segunda-feira, 30 de abril de 2012

O PERSEGUIDOR IMPLACÁVEL (5 de 16)



“Mas se não fizerdes assim, estareis pecando contra o Senhor; e estai certos de que o vosso pecado vos há de achar” (Número 32:23).
         Prezado leitor, claramente Deus revela em Sua Palavra como o pecado domina e persegue o homem pelo seu caminho: “...tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6:7). A Palavra de Deus é um livro tremendamente revelador, por essa razão o orgulho do pecado faz com que o homem fuja para as trevas (João 3:19,20), preferindo conviver com o mal sem ter o perdão e a purificação que vêm mediante o sangue purificador do Filho de Deus.
         Notemos bem como a maldade cometida por Ruben entrou em ação imediatamente, levando à ruína sua honrosa posição de primogênito e aviltando seu caráter. Jacó esperou a ocasião certa para mostrar ao filho mais velho o quanto seu pecado foi odioso, mas mesmo assim a ruína de Ruben foi transparecendo em seu viver. A sua corrupção fez com que fosse corrompido o ambiente familiar, porquanto o pecado deu à luz a perversidade. É visto isso no ódio de todos os irmãos contra José.
         O cap. 37 narra um dos mais tristes acontecimentos visto ocorrido dentro de uma família, numa manifestação de covardia, mentiras e crueldades praticadas contra pessoas mais fracas. José foi mandado pelo seu pai para procurar seus irmãos que estavam cuidando do rebanho, e Jacó não sabia que longos anos de sofrimentos bateriam à porta de sua vida. Sozinho, sem a proteção de seu pai, José ficou encurralado pela perversidade dos seus irmãos, os quais viram ali a oportunidade de matá-lo. Todo ódio escondido em seus corações foi revelado naquele momento, para o espanto e desespero de um adolescente indefeso.
         Era o momento da intervenção do filho mais velho. Ruben deveria socorrer seu irmão mais novo, mesmo que tivesse de lutar contra seus irmãos, mas é triste dizer que estava mancomunado com eles, carregando o mesmo ódio e disposição de eliminar José. Ali estava um homem medroso, covarde e cruel, por quê? Um abismo chama outro abismo! O pecado de ter desonrado o leito de seu pai aviltou sua honra e lançou por terra sua dignidade. Como pode confiar num homem que carrega a maldade escondida no seu coração? Como pode ser fiel um homem que anda associado com qualquer iniqüidade no íntimo? Por essa razão Ruben cedeu à idéia cruel de vender José aos Ismaelitas que ali passavam e mentir para seu velho pai, fazendo-o acreditar que José estava morto assim que viu a túnica completamente suja de sangue.  Por ser o mais velho, Ruben levou a notícia a Jacó.
         Amigo leitor, todo esse ensino tem em vista mostrar aos meus leitores que é impossível conviver com o pecado, sem experimentar suas trágicas conseqüências. Sem uma sincera confissão perante Deus e a pessoa ofendida, o pecado procria milhares de maldades no íntimo. Um homem que está de mãos dadas com a impureza, jamais terá condições de dar segurança à sua família, porque simplesmente trará consigo a maldade para dentro de sua casa. O pecado chega para expulsar as virtudes e os bons costumes; o pecado chega tirar qualquer proteção do ambiente e apagar os bons exemplos. Como poderá conviver com o mal?      Notemos bem que a impureza fez de Ruben um covarde e cruel; a covardia fez dele um mentiroso, e por quanto tempo suportaria essa chama infernal de uma consciência culpada? Como suportaria imaginar José longe, vendido como escravo? Como agüentaria encarar o choro de sofrimento do seu velho pai, angustiado pelo desaparecimento do seu querido filho?
         Amigo leitor, eu não conheço seu viver, seu coração, mas creio que a Palavra de Deus é suficiente para despertar corações. O homem não pode viver em felicidade nesta vida nem na eternidade se estiver convivendo com o pecado oculto no íntimo. Por essa razão Deus enviou o Filho Amado para destruir as obras do diabo. Hoje é o momento oportuno de uma sincera confissão e abandono do mal. Arrependei-vos e convertei-vos! (Atos 3:19).

         Prezado amigo, minha esperança é que a Palavra de Deus seja suficiente para levar meus leitores a uma firme convicção do que realmente significa o terror do pecado para alguém que esteja tolerando a maldade no íntimo. Notemos bem a linguagem clara da sabedoria divina: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia” (Provérbios 28:13). Uma aparência de prosperidade material, sucesso financeiro e social em nada significa real prosperidade se estiver com pecado encoberto no íntimo. A misericórdia de Deus não paira sobre uma pessoa que está associada a qualquer maldade no viver.
         Continuemos nossas considerações a respeito da vida de Ruben, o filho mais velho de Jacó, como foi escorregando de maldade para a maldade, desde que manchou o leito do seu pai, tendo relação sexual com Bila, sua madrasta. Doravante nada mais havia de segurança dentro daquela família, porque o caminho do adúltero é um caminho perverso (Jeremias 23:10). Num ambiente assim os mais fracos sofrem, como ocorreu com José e especialmente Jacó, que por tantos anos sofreu terrivelmente pensando que José tivesse sido devorado por uma fera, conforme a notícia mentirosa dada pelos seus filhos.
         Agora chegou a vez de Deus trazer tudo a tona; nada há encoberto que não seja revelado (Lucas 12:2). Quando tudo parecia perdido e que o pecado oculto ficaria permanentemente encoberto, eis que Deus atrai os 10 filhos de Jacó, para onde? Justamente para o Egito, onde José fora elevado à condição de governador (Gênesis 41). Os 7 anos de fome chegaram ao mundo habitado para mexer com os ânimos da numerosa família de Jacó. Os 10 homens, com seus corações carregados de culpa viajam para comprar alimentos no Egito que agora está sob o governo de José, aquele mesmo que fora vendido por eles; não sabiam que aquilo que parecia ser apenas circunstâncias, não passava de ser a Mão soberana que os empurrava para estar perante José, a fim de que fossem humilhados e assim conhecessem que o grande Deus de Israel reina.
         José agora não é mais aquele menino indefeso, mas sim um homem experimentado, provado e aprovado, carregado da sabedoria de Deus para lidar com seus irmãos, não de maneira perversa, mas sim com um amor sincero e disciplinador. Sob a pressão de provar que não eram espiões, mas sim homens sinceros e honestos, tendo que deixar Simeão aprisionado no Egito, para voltar à Canaã e trazer Benjamin, o irmão caçula, grande angústia apoderou-se do coração culpado daqueles homens. Não podemos esquecer que longos anos não apagam uma consciência culpada, a qual começa a queimar como fogo quando as dificuldades aparecem. Notemos a linguagem de Ruben para seus irmãos: “... Não vos dizia eu: Não pequeis contra o menino; Mas não quisestes ouvir; por isso agora é requerido de nós o seu sangue” (Gênesis 42:22). Eis aí o covarde passando a culpa para seus irmãos, ele que era o principal responsável pela segurança de José, agora se desponta como um mentiroso, assassino que pretende sair ileso daquele angustiante situação. Sem que soubessem estavam sob a mira do sábio e amoroso governador do Egito; não podiam escapar do cerco de Deus.
         Meu amigo, por que tentar esconder da verdade? Por que conviver com a maldade no seio? Por que esse engano de achar que vai prevalecer na vida com a iniqüidade oculta no íntimo, sem que se humilhe e se arrependa?
         É nessa situação que muitos começam a buscar uma religião, especialmente “evangélica”, onde poderão “trabalhar para Deus”. Com sincero amor afirmo que Deus não quer sacrifício, mas sim obediência. Coração contrito, quebrantado é aquilo que Deus tem prazer no homem. Amigo, caia agora aos pés do Rei da Glória, em sincera confissão, pedindo a Ele que perdoe seus pecados e purifique seu coração. 

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