terça-feira, 23 de março de 2021

A ENCARNAÇÃO DO FILHO (6)


“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade; e vimos a Sua glória, glória como a do Unigênito do Pai” (João 1:14)                          

SUA INDENTIFICAÇÃO E PODER. “Cheio de graça e de verdade”

        Continuando, aprendemos que nosso Senhor se apresentou entre os homens, cheio de graça. Entendemos o quanto o Senhor da glória se  esvaziou de Seus atributos da divindade, não que ele as jogou fora, mas sim que Ele jamais os usou em detrimentos dos seres humanos. Em tudo o Senhor mostrou ser o Homem, no sentido de homem. Nós estamos acostumados com o pensamento pecaminoso de ser homem, por causa de nossa ligação com o velho Adão caído. Mas não é o caso do nosso segundo Adão, porque Ele veio para ser o cabeça de uma nova humanidade, criada Nele (Efésios 2:10).

        Foi assim que aquele que não conheceu pecado se apresentou entre nós como o maravilhoso Senhor. Foi assim que Ele comunicou com os homens, com Seu semblante, não de um homem triste e sofredor, mas sim de uma face que jamais se ocultou, a fim de não ver a miséria. Ele olhou para os homens com santa aceitação em todos os detalhes e fixou Sua atenção em ovelhas sem pastor. Ele mirou pecadores, assentou-se com eles, conversou e apresentou sua graça salvadora. Mesmos os mais rebeldes e criminosos, os quais queriam sua morte, Ele não os deixou, mas enfrentou com a sublime verdade, deixando claro os perigos que eles iriam enfrentar. Nunca o Senhor estendeu Suas  palavras de maldição contra os mais perversos. Mesmo Judas o traindo, Ele o tratou bem e aos discípulos sempre procurou estar com eles, a fim de assegurar conforto, consolo e confiança, antes que fosse à cruz. Perante Seus algozes, jamais o Senhor erguem a voz, nem sequer lhes ameaçou, mesmo no meio das dores e cercado pela hostilidade e crueldade inimiga, não deixou de chamar o ladrão para ser participante da tão grande salvação.

        Foi assim que o Senhor se comportou “cheio de graça” diante dos homens caídos. Por graça, significa que havia no Senhor um espírito de aceitação. Não esquecemos de como entrou na casa de Zaqueu, ignorando o espírito crítico de uma multidão de elementos hipócritas. Sua tarefa de buscar os perdidos jamais foi recusada. Ele jamais se manchou ao comunicar-Se com pecadores. Ao sair da casa de Zaqueu esse Sumo-Sacerdote deixou atrás de si um homem purificado de tudo o que o pecado lhe tornou imundo (Isaías 64:6). O rico que foi ao Senhor querendo herdar a vida eterna, simplesmente deu às costas para o Senhor e foi embora, mas mesmo assim, o Senhor em profunda tristeza o amou. Nota-se que o Senhor não trouxe consigo a força imprecatória das maldições da lei. Sua face foi de plena graça que compreendia o ser humano em sua miséria.

        Também, o Senhor não mostrou Sua graça, como que forçando essa aceitação.

O perfeito homem tinha seu todo seu revestido de misericórdia, toda sua emoção era de entranhável compaixão. Era o Cordeiro puro e sem mácula, mostrando como seu ser estava partido de tanto desejo de ver uma raça caída voltada para Deus. Não havia no Senhor nada de hipocrisia, como ocorre no homem caído. Ele não forçava Sua atuação, a fim de que o tempo logo passasse. Ele se envolveu com pecadores porque veio no objetivo de busca-los.

        Havia Nele um espírito de aceitação e de perdão para pecadores. No meio de um povo levado pelo orgulho religioso e que fazia terríveis discriminações dos pecadores, nosso Senhor sempre mostrou Sua cordialidade, nunca rejeitou ninguém; Sua vida era de plena aceitação e assim levava Seu perdão aos arrependidos. Sua face de amor sempre foi notável, mesmo mostrando a verdade com vigor, a fim de que todos se arrependessem e cressem Nele, como sendo o enviado de Deus ao mundo.


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