domingo, 26 de janeiro de 2014

MEDITAÇÃO DE SPURGEON




 Vosso Pai celestial.” (Mateus 6:26)
       Os que constituem o povo de Deus são Seus filhos em duplo sentido: por criação e por adoção em Cristo. Por isso têm o privilégio de chamar-Lhe “Pai nosso que estás nos Céus.” Pai! Oh, que preciosa é esta palavra! Nela há autoridade: “Se eu for Pai, onde está a Minha honra? Se vós fordes filhos, onde está a vossa obediência?”
       Nesta palavra há também afeto misturado com autoridade; uma autoridade que não provoca rebelião; uma obediência exigida que se presta com alegria, e que, mesmo que se pudesse, não podia ser negada. A obediência que os filhos de Deus Lhe rendem deve ser uma obediência amorosa. Não vás para o serviço de Deus como vai o escravo para o serviço que lhe atribui o seu capataz, porém, entra correndo no caminho dos Seus mandamentos, por causa de ser esse o caminho do teu Pai.       Apresenta o teu corpo como instrumento de justiça, porquanto a vontade de teu Pai é justa, e a Sua vontade deve ser a vontade dos Seus filhos. Pai! Há aqui um atributo régio, tão delicadamente coberto com amor, que a coroa do Rei passa inadvertida ao próprio Rei, e o Seu cetro transforma-se não numa vara de ferro, mas num prateado cetro de misericórdia. O cetro, de fato, passa como desapercebido na terna mão Daquele que o empunha. Pai!
       Nesta palavra há honra e amor. Que grande é o amor de um Pai para com os Seus filhos! O que a amizade não pode fazer nem a mera benevolência procurará obter, fá-lo para os seus filhos, o coração e a mão de um pai. Eles são a sua descendência, deve abençoá-los; eles são os seus filhos, deve, pois, defendê-los com todo o vigor. Se um pai terrestre zela por seus filhos com amor e cuidado incessantes, quanto mais o nosso Pai Celestial o faz? Abba, Pai!
       O que pode dizer isto, tem dado expressão a uma melodia que é melhor do que a que os querubins e serafins podem produzir. Há um céu na profundidade da palavra Pai! Há nela tudo o que posso pedir, tudo o que minhas necessidades podem demandar e tudo o que meus desejos podem desejar. Tenho tudo, em tudo, por toda a eternidade, quando posso dizer: Pai!
(extraído de NO CAMINHO DE JESUS)


Tradução de Carlos António da Rocha

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