terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O ESTADO DE IMUNDICIE DO HOMEM NO PECADO (8)




 “Mas todos nós somos como o imundo...” (Isaías 64:6

A CONFISSÃO DESSA VERDADE: “Mas todos nós somos...”.

         Caro leitor, todo meu esforço tem em vista mostrar que o reconhecimento dessa verdade no íntimo vem de Deus, caso contrário os homens viverão elevados às alturas da vaidade do pecado. Tenho procurado mostrar que os grandes homens de Deus conheceram essa condição e confessaram isso. É impossível conhecer o Senhor sem conhecer a nossa própria miséria; sem perceber que a capa de justiça própria é arrancada e nossa condição é vista em sua maldade e vileza. Quando Jó pode conhecer seu Senhor, eis que imediatamente pode sentir sua própria abominação (Jó 42). O conhecimento do Senhor é para a natureza maligna do pecado uma bebida amarga, terrível.
         Porém, quão importante é isso! Sem conhecer minha própria indignidade, minha culpa e minha total disposição para viver na perversidade e impiedade, certamente jamais vou querer conhecer o Salvador e a salvação. A vida natural só é confortável enquanto o homem vive sem Deus no mundo (Efésios 2:12). A escuridão deste mundo é preferível para o pecador, porque a luz do evangelho é aterrorizante para aqueles que amam as trevas (João 3:20).
         Enfim, é somente perante a verdade chegando ao íntimo que o pecador pode confessar sua culpa, sua condição pervertida e longe de Deus, para alcançar assim a salvação (1 João 1:9). Tal confissão mostra o tipo de pessoa com quem Deus conversa e transmite Sua graça. Os grandes homens foram tão pecadores como qualquer um de nós; foram nascidos em Adão, no pecado assim como nós. Não há diferença (Romanos 3:22). Deixar os homens entregues a si mesmos, vivendo sob o orgulho do pecado é terrível e eterna punição. Conhecer seus pecados e sentir o horror de sua própria miséria é o majestoso trabalho da graça. Veja amigo, o quanto isso é salutar para os pecadores. Imagine alguém com um câncer sem, contudo saber de sua condição tão mortal. Um médico seria realmente perverso se não mostrasse ao seu paciente seu grave estado de saúde e lhe prescrevesse apenas um paliativo.
         Ora, o evangelho de Deus não faz isso. A lei de Deus funciona como um clínico geral, mostrando aos homens o estado de horror no qual se encontra seu coração e sua sentença merecida de um eterno condenado. Mas, que trabalho tão importante da lei, porque revela o que de fato somos, a fim de nos impulsionar à confissão perante o Salvador e Senhor Jesus Cristo. Nosso Senhor se agrada de pecadores assim; nosso Senhor veio ao mundo para tratar com o terror do pecado no coração; o Filho de Deus se manifestou para destruir as obras do diabo no coração. Então, quando o homem pela graça vê sua própria miséria, é porque o Salvador está perto. Quantos pregadores hoje querem esconder a situação dos pecadores! É triste isso, mas é pura verdade. Quando Pedro negou ao Senhor é claro que ele se arrependeu de fato, mas o Senhor não abrandou sua culpa. Ao aproximar em contrição, eis que Pedro conheceu a face de amor e de aceitação do Senhor (João 21).
         Caro leitor, nosso Senhor e Salvador é o honesto médico da alma. Ele não traz paliativos, não encobre a situação do pecador culpado. Ele é o Salvador bendito que tem consigo os perfeitos elementos da salvação conquistada na cruz. Ele não abranda a culpa de ninguém; Ele não lisonjeia o pecado, pois veio salvar homens e mulheres da escravidão e miséria do pecado, tirá-los da condenação merecida que lhes espera no inferno e levá-los para o céu. Isso significa que qualquer pessoa que encobre a sua condição, não achará o Senhor e Salvador. É satanás quem se aproxima de alguém assim, carregado de falsa humildade. Nosso Senhor não se aproxima porque alguém é espiritualmente cheiroso e agradável por causa de sua religião. Ele se aproxima porque é misericordioso, por isso Ele se achega aos pecadores que estão no pó, em confissão, em busca desse Salvador.



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