“Mas todos nós somos como o imundo...” (Isaías 64:6
A CONFISSÃO DESSA VERDADE: “Mas todos nós somos...”.
Caro leitor, a seguir devemos considerar essa verdade
como uma confissão: “Mas todos nós somos...”. Acredito que isso é de grandiosa
importância, porque ninguém dirá tal verdade, a não ser em confissão de
coração. Mesmo que Faraó tenha se considerado um pecador e até mesmo pedido que
Moisés e Arão orassem por ele, a verdade é que não foi confissão, mas sim o
resultado dos terrores de Deus sobre sua vida e sobre o povo egípcio. O orgulho
do pecado impede que os homens reconheçam sua própria condição e cheguem a
confessar isso perante Deus.
Ora, grandes homens conheceram tal
situação. Os pecadores devem saber que a grandeza dos homens vem com humilhação
perante Deus. Enquanto os homens estiverem com seus corações encobertos e
navegando nesta vida na soberba do pecado, jamais verão a ruína deles agora e a
miséria eterna que lhes espera. O fato é que é impossível conhecer o Deus da
revelação bíblica e ainda permanecer com seu coração sob o engano do pecado
(Jeremias 17:9). Por essa razão homens conheceram o terror de sua condição tão
vil e seu estado de imundície quando puderam conhecer de perto o Santo Deus.
Pensemos num homem como Davi – homem segundo o coração de Deus. Mas quando Deus
o soltou e Davi caiu na miséria do adultério e assassinato, eis que como
resultado desse tombo espiritual surgiu o Salmo 51. É impossível ler esse Salmo
sem reconhecer o que realmente significa o homem em sua miséria, desde sua
concepção (Salmo 51:5). Também, é nesse Salmo que Davi afirma que Deus requer
essa verdade no íntimo, coisa que ele não sabia, por isso tentou esconder a
maldade do seu pecado por quase um ano.
Podemos deixar um homem como Abraão de
fora? Aquele amigo de Deus, que peregrinou aqui em sincera confiança no Senhor,
pode sentir de perto a sua própria miséria, e isso ocorreu quando face a face
com Deus pode interceder em favor de Ló e família que residia em Sodoma e
Gomorra (Gênesis 18). Veja sua confissão antes de ver sua petição: “...Eis que
agora me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza” (verso 27). O que
é isso? A grandeza de um homem diante de Deus e tal grandeza é mostrada em sua
confissão de que nada é e que nada merece. Estou mencionando isso porque sei o
quanto o homem moderno tem se mostrado atrevido e presunçoso, mesmo afirmando
crer em Deus. Acredito que isso tem acontecido e está acontecendo porque a
pregação moderna tem falhado demasiadamente em apresentar a condição dos homens
em Adão. Um homem de Deus afirmou: “Conhecer a Deus sem conhecer sua condição
tão imunda no pecado é orgulho e conhecer o pecado sem conhecer a Deus resulta
em desespero”.
Caro leitor, estou me ocupando aqui em
apresentar a necessidade de humilhação perante Deus em nossos dias, porque é
nessa humilhação que Deus se manifesta para elevar o homem à posição tão
exaltada na salvação. Subir às alturas sem ser humilhado perante Deus é ser
elevado pela soberba do diabo. Já mencionei tanto o profeta Isaías, mas como
podemos deixá-lo de fora? Foi aquela visão gloriosa do Senhor, conforme vemos
no cap. 6 do seu livro, que fez Isaías sentir o terror da sua própria condição
e sentir também o desespero de quase cair no abismo: “...Ai de mim, vou
perecer...”. Foram essas palavras
desesperadoras que saíram da boca do jovem Isaías.
Onde quero chegar? Quero mostrar aos
meus leitores a tremenda importância desse conhecimento da nossa miséria em
Adão, da nossa condição tão vil no coração, do engano no qual estamos nós
aprisionados e ludibriados, a não ser que o Senhor use de compaixão para nos
mostrar o que somos por natureza. Precisamos disso em nossos dias, porque é
grossa a camada da soberba diabólica que envolve os homens em nossos dias. É
uma situação de desespero, de calamidade e de manifestação de maldades e
perversidades. Precisamos urgente propagar Isaías 64:6 em forma de pregação!
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