agradável e admirado por milhões que o amam e o seguem com prazer (João 8:44). Satanás não ilude nem seduz aqueles que estão nas trevas, porque já pertencem ao dominador deste mundo. Satanás corre atrás do prejuízo ao perder homens e mulheres para Cristo. Ele ataca os genuínos crentes; ele persegue os santos na tentativa de derrubá-los e fazer com que eles neguem a fé e o amor devotado ao Rei da Glória. Nunca houve um tempo quando satanás tem se enfeitado tanto como agora! Nunca houve um tempo quando o príncipe das trevas tem imitado tanto a Cristo como agora! Paulo preocupou-se com esses ardis de satanás, por essa razão disse à igreja de Corinto: Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos e se apartem da simplicidade e da pureza que há em Cristo. (2 Coríntios 11:3).
Amado leitor, você um dia foi salvo? Tem em seu coração um ardente amor por Cristo? Quer conhecê-Lo mais por meio da Palavra? Então, saiba bem que você é um alvo constante das setas inflamadas desse inimigo; que o ódio mortal dele contra você manifesta-se em ataques dirigidos contra as áreas frágeis de sua vida. Paulo diz no texto que satanás visa corromper o nosso entendimento e assim nos afastar da simplicidade e da pureza do Senhor. Na tentativa de imitar Cristo, satanás procura ser mais atraente, mais sofisticado, mais belo do que o próprio Senhor Jesus. Nas suas manobras contra os santos, satanás procura mostrar que há nele mais atrações do que no Filho de Deus. O Senhor não se manifesta aos crentes a não ser na Sua simplicidade e pureza, conforme revelam as Escrituras, e é ali que os salvos chegam pela fé, e eles vivem dessa singeleza do Amado de suas almas.
Caro leitor, venho advertir dos perigos tremendos pelos quais passam os crentes hoje. As articulações de satanás têm despertado os desejos da carne, até mesmo em forma de culto. Quando a carne é alimentada em suas paixões religiosas, satanás ganha terreno e danifica nossa fé, causando assim um grande descontentamento com aquilo que a Palavra de Deus tem revelado ao povo de Deus. A natureza carnal odeia o Senhor. Não esqueçamos que Ele é o Amado da alma e não da carne. Afastemo-nos dos perigos que estão nos cercando e que ameaçam nosso prazer, felicidade, santidade e satisfação, achados apenas no Senhor.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A GENUINA CONFISSÃO DE UM CRENTE (1)

“Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu...”
(Cantares 6:3)
INTRODUÇÃO:
Prezado leitor, quão preciosa é a mensagem desse livro de Cantares! Obviamente, as maravilhosas vitrines da graça só poderão ser admiradas por aqueles cujos corações foram santificados, porque toda Palavra de Deus é pura. Somos convidados a conhecer essa linguagem do amor conjugal, a fim de que sejamos transportados do reino meramente físico para a sobreexcelência do reino do amor de Cristo em favor do Seu povo (Colossenses 1:13). Ora, se um homem pode realmente amar sua esposa, tomemos esse amor para admirar o infinito amor do Senhor em favor da Sua igreja! Ah! Ele nos amou primeiro! Não foi iniciativa dos salvos, porque cada um dos santos outrora era desgarrado como ovelha, cada um se desviava pelo caminho, (Isaías 53:6), tomando direções perigosas, veredas aparentemente belas e atrativas, sem saber que resultavam em caminhos de morte.
Mas o que vemos em Cantares? A esposa profundamente admira seu esposo amado! Ele é tão perfeito em seu amor por ela! Não há nada de defeito nele! Em tudo Ele é belo aos seus olhos, por isso ela pode declarar perante todos: “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu...!” Ela está plenamente segura nesse amor! Seu coração está confiante e nada há de que temer. É essa a genuína confissão de um verdadeiro crente! É isso o que o verdadeiro cristianismo transmite ao mundo. A verdadeira vida cristã não é estribada em filosofia humana; numa mera organização religiosa; em regras e mais regras estabelecidas por homens corrompidos no coração. O mundo está cheio dessas mercadorias carnais, de tudo o que apela para a corrupção da natureza humana.
Mas a Palavra de Deus nos conduz para um relacionamento maravilhoso, glorioso, eterno e insondável à mente humana. O que acontece quando uma alma é salva? Começa um relacionamento admirável! A alma é tomada pela presença do Rei da Glória! Cristo passa a pertencer ao crente e a recíproca é verdadeira, porque o crente passa a pertencer a Cristo. Tomemos a confissão da esposa em Cantares, porque é essa a confissão de um coração regenerado: “Eu sou do meu amado e o meu amado é meu!”. Não precisamos forçar isso, é normal. O trabalho da graça de Deus nos corações somente Ele pode fazer e é isso que Ele está fazendo quando salva os perdidos. Como um pecador, antes amante do pecado, odiador de Deus, passa agora a amar a Cristo? A resposta o próprio Senhor nos dá: “Também vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne” (Ezequiel 36:26.
Amigo leitor, eis aí em poucas palavras a resposta para a confissão de um genuíno crente. Você quer conhecer uma alma transformada pelo evangelho? Quer conhecer uma casa onde habita a luz da glória do Rei? Quer saber o que acontece num coração onde a liderança agora não é mais do pecado, mas sim do Salvador bendito? É conhecido pela confissão que possui em seus lábios: “Eu sou do meu Amado, e o meu Amado é meu!”. Sendo algo do coração, ninguém pode tirar. É também uma confissão constante, sincera e revelada no modo de viver. Então, nessa série de meditações neste texto venho apresentar o significado de uma vida santa, consagrada e entregue a Deus.
Querido leitor, cada pessoa tem uma confissão que parte do coração; cada pessoa tem um amado na alma e professa isso pela boca e no procedimento, porquanto a boca fala o que está cheio o coração. A vida cristã não é fundamentada numa igreja, numa atividade religiosa, numa vida de aparência, mas sim num coração transformado pela graça, onde Cristo habita.

domingo, 19 de dezembro de 2010

DEUS E O HOMEM – A GRANDE DIFERENÇA (6)

“Há no coração do ímpio a voz da transgressão; não há temor de Deus diante de seus olhos” (Salmo 36:1)
CONHECENDO O HOMEM (continuação):
Caro leitor, eu sei que o conhecimento do homem no pecado, conforme o Salmo 36 mexe profundamente com nosso orgulho pessoal. Não toleramos ser descobertos pela revelação bíblica, e como minhocas que se escondem na terra, ocultamos da luz. Vimos que a principal atividade do pecado é retirar Deus da frente do homem: “Não há temor de Deus diante de seus olhos”. Temos visto que se o coração estiver sob o comando do pecado, Cristo não reina ali, e, com efeito, todo viver será direcionado pela transgressão. Em Romanos 8 Paulo afirma que tal forma de viver é uma constante inclinação à carne e demonstra inimizade contra Deus, por isso os que estão na carne não podem agradar a Deus (Romanos 8:6,7). Vimos também, que o pecado comanda o viver sob o controle de uma iniqüidade especial, como um vício, idolatria, sexo, ira, ou qualquer outro pecado.
O que diz o Salmo 36? “...não há temor de Deus diante de seus olhos”. Uma vez que há ausência do temor ao glorioso e santíssimo Deus, todo viver do homem no pecado é visto como se fosse um horizonte de glória; acha no íntimo que é uma pessoa com livre-arbítrio e que tem todo direito de tomar por si mesmo suas decisões. O homem sob a liderança da transgressão age como se fosse dono absoluto do seu próprio viver, porquanto não há em sua frente ninguém maior do que ele, alguém superior diante de quem há de prestar contas; não é visto um juiz que condene seus atos, alguém temido.
Amigo leitor veja como é exatamente assim o poderosíssimo comando do pecado no coração de um homem não regenerado. Não podemos esperar outra coisa dele, porquanto vive no pecado, anda no pecado e com todo prazer serve ao pecado dia após dia. Quando Jesus encarou a multidão de judeus incrédulos pode mostrar-lhes exatamente essa verdade. Cristo não usou palavras lisonjeadoras, jamais encobriu sua triste condição em Adão quando declarou que eles não passavam de “escravos do pecado” (João 8:34). Mas posso ir bem firme em meus argumentos. O viver do ímpio prova isso. O que é destacado no viver transgressor do ímpio? Não é exatamente que lhe falta o temor ao Senhor? Alguém afirmou que a maior prova da condição do homem no pecado é que em sua vida não há lugar para a soberania e glória de Deus. Não há em seu coração qualquer lugar para um viver que glorifique a Deus; não há culto ao Senhor; não há gratidão, respeito, reverência, serviço, ações de graças e obediência ao Senhor. O viver do ímpio é conhecido também pelas suas palavras, porque elas refletem exatamente o que vem do coração. Não há louvor ao Senhor; não há ações de graças em suas palavras, pelo contrário, suas palavras revelam um coração cheio de ira, maldades, imoralidades, perversidades e coisas semelhantes. Suas palavras também revelam seu apego à mentira, assim como aqueles judeus que pegaram em pedras para matar o Senhor Jesus, quando este lhes mostrou a verdade a Seu respeito (João 8).
O caminho do ímpio também reflete a liderança do pecado na vida. Ele prefere estar sempre onde agrada as suas paixões carnais. Ele quer estar onde pode sentir-se bem, onde há aquilo que tanto a natureza adâmica sente atração. Se não for alguém que vive sob a influência dos prazeres carnais, será voltado para um viver centralizado numa forma de pensar completamente contrária aos pensamentos bíblicos. Seus pensamentos jamais serão submetidos aos pensamentos do Senhor, assim como seus caminhos não são os caminhos do Senhor (Isaías 55:8).
Por que fugir dessas verdades tão importantes? Ora, você não foge de um médico honesto que prova que sua enfermidade é séria. Por que fugir do Deus da verdade? Por que se ocultar daquele que tudo sabe, tudo vê e que tem prazer em libertar o pecador do poder subjugador do pecado?

DEUS E O HOMEM – A GRANDE DIFERENÇA (5)

“Há no coração do ímpio a voz da transgressão; não há temor de Deus diante de seus olhos” (Salmo 36:1)
CONHECENDO O HOMEM (continuação):
Caro leitor, na meditação de ontem procurei mostrar a importância do conhecimento do coração humano. Boa parte das Escrituras se ocupa com isso, especialmente na época da lei. Uma das manobras ardilosas de satanás é encobrir a verdade da culpa e do estado corrompido do homem no pecado. O evangelho vem para trazer essa verdade à tona, e assim levar pecadores à confissão sincera de seus pecados perante aquele que é o Salvador dos perdidos (Lucas 19:10).
Continuemos vendo o restante do verso 1: “...não há temor de Deus diante de seus olhos” (Salmo 36:1). O começo do verso mostrou com clareza o que está no recôndito do coração do homem no pecado. Saiamos desse lugar tenebroso para que vejamos o que acontece no lado de fora. O engano do pecado nos leva a entender de forma errônea o que realmente significa pecado. Achamos que o homem é mais pecador devido aos terríveis males praticados, como roubar, matar, beber, usar drogas, e outros atos semelhantes. Não há dúvida que são atos horrorosos, detestáveis e reprovados por milhares. Porém, a Palavra não revela a situação do homem baseando-se nesse ponto de vista. Encaremos seriamente as sagradas letras, porquanto no texto lido tudo é revelado de uma maneira bem simples: “...não há temor de Deus diante de seus olhos”.
O amigo leitor percebeu? Qual é a principal função do pecado operando dentro do coração do homem? Simples! Deus é retirado da frente dos olhos do pecador. Eis aí a mais ardilosa obra de arte maligna do pecado, porque ao retirar o temor de Deus diante de seus olhos, imediatamente o caminho pela frente é caminho de transgressão. Não importa o tamanho do pecado; não importa se os atos serão feios ou não aos nossos olhos, a verdade é que se há ausência do temor do Senhor, o viver é de transgressão. Repito, a principal função do pecado no coração é retirar da frente do homem toda e qualquer verdade a respeito de Deus. Não há qualquer acordo entre Deus e o pecado; não há no coração do homem uma sala para as atividades de Deus e outra para o serviço maligno do pecado. Não há possibilidade de servir a dois senhores, conforme diz o Senhor Jesus.
Amigo leitor, visto que a atividade do pecado é conduzir o homem pelo caminho da transgressão, obviamente Deus tem que ser retirado da frente do pecador. O Deus da revelação bíblica é eliminado da sua mente, de suas emoções e de suas determinações, para que seu caminho seja desobstruído. Eis aí, meu amigo leitor a triste verdade a respeito do caminho pelo qual anda o homem no pecado, dentro ou fora de uma igreja; praticando pecados feios ou sendo excelente pessoa aos olhos humanos. A nossa queda em Adão nos levou à condição natural de escravos do pecado (João 8:34). No comando do pecado não há lugar para o senhorio do Senhor; não há lugar para o comando daquele que é Santo. O viver do homem no pecado é como uma ovelha errante, sem pastor, sem esperança e sem Deus neste mundo (Efésios 2:12).
Quão terrível é o reino tirânico do pecado no coração! O pecado habilmente conduz o pecador naquilo que o pecado quer, e assim toda mente, emoção e volição são conduzidas sob a prisão do pecado. Aquele homem que foi a Cristo querendo saber o que poderia fazer para herdar a vida eterna, não sabia que o pecado lhe controlava no amor às riquezas. Ele não queria perder seu ídolo, por isso afastou-se ao deparar com o caminho estreito rumo à vida eterna, apresentado pelo Senhor (Lucas 18:22,23). Judas parecia um genuíno apóstolo de Cristo, até que a ocasião própria revelou seu amor aos prazeres. Quando a fortuna chegou-lhe às mãos, mostrou que o pecado comandava seu viver no sonho de ser grande, na soberba da vida. O peso atroz do pecado empurrou-lhe para o triste e amargo destino das almas impenitentes.

DEUS E O HOMEM – A GRANDE DIFERENÇA (4)

“Há no coração do ímpio a voz da transgressão; não há temor de Deus diante de seus olhos” (Salmo 36:1)
CONHECENDO O HOMEM (continuação):
Prezado leitor, com coragem, porém com nossos corações cheios de temor, encaremos firmemente o conhecimento daquilo que o Espírito de Deus nos ensina a respeito da triste condição do homem no pecado, conforme o Salmo 32, versos 1-4. Ora, se há a voz da transgressão, certamente há alguém ali; há um poder que reina, controla e domina o viver do homem, e esse comando é a partir do coração. Já pude mostrar que todo problema do homem está no coração dele. O que ele é e faz por fora é efeito de um poder dominador em seu coração. Sendo que é a voz da transgressão, significa que todo viver do homem ainda no pecado é de contínua prática da iniqüidade. Ele é chamado de iníquo, transgressor da lei de Deus e mesmo que não pratique pecados feios, grosseiros, o domínio é do pecado no coração, tendo o programa para cada pessoa, a fim de que faça o que o pecado quer, e não o que Deus quer.
Caro leitor, saibamos que nem todo ímpio mata, rouba, ou pratica coisas horríveis, mas todos estão sob a liderança do pecado no coração, por isso os homens no pecado são chamados servos do pecado. Paulo trata sobre isso em Romanos 6. Ele escreve aos salvos, mostrando que o resultado da morte de Cristo na cruz em favor do Seu povo, conquistou para esse povo plena e completa libertação do domínio do pecado, de tal maneira que de agora em diante: “Não reine, portanto o pecado em vosso corpo mortal para obedecerdes as suas concupiscências” (Romanos 6:12). Ainda no verso 13 Paulo fala que os salvos não precisam mais oferecer os membros de seus corpos ao pecado como instrumentos de iniqüidades.
Tendo essas verdades em mentes voltemos para o Salmo 36:1. Deu para o amigo leitor entender que não há meio termo? Ou o homem vive como servo do pecado ou vive como servo de Deus. Se não foi salvo, resgatado, perdoado, justificado mediante o sangue do imaculado Cordeiro de Deus, certamente não passa de ser um escravo do pecado neste mundo. O pecado não deixa o coração do pecador mediante atividades religiosas. Mesmo sendo religioso, honesto, trabalhador, etc., é o pecado que está no comando do coração e não Deus, portanto a vida é de contínua transgressão contra Deus e contra Sua santa lei.
Prezado leitor, que seu coração humildemente depare com a necessidade de arrependimento sincero. O Deus da revelação bíblica não é ludibriado, manipulado pelas articulações do homem. Ele vê o homem no coração, e não na aparência; o reino do pecado a partir do coração está completamente escancarado perante os olhos perscrutadores daquele que é Onisciente. Ninguém pode ser aceito por Deus, a não ser mediante Seu glorioso Filho, o único mediador entre Deus e o homem (1 Timóteo 2:5). E ninguém pode achegar-se ao Salvador bendito sem arrependimento, humilhação, quebrantamento e confissão (Romanos 10:9). É na confissão sincera que o pecador revela que o reino de tirania do pecado no coração acabou, que o pecado deixou para sempre seu domínio e que o Rei da glória passou a reinar. Aquele antigo súdito do pecado passa agora a servir a justiça (Romanos 6:13), amar santidade e odiar a iniqüidade.
Amigo leitor, eu sei que essas verdades chegam de forma chocantes às nossas mentes, mas quão salutar elas são! O homem no pecado precisa saber em que situação desesperadora ele se encontra, e que não há remédio; não há força capaz de mudar seu coração em um novo coração! Viemos assim de Adão, nossa história é triste história e nosso destino é assaz horroroso enquanto o coração não for lavado e santificado pelo sangue da cruz (1 Pedro 1:18,19). Meus esforços têm em vista levar meus leitores à verdadeira humilhação, reconhecimento de que seus pecados têm ofendido ao Senhor, e que Ele tem prazer em salvar homens e mulheres arrependidos!

DEUS E O HOMEM – A GRANDE DIFERENÇA (3)

“Há no coração do ímpio a voz da transgressão; não há temor de Deus diante de seus olhos” (Salmo 36:1)
CONHECENDO O HOMEM (continuação):
Amado leitor, os primeiros quatro versos do salmo 36 nos conduzem ao conhecimento de quem é o homem no pecado. Não esqueçamos de que o Espírito Santo está tratando do homem caído em Adão. A luz da verdade revelada chega aos lugares escuros, onde até mesmo o homem desconhece o que ali acontece. O que vemos logo no início mostra tal verdade: “Há no coração do ímpio...”. Onde está o problema do homem? Ora, sempre estamos vendo as coisas do lado de fora; achamos sempre que o problema nosso está nas dificuldades normais da vida, como saúde, finanças, família, etc. E entre tantas outras que já conhecemos, não raro atribuímos nossos problemas ao diabo e aos demônios. O mundo normalmente tem resposta para tudo isso, mesmo sendo respostas passageiras.
A Palavra de Deus, porém, vai diretamente à fonte do problema do homem, e onde está a fonte de todo problema? No coração dele! Notemos bem que não é do lado de fora, mas sim por dentro; não é visto no aspecto externo do homem, mas sim no interno. Ora, vemos essa verdade difundida em toda Escritura: “Enganoso é o coração e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9); “Diz o néscio em seu coração: Não há Deus...” (Salmo 14:1); “É do coração do homem que procede todo mau desígnio...” (Marcos 7:21). Poderia aqui multiplicar tantas outras referências, mostrando a triste condição do homem no coração. Diante desse fato é que as Escrituras constroem a doutrina mais importante a ser divulgada no meio dos homens, que é o ensino a respeito da depravação total. Os homens desconhecem o que eles são em Adão; nada sabem a respeito do significado da queda; ignoram a triste condição na qual se encontram agora e acham que nada merecem da destruição eterna que os espera no além.
Mas em nosso estudo não vamos passar por cima de um assunto tão importante; se eu ignorar isso não serei leal aos meus leitores; não serei honesto se não expor a verdade, conforme está revelada perante nossos olhos nas sagradas letras. Por que o problema do homem está no coração dele? A resposta é simples, o homem não é o que vemos na aparência, mas sim no coração dele. Deus vê o homem ali, e não porque pertence a uma família crente; participa de uma igreja; é visto como uma boa pessoa porque nunca fez mal a ninguém, etc.
Afinal, o que o homem tem em seu coração que é tão pernicioso assim? A resposta vem de forma clara: “Há no coração do ímpio a voz da transgressão...”. Deu para o leitor perceber o que acontece no interior do coração? Percebeu que ali, bem no santuário, no lugar mais oculto do homem há uma voz, e que essa voz não é a voz de Deus; não é voz da bondade, da fraternidade, da boa vontade do homem? De quem é essa voz? “... a voz da transgressão...”! Ora, se há uma voz é sinal que há alguém ali. Quem é que está ali? O nome de quem está no comando do coração do homem é transgressão.
Veja caro leitor, como o homem é descoberto imediatamente! Veja como as Escrituras vêm, quebra as trancas do portão, invade o lugar oculto e mostra o que está acontecendo ali? Veja amigo, como ninguém pode ficar oculto perante as Sagradas Letras? Veja como a Palavra de Deus é confrontadora e chega para desbancar todo orgulho, arrogância e prepotência humana? Veja amigo, como não há como esconder-se de Deus? Se fugir da Palavra revelada agora, fatalmente terá um confronto com ela no último dia. Bendito o homem que se achega humildemente perante a verdade escrita, e que não foge! A Palavra de Deus nos descobre para nosso bem eterno, a fim de que o homem humilhado encontre a resposta para sua miséria no Bendito Senhor que veio ao mundo buscar e salvar perdidos pecadores (Lucas 19:10).

sábado, 18 de dezembro de 2010

DEUS E O HOMEM – A GRANDE DIFERENÇA (2)

“Há no coração do ímpio a voz da transgressão; não há temor de Deus diante de seus olhos” (Salmo 36:1)
CONHECENDO O HOMEM (continuação):
Prezado leitor, nossa primeira atividade ao sondar este impressionante salmo é ver como a palavra de Deus revela quem é o homem. O leitor atento observará que os oito primeiros versos revelam aquilo que jamais conheceríamos, a não ser por meio da revelação escrita. A Bíblia descobre o homem, ela chega onde ninguém pode chegar, ela descobre o engano e as manipulações oriundas do coração enganoso e enganado, ela denuncia e revela o que ali está oculto. Ah! Quanto os homens fogem desse confronto! Quanto odeia essa investida da verdade no recôndito de seus corações! Eles gostam que a luz brilhe do lado de fora, porém odeiam quando a verdade chega para invadir as “salas ocultas” do seu coração, descobrindo toda verdade a seu respeito.
A verdade é que Deus revelou tudo a nosso respeito, e isso deve ser pregado com toda ousadia pelos arautos da verdade. O Deus da revelação escrita requer a verdade no íntimo, e não na superfície, como os homens tanto querem (Salmo 51:6). Estou plenamente convicto que o Salmo 36 versos 1-4 fechará toda boca; anulará toda vanglória; desmascarará toda hipocrisia; silenciará todo falso louvor e desmanchará toda arrogância e prepotência humana. Mas, quanto isso é salutar! Quando os homens conhecem o estado depravado de seus corações, certamente estarão no caminho certo do arrependimento. Ora, quando é que alguém busca o socorro médico? Não é quando está enfermo? Ultimamente satanás, por meio do falso evangelho está encobrindo a condição maligna do coração humano, por isso a falsa fé espalhou como erva daninha e, com efeito, a maldade prospera.
Convido o leitor para que juntos sondemos os primeiros quatro versos. Primeiramente veremos como o Espírito de Deus nos conduzirá no conhecimento do que está escondido no coração. Estou tomando a versão atualizada, porque vejo mais sentido na tradução: “Há no coração do ímpio a voz da transgressão; não há temor de Deus diante de seus olhos”. Vejamos bem que a Palavra de Deus está sondando o coração do não salvo: “Há no coração do ímpio...”. Você, leitor deve sondar o seu coração à luz da revelação bíblica. Não importa o que eu acho que sou; se pertenço a uma igreja ou não; se tenho bíblia, ou deixo de ter; se sou bonzinho ou não sou, etc. Devo curvar-me perante o fato que vim de um Adão caído; que a história a meu respeito é contada a partir da queda no Éden: “Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12).
Mas ao sondar seu coração à luz desses dois versos iniciais do salmo 36, você leitor perceber que você foi assim, mas agora é diferente, porquanto um dia você ouviu a mensagem do evangelho e sua vida foi transformada, certamente você irá se alegrar com tais verdades. Quem é da luz ama a luz, porquanto conheceu a verdade e a verdade o libertou (João 8:32). Os verdadeiros crentes não se escondem da revelação bíblica, eles andam continuamente à luz da presença divina e podem dizer juntamente com o salmista: “...grande é a tua benignidade para comigo, e livraste a minha alma das profundezas do Seol” (Salmo 86:11).
Entretanto, um coração endurecido estará fechado para o salmo 36:1-4. Corações em rebeldia contra a verdade selecionam os textos bíblicos que lhe interessam. Que caminho perigosíssimo! Meu amigo, não tente se esconder do Senhor! O Senhor conhece a triste condição do coração humano, e tudo foi revelado a fim de que sejamos humilhados e arrependidos. Cristo veio buscar perdidos, pessoas cujos corações foram descobertos pela verdade, mas que correm em busca do socorro e livramento proveniente da cruz. Os ouvidos do Senhor estão apurados para ouvir o clamor de uma alma aflita.

DEUS E O HOMEM – A GRANDE DIFERENÇA (1)

“Há no coração do ímpio a voz da transgressão; não há temor de Deus diante de seus olhos” (Salmo 36:1)
CONHECENDO O HOMEM (Introdução):
Caro leitor, quanta alegria sinto em meu coração ao trazer-lhe novamente a Palavra de Deus! Estou plenamente convicto que Deus tem aqueles que querem ouvir Sua Palavra, por isso sei que meu esforço não é inútil.
É minha tarefa conduzir meus leitores pela via gloriosa do Salmo 36. O homem natural passa por cima desse salmo, porque não lhe interessa. Nada há nesses 12 versos que possa atrair corações supersticiosos, mundanos e gananciosos. Porém, para a alma espiritualmente faminta, essas verdades reveladas que parecem tão amargas são favos de mel. Que o Senhor em Sua infinita compaixão faça com que meus esforços redundem em fruto para Sua glória, edificando os santos e salvando perdidos.
O Tema escolhido para nossa meditação no salmo 36 é: DEUS E O HOMEM – A GRANDE DIFERENÇA. Creio que o assunto é de supremo valor em nossos dias, especialmente quando o cheiro do humanismo tem entrado pelas portas e janelas das igrejas. Satanás é o idealizador do humanismo, porque desde o Éden lançou essa rede enganadora e tomou a raça humana para si através dessa tremenda mentira de que Deus é cruel e que o homem se tornou vítima desse “despotismo divino”. Estamos presenciando o auge do humanismo em nossos dias, quando a pregação envolve os interesses do homem e que Deus não passa de ser um subserviente, bajulador do homem; alguém desesperado em busca da fé e dos louvores dos humanos.
O Salmo 36 entra em cena para destruir esse cenário de mentira armado pelo pai da mentira. Por quê? Em linguagem bem simples essa passagem inspirada põe o homem em seu devido lugar, seguindo exatamente todo padrão das Escrituras Sagradas. Corações endurecidos e enganados pelo pecado não aceitam a Escritura como ela é, porque a bíblia denuncia o homem, revelando sua natureza maligna desde a queda em Adão. O homem no pecado ama a escuridão, porque não gosta de ser denunciado pela luz do evangelho da glória de Cristo (2 Coríntios 4:4), por isso vive se escondendo como Adão entre as “árvores religiosas” (Gênesis 3:8).
Como poderei beneficiar os homens? Somente pregando a verdade de Deus! Estarei provando sincero amor ao pregar todo conselho de Deus. Ninguém pode se estabelecer em cima de mentira, mesmo que a mentira esteja trajada da verdade. Os ensinos a respeito da triste condição do homem no pecado é para o bem do próprio homem. Quão misericordioso é esse Deus! Um bom médico não encobre a condição de um paciente que está em perigo de morte, devido a um câncer diagnosticado. Ele não vai prescrever-lhe paliativos. O Deus do Salmo 36 revela quem é o homem, quão horroroso é seu coração! Quão miserável é seu viver! Por que Ele faz isso? Para o bem do próprio homem, a fim de que este veja que não há qualquer esperança fora de Deus; para que saiba que seu viver prova a perversidade do pecado, e que a perseverança na maldade o levará fatalmente à destruição eterna.
Meu caro leitor, o salmo 36 visa trazer temor ao coração. A maior parte dessa maravilhosa obra de arte do Espírito Santo revela quem é Deus! A linguagem transmitida a respeito Dele visa humilhar-nos, a fim de que saibamos que nada somos, que não passamos de vermes rastejantes nesta vida transitória; que o grande Deus se revelou a fim de mostrar que Seu coração compassivo é uma “casa aberta” onde pecadores arrependidos buscam refúgio, alívio e segurança eterna.
Está vendo amigo? Não fuja dessa luz! Conheça o Deus vivo e verdadeiro conforme aquilo que é descrito nesse salmo! Sei que você ficará aterrorizado ante a verdade da nossa triste condição em Adão, mas eis que a luz da misericórdia há de brilhar intensamente, trazendo verdadeira alegria ao seu coração.

domingo, 12 de dezembro de 2010

CONFUNDINDO HUMILDADE COM INGENUIDADE

 “Ora, tinha Josafá riquezas e glória em abundância, e aparentou-se com Acabe” 2 Crônicas 18:1.
Podemos tirar preciosas lições através da vida do rei Josafá, porquanto era um homem realmente espiritual. Três lições de grandeza espiritual são despontadas acerca desse grande homem, narradas nos caps. 17 a 20 de 2 Crônicas. A primeira, sua liderança espiritual sobre a nação de Judá. Ele tomou as providências cabíveis para que toda nação recebesse instruções da lei de Deus por meio dos sacerdotes (cap. 17). Isso trouxe segurança espiritual para a nação de Judá, bem como trouxe o respeito de toda população para o rei. Em segundo lugar, a sua disposição de ajudar. Era um homem pacífico, e a ausência de guerra em torno do seu reino fez com que Josafá buscasse o bem espiritual da nação do norte sob a liderança do perverso Acabe. Em terceiro lugar, Josafá era um homem humilde. Não o vemos em nada se engrandecendo, nem tampouco se ofendendo por ser chamada a sua atenção por meio de algum profeta.
                Mas, aí que entrou o problema sério na vida do rei Josafá, que o levou a um envolvimento perigosíssimo, quase fatal para sua vida e que certamente traria ruína para sua descendência porquanto se tornou parente de Acabe (18:1). Tudo começou com seu envolvimento com o ímpio rei Acabe. Ele confundiu humildade com ingenuidade. A humildade de Josafá estava desprovida de conhecimento e experiência. Estava cheio de riquezas e glórias (verso 1), e a ausência de guerras e outras dificuldades em nada favoreceram o rei para mesclar em seu coração a humildade com prudência. A preocupação em ajudar espiritualmente os outros levou o bondoso rei a tomar decisões precipitadas, passando a estar de mãos dadas ecumenicamente com a impiedade, idolatria e perversidade de um rei cuja sentença de morte já tinha sido decretada por Deus. Foi ao ponto de tornar-se um parente de um ímpio e homicida. Não fosse a intervenção do Senhor para proteger Seu servo, Josafá teria sido morto na batalha contra os Siros.
                Cuidemos para não confundir humildade com ingenuidade. Quando parece que estamos agindo na simplicidade de uma pomba, pode bem ser que estejamos mancomunando com a serpente à nossa frente. Nunca ajudaremos um perverso quando este está de mãos dadas com a maldade. Profetas de Deus já haviam pronunciado a sentença contra aquele rei assassino, então, a melhor atitude seria afastar-se dele. O homem cujo coração está endurecido pelo próprio Deus corre rumo ao seu fim.
                Muitos são aqueles que hoje estão de mãos dadas com aqueles que amam a mentira e que carregam o nome de evangélicos. Que perigoso jugo desigual! O povo de Deus deve buscar os perdidos. Cristo veio buscar almas que anseiam por conhecer a verdade conforme as Sagradas Letras. O homem começa sua vida quando ele é feito de novo no pó do arrependimento.

O MISTÉRIO DA INIQUIDADE


“Com efeito, o mistério da iniqüidade já opera e aguarda que somente seja afastado aquele que agora o detém” 2 Tessalonicenses 2:7.
        O mistério da iniqüidade é mistério para o mundo enganoso e enganado. Para o povo salvo nunca deveria ser, porque todos os mistérios guardados no cofre de Deus foram revelados ao povo de Deus. Então, tomemos a chave bíblica e busquemos conhecer aquilo que este mundo maligno jamais poderá entender, nem mesmo os mais eruditos deste mundo. Eles não passam de cegos e escravos do mal para erigir o célebre castelo fantasioso do diabo.
                Por que o mundo vai de mal a pior? O mistério da iniqüidade opera. Percebamos as lições que o Espírito de Deus nos dá neste tão importante verso. Primeiro, é mistério, porque é algo que não foi revelado a ninguém, a não ser aqueles em quem habita o Espírito de Deus. Os discípulos do Senhor são aqueles que aprendem da Palavra de Deus e que procuram obedecer ao Senhor. O que o mundo não vê os santos claramente percebem. Somente Noé sabia a respeito da catástrofe que cairia sobre toda humanidade, por isso preparou a arca para a salvação de sua casa.
                A outra lição está na palavra “iniqüidade”. É a tradução da palavra grega “anomia” que significa “sem lei”. O mundo está caminhando a passos largos para obter uma sociedade sem lei, isto é, sem as leis de Deus. O homem natural sempre foi assim. Eles são no coração odiadores de Deus (Romanos 1:30). Eles querem uma religião forjada pela mentalidade idólatra; querem um “Jesus” feito em laboratório e um “espírito santo” que os consolará em suas paixões malignas. Já estamos respirando com muita dificuldade as maldades de uma sociedade sem as restrições da lei de Deus. Já está rolando à solta o adultério para forçar a destruição da família; já não há mais respeito, nem honra, nem busca de caráter. O que manda agora é o direito de fazer o que eu gosto e que sinto, mesmo que venha a trazer prejuízo aos outros.
                A outra lição aparece com o termo “opera”. Triste situação para o mundo quando Deus autoriza poderes das trevas para operar no mundo aquilo que agora podemos ver em pleno avanço. O verbo está no presente indicando que continuamente acontece neste mundo e vai aumentar até que o Senhor volte para por ponto final no trajeto maligno da serpente. O mundo está maduro para o juízo como Sodoma e Gomorra.
                O povo salvo deve estar acordado diante daquilo que está ocorrendo em nossos dias. Busquemos santidade no viver; busquemos expor a justiça de Cristo perante um mundo injusto e cruel; busquemos a honra de nosso Senhor e de Sua Palavra Bendita nestes momentos quando lutam para que a mentira prevaleça com um forte aparato religioso. Com nossos pés sobre a Rocha dos séculos podemos socorrer as almas preciosas que o Senhor há de Salvar.


O PERIGO DA REBELIÃO

“...Visto que rejeitaste a Palavra do Senhor, Ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei” (1 Samuel 15:23)

                Os chamados “evangélicos” hoje parecem que tem tudo a ver com o rei Saul. Rejeitam a autoridade absoluta da Palavra de Deus. É o estado natural dos corações que consideram loucura as coisas de Deus (1 Coríntios 2:14).  O deus dos evangélicos modernos nada tem a ver com o Deus de Samuel; o deus moderno é produto de corações idólatras e supersticiosos.
                     Para Saul era um absurdo obedecer cem por cento as ordens de Deus, exterminando totalmente os amalequitas e considerando anátema tudo o que era pertencente a eles. Desconhecia o Glorioso Deus Jeová, o Deus de Israel. Imaginava que poderia manipular Deus com sacrifícios; achava que deixaria Deus impressionado com aquilo que trouxera. Queria oferecer um culto nos moldes da idolatria, como fazem os pagãos. Aquilo que parecia festa e triunfo para o orgulhoso rei, foi transformado em luto e numa falsa demonstração de arrependimento. Saul rejeitou a Palavra do Senhor, por isso foi também rejeitado.
                O culto evangélico moderno é assim também. Hoje não importa o que diz a Palavra de Deus, mas sim aquilo que eu gosto, que me faz sentir bem, mesmo que me custe um alto preço de sacrifício. O Deus da bíblia não faz sentido para os gostos da natureza humana. Eles não toleram o zelo de Deus contra o pecado, e não estão prontos para a guerra contra o mal. Desconhecem em suas vidas o que significa o homem no pecado; nada sabem do que significa a obra triunfante da misericórdia e nada tem dos recursos da graça para enfrentar a jornada nesta vida, na luta contra a carne, o mundo e o diabo.
                Ser “evangélico” hoje é ter dó de um “Agague”, alvo da ira de Deus. É um ajuntamento do culto mundano e ecumênico. Levam para seus cultos o “balido” de suas ovelhas e o “mugido” de seus bois, e acham que podem mover a emoção do Onipotente e causar-Lhe grande espanto.
                O que é culto verdadeiro? É obediência a autoridade absoluta da Palavra Inspirada. Nada de açucarar a água pura e cristalina para os gostos da natureza maligna e carnal do homem. A obediência à Palavra de Verdade é o verdadeiro culto, verdadeiro sacrifício que agrada ao Senhor, porque procede de coração regenerado e quebrantado.
                O culto moderno rejeitou a Palavra do Senhor, por isso Ele também o rejeitou.


O JUIZO DE DEUS

“Até a cegonha no céu conhece as suas estações; a rola, a andorinha e o grou observam o tempo da sua arribação; mas o meu povo não conhece o juízo do Senhor” Jeremias 8:7.
        Que triste situação para uma nação que se gabava ser a nação justa! Todo conhecimento da lei para Israel resultava em nada por causa do pecado. A maldade imperava em todos e de todas as formas. Todo povo estava corrompido no setor religioso, social e político. Estavam cegos espiritualmente e na cegueira eram guiados enganosamente pelo pecado para o abismo. O próprio Jeová estava atribuindo mais sabedoria às aves do céu do que àquele povo rebelde.
                    Qual era o problema? Eles não conheciam o Deus de Juízo nem o Juízo de Deus! Eles estavam tremendamente enganados quanto àquilo que pensavam a respeito de Deus. As mensagens dos profetas nem mesmo faziam cócegas neles, pelo contrário, elas eram motivos de ódio e de perseguição contra os servos do Senhor. A nação estava cercada pelos inimigos, e Nabucodonozor estava pronto com seu perverso exército para invadir e destruir Jerusalém; aquele povo olhava, não para cima, sempre buscava resposta horizontalmente, entre os homens e não no Deus de Juízo.
                Não é esta a mesma situação pela qual passamos hoje em nosso país? O povo que se chama “povo crente” não conhece o Juízo de Deus. Hoje falam muito em “o Deus de amor”; proclamam muito a respeito de “um Deus de muita bondade” cujo interesse é distribuir as riquezas Dele para aquele que mais crer.
                Que triste situação! A igreja de Deus em nossos dias desconhece o JUIZO DE DEUS! Não sabe que o Deus de amor é o Deus de terror; que o Deus de toda bondade é também o SENHOR DOS EXÉRCITOS! Que aquele cujo coração é cheio de Graça é o mesmo Deus que reina no céu e na terra e que tem à Sua inteira disposição tudo para enviar a este mundo Seu reto juízo e executar Sua punição contra aqueles que vivem atrevidamente no pecado e também para trazer disciplina rigorosa para Sua igreja.
                A situação atual urge uma atitude de humilhação! O povo conhece muito bem o Deus do Salmo 23 e do Salmo 91, mas desconhece o Deus do Salmo 90 e do Salmo 109. Conhece bem o Deus que se manifesta em passagens cheias de abundantes promessas, mas ignoram o Deus que se revela em Ageu e Sofonias.
                Estou plenamente certo que se não acontecer um avivamento em nossos dias, teremos sem dúvidas uma manifestação dos juízos de Deus que acordará tardiamente a muitos.

ONDE ESTÁ O JOIO?

“Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do Seu reino tudo o que causa escândalo, e todos os que cometem iniqüidade” Mateus 13:41.

         Na parábola do joio e do trigo nosso Senhor mostra a diferença entre os que são Dele e os que não são Dele. O campo é o mundo e não meramente dentro da igreja, mas como a igreja está ainda no mundo, o joio aparece tanto dentro dela como fora dela, no mundo.
         Apesar de que o joio na aparência é igual ao trigo, nosso Senhor mostra a clara diferença no texto. Dentro da igreja o joio são aqueles que causam escândalo e fora da igreja são os que cometem iniqüidades.
         No cap. 18 de Mateus o Senhor Jesus adverte terrivelmente aqueles que vivem a praticar escândalos. Os fariseus eram assim, por fora pareciam distintamente piedosos, mas por dentro eram terrivelmente pervertidos. Os promovedores de escândalos penetram no meio do povo de Deus como se fossem crentes, mas no coração são pessoas que nunca foram transformadas.
O trigo quando está carregado se inclina. Assim é o verdadeiro crente, humilhado e contrito adora a Deus e vive para seu Deus. Mas o joio nunca se curva. A impiedade vestida de evangélicos continua com sua cerviz endurecida e jamais se inclina em obediência a Deus. Dentro da igreja procura atrair o mundo para dentro dela, e sua maneira de viver faz com que seja estorvo para o acesso daqueles que querem realmente ter um encontro com Cristo. A igreja de Deus é responsável em julgar o “fermento” que se encontra no meio dela.
No mundo se encontra o joio em sua manifestação aberta e descarada na prática da iniqüidade. As multidões se lançaram à busca de suas paixões desenfreadas especialmente em nossos dias. Corre célere na quebra da lei de Deus e a prática do mal, em todas as suas deformidades monstruosas é vista para a tristeza do povo santo e para o prejuízo da própria sociedade humana.
O que o nosso Senhor há de fazer? Ah! Seu Juízo não tardará! Ele há de ajuntar tudo o que é joio, dentro da igreja e fora da igreja. O Senhor não tem nenhum interesse no joio, mas no trigo sim. O trigo foi plantado por Ele para ser recolhido no Seu celeiro. Ele sabe perfeitamente distinguir o joio do trigo. O joio será ajuntado todo num só lugar para ser queimado (verso 42).
E você amigo leitor? Qual é a sua condição agora? É joio ou trigo? O Senhor conhece perfeitamente os que Lhe pertencem, e nenhum daqueles que fazem parte do trigo há de se perder no meio do joio.
Você só pode ter certeza que pertence a Ele pela sua conversão sincera ao Bendito Salvador. Todo pecador que vai a Ele em busca da salvação de sua alma, o Senhor jamais o rejeitará nem o lançará fora (João 6:37). Mas para aquele que prossegue sua jornada neste mundo num modo desobediente de vida, pode ter certeza que está caminhando para o fogo eterno.

TRISTE MISTURA


“... Não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene.” Isaías 1:13
Os dias do profeta Isaías foram de muita prosperidade material para o povo judeu. O rei Uzias com sua capacidade administrativa trouxe muita riqueza para toda nação. Podemos observar isso no cap. 2 verso 7: “A sua terra está cheia de prata e de ouro, e não têm conta os seus tesouros...”. Mas foi nesses dias que enalteceu o orgulho da nação. Parece que a soberba prevalecente do coração do rei Uzias passou para o povo. Tinham dinheiro e conforto, e nessa atmosfera de luxo foi varrido da nação o temor a Deus e a dependência de Deus, como lixo. Tudo passou a ser visto do ponto de vista horizontal, e tendo tudo o que quer o coração humano age enganosamente ao achar que Deus pode ser ludibriado e manipulado com dinheiro. Naqueles dias a religião era uma mescla de solenidade, isto é, um tradicional culto ao Deus Jeová com todo cerimonialismo judaico, e um viver de completa iniqüidade. O coração enganoso e enganado achava que fazia o máximo e que Deus se sentia esplendidamente satisfeito com tantas pompas religiosas.
     Notemos a linguagem figurada de Deus ao contemplar o culto sujo daquele povo: “Toda cabeça está doente, e todo o coração enfermo” (1:5). Veja a comparação: “Se o Senhor dos exércitos não nos tivesse deixado alguns sobreviventes, já nos teríamos tornado como Sodoma e Gomorra” (1:9). Com relação aos cultos: “... A minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer” (1:14).
     Será que podemos ver as mesmas coisas acontecendo em nossos dias? Conforto? Sim! Luxo? Sim! Muito culto, celebração, música, barulho, dinheiro gasto para sustentar falsos mestres, mistura religiosa na tentativa de chegar a um ideal de um deus só! Muitos corações não santificados e regenerados querendo oferecer louvores a Deus! Muita iniqüidade encoberta e passada por cima como se nada houvesse ocorrido! Muitas manipulações no esforço de fazer com que Deus aceite os pensamentos dos homens.
         Minhas palavras são poucas para descrever o quadro de desolação espiritual visto no meio evangélico em nossos dias. Misture tudo isto com a frouxidão doutrinária. Hoje nada é nem pode ser definido, porquanto o que importa é o gosto e opinião de cada um. Nada de doutrinas fortes que sustentam o povo de Deus, tornando assim um povo forte e ativo. Nada de exposição da grandeza de um Deus Soberano, livre e que em nada depende da importância humana para ser mais Deus do que é. Nada de evangelho forte e definido no que faz e no que alcança.
     Na religião moderna o homem foi posto no lugar do Altíssimo e Deus rebaixado à condição de subserviente do homem. A mensagem da cruz foi arrancada para dar lugar à mensagem social e o culto a Deus tornou-se verdadeira aberração de shows que atraem a multidão ansiosa por mais paixões da carne e dos olhos. Triste mistura! Aonde chegamos! Até onde chegaremos? 

TEM UMA RELIGIÃO MELHOR?

“... Olha, à uma voz os outros profetas predizem êxito para o rei. Seja também a tua palavra como a de um deles, e fala o que é bom” 2 Crônicas 18:12,
        O perverso Acabe construiu não somente o reino que queria como também, erigiu seu sistema religioso. Quanto mais perverso é o homem, mais religioso ele será. Acabe era assessorado por mais de quatrocentos profetas que eram bem pagos e bem cercados de todo conforto para falar o que Ele queria ouvir. A podridão da mentira era bem encoberta com certo “glacê” da verdade. Nenhum deles deveria falar em nome de qualquer outro deus, senão em nome de Jeová.
        O pacote da mensagem mentirosa tinha que ser entregue ao rei bem embrulhado com um “lindo papel da verdade”. Tinha uma religião melhor do que essa? A religião do conforto carnal; a religião do positivismo falso: “vai dar certo, vai com Deus, Jesus te ama, Ele já abençoou teus planos, tu serás bem protegido”!
                O sistema religioso erigido pelo egoísta Acabe e decretado pela perversa Jezabel, é exatamente o que estamos presenciando nesta atual geração. “Fale o que agrada à carne”, é o que na prática estão ordenando às igrejas. Fale de um Deus de amor, que ama todos os homens e que promove a felicidade material e espiritual de todos. Fale de um Jesus que morreu para servir de exemplo, um Jesus político, social que trabalha em favor dos injustiçados. Fale de um “Espírito Santo” que mova nossas emoções, a fim de que promovamos um louvor adequado aos padrões da nossa carne. Queremos louvar esse Deus ao nosso modo, com nosso carnaval, com nossas músicas diabólicas e nossas danças e assim expressar nossa adoração a Deus com plena liberdade e paixões. Pare as pregações bíblicas! Daremos pouco tempo para isso. As multidões não entrarão nas igrejas se continuar usando esse sistema antiquado. Fale e faça o que a multidão gosta e terá uma igreja cheia.
                Tem, porventura, uma religião melhor do que essa de Acabe? Tem sim! Tem a religião do velho Micaías. Isolado, esquecido, abandonado, lá estava o profeta sempre aguardando o momento próprio para falar, não o que o rei queria ouvir, mas sim o que ele precisava ouvir. “... Tão certo como vive o Senhor, o que o meu Deus me disser, isso falarei” (verso 13).
        A verdadeira religião não se afasta jamais da fidelidade a Deus e à Sua Palavra; A verdadeira religião não vive em busca das lisonjas e recompensas terrenas; a verdadeira religião tem um amor santo para servir aos homens da maneira eterna e correta; a verdadeira religião tem como seu fundamento a Rocha dos séculos a qual jamais poderá ser abalada.
                A religião de Acabe é agradável porque esconde as maquinações do coração, não tolera o Deus soberano e caminha rumo à destruição. Acabe reuniu toda sua pomposidade religiosa ignorando o Todo Poderoso e partiu para a guerra. A sua guerra não foi contra os Siros, mas sim contra Deus que o fez tombar com uma mera flecha atirada ao acaso. “Horrenda coisa é cair nas mãos de um Deus Vivo!”        

RELIGIÃO DA SUPERSTIÇÃO

“Então, disse Mica: Sei, agora, que o Senhor me fará bem, porquanto tenho um levita por sacerdote” Juizes 17:13.
        No final do livro de Juízes podemos ver até onde vai a religiosidade humana quando se afasta da verdade bíblica. Observe que para Mica, ter um levita morando em sua casa era sinal da presença e das bênçãos de Deus. A superstição ocupa o lugar da razão conforme a Palavra de Deus, encobrindo a verdade. Olhando superficialmente, até parece bonito e espiritual, mas não passa de ser produto do coração idólatra e carregado de crendices supersticiosas.
                   Quando mudamos para a casa onde estamos morando agora, não demorou muito para que ladrões entrassem e roubassem nosso computador e outros aparelhos. Ficamos profundamente aborrecidos, mas depois pude perceber a razão porque Deus permitiu isso. Ora, o povo dessa rua nos conhece porque moramos aqui por mais de onze anos. Todos sabem que sou pastor, e hoje é comum pensar que a presença de um pastor com sua família numa rua significa proteção e segurança, e que todos estarão protegidos de maus olhados. Pois é, dava para perceber o espanto na face de nossos vizinhos. Para eles é o cúmulo um pastor, servo de Deus ser roubado. Mas estou certo que Deus permitiu que acontecesse conosco para que o povo da rua ficasse ciente que não é esse o método de Deus em abençoar as pessoas.
                Como acontecia em Israel nos dias dos juízes, acontece aqui em nosso país. O povo, até mesmo os chamados crentes, está mergulhado no engano da superstição. Por que isso? A razão é que afastaram da Palavra da verdade. A igreja do Senhor deixou de pregar a verdade bíblica e ocupou-se com entretenimentos e outros meios para fazer com que a multidão se sinta bem. A religião moderna é a religião de Mica, por isso muitos aproveitam para arrancar dinheiro do povo. O nome de pastor, missionário, bispo e até mesmo apóstolo, tem sido usado para enganar a multidão com a “bela” mentira que eles são ungidos de Deus e que recebem revelações diretas de Deus. Satanás, o pai da mentira tem cegado milhares com essas superstições.
                Hoje para a multidão ser abençoado por Deus é ter sucesso nesta vida material. Tudo está indicando que Deus está presente com a pessoa ou com a família se materialmente estiver indo às mil maravilhas. Inventaram um aparelho que mede espiritualidade e favores divinos, esse aparelho é chamado prosperidade material.
                Quanta diferença de Moisés! A Escritura diz que Ele preferiu ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado (Hebreus 11:25). A prosperidade em si nada tem de errado. Mas a prosperidade material pode ser um aviso solene de Deus de um juízo que está preste a acontecer caso o povo não se arrependa de seus pecados. A limpidez do céu pode ser o anúncio de um terrível temporal.
                O povo de Deus não vive de superstição, mas sim da verdade bíblica como está escrito. “Sede sóbrios” é a ordem de Deus aos seus santos, para que eles nunca coloquem seus corações sobre aquilo que logo desvanece.





O PROGRAMA DOS FALSOS MESTRES

 “... homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único soberano e Senhor, Jesus Cristo” Judas 4.
        Os falsos mestres prosseguem em seus caminhos de avareza e extorsão religiosa. Eles, entretanto, não sabem que “... foram antecipadamente pronunciados para esta condenação” (Judas 4) e que todo plano idealizado e executado já tinha sido apresentado por Deus dantemão. O arrogante Senaqueribe lançou palavras de desaforo e blasfêmia contra o Deus de Israel quando sitiou Jerusalém, mas não sabia o que havia no coração do Senhor dos Exércitos: “Acaso, não ouvistes que já há muito dispus eu estas coisas...?” (2Reis 19:25).
        Quais são os planos dos falsos mestres postos agora em execução por eles? O Espírito de Deus no-los dá por meio de Judas. Primeiro, eles atacam a mensagem da graça: “... transformam em libertinagem a graça de nosso Deus...”. Em segundo lugar, eles atacam a fulgurante Glória do Senhor Jesus: “... negam o nosso único soberano e Senhor, Jesus Cristo”.
        Primeiramente, observemos o que eles fazem com a graça de Deus transformando-a em libertinagem. A palavra “libertinagem” significa literalmente “procedimento escandaloso”. Ora, a mensagem da Gloriosa Graça é o tema central do evangelho. A graça é Deus operando, realizando no coração do homem aquilo que somente Ele pode fazer. A graça visita o pecador em seu estado de miséria e condenação para fazer dele uma nova criatura, salvo e herdeiro do céu. A graça justifica o ímpio e faz dele uma pessoa santa com um viver neste mundo que agrada a Deus.
        Os falsos mestres, entretanto, profanam a mensagem da graça. Eles a transformam numa bagatela celestial e convidam a todos para aceitá-la; eles “alargaram” a porta do reino, facilitando assim o acesso de todos; ridicularizam-na, convidando a todos para que se sintam bem com “Deus” vivendo confortavelmente em seus pecados. A oferta de perdão é estendida à impiedade humana como se fosse um contínuo feito de Deus para homens e mulheres que querem viver na prática da iniqüidade e ainda sentindo paz. Pecou? Basta um pedido de perdão que esse “Jesus” resolve tudo.
        Em segundo lugar, os falsos mestres atacam a Glória de Cristo. Eles caricaturam Jesus numa figura ridícula. Um pobre Jesus é apresentado como alguém muito necessitado das multidões; muito carente da fé humana; muito debilitado e exigindo louvores e dinheiro para que se sinta como Deus.
Os falsos mestres cancelam a Soberania de Cristo. Jesus é o Soberano Senhor. A palavra grega “déspota” (traduzida por “soberano” no texto) indica que Ele é Senhor, dono absoluto do céu e da terra e absoluto controlador de todas as coisas. Mas eles não querem o Senhorio de Cristo no seu viver avarento, maligno e perverso. O “Jesus” deles está em suas mãos para seduzir a multidão com superstições religiosas.
Oh! Que o Senhor estenda Sua misericórdia para esta geração enganosa e enganada!
                                              

O MISTERIO DO EVANGELHO II



“E também por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho” Efésios 6:20
QUAIS SÃO OS MISTÉRIOS?
Óbvio, Deus os revelou para Seu povo. São esses mistérios que precisam ser pregados, expostos publicamente pelos arautos da verdade. Nada pode ser ocultado dessas coisas sem que cause dano à igreja de Deus. Mistérios esses que revolucionaram o mundo inteiro nos dias dos apóstolos precisam ser pregados hoje por homens que amam a Deus, que crêem em Sua Palavra e que foram autorizados a pregar pelo próprio Deus: “E como pregarão se não forem enviados?...” (Romanos 10:15).
Encaremos a realidade tremenda do PECADO em todas as suas manifestações neste mundo através dos homens e atingindo toda natureza. Esse mistério revela a malignidade, o terror e a crueldade do pecado. Esse evangelho exibe a gloriosa lei santa, justa e boa e toda maldição proveniente dela como um raio-X mostrando o que o homem é em Adão, totalmente culpado e incapaz de justificar-se perante Deus, (Romanos 3:19,20).
Encaremos a JUSTIÇA DE DEUS como mistério. Ela é a perfeita justiça do perfeito Filho de Deus, Cordeiro puro e sem mácula, enviado do céu para salvar perdidos. JUSTIÇA odiada, abominada e perseguida pelo mundo, porquanto o mundo sempre odiou o Filho de Deus. Mas por outro lado é a JUSTIÇA que se revela no evangelho, (Romanos 1:17) buscada pelas almas de homens e mulheres que anseiam a salvação; que faz homens ímpios se tornarem inculpáveis perante o Grande Juiz do Universo (Romanos 5:1), trazendo verdadeira paz ao coração do contrito e quebrantado.
O evangelho misterioso de Paulo revela também O FILHO DE DEUS que veio ao mundo morrer em LUGAR DOS PECADORES. O evangelho de Paulo focalizava nisso. Aquilo que o mundo considerava loucura e escândalo (1 Coríntios 1:18), para Paulo era o poder de Deus e sabedoria de Deus. Nunca passou pela mente de apóstolo menosprezar a verdade da cruz; manipular o seu conteúdo; adicionar qualquer pensamento próprio. Não, sua mensagem foi sempre a mesma diante de qualquer pessoa. Ele havia tirado a água do poço de águas vivas e dava para todos quantos tinham sede.
Era mistério porque também, o apóstolo enaltecia A FÉ. Paulo cria e pregava que a genuína FÉ foi conquistada por Cristo na cruz para o pecador. Paulo estava completamente ciente e consciente que Cristo era o AUTOR E CONSUMADOR DA FÉ (Hebreus 12:2) e militava em seu ministério com a certeza que a FÉ não é de todos (2 Tessalonicenses 3:2), mas que era resultado da ação operante do Espírito no coração daquele que é salvo.
Em seu bojo o evangelho misterioso de Paulo trazia todas as riquezas provenientes da operante graça de Deus. Tudo o que os pecadores precisam ouvir estava no evangelho de Paulo. Tudo o que a igreja de Deus precisa para ser edificada, adornada, santificada e fortalecida para andar triunfante neste mundo e afinal ser apresentada pura e sem mácula naquele dia está nesse evangelho.
A igreja de Deus precisa orar para Deus abençoar nossa geração e outras com o verdadeiro e Glorioso evangelho. A igreja precisa orar para que Deus como Soberano levante homens que venham a pregar esse evangelho que Paulo, os outros apóstolos e outros milhares pregaram. Ele aprouve salvar os crentes pela loucura da pregação, (1 Coríntios 1:21). Se isso não ocorrer, veremos a causa do mal prosperando e a mentira tomando conta de cada espaço neste mundo. Veremos a impiedade prosperando e a iniqüidade mostrando sua face tão cruel, como já podemos ver em nossos dias. Veremos a Igreja como já bem pode ser vista fraca, perdida sem qualquer rumo, desorientada, cercada e sitiada pelos inimigos do verdadeiro evangelho.