segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

DEUS E O HOMEM – A GRANDE DIFERENÇA (42)




 “Continua a tua benignidade aos que te conhecem, e a tua justiça aos retos de coração.    Não venha sobre mim o pé da soberba, e não me mova a mão dos ímpios. Ali caídos estão os que praticavam a iniqüidade; estão derrubados, e não se podem levantar” (Salmo 36:10-12)
A VIDA ESTRIBADA NA MISERICÓRDIA (introdução):
         Prezado leitor, já pudemos acompanhar de perto os primeiros nove versos deste Salmo. Vimos em que situação o pecado deixou o homem (1-4), numa condição servil, morta e indigna de qualquer confiança. Mas, a partir do verso 5 fomos convocados a vislumbrar o que está ocorrendo no Reino de Deus. Vimos os 3 atributos que mostram a maneira que Deus opera neste mundo: Por misericórdia, justiça e juízo, e que tal verdade foi revelada nas Escrituras. Na terceira sessão vimos como a Misericórdia está em plena ação desde que o pecado entrou e que homens e mulheres arrependidos são adentrados ao Reino de Deus pela obra salvadora dessa Deus. Eis aí o evangelho verdadeiro! Eis aí o evangelho sem mistura, puro e cristalino, que é diametralmente oposto ao evangelho anátema, tão apregoado em nossos dias e tão solicitado por corações mundanos. O leitor cauteloso pode bem ver que estou dando tanta ênfase, a fim de que corações nobres possam discernir entre o que é de Deus e o que não é.
         Minha função agora é a de conduzir o leitor nos últimos 3 versos restantes desse tão precioso salmo. O que temos perante nossos olhos mostra o triunfo da misericórdia sobre o pecado, vemos o testemunho de uma pessoa que foi alcançada pela obra salvadora do Senhor; mostra nesta parte a reação do salvo em face daquilo que recebera de Deus; sua atitude em relação à ferocidade do inimigo; sua persistência na fé ante a hostilidade do mundo e o poderoso efeito do juízo de Deus contra a altivez e prepotência inimiga.
         Primeiramente percebemos que a salvação pela misericórdia foi bem compreendida: “Continua a tua benignidade aos que te conhecem...”. Notemos que o salmista está em oração, falando com Deus em atitude de louvor e adoração; ele está falando com Deus a respeito dessa misericórdia. Impressionante! Noutras palavras, o salmista está em plena humildade mostrando que necessita dessa mesma misericórdia para andar e peregrinar neste mundo até sua chegada ao céu. Que compreensão exata do que significa salvação! Essa alma foi liberta de todo trabalho enganoso e ludibriador do pecado; de todo reino de trevas onde vivia sem saber em que direção andava. Descobriu pela graça que não passava de um verme rastejante, indigno e vil, porém abraçado pela doce compaixão do Senhor, dando-lhe perdão, reconciliação e purificação. Ora, o que uma pessoa assim almeja para seu viver doravante? Agora percebe que não pode andar sozinho por este mundo tão perigoso; que agora satanás, o mundo e a carne lhe cercam como ferozes inimigos. O homem salvo agora se apega ao seu Senhor em santa e humilde dependência e em confissão pode dizer: “Continua a tua benignidade aos que te conhecem...”.
         Amigo leitor, eis aí o verdadeiro crente! A misericórdia toma o homem humilhado, caído, a fim de erguê-lo à posição de verdadeiro homem; para levá-lo a andar com Deus em santa submissão. A misericórdia infunde o temor do Senhor num coração arrependido. A misericórdia ensina oração de confissão, oração que parte de um coração sincero (Romanos 10:9); ensina a orar sem cessar (Mateus 26:41); a fugir do mal e aprender na prática o que significa santidade (1Pedro 1:14,15). Notemos o que ocorreu após a conversão de Saulo. Ananias foi ordenado pelo Espírito Santo a encontrar com ele, e o que aquele novo homem estava fazendo? Estava orando! (Atos 9:11). O homem que conhece a misericórdia salvadora jamais vai querer continuar no pecado! É um novo coração! Nova criatura! Agora sabe o que significa sob os cuidados e provisão do Sumo Pastor das ovelhas. Agora quer crescer em santidade e lutar contra aquilo que na insensatez tanto amava!

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