“Ninguém pode vir
a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:44).
A
NECESSIDADE DA
SOBERANIA (continuação) “Ninguém pode vir a mim...”
Amigo
leitor estamos chegando ao final das considerações em torno da frase dita por
nosso Senhor: “Ninguém pode vir a mim...”. Tenho suplicado a Deus para que essa
verdade acerca da triste condição do homem no pecado seja não somente
entendida, mas que também chegue ao santuário da alma. Não podemos esquecer que
o Senhor requer a verdade no íntimo, não na mera aparência; não no fogo de
palha achado nas emoções, mas sim no recôndito, porquanto é ali que Deus opera
sabedoria para o viver do homem na piedade (Salmo 51:6). Certamente, não há
possibilidade de esgotar um assunto tão profundo, revelador e humilhante como a
doutrina da depravação total, mas sei que basta um pequeno corte feito pela
espada do Espírito (Hebreus 4:12), para que o pecador sinta no íntimo a miséria
que abrigou-se ali desde a queda (Salmo 58:3). Quando isso acontece, toda boca
se cala e todos vêem sua culpa e condenação perante o Juiz do universo (Romanos
3:19).
Para
realçar ainda mais a necessidade da soberania de Deus na salvação, digo e
afirmo que nosso Senhor jamais foi nem será surpreendido pelo homem: “Ninguém
pode vir a mim...”. Cristo Jesus não é um mero Salvador; não é esse débil
personagem apresentado hoje por homens ímpios e amantes do dinheiro; não é o
Jesus tão fascinante à superstição religiosa, espírito que subjuga os corações
incrédulos, idólatras e mundanos. Estamos perante o glorioso Filho de Deus!
Estamos perante o Filho Amado, em quem Deus, o Pai se compraz! Estamos perante
aquele que é glorioso em Si mesmo; que ao se tornar homem se humilhou, mas que
foi exaltado e recebido na Glória (1Timóteo 3:16). Estamos perante o Senhor dos
exércitos, diante de quem Isaías tremeu e achou que cairia no inferno (Isaías
6:5)! Estamos perante o Majestoso Rei dos reis e Senhor dos senhores, diante de
quem poderes das trevas ficam aterrorizados! A salvação dos perdidos é obra
total do Pai e do Filho; é o Pai entregando ao Filho homens e mulheres
escolhidos soberanamente antes da fundação do mundo (Efésios 1:4); é o Filho
plenamente subordinado à vontade do Pai, a fim de que os planos idealizados na
eternidade fossem cumpridos mediante a entrega voluntária do Senhor na cruz.
Amigo
leitor, Cristo Jesus é o Cordeiro de Deus, não do homem! Cristo é o perfeito
substituto eleito pelo Pai para ali na cruz cumprir as perfeitas exigências da
lei e ser Ele a Justiça de Deus, a fim de que o perdido fosse aceito. Então,
diante dessas verdades, não existe um privilégio maior do que pertencer a
Cristo! A salvação do perdido não é algo feito e contornado pelos pastores e
evangelistas! Ninguém pode levar pecadores a Cristo! É o Pai que entrega ao
Filho quem Ele quer salvar! É uma obra de arte da graça! É um ato realizado
pelo braço onipotente, porquanto é conceder vida aos mortos (Efésios 1:19). É
algo que resulta em festa no céu e temor a Deus na terra. Homens e mulheres
rebeldes e profanos feitos obedientes e santos! Herdeiros do inferno feitos
herdeiros de Deus e habitantes da Jerusalém celestial! Em suma o evangelho da
glória de Cristo é milagre. Note bem seu coração agora. Naturalmente há um
desinteresse por essas verdades reveladas; naturalmente há uma frieza e um
afastamento desses fatos eternos. Por natureza não há qualquer sinal de
receptividade às maravilhas da graça. Por quê? A obra é de Deus! Podemos
produzir isso? Jamais!
Mas em meio
a todas essas maravilhas digo e afirmo que se há alguém cujo coração está
encantado com as maravilhas da graça; está caído perante a glória dessa
salvação eterna; seu coração está completamente escancarado perante a
misericórdia do alto; nada está ocultando no íntimo, nenhum ídolo, nenhum pecado
de estimação escondido, então amigo, você é alguém que Deus o Pai está
entregando ao Filho. Não há algo mais maravilhoso do que essa visitação
misericordiosa em sua vida!
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