“Mas todos nós somos como o imundo...” (Isaías 64:6
A VERDADE A RESPEITO DA NATUREZA HUMANA: “...somos como o imundo...”
Prezado leitor, creio que agora devemos examinar o texto
à luz daquilo que o próprio Deus está afirmando. Somos nós os alunos e nosso
Senhor é o Sumo Professor. Devemos aproximar dessas Suas palavras com corações
carregados de temor e tomados de santa gratidão por Ele ter usado de tamanha
compaixão em nos mostrar tal verdade para nosso bem. Examinaremos o texto à luz
de tudo o que o Espírito Santo nos mostra em Sua Palavra, e assim veremos como
esse tema está em plena harmonia com a unidade das Escrituras.
Primeiramente é Deus vendo o homem,
e não o contrário. Entramos na sala de aula para ouvir acerca de uma
matéria jamais ensinada neste mundo. Aliás, a escola deste mundo sempre procura
ocultar os fatos mais importantes. Se quisermos que nossos filhos saibam dessas
coisas, é preciso que nós lhes ensinemos, caso contrário serão levados pelo
engano do pecado de que eles são bons e que podem ainda ser melhores. Se
acreditarmos de fato que a Bíblia é Deus falando diretamente conosco, que tais
palavras não são invencionices de um Isaías ou de outro, então estamos prontos
para inclinar nossos ouvidos, e assentados aos pés do nosso Mestre ouvir tais
verdades tão humilhantes para nosso bem. Não devemos tomar a Santa Palavra para
ouvir o que nos interessa, tomando os textos mais importantes, na tentativa de
esconder nossa real e maligna situação na qual nascemos (Salmo 51:5). Devemos
ter a mesma disposição do pequeno Samuel que disse: “Fala Senhor, porque teu
servo ouve” (1 Samuel 3:10). Estou sendo persistente nisso, porque em nossos
dias é triste ver o quanto a soberba do pecado nos homens os tem levado à
ousadia de querer que Deus seja o aprendiz deles, a fim de que suas vontades
malignas sejam feitas por Deus. Caro leitor, fujamos desse terrível perigo e
voltemos com corações de discípulos.
Agora chegou o momento de analisar
melhor a condição dos homens no pecado como imundos. Quero chamar sua atenção
para Levítico 13 e 14, porquanto aquele texto nos mostra com clareza o que
realmente significa aquilo que vemos agora em Isaías 64:6. Ali Deus estava
dando as leis e regras para que a nação de Israel lidasse com a terrível lepra,
doença muito conhecida naquele tempo e muito contagiosa. É claro que para a
orientação foi primariamente dirigida a nação, que o propósito era físico. Mas
temos que entender que Levítico faz parte da Bíblia inteira e que por isso seus
ensinos devem ser vistos como “sombras” de realidades futuras. Então, temos na
lepra a mais clara explicação do pecado. Notemos bem no cap. 13 que ao examinar
se a pessoa tinha sido tomada por essa moléstia, o sumo-sacerdote examinava a
cabeça.
Caro leitor, que lição impressionante,
porque quando a Palavra de Deus chega até nós, ela vem diretamente à nossa
capacidade de pensar e entender. Deus fala ao entendimento dos homens: “...Todos
pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23). Tem algo mais
terrível do que o pecado? Tem algo que mais causa nojo a Deus do que o pecado?
Tem algo mais abominável a Deus do que o pecado? Tem algo que mais atrai a ira
de Deus do que o pecado? Eis aí a razão por que muitos fogem desse confronto
bíblico, porque não estão querendo ser examinados de forma penetrante pela
verdade. O que acontecia quando a lepra era descoberta? O que acontecia com
aquele pobre homem que era constatado estar infeccionado? Da boca do
sumo-sacerdote saiam as terríveis palavras: “Imundo, imundo!”. Que situação!
E não é isso o que Deus está falando?
Não é o próprio Senhor declarando nossa condição de “Imundos, imundos!”? Ele
está afirmando que não há como remediar, como tratar com nossos pecados, mesmo
que estejamos encobertos com mantos de justiça própria. A miséria continua e
essa terrível praga do pecado, tão amaldiçoada pela lei permanece, até que o
pecado é levado até o sangue do Filho, para ser lavado e purificado.
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