SPURGEON
“Se alguém não nascer
de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3:3)
(continuação)
Quero
apelar a vocês, para quem muitas vezes o sermão é longo demais, cantar louvores
a Deus é um esforço maçante e árido, ir à casa de Deus é tédio. O que vocês vão
fazer onde se louva a Deus sem parar? Se o breve discurso aqui já cansa, o que
dizer da conversa eterna dos redimidos sobre as maravilhas do amor redentor? Se
a companhia dos justos aborrece, como a suportar por toda a eternidade? Eu acho
que muitos de vocês estão dispostos a confessar que cantar salmos não é muito
do seu gosto, que você não se importa muito com as coisas espirituais;
sentar-se com uma garrafa de vinho e divertir-se, isto é céu para você! Bem, um
céu assim ainda não foi feito, e por isso não há céu para você. O único céu que
existe é o céu das pessoas espirituais, o céu do louvor, o céu do prazer em
Deus, o céu dos que foram aceitos entre os amados, o céu da comunhão com
Cristo. Disso você não entende nada; você não se alegraria nele se o tivesse;
você não tem capacidade para tanto
Todavia, há
ainda outras razões:
Imoralidade,
pecado, vergonha,
Fecham
os portões sagrados para sempre.
Há outras
razões, além daquelas dentro de você, porque você não pode ver o reino de Deus se
não nascer de novo. Pergunte aos espíritos que estão diante do trono:
- Anjos,
principados e potestades, vocês concordariam que pessoas que não amam a Deus,
que não creem em Cristo, que não nasceram de novo, morem aqui? – Eu os vejo
olhando aqui para baixo e respondendo:
- Não! Nós
já lutamos contra o dragão e o expulsamos daqui porque nos tentou para o
pecado; não precisamos e não queremos ter os maus aqui. Estes muros de
alabastro não devem ser maculados por dedos sujos e lascivos; o pavimento limpo
do céu não deve ser manchado e sujado pelos pés profanos de pessoas que não
pertencem a Deus. Não!
Vejo
milhares de lanças levantadas, e os rostos temíveis de uma miríade de serafins
vigiando por cima dos muros do paraíso:
- Não,
enquanto estes braços tiverem força e estas asas poder, nenhum pecado entrará
aqui.
Dirijo-me
ainda aos santos no céu, já redimidos pela graça soberana:
- Filhos de
Deus, vocês concordam que os maus entrem no céu assim como estão, sem nascerem
de novo? Vocês que amam a todos, digam, vocês acham que eles devem ser
admitidos em seu estado atual?
Vejo Ló
levantar-se e exclamar:
-
Admiti-los no céu? Nunca! Terei de suportar novamente as conversas dos
sodomitas?
Vejo Abraão
vir à frente e dizer:
- Não; não
posso tê-los aqui. Já tive o suficiente deles enquanto estive na terra; seus
gracejos e zombarias, suas palavras tolas, suas conversas fúteis nos
incomodaram e entristeceram. Não os queremos aqui.
Apesar de
serem celestiais e terem espírito amoroso, não há nenhum santo no céu que não
se ressinta com indignação suprema que alguém de vocês se aproxime das portas
do paraíso, se não estiverem santos e não nasceram de novo.
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