quarta-feira, 26 de junho de 2013

SALMO 9 (2) Spurgeon





            Vers. 12. Pois quando inquire do derramamento de sangue, lembra-se deles: não se esquece do clamor dos aflitos. Oh perseguidores, vem o tempo em que Deus fará uma investigação estrita do sangue de Hooper, Bradford, Latimer, Taylor, Ridley, etc. Vem o tempo em que Deus vai inquirir quem fechou a boca de muitos dos Seus ministros, e quem os encarcerou, e quem confinou e desterrou outros que foram tochas ardentes e brilhantes, e que estavam dispostos a consumir-se para que os pecadores pudessem ser salvos e Cristo glorificado. Vem o tempo em que o Senhor fará uma estrita averiguação de todas as ações e práticas dos tribunais, conselhos, comitês eclesiásticos, e tratará os perseguidores como eles trataram o Seu povo. Thomas Brooks.
         Há a vox sanguinis, ‘a voz do sangue’; e «Aquele que fez o ouvido, não ouvirá?» Ele cobriu o mundo antigo com água. A terra estava cheia de crueldade; a vox sanguinis era a que clamava, e os céus ouviram a terra, e as janelas dos céus abriram-se e deixaram cair o Seu juízo e a Sua vingança sobre ela. Edward Marbury, 1649.
         Não se esqueceu do clamor do humilde. A oração é um porto para o náufrago, uma âncora para os que se estão afundando nas ondas, um cajado para os membros daquele que cambaleia, uma mina de joias para o pobre, um médico para as enfermidades e um guardião da saúde. A oração assegura-nos ao mesmo tempo a continuidade das nossas bênçãos e dissipa as nuvens das nossas calamidades. Oh bem-aventurada oração! Tu és o conquistador denodado dos males humanos, o fundamento firme da felicidade humana, a fonte de gozo perdurável, a mãe da filosofia. O homem que pode orar verdadeiramente, ainda que languidesça na indigência mais extrema, é mais rico do que todos os que o rodeiam, enquanto que o desgraçado que nunca dobrou o seu joelho, ainda que se sinta orgulhoso como o monarca de todas as nações, é o mais indigente dos homens. João Crisóstomo
         Verso 13. Tem misericórdia de mim, SENHOR. Assim como Lutero costumava chamar a alguns dos versículos pequenas Bíblias, também nós podemos chamar a esta oração um pequeno livro de oração, porque tem em si a alma e tutano da oração. C. H. S.
Verso 14. Para que eu proclame todos os teus louvores. Não temos de olvidar o objeto de David ao desejar misericórdia; é a glória de Deus. Os santos não são tão egoístas para procurar só para si mesmos; desejam o diamante da misericórdia para que os demais possam ver como reluz e admirem Aquele que dá gemas muito preciosas aos Seus amados. C. H. S.
         Vers. 15-17. Vai resultar num agravamento do tormento dos condenados o que fará com que as suas torturas sejam tão grandes e tão fortes como a sua compreensão e os seus afetos, o que fará com que aquelas paixões violentas sejam ainda ativas. Se a sua perda não fosse tão grande e o seu sentimento acerca disso não fosse tão apaixonado, se pudessem perder o uso da sua memória, estas paixões morreriam, e esta perda, sendo esquecida, turvá-los-ia menos. Mas como não podem pôr de lado nem a sua vida nem o seu ser, já que eles considerariam a sua aniquilação uma misericórdia singular, tampouco podem pôr de um lado nenhuma parte do seu ser.
         O entendimento, a consciência, os afetos, a memória, todos eles têm de viver para atormentá-los, enquanto que deveriam ter contribuído para a felicidade deles. E assim como com estas faculdades poderiam ter-se alimentado no amor de Deus e tirar perpetuamente os gozos da Sua presença, assim também por elas mesmas agora recebem a ira de Deus e tiram continuamente os dores da sua ausência.
         Agora não dedicam tempo nem lugar nas suas memórias para considerar as coisas da outra vida. Ah, então terão tempo suficiente; achar-se-ão onde não terão nada mais para considerar: as suas lembranças não terão outra utilidade do que danificá-los; achar-se-ão gravados sobre as tábuas dos seus corações. Richard Baxter

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