sexta-feira, 30 de outubro de 2015

TODOS DEBAIXO DO PECADO IV. “Todos se extraviaram...” (1)


“Todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis...” (Romanos 3:12)
INTRODUÇÃO:      
        Amado leitor é meu prazer continuar levando este tema, porquanto a passagem de Romanos mostra o desempenho terrível do pecado na raça caída. Temos visto como o pecado é injustiça, deixando cada ser humano completamente torto no viver: “Não há justo...”. Vimos também que o pecado atirou o pecado num ambiente de completa escuridão espiritual: “...não há quem entenda...” e vimos também que o pecado resultou em completa paralisia espiritual ocasionada pela morte espiritual, de tal maneira que é impossível para o homem buscar a Deus: “...não há quem busque a Deus”.
        Agora tenho o trabalho de mostrar o terceiro resultado que aparece, conforme vemos no texto acima: “Todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis...”. Conforme temos visto até agora posso resumir essas lições mostrando que num sentido vertical:
        1.     Ausência de Justiça: “Não há justo...” – resulta em falta de paz.
        2.     Ausência de entendimento: “Não há quem entenda...” – resulta em escuridão.
        3.     Ausência de liberdade: “Não há quem busque a Deus” – resulta em escravidão.
        Agora chegou o momento quando veremos os resultados horizontais do pecado. O texto nos fornece as seguintes lições:
        1.     Desvio da verdade: “Todos se extraviaram”. Isso significa cada ser humano como cego vive empurrado na mentira e pelas mentiras de satanás, conforme nosso Senhor deixou bem claro aos judeus (João 8:44).
        2.     Viver inútil: “à uma se fizeram inúteis”. Isso quer dizer que o pecado tornou o homem um ser completamente inútil para Deus, em todos os sentidos, espirituais e sociais, mesmo que aqui ele pareça ser bem importante e útil.
        3.     Perigo social: “Não há quem faça o bem”. Isso significa que a contaminação do pecado tornou cada ser humano completamente incapaz de santificar e abençoar o seu ambiente, família, pois o pecado contamina tudo e todos ao derredor.
        Se compararmos os efeitos horizontais com os efeitos verticais veremos o seguinte:
        1.     Ausência de justiça produziu um desvio geral: “todos se extraviaram”
        2.     Ausência de entendimento produziu inutilidade: “à uma se fizeram inúteis”.
        3.     Ausência de liberdade produziu escravidão ao mal: “Não há quem faça”
        Assim podemos agora desvendar o que a Palavra de Deus nos mostra com respeito a essa condição vista individualmente na raça. Veja amigo leitor que não há diferença; que não é porque alguém nasceu num ambiente religioso, ou mesmo com formação religiosa que ele foi endereçado no caminho certo. Todo bem que aqui recebemos, tendo uma família religiosa e bom caráter, significa que aprouve a Deus fazer com que ficássemos mais perto do reino de Deus. Mas o fato é que ninguém nasceu no caminho para o céu; ninguém nasceu com desejos para Deus; ninguém nasceu para apaixonar-se por Cristo e com desejos de louvá-Lo. Somos seres nascidos fora do paraíso de Deus e cada um de nós mostrou desde nossa concepção toda nossa intenção de sair do ventre materno para pecar (Salmo 58:3). Certamente a Bíblia fala de João Batista, o qual era cheio do Espírito Santo desde o ventre materno, mas a verdade é que a graça opera assim, pois o grande evangelista é Deus e Ele pode chamar Seus eleitos, mesmo sendo eles ainda um feto.
        Mas o que importa agora é que vejamos que o coração sujo e o caminho tortuoso mostram o quanto cada um dos homens já nasceu com firme decisão de fazer o que quer fazer. Isso é o que o texto quer dizer: “...todos se extraviaram...”
               


A FAMÍLIA DO SENHOR (5)


“Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe” (Mateus 12:50).
CONHECENDO A VERDADEIRA FAMÍLIA DO SENHOR (versos 48-50).
        Caro leitor, somente uma mudança no coração, feita pelo trabalho da graça pode fazer o homem tomar um rumo diferente neste sistema natural de relacionamentos. Nosso Senhor mostrou em Seus ensinos, que é digno Dele somente aqueles que O amá-Lo mais do que os pais, irmãos, filhos, amigos e odiar até a própria vida. Quando uma pessoa é salva eis que ela passa a ver a vida do ponto de vista vertical, num relacionamento correto com Deus. Mas, o que é mais impressionante em tudo isso é que, quando isso acontece, até mesmo os relacionamentos naturais tomam os seus devidos lugares. Quando o amor de Deus e o amor a Deus ocupam o lugar total no coração, eis que tudo passa a ter harmonia e o efeito é maravilhoso no viver. Note bem que a graça não desmancha as coisas naturais, mas sim as harmoniza e as santifica. Veja bem, caro leitor que não é o amor a Cristo em primeiro lugar, mas sim o amor total a Ele. Conforme o discipulado que parte de coração convertido, não existe esse relacionamento, vindo Cristo em primeiro, em segundo lugar vindo isto e aquilo.
        Tendo essas verdades em nossos corações e sentimentos, eis que podemos partir para conhecer ainda melhor a verdadeira família do Senhor, conforme Ele mesmo deixa claro nos versos 48-50 do texto em pauta. Note que quando Ele houve o recado, imediatamente Ele ergue a interrogação: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?". Conforme temos dito, é claro que nada havia de vergonha em Jesus pela Sua família terrena. O que Ele falou está claramente vinculado ao Seu ministério, àquilo que lhe fora ordenado a fazer pelo Seu Pai celestial. Noutras palavras nosso Senhor estava como que espantado; estava humanamente falando surpreso por ouvir aquelas palavras, porque jamais deixou de comunicar a todos o Seu ministério, sua função de vir ao mundo para buscar e salvar perdidos (Lucas 19:10), para salvar os descendentes espirituais de Abraão (Hebreus 2:16).
        Então, o que nosso faz imediatamente é apresentar Sua família. José apresentou seus irmãos e seu pai a Faraó (Gênesis 47:2). Nosso Senhor em profunda humildade e em objetivos santos e eternos apresentou também Sua família: "Eis minha mãe e meus irmãos". Ele é Aquele que sendo Deus eterno se tornou Homem, a fim de salvar homens. Ele é Aquele que veio para ser o Primogênito entre muitos irmãos (8:29) e Ele jamais teve vergonha de Seus santos, daqueles por quem Ele morreu. Nosso Senhor faz questão de apresentar Sua preciosa família, e devemos saber que Seu ministério esteve e está envolvido nesse propósito santo no mundo inteiro. A família do Senhor, ou o povo Dele é amado por Ele. Ele morreu não somente para salvar, mas também para santificar esses Seus irmãos; jamais Ele teve vergonha de lhes chamar de irmãos, mesmo aqueles mais simples, mais desprezados por este mundo (Hebreus 2:11).
        Digo mais, que nosso Senhor enquanto aqui esteve, se identificou com Sua família. Aqui Ele mostrou ser o Filho do Homem, porque pode conversar, sentir o que eles sentem, ver a miséria deles e associar-Se com sua miséria. Aqui Se uniu a eles, orou por eles, cantou com eles, como se Ele mesmo fosse um pecador. Tudo fez e em tudo atuou mais do que como um Homem, mas também como um Servo do Seu povo. Jamais Se mostrou irado como Moisés; jamais mentiu como Abraão; jamais enganou como Davi; jamais negou como Pedro, etc. O perfeito Homem em tudo Se envolveu em nossa miséria, a fim de apresentar esse povo salvo como Seu povo, Sua família, Seus pequeninos irmãos, e enfim, um dia apresentá-los no céu como sendo o povo Dele, comprado e purificado pelo Seu sangue.

        Amigo, se agora mesmo você se converter a Cristo de todo coração é certo que você também fará parte dessa maravilhosa e eterna família. 

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

TODOS DEBAIXO DO PECADO III (11 de 11)




“...Não há quem busque a Deus” (Romanos 3:11
O ENCONTRO COM A MARAVILHOSA SALVAÇÃO.
        Caro leitor, o triste relato do pecado conforme vemos em Romanos 3:11 veio nos abrir um cenário de glória, para que o mundo e o universo vejam os grandes atos da graça de Deus em salvar homens e mulheres perdidos e mortos no pecado. A graça de Deus é suficientemente forte para ativar os pés paralisados do pecador, e assim fazê-lo andar na direção certa – rumo ao Salvador bendito. A graça é forte para fazer a boca, tão usada pelo pecado, agora clame e invoque o nome do Senhor para ser salvo.
        Mas quero encerrar agora esses comentários em torno desse tema. Quero ser bem prático, porque a graça chegou e mostrou ser superabundante. A promessa aos pecadores é que Ele – o Senhor – está perto. Não está lá embaixo, porque Ele venceu o poder do inferno. Não está lá em cima, tão distante, o que seria bem desencorajador para os pecadores. Ele está perto! É claro que homens e mulheres arrogantes nada percebem. A promessa em Isaías é feita aos pecadores que tem sede, porque para essas almas Cristo se manifesta como a água da vida. É a promessa também dirigida aos espiritualmente famintos, porque esse “Pão da vida” está presente. Foi dirigida também aos prisioneiros do pecado, aos que estão afundados lá em baixo, bem perto do inferno, sem qualquer poder de escapar das trevas e das aflições que lhes cercam. Ele está perto e tem o poder suficiente para quebrar as portas de bronze e as prisões de ferro. A voz Dele é bem audível aos que são chamados à salvação.
        Mas, eis que há uma triste notícia para os pecadores impenitentes, porque haverá uma descoberta bem tardia, conforme Provérbios 1:20-33. Milhares agora recusam essa tão grande salvação. Milhares brincam e se divertem com o pecado; milhares ignoram que a presença do Senhor neste mundo tem vista salvar perdidos, mas eles nem querem saber disso, porque estão ocupados demais para isso que eles consideram como religião da inutilidade. Então, eles zombam da longanimidade do Senhor, ignoram Sua presença de amor, recusam ouvir a mensagem, acreditam que o que a Palavra de Deus fala não passa de estórias contadas por homens.
        Mas o que acontece é que vai chegar o momento quando a morte vai surgir poderosa e imbatível para tais almas. Quem agora recusa a força salvadora do Senhor Jesus, eis que verá tardiamente o quanto diante da tremenda morte não passará de um pobre verme. Naquele momento milhares dessas almas clamam, gritam, buscam oração, pedem socorro espiritual de muitos, mas o texto de Provérbios é que o Senhor não os ouvirá; eles clamarão, porém não serão ouvidos. Num momento desse eis que consoladores inúteis aparecem; falsos mestres chegam para dar suas últimas palavras de mentiras. Não tem sido assim com milhares e milhares que já partiram? Não será assim com milhares que agora até mesmo brincam de religiosos? Com muitos que se disfarçam de crentes, de evangélicos, a fim de curtir suas maldades e perversidades?
        Meu caro leitor, quão perigoso é para o homem transformar a graça, como motivo de libertinagem! A graça de Deus é forte para os que humildemente veem sua miséria e chegam a Cristo em confissão. Mas, o mesmo Senhor que opera em salvar os quebrantados de coração é Ele o mesmo Senhor que abandona o arrogante, que o deixa de longe, a fim de tratar com ele mais tarde. Então meu amigo, não brinque com seu destino; não fique pensando que você está sendo abençoado em sua vida tortuosa; não pense que Deus está a seu favor enquanto você se mantém rebelde contra o Filho Dele (João 3:36). Agora é o momento para sua conversão sincera, pois o Senhor está perto. Ele me salvou um dia e eu em nada sou diferente de você. Se Ele usou de compaixão para comigo, certamente usará da mesma compaixão com você, porque Ele é o Deus dos arrependidos e quebrantados de coração.












A FAMÍLIA DO SENHOR (4)




“Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe” (Mateus 12:50).
CONHECENDO A VERDADEIRA FAMÍLIA DO SENHOR (versos 48-50).
        Amado leitor, entendamos bem o que nosso Senhor está querendo dizer no verso acima. Ele não está atacando ninguém, nem está recusando um contato natural com as pessoas. Ele está falando a verdade, porque Ele é a própria verdade e dos lábios do Senhor jamais pode sair qualquer mentira. Ele está apontando a sua verdadeira família e que fazem parte dessa comunhão espiritual aqueles cujos corações se deleitam em fazer a vontade do Seu Pai celeste.
        Então, desdobremo-nos no entendimento dessa verdade. Quando qualquer pessoa se converte a Cristo de todo coração, eis que imediatamente há um desligamento do relacionamento natural. Encaremos a vida da prostituta Raabe, conforme o relato visto em Josué 2. Note bem que quando ela recebeu os dois espias em sua casa, sua confissão de fé no Deus de Israel mostrou que ela não mais pensava como o povo dela pensava, que nada mais tinha de ligação com o povo de Jericó, porque seu Deus era o Deus de Israel, por isso seu povo agora era o povo de Israel. Veja bem que naquele momento ela tomou todos os passos certos que uma alma convertida toma, pois passou a guardar os espias e seguir exatamente a direção que deveria tomar em coragem e fé, a fim de escapar da destruição ela e toda sua casa.
        Caro leitor, Cristo veio marcar bem marcado essa divisão. Veja bem em sua Bíblia, no evangelho de Mateus cap. 10 versos 34-37. Ele afirma ali que não veio trazer paz a este mundo, mas sim espada. Incrível afirmação do Senhor. Como isso acontece? Não veio Ele para fortalecer a família? Não veio Ele para unir esse relacionamento fraterno, materno e paterno? Não! Acontece que o evangelho bíblico, em seus efeitos transformadores nos corações, imediatamente surge uma ruptura na família, conforme Ele mesmo afirma no verso 36: “E assim os inimigos do homem serão os seus familiares”.
        Caro leitor, meditemos bem nisso, porque houve isso na própria família onde nosso Senhor nasceu, pois seus irmãos de sangue não compreendiam o ministério do Senhor. O que acontece é que o evangelho transformador muda o coração natural para um coração espiritual, e mesmo num contexto tão importante e puro como é o contexto familiar, eis que de repente tudo muda. As melhores famílias que existem neste mundo, as mais unidas e harmoniosas na convivência, não passam de inimigas do Senhor, pois seguem o curso normal e natural deste sistema mundano. Então, quando uma pessoa se converte de coração a Cristo, ele muda de direção, seu caminho agora é diferente, suas ambições são outras e sua esperança está centralizada no céu. Por essa razão ela não será mais entendida pelos seus queridos e será até mesmo odiada.
        A história nos mostra inúmeras ilustrações, até mesmo na primeira família que existiu. Olha a forma como Caim tratou seu irmão. A conversão de Abel despertou o intenso ódio de um mundano e amante de si mesmo – Caim. Para o homem natural, como ele há de conviver com alguém cujo pensamento é diferente do dele? Como o orgulho natural pode conviver com a humildade cristã? Como as ambições por esta vida pode coexistir com aqueles cujos corações estão ligados à esperança da invisível glória eterna? Olhe a diferença entre Jacó e Esaú. Este amava e anelava as conquistas humanas. Esaú tinha um propósito na vida, que era o de instituir uma nação poderosa, enquanto Jacó era um homem chamado por Deus e guiado por Deus para os planos do Senhor neste mundo.
        Meu amigo, lembre-se que você não pertence à família do Senhor, se porventura não nasceu de novo, mediante a fé em Cristo Jesus.   

terça-feira, 27 de outubro de 2015

TODOS DEBAIXO DO PECADO III (10)




“...Não há quem busque a Deus” (Romanos 3:11
O ENCONTRO COM A MARAVILHOSA SALVAÇÃO.
        Caro leitor, não há algo mais encantador e maravilhoso do que o trabalho da graça no meio dos homens. Quando o Senhor está perto, então perto está Sua compaixão, amor, bondade, ternura, afeto, paciência e paz, todas as insígnias da graça, porque é o braço forte do Senhor em ação ressuscitando mortos espirituais. O que acontece é que almas passam a invocar o nome do Senhor para serem salvas: “...invocai-O enquanto está perto”. Então entendamos que nada se espera do homem, que a decisão não é dele, mas de Deus; que a força está no chamado e não na capacidade do homem e que assim a glória, a honra e o louvor pertencem exclusivamente a Deus.
        Mas eu preciso deixar bem esclarecido o real significado de “invocar”. É claro que se refere ao homem do coração, ao homem despertado por Deus. É claro que nem sempre os homens ouvem essas petições. Às vezes podemos ouvi-las; às vezes vemos homens e mulheres chorando, clamando e até mesmo gritando à busca da salvação, mas nem sempre. A razão é que Deus quem opera e é Ele mesmo quem ouve. O peso dessa confissão está na ação da verdadeira fé que vai humildemente a Cristo e muitas vezes o homem exterior fica mudo. Quando aquela mulher adúltera foi a Cristo, sua invocação foi mostrada pelas lágrimas que rolavam de seus olhos e que caíam aos pés do Senhor e pelo perfume que ela derramou para ungir os pés do Mestre (Lucas 7:37,38). Ninguém mais entendia, a não ser o Senhor e Salvador e isso era o que importava para seu coração aflito e perturbado.
        Meu amigo, o “invocar o nome do Senhor” significa que a genuína confissão partiu do seu coração culpado. É impossível ir a Cristo sem essa confissão; o homem que sabe das maldições da lei, da sua culpa terrível diante de Deus, da sua pobreza e miséria espiritual, certamente há de chegar a Cristo em confissão e invocação. Um pecador assim não tem lugar para o antigo orgulho; não vive correndo de Deus, nem mesmo O desafiando; não há lugar para sua defesa e sofismas, pois já atirou todas essas armas para longe. A alma humilhada vai sim a Cristo, não está dependendo dos homens; não vive querendo segurança, conforto, bênção e certeza dos homens. A alma que anseia a salvação quer apenas o Salvador e pela fé se aproxima Dele.
        Também, é claro que ao invocar o nome do Senhor para ser salvo, o pecador faz isso em plena certeza de fé. O que é fé? Não há dúvida que trata-se do poderoso trabalho feito pelo Espírito Santo e pela Palavra, causando um verdadeiro despertamento no homem. Como diz a terceiro de um antigo hino:
                        Amavas-me Senhor, no fundo de meu peito
                        Brilhou a doce luz do meu Consolador.
                        E com promessas mil do teu amor perfeito
                        Nasceu em mim a fé em que hoje me deleito
                        Meu Deus, que amor, meu Deus és todo amor!
        Mas é exatamente esse o trabalho de Deus no coração. Falo agora com aquele que lê essa mensagem. Você é agora um sincero crente? Veja como era sua atitude antes. Você não era um rebelde? Você não desafiava Deus em seu modo de viver? O que aconteceu? Por que essa mudança? Por que de repente passou a crer em Cristo para sua salvação? Isso veio de você ou veio de Deus? É claro que uma alma convicta há de afirmar que houve uma obra sobrenatural em sua vida.
        Meu amigo, está havendo agora um despertamento em seu coração? Você está procurando a verdade, assim como um sedento procura água para beber? Se estiver ocorrendo isso, saiba que é Deus quem está agindo em seu ser para lhe salvar.

A FAMÍLIA DO SENHOR (3)




“Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe” (Mateus 12:50).
SUA FAMÍLIA TERRENA E SEU MINISTÉRIO
        Caro leitor, ainda estou na primeira lição que trata da família terrena do Senhor. Importa que saibamos desse assunto, a fim de que não sejamos levados pelo engano dessa natureza que se envolve afetuosamente com aquilo que faz parte da natureza, mas que é transitório. É perceptível o quanto o Senhor procurou deixar bem claro que Seu ministério em nada estava envolvido com esse sistema passageiro que nos liga fraternalmente com os homens. Nosso Senhor jamais deixou de amar Seus parentes aqui, mas tal amor foi o mesmo que Ele expressou por todos os homens.
        Outro detalhe é que Sua família não se envolveu em Seu ministério. É perceptível que Seus irmãos terrenos censuravam sua aparente indiferença à família e à pobreza deles. Mas o Senhor mostrou em tudo que Seu trabalho aqui não consistia de ganhar as coisas desta vida; Ele mesmo provou isso, pois jamais teve um teto para habitar de forma permanente, nem mesmo um lugar onde pudesse reclinar a cabeça. O ministério do Senhor foi clara demonstração de negação daquilo que tanto os homens buscam; Ele provou que estava inclinado e perseverante em caminhar para a cruz, em tomar a direção de Jerusalém, por isso tudo o que envolvia esta vida terrena foi colocado como coisas periféricas e até mesmo perturbadoras. Até mesmo Pedro tentou obstruir o caminho do Senhor de ir para a cruz a fim de ser sacrificado pelos Seus, mas logo foi repreendido pelo Senhor de forma veemente (Mateus 16:21-23).
        Caro leitor, quanto prejuízo temos na compreensão da verdade, se ligarmos o ministério do Senhor Jesus com este sistema carnal e passageiro! Se nossa visão não passar para uma visão eterna da salvação seremos sempre medíocres e humanistas em nossa fé. Olhe bem a forma como o Senhor Jesus passava Seus ensinos aos judeus e aos discípulos, pois sempre o Senhor envolvia a todos com os ensinos do Velho Testamento; Sua linguagem sempre manifestava estar bem temperado com aquilo que o Pai havia predito a Seu respeito. Somente a incredulidade cega não via isso e se enrascava com suas idolatrias e apegos a homens como Abraão, Moisés, Davi e outros. Em João 5:39 nosso Senhor diz aos judeus que eles examinavam sempre as Escrituras porque achavam que tinham vida eterna, mas nada percebiam que as mesmas Escrituras que eles liam e examinavam falavam Dele, daquele que estava ali perante eles.
        Então caro leitor, todo meu esforço até agora foi para mostrar que no ministério do Senhor Jesus, não há nenhuma ligação entre parentes no sangue com parentesco espiritual. Foi isso o que Ele quis dizer na frase de Mateus 12:50: “Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe”. Nosso Senhor não estava discriminando Seus parentes de sangue; não estava brincando com sentimentos dos homens. Ele estava falando a verdade com veemente amor. Ele estava dizendo que nada tinha a ver Seu ministério com esta natureza aqui; que Seus parentesco estava ligado, não com Sua mãe terrena, não com Seus irmãos consanguíneos, mas sim com homens e mulheres que Ele veio buscar e salvar. São esses que o Pai lho entregou antes da fundação do mundo; são esses que Ele mesmo amou e Se entregou para vir aqui e dar Sua própria vida a fim de resgatá-los da perdição eterna.
        Caro leitor, você entende isso? O fato que você nasceu no meio evangélico; que você tem seus pais crentes, ou mesmo aprendeu hinos e versos bíblicos quando era criança, em nada significa que você pertence à família de Deus. Só são contados os que nasceram de novo; os que um dia de todo coração creram nesse Bendito Salvador para o perdão de seus pecados.