sábado, 20 de dezembro de 2014

REGENERAÇÃO (6)





SPURGEON
“Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3:3)
         (continuação)
         Isso, porém, não é tudo. Talvez conseguíssemos escalar as defesas do céu, se fossem protegidas somente pelos anjos, e arrombar as portas do paraíso se só os santos as guarnecessem. Mas há outra razão que nos impede de entrar = foi o próprio Deus quem disse: “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. Qual pecador quererá conquistar as trincheiras do paraíso se Deus está pronto para jogá-lo no inferno? Você tentará enfrentá-lo descaradamente? Foi Deus quem disse, com voz de trovão: “Não vereis o reino de Deus”. Será que podemos lutar com o Altíssimo? Podemos derrotar o Onipotente? Podemos medir forças com o Todo-Poderoso? Verme do pó! Você quer vencer seu Criador Inseto que só vive uma hora, trêmulo com os relâmpagos que riscam o céu longe lá em cima, você quer testar a mão de Deus? Você quer aventurar-se a desafiar a Sua face? Ora, Ele riria de você. Assim como a neve derrete com o sol, como a cera escorre ante a ferocidade do fogo, você se desfaria quando a Sua fúria o alcançasse. Não pense que você pode enfrentá-Lo. Ele fechou a porta do paraíso para você, e não há como entrar. O Deus da justiça diz: “Não irei recompensar os maus junto com os justos; não permitirei que meu bom paraíso seja profanado por pessoas más e rebeldes. Se converterem, terei misericórdia deles; mas se não se converterem, tão certo como eu vivo, vou fazê-los em pedaços, e não restará ninguém”.
         IV. Agora, meus amigos, uma pequena exortação, e depois adeus. Ouço alguém dizer: “Está bem, estou entendendo. Espero nascer de novo depois da morte. Meu senhor, creia em mim, você será um tolo miserável em meio às suas dores. Quando alguém morre seu estado final já está definido:
                                               Depois que a gente falecer
                                               É tarde demais para arrepender.
         Nossa vida é como a cera que foi derretida para servir de lacre: a morte põe nela o seu carimbo, depois ela esfria, e a marca não pode ser mudada. Hoje vocês são como o metal incandescente que escorre da fornalha para o molde: a morte esfria vocês no molde, e vocês conservam esta forma por toda a eternidade. A voz da condenação ressoa sobre o morto: “Que o santo continue santo, que o ímpio continue ímpio, que o imundo continue imundo”. Os condenados estão perdidos para sempre. Não podem mais nascer de novo. Continuam malditos e maldizendo, eternamente lutando contra Deus e sendo pisados sob seus pés. Estarão para sempre zombando e sendo ridicularizados por sua zombaria. Estarão sempre se rebelando e sendo torturados com os açoites da consciência porque não param de pecar. Não podem ser regenerados porque estão mortos.
         “Bem”, diz outro, “tomarei cuidado de ser regenerado antes de morrer”. Moço, repito que você é um tolo falando assim; como você sabe se vai continuar vivendo? Você fez um contrato de aluguel por sua vida como o fez com sua casa? Você pode garantir o sopro em suas narinas? Você pode dizer com certeza que seus olhos verão a luz amanhã? Você pode saber se seu coração já não está tocando a marcha fúnebre em direção ao túmulo, e você morrerá onde está parado ou sentado agora? (continua)













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