quarta-feira, 25 de abril de 2012

BENÇÃO E MALDIÇÃO (30 de 30)



Ai de vós quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas
LOUVOR PERIGOSO (final)
         Para tirar quaisquer obstáculos no entendimento da verdade, preciso mostrar aqui o que nosso Senhor Jesus Cristo não está ensinando no texto. Em primeiro lugar, Ele não está condenando o ser estimado pelos homens. É muito importante o ser estimado, ser respeitado, especialmente porque revela que tipos de pessoas são. Se formos indignos em nossa maneira de proceder, certamente não vamos esperar que as pessoas hão de falar bem a nosso respeito. Não há mérito, nem louvor num viver indigno. Percebemos bem essa preciosa lição, quando lemos em Gênesis a respeito de Abraão e de Isaque, enquanto peregrinaram na terra de Canaã. Eles tiveram um bom procedimento por onde passaram, por isso receberam o respeito e a honra de todos. Obviamente, não foram homens bobos, covardes e ingênuos. Quão estimado por todos foi Jó! Tudo por causa de sua vida justa, bondosa, piedosa e temente a Deus. Esses homens mantinham sua postura de humildade e dependência de Deus.  Ó quanto o mundo precisa de homens que dêem exemplo de vida em nossos dias! Infelizmente  hoje faltam homens que revelem caráter cristão para salgar essa sociedade tão corrompida pelo pecado, em atos de bondade e benignidade.
         Nosso Senhor também não está condenando o fruto da bondade. Devemos ser amigos de todas as pessoas que nos cercam. Devemos estar prontos para atendê-las naquilo que precisam; devemos fornecer nossos recursos emprestados por Deus a fim de que venhamos a socorrer nossos semelhantes em suas tribulações. Quando assim procedemos, certamente havemos de esperar certo louvor por parte das pessoas beneficiadas, mas tal louvor recebido jamais caberá dentro de um coração que tem o temor de Deus, e tal pessoa saberá que a glória e a honra pertencem tão somente ao Senhor. Temos um impressionante exemplo de bondade na história do Velho Testamento na vida do rei Davi, registrado em 2 Samuel 9. O quanto esse homem foi perseguido pelo rei Saul! Mas quando assumiu o reinado de Israel jamais se dispôs a perseguir a família de Saul em vingança, pelo contrário, tomou um neto de Saul que era aleijado para cuidar dele como se fosse filho. Claro que um ato desse atrai o louvor, e revela o que somente homens e mulheres tementes a Deus conseguem fazer.
         Mas, no texto acima nosso Senhor refere exatamente aos resultados vistos no mundo para aqueles que mantêm a atitude orgulhosa de “ricos” no coração. Veremos tal verdade de duas maneiras. Na primeira nosso Senhor aponta o efeito imediato daquilo que se espera de um coração rebelde e orgulhoso contra Deus e contra Sua Palavra revelada. O que é? O louvor dos homens: “Ai de vós quando todos vos louvarem!”. Exatamente isso que o homem recebe quando recusa submissão à verdade do evangelho. O mundo aplaude o coração endurecido! O mundo dá as boas vindas ao coração impenitente! A religião mundana abre sua porta para abrigar-lhe; os prazeres mundanos lhe cercam para cortejar-lhe; a família mundana chega para abraçar-lhe, e a paz deste mundo chega para confortar seu coração enganado. Eis aí a riqueza tão buscada pelo homem ímpio! Eis aí a glória tão sonhada! Tudo é feito conforme a fé de um coração terreno. Conforme diz o Salmo 109:17: “Visto que amou a maldição, que ela lhe sobrevenha! Como não desejou a bênção, que ela se afaste dele!”
         Meu amigo leitor, qual a sua condição neste mundo? Examine se o cerco dos louvores de homens mundanos e carnais tem ocorrido em seu viver. Você tem sido bem visto e admirado; sua religiosidade em nada tem atraído o ódio de satanás e do seu mundo; tudo é belo ao seu derredor. Se for assim, ouça o que o Senhor diz: “Ai de vós!” Que momento agora para um exame consciente, humilhante, mas bem decidido acerca de sua condição perante Deus!
         Amigo leitor, a meditação de hoje encerra a série que trata o tema “bênção e
maldição”. Temos diante de nós a verdade revelada a respeito do glorioso evangelho. Eis aí a mensagem salvadora, mensagem que tem um perfumoso cheiro de vida para que os que são salvos, mas traz consigo o terrível cheiro de morte para os que perecem (2 Coríntios 2:16); mensagem de extrema importância para este momento em que as trevas da apostasia tem tomado conta deste mundo maligno.
         O verso acima nos coloca diante de dois assuntos impressionantes. O primeiro já tratei de forma bem superficial na lição anterior, acerca do louvor que homens e mulheres endurecidos no pecado recebem por parte deste mundo. O que os homens querem eles vão ter. Querem acumular tesouros aqui e granjeiam com facilidade esses tesouros, frutos dos esforços da carne. Ó, quão perigoso é para a alma manter-se obstinada contra a mensagem salvadora revelada nas Sagradas Letras! Ò quão terrível é para pecadores quando eles fogem da luz na tentativa de se ocultarem nas trevas! Que desculpa eles têm diante do magnífico amor de Deus revelado em Cristo, concedendo Seu Reino eterno aos pecadores arrependidos? Veja o que o grande Salvador diz ao Seu povo: “Não temas, ó pequeno rebanho! Porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino” (Lucas 12:32).
         Mas antes de chegar ao ponto final desse estudo devo chamar sua atenção para o modo como nosso Senhor ilustra na própria Escritura sobre os louvores por parte dos homens. Ele o faz exemplificando nas vidas dos falsos profetas na história do antigo testamento: “... porque assim procederam seus pais com os falsos profetas”. Tem uma ilustração melhor? Quem eram os falsos profetas? Eram aqueles homens que levavam uma mensagem falsa para o povo. Eles falavam de Deus; eles profetizavam coisas excelentes; nunca tinham nada de errado e eram sempre positivos naquilo que proferiam. Nada de advertência, de atacar seus pecados, idolatrias e avareza. Suas mensagens eram bem recebidas especialmente pela liderança da nação. Tomemos a vida do rei Acabe. Sua história é contada a partir do cap. 16 de 1 Reis. Milhares de homens chamados de profetas eram sustentados por ele para que trouxessem continuamente boas profecias para aquele perverso rei e sua coorte maligna, mas odiava um homem como Elias que corajosamente atacava seus pecados em sua própria presença.
         Mas o que nos chama a atenção no tocante aos falsos profetas é o fato que eles eram bem tratados pelo povo. Eram cortejados, reverenciados e muito bem remunerados para pregar a mentira. Por quê? Porque a mentira agrada, satisfaz e dá consolo ao coração rebelde contra Deus.
         Prezado leitor, eis aí o mundo de sempre. Se o homem recusa o reino de Deus, este reino mundano está aí ao seu dispor, cercado de favores, honrarias, prazeres e até mesmo religião para sustentar-lhe na sua incredulidade e arrogância. Milhares estão vivendo debaixo da paz que o mundo dá, e quão perigosa é essa paz! Somente os verdadeiros salvos desfrutam a alegria eterna, genuína. Eles prosseguem firmes, rumo ao céu em busca da perfeição que virá na glória eterna.
         Caro leitor, desejo que estas mensagens tenham edificado as vidas dos santos de Deus, daqueles que amam a Palavra, e que tenham levado leitores interessados ao conhecimento da verdade desse precioso evangelho que salva homens e mulheres cujos corações estão contritos e quebrantados diante da verdade revelada. Minha oração é que esse labor redunde em bênçãos eternais em muitas vidas, e que o Senhor em tudo seja glorificado e exaltado pelo Seu povo.
        

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