“Uma voz diz: Clama; e alguém pergunta: Que
hei de clamar? Toda carne é erva, e toda a sua glória como a flor da erva;
seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor. Na
verdade, o povo é erva; seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a Palavra de
nosso Deus permanece eternamente”. (Isaías 40:6-8)
A TRISTE E HUMILHANTE MENSAGEM: “Toda
a carne erva”.
Caro leitor, eu sei que não há mensagem
tida como indigna para o homem do que esta: “Toda carne é erva...”. Nessas poucas palavras está a doutrina da
queda, da depravação completa e do destino merecido para longe da glória de
Deus eternamente. O mundo procura esconder essas coisas; o mundo procura
mostrar apenas aquilo que é belo, mas faz a multidão esquecer que por detrás
dos bastidores estão milhares enfermos, aleijados, à beira da morte, na
miséria, em idade tão avançada, por isso abandonada, etc. O mundo quer pintar
um lindo quadro de si mesmo, mas quão enganador é! Nosso Senhor, entretanto,
como que, passa um pano por cima dessa aparência e apaga tudo, a fim de
anunciar a todos: “...Toda carne é erva...”
Ao lidar com essa mensagem, eis que
imediatamente desaparecem as diferenças
sociais: “Toda carne”. O que é a
raça humana? Uma só carne! Para nós há diferença, mas para Deus não! E temos de
lembrar que Ele é Deus e para Ele essa aparência de nada vale, porque não
importa a cor da pela nem as condições sociais, pois todos estão em pé de
igualdade. Note bem caro leitor que nós precisamos ver as coisas segundo a
sabedoria de Deus. Mesmo que “toda carne” pareça ser bela aos nossos olhos, ela
não passa de erva. Isso significa que as aparências são ilusórias, enganadoras.
Deus está mostrando que mesmo que a “erva” é ainda bonita e sadia, em nada ela
está numa condição melhor, porquanto sendo “erva” está fadada a ser pisada e
queimada a qualquer instante.
Então, vamos examinar essas verdades à
luz das santas palavras do Senhor. O fato que alguém nasceu com mais saúde do
que outros, ela, entretanto não é uma árvore, mas sim uma pobre erva. O fato
que alguém tem mais recursos materiais do que outros, não significa que ela
precisa de mais do que outros possuem. Nossos corpos são iguais e têm as mesmas
necessidades que têm aquelas pessoas que vivem em miséria e pobreza. Não estou
justificando a pobreza, mas sim mostrando a realidade das coisas, conforme a
visão de Deus. Muitas vezes pessoas com menos recursos vivem muito mais do que
vivem mais abastados. Veja amigo, como o mundo ignora a transitoriedade e
inutilidade disso. Veja caro leitor como nós que não passamos de meras ervas,
almejamos ajuntar tudo o que pudermos aqui, porque acreditamos que seremos
melhor, mais felizes, mais seguros contra as doenças e até mesmo contra a
morte.
Mas o que Deus está fazendo no texto? A
luz da Sua glória começa a brilhar, por isso os seremos humanos ficam
imediatamente rebaixados; são colocados numa situação de completo desamparo e
dignos de dó. No cap. 40 de Isaías somos levados a perceber que devido a nossa
condição tão vil e tão humilhante, realmente precisamos de um Salvador.
Passamos agora a olhar para o alto, para ver pela fé o glorioso Senhor que vem
para ser o Salvador. Que visão gloriosa! Quem sou eu? Não passo de uma mera
erva, semelhante àquele que nasce naquele terreno e que ninguém dá qualquer
valor, pois quando passamos pisamos e matamos. Se não ocorrer isso, eis que o
sol se encarregará de desfazer essas mediocridades tão passageiras.
Caro leitor, o grande Senhor está
mostrando essa nossa condição à luz da eternidade. Por essa razão toda nossa
alegria terrena deve apagar; toda nossa esperança nesta vida deve transformar
em desespero; toda nossa vanglória deve ser erradicada, a fim de que caiamos
perante a essa majestosa manifestação de um Deus que aprouve vir ao mundo, e
aqui se colocar como essa “erva”: “E o
verbo se fez carne e habitou entre nós...” (João 1:14). Veja que essas
maravilhas reveladas a nós têm como objetivo fazer com que conheçamos a tão
grande salvação conquistada na cruz.
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