quinta-feira, 4 de abril de 2013

A CONFISSÃO DOS ELEITOS



C. H. Spurgeon

“Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.” (Is 53:6, ARC1995)

       AQUI temos uma confissão de pecado que é comum a todos os escolhidos do povo de Deus. Eles todos têm caído e, portanto, dizem em uníssono, desde o primeiro que entrou no Céu até ao último que lá entrará: “Todos nós andamos desgarrados como ovelhas.”
       A confissão, além de ser unânime, é, também, especial e particular: “Cada um se desviava pelo seu caminho.” Há uma peculiar tendência para o pecado relativamente a cada um dos indivíduos. Todos são pecadores, mas cada um com um agravamento especial não encontrado no seu próximo. Este é o sinal do genuíno arrependimento, que enquanto ele naturalmente se associa com os outros penitentes, assume também uma posição de solidão. “Cada um se desviava pelo seu caminho” é uma confissão de que cada homem pecou contra uma luz particular ou pecou com uma agravante que ele não pôde ver nos outros.
       Esta confissão é sem reservas. Não há uma só palavra para diminuir a sua força, nem tão-pouco uma sílaba como desculpa. A confissão é uma renúncia a toda pretensão de justiça própria. É a declaração de homens que são conscientemente culpados, culpados com agravantes, culpados sem desculpas. Eles estão com as suas armas de rebelião quebradas em pedaços e clamam: “Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho.”
       Não obstante, nós não ouvimos dolorosos lamentos acompanhando esta confissão de pecados; pelo contrário, a próxima frase faz dela quase um canto: “O SENHOR fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos.” Esta é a frase mais penosa das três, mas ela transborda de conforto. Estranha coisa é esta: que onde estava concentrada a miséria reinou a misericórdia; onde a dor alcançou o seu clímax, as almas fatigadas acharam descanso. O Salvador ferido é a cura dos corações feridos. Vê como o mais profundo arrependimento dá lugar a uma confiança certa, através de olhar, simplesmente, para Cristo, na cruz!

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