C.
H. Spurgeon
“Todos
nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas
o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.” (Is 53:6, ARC1995)
AQUI temos uma confissão de pecado que é
comum a todos os escolhidos do povo de Deus. Eles todos têm caído e, portanto,
dizem em uníssono, desde o primeiro que entrou no Céu até ao último que lá
entrará: “Todos nós andamos desgarrados como ovelhas.”
A
confissão, além de ser unânime, é, também, especial e particular: “Cada um se
desviava pelo seu caminho.” Há uma peculiar tendência para o pecado
relativamente a cada um dos indivíduos. Todos são pecadores, mas cada um com um
agravamento especial não encontrado no seu próximo. Este é o sinal do genuíno
arrependimento, que enquanto ele naturalmente se associa com os outros
penitentes, assume também uma posição de solidão. “Cada um se desviava pelo seu
caminho” é uma confissão de que cada homem pecou contra uma luz particular ou
pecou com uma agravante que ele não pôde ver nos outros.
Esta
confissão é sem reservas. Não há uma só palavra para diminuir a sua força, nem
tão-pouco uma sílaba como desculpa. A confissão é uma renúncia a toda pretensão
de justiça própria. É a declaração de homens que são conscientemente culpados,
culpados com agravantes, culpados sem desculpas. Eles estão com as suas armas
de rebelião quebradas em pedaços e clamam: “Todos nós andamos desgarrados como
ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho.”
Não
obstante, nós não ouvimos dolorosos lamentos acompanhando esta confissão de
pecados; pelo contrário, a próxima frase faz dela quase um canto: “O SENHOR fez
cair sobre Ele a iniquidade de nós todos.” Esta é a frase mais penosa das três,
mas ela transborda de conforto. Estranha coisa é esta: que onde estava
concentrada a miséria reinou a misericórdia; onde a dor alcançou o seu clímax,
as almas fatigadas acharam descanso. O Salvador ferido é a cura dos corações
feridos. Vê como o mais profundo arrependimento dá lugar a uma confiança certa,
através de olhar, simplesmente, para Cristo, na cruz!
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