sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

SALMO 90 (2)



INTRODUÇÃO

Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio” (Salmo 90:12)

A BASE DA MISÉRIA HUMANA

Moisés está deslumbrado com a gloriosa realidade de um Deus eterno. Esse fato lhe deixou perturbado, porquanto como ser humano, ao contemplar a glória de um Deus eterno, ele enxerga sua miséria, e  assim chega perante o santuário do Deus Altíssimo com sua alma aflita por ver que a existência humana tornou-se  um nada. Moisés invade o santuário do Grande Jeová quando se atinou para o quadro de tão trágica miséria em que o pecado colocou todos os seres humanos. Moisés procura avaliar a eternidade, mas não consegue; Moisés tenta somar ou multiplicar a eternidade, mas chega à compreensão de quão limitadíssima é a matemática humana para conceber a verdade de uma existência que não tem passado nem futuro, porque não existe dias, nem meses, nem anos, nem séculos, nem mesmo milênios na eternidade.

Ele tenta sair do tempo, mas é para ele uma tentativa inútil, porque ele era temporal, vivia no tempo, e estava condicionado ao tempo. Era um esforço realmente vão. A grandeza eterna do seu Deus irradiou perante seus olhos uma glória tal que Moisés não sabia o que falar, nem o que dizer. Ele era também um ser humano como todos os demais que já tinham partido deste mundo, bem como aqueles que ainda viviam. Ele reconheceu a terrível culpa de seus pecados. Enquanto os homens modernos estão vivendo deslumbrados com os feitos dos homens, com a ciência, com o progresso do mundo e ambicionando chegar às alturas em tirar os problemas que assolam a humanidade, eis que o Espírito de Deus exibe no salmo 90 um homem como Moisés, dotado da famosa cultura egípcia, um homem de uma capacidade intelectual fantástica, mas que ao conhecer o seu Deus considerou todo seu conhecimento como barro tirado das margens do rio Nilo.

         Porém, Moisés sabia quem era o seu Deus; ele sabia que o seu Deus era cheio de ternas misericórdias, por isso quer aprofundar em suas súplicas e oração. Seu coração está tomado de fortes emoções ao vislumbrar a indignidade humana à luz da eternidade; ele tem pedidos a fazer para seu Deus, e ele quer colocar essas petições perante Deus, mas antes de fazer qualquer petição, Moisés apresenta para Deus as verdades que ele aprendeu a respeito da majestosa e gloriosa grandeza de um Deus Justo e Santo.
         Como ele não conseguia entender a eternidade, como ele não passava também de um mero ser mortal, pecador, que juntamente com toda família adâmica havia caído no pecado, e que cuja existência terrena era terrivelmente pobre, Moisés procura alcançar o coração cheio de graça do seu Deus. O que ele faz? Nos versos 3 a 11, Ele passa a contar a Deus os mistérios que o Espírito Santo lhe revelou acerca da ira de Deus contra o homem devido o pecado. É uma passagem verdadeiramente profunda e cheia de bênçãos. É algo impressionante! É uma passagem reveladora, muito humilhante e que prostra o homem no pó e desespero, mas é cheia de esperança porque leva o pecador a ficar no lugar onde ele deve estar como ser humano, no pó. Esta passagem onde Moisés fala com Deus acerca do que Deus está fazendo com os seres humanos neste mundo, realmente faz tremer e deixar conturbado pecador.
         Nunca os homens têm sido tão iludidos como em nossos dias. Um dos trabalhos mais ardilosos do pai da mentira é elevar o homem a uma posição de soberba, de vaidade e de vanglória. Satanás é esperto em construir “degraus” a fim de que os homens subam à busca de lugares perigosos onde jamais devem estar. O pecado no coração engambela a alma e o orgulho exalta o pecador. Mas o Salmo 90 lança fora toda expectativa de que ele é ou que pode ser alguma coisa. Na realidade, a verdade a respeito da miséria humana faz o que o homem venha a cair no desespero porquanto pode se contemplar em seu devido lugar, perante o Deus Sublime que habita no Alto e Santo lugar, e que resiste o soberbo, mas que tem prazer em estender Sua graça para o pecador que se humilha, conforme Ele mesmo afirma em Isaías 66:2. Em nossos dias, especialmente a religião floresce e endeusa o humanismo salientando os direitos do homem e colocando o homem no lugar de Deus, e assim fabricaram em suas mentes um deus, o qual tem sido subestimado à uma posição de um “súdito” que está à serviço de todos aqueles que exercem  uma suposta fé.

 

 

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