terça-feira, 13 de outubro de 2015

TODOS DEBAIXO DO PECADO III NÃO HÁ QUEM BUSQUE A DEUS (2)



                      
“...Não há quem busque a Deus” (Romanos 3:11
O QUE REALMENTE QUER DIZER O TEXTO?
        Caro leitor na meditação anterior procurei mostrar o quanto essa declaração necessita de nossas profundas considerações, porque muitas são as passagens que parecem trazer sérias contradições ao texto. Mas uma coisa jamais podemos fazer no tocante à Palavra de Deus, jamais devemos ser superficiais no exame Dela, justamente porque a sã doutrina jamais pode estar envolvida em contradições. A verdade é una e uma explica a outra. Quando um ensino tão importante como esse parece estar envolvido em confusão, na realidade a confusão é nossa, porque somos confusos por natureza. Também, somos inclinados a torcer tudo e puxar o ensino para aquilo que nós consideramos ser certo do nosso ponto de vista. Que fujamos disso em santa determinação.
        Sendo assim, importa que entendamos o que realmente quer dizer o texto de Romanos 3:11 nessa solene declaração feita pelo Espírito Santo por intermédio de Paulo: “...não há quem busque a Deus”. Imediatamente vemos o quanto essa frase tão negativa vem golpear o ensino sobre o livre-arbítrio. Vou passar então a mostrar aqui como à luz da verdade bíblica essa frase quer dizer com clareza e literalmente que de fato não há quem busque a Deus. Entendemos que não há no homem qualquer inclinação natural para buscar a Deus; que não há em qualquer pessoa neste mundo qualquer disposição nela mesmo, vindo de sua própria natureza; não há qualquer propensão a desejar Deus, querer Sua glória, Sua salvação, Suas eternas riquezas, enfim tudo o que envolve a Deus em Sua santidade, poder e glória.
        Eu sei que tal verdade vem arruinar completamente os planos aparentemente espirituais dos homens; tal ensino vem lançar por terra tudo o que envolve religiosidade vã e carnal. Esse ensino simplesmente cancela toda vaidade, tapa toda boca e anula toda pretensão humana de mostrar ser por fora o que não é por dentro. No evangelho de João vemos como Jesus dinamicamente provou esse ensino e confrontou os religiosos daqueles dias, mostrando a vil condição do homem e seu completo distanciamento de Deus. Vemos isso especialmente nos caps. 5, 6 e 8 desse impressionante livro.
        Caro leitor, quão importante é esse ensino no nosso viver prático! Ora, quanto mais formos humilhados em nossas disposições carnais, melhor é para nós. O cristianismo atual bajula a carne e tenta por energia no velho homem. Mas a graça atua somente quando o homem vê que não passa de um caído, com toda disposição para suas práticas perversas contra Deus. O que o pecado fez em nós? Onde fomos atirados em Adão? Em que situação os salvos foram achados? Será que a ficha ainda não caiu? Será que a verdade ainda não chegou ao seu íntimo? (Salmo 51:6). Lembre-se caro leitor que o pecado pegou nossa alma e a entortou completamente (Habacuque 2:4); que o prumo de Deus foi colocado em todos nós e fomos vistos assim, não somente tortos no íntimo, como também tortos no viver. Como os homens provam isso? Ah! É simples! Qual foi o diploma dado pelo pecado aos homens? Fomos premiados pela viva soberba, por aquele fascínio por nós mesmos; por aquele dom de amar nossos desejos egoístas; por recusar Deus e querer continuar nossa jornada rumo ao inferno, sem qualquer desejo de voltar atrás e considerar nossa ruína eterna.       Então, diante desses poderosos fatos comprovados pelas Escrituras e mostrados em nossa vã maneira de viver, o que podemos afirmar? Creio que devemos confessar nossa miséria e nada reivindicar para nós, a não ser clamar, pedindo ao Senhor, para que sejamos envolvidos por Sua misericórdia.

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