sábado, 20 de dezembro de 2014

O HORROR DO PECADO (3)




“Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. Pois eu conheço as minhas transgressões e o meu pecado está sempre diante de mim” (SALMO 51:1-3)
O HORROR DO PECADO MEDIDO NO DESESPERO
         Caro leitor, qual foi a reação do rei Davi assim que Natã o deixou? Aquela luz trazida por um profeta de Deus foi de um brilho total em seu coração. Naquele instante Davi se viu completamente descoberto e sua maldade apareceu perante seus olhos com todo seu formado de terror, de verdadeira alucinação. Naquele momento Davi pode sentir um pouco o que significa o inferno, o distanciamento de Deus. Naquele momento o horror dos seus pecados apareceu e ele viu o que havia cometido, como em sua vaidade carnal quis agradar suas paixões infames; como foi e deitou-se com uma mulher alheia, e indo mais longe, mandando assassinar um inocente, um valente e corajoso soldado que estava à serviço do reino em Israel. Naquele momento Davi percebeu que aquilo que parecia ser tão lisonjeador no íntimo lhe havia levado a se tornar um adúltero, um assassino, um covarde, cruel e desumano. Ele percebeu que seu ato havia desmanchado tudo, havia arrancado o cenário da glória de um Deus que havia lhe chamado para chefiar o povo de Deus com justiça e retidão.
         Ora, Deus havia descoberto aquilo que o rei havia tentado encobrir, dopando sua consciência e tentando operar justiça com um cetro sujo. Poderia ele agir assim? Jamais! Ele não era um Saul cortejado pelo povo e depois entregue a si mesmo. Davi foi o rei chamado por Deus para que seu reino servisse como símbolo do reino eterno de Cristo que seria implantado no mundo. Portanto, nada passaria em vão; a graça não o deixaria fugir; o amor eterno lhe cercaria e a santa lei viria com seus trovões para mostrar o que significa ser punido severamente. O profeta Natã foi ao palácio para apontar seu dedo bem na face do rei e dizer-lhe: “Tu és o homem!”. Natã saiu dali não por medo, mas sim para deixá-lo a sós com Deus, como que dizendo: “Agora se vire diante desses fatos descobertos!”. Um verdadeiro amigo saiu para que ele ficasse perante o verdadeiro Rei. Ali estava um pobre rei terreno, mortal, feito de barro, agora perante a majestade santa e eterna.
         Caro leitor, jamais houve um acontecimento semelhante, um cenário de humilhação extrema, mas tudo foi feito a fim de mostrar ao mundo e aos crentes o que significa o horror do pecado. Tudo ocorreu para que o Espírito Santo trouxesse a nós o Salmo 51, o qual traz aos nossos corações o real significa de depravação total e de verdadeira eterna salvação. Precisamos conhecer os ensinos profundos e preciosos deste Salmo, precisamos ser humilhados mediante as pregações deste Salmo e precisamos conhecer o Deus de toda graça que é buscado por um autêntico pecador neste Salmo.
         Enfim, neste mundo tão dominado pela vaidade, mundo que procura encobrir tudo e declarar que os homens são livres para cometer suas loucuras e maldades, o Salmo 51 vem para dizer a todos que o pecado é o mesmo com seus terrores; que os homens não são melhores, mais cheios de direitos de viver em suas imundícies. Se pecadores não perceberem suas misérias aqui, antes da morte, eis que verão tardiamente para o horror eterno.
         Digo também que a igreja, o povo de Deus precisa saber que graça não é uma permissão para as loucuras da carne; que precisamos do Senhor e que se não nos humilharmos Ele permitirá que caiamos nesse profundo poço da perdição, com consequências terríveis para a vida aqui. Davi nunca mais foi o mesmo, como no início do seu reino. A graça perdoa, nos ergue, mas não remove as cicatrizes deixadas pelo pecado.  

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