sexta-feira, 6 de abril de 2012

BENÇÃO E MALDIÇÃO (11)



Mas, ai de vós, os ricos! Porque tendes a vossa consolação” Lucas 6:24
OS RICOS: (continuação)
         Prezado leitor, dando continuidade ao assunto que Cristo trata em Lucas 6, mostrarei agora um contraste entre um “rico” e um “pobre”.   Estamos tão acostumados com a maneira humana de pensar que muitas vezes fica mui difícil entender a linguagem usada por Deus em Sua Palavra. Podemos definir que o “rico” é aquele que se elevou a si mesmo, e o “pobre” é aquele que a sim mesmo se humilhou. É exatamente essa a linguagem usada por Deus em toda sua palavra mostrando a diferença entre o salvo e o perdido.
         Quem é a pessoa que Deus afirma que rejeita? Quem é a pessoa que Deus afirma que Ele conhece de longe? Quem é a pessoa que Deus afirma que Ele resiste? É o soberbo, o orgulhoso, aquele cujo coração está endurecido, que não se curva perante o Deus da palavra. Esse é o “rico”. O “pobre”, pelo contrário, é aquele que se humilhou no íntimo, que reconhece que é exatamente um pecador merecedor da punição divina.
         Temos várias ilustrações nas Escrituras mostrando a diferença entre o “rico” e o “pobre”. Tomo aqui a história dos dois ladrões que foram levados para a serem crucificados com Cristo no monte do calvário. Os dois eram igualmente culpados aos olhos de Deus; os dois eram dignos da punição. Mas, eis que, de repente um deles teve seus olhos abertos por obra do Espírito de Deus para enxergar a merecida punição do seu erro. Ele pode olhar para Cristo pendurado ali ao seu lado e viu ali o inocente Senhor; enxergou em Jesus a manifestação da misericórdia de Deus em favor dos homens; viu ali o socorro bem presente para sua angustiosa situação na qual se metera.
         O que fazer quando se viu entre o abismo do inferno debaixo de seus pés e o paraíso de Deus para onde jamais poderia ir por si mesmo? Foi ali que aquele homem, que até aquele momento foi dominado pela soberba da vida que lhe empurrou para a busca das ambições deste mundo de uma forma tão ilegítima, foi ali mesmo, cercado pela agonia da crucificação, que ele caiu. Foi ali que o “rico” se viu completamente “pobre” perante o glorioso Senhor; foi ali que sua boca foi aberta para humildemente clamar o socorro e livramento do Senhor. Jesus veio ao mundo buscar essas almas, e ali mesmo aquele homem foi salvo.
         O outro ladrão manteve sua inflexível posição de “rico” dominando todo seu ser. Ele queria e pediu ironicamente ajuda de Jesus, mas era a mesma ajuda que todos os homens “ricos” pedem de Deus, até mesmo com ousadia. Ele queria que Jesus descesse da cruz e o tirasse daquela agonizante situação. Morreu em seus pecados e partiu para a eternidade sem que pudesse levar consigo aquilo que jamais queria perder aqui. Quis ganhar sua alma aqui, então a perdeu. Foi um louco aos olhos de Deus, e nem mesmo a mudança mostrada no arrependimento de seu colega foi suficiente para lhe abalar e assim lhe convencer.
         Nada pode mudar o homem que caminha nesta vida fugaz endurecido pelo engano do pecado. Nem mesmo milagres levam-no à prostração diante do Salvador Bendito. A perigosa situação de “rico” no coração não permite que um homem sinta-se satisfeito por ter sua esposa como a única e exclusiva de sua vida, porque se sente que é seu direito ter todas as mulheres ao seu dispor. Tal mentalidade perigosa e perversa ilude seu coração desde que nasce, porquanto já se adentra a este mundo como um verdadeiro egoísta querendo a atenção de todos.
         É Deus quem visita o pecador com o dom do arrependimento. Minha grandiosa esperança é que estas palavras tenham chegado a algum coração que fora dilacerado pela verdade revelada. O Senhor é o perfeito Salvador dos pecadores arrependidos. Bendito o homem que é descoberto no coração, gerando ali o arrependimento vindo de Deus. Essa alma encontra em Cristo a verdadeira e eterna riqueza. Caro leitor, veja essa bendita promessa: “Todo aquele que invocar o Nome do Senhor, será salvo” (Romanos 10:13)

         Prezado leitor, outra ilustração que esclarece bem o que significa a diferença entre ser “rico” e ser “pobre”, está na história de dois homens materialmente ricos (Lucas 18:18-23 e Lucas 19:1-10). Um deles a bíblia não cita seu nome. Ele chegou a Jesus perguntando-lhe o que poderia fazer para herdar a vida eterna. Parecia ser alguém genuinamente sincero, mas ele não sabia que estava diante do Filho de Deus, aquele que sonda o coração e conhece perfeitamente tudo o que está oculto. Para ele Jesus não passava de um bom Mestre. Aquele homem iniciou a conversa procurando dar uma impressão de que era muito religioso, e de fato sua vida foi assim. Ele sempre procurou levar a sério as ordenanças da lei de Deus, mui especialmente aqueles mandamentos que tratavam do compromisso dele com o próximo. Ele procurou de forma zelosa cumprir com seus deveres diante dos homens.
         Porém, como nada disso traz segurança ao coração, aquele homem estava ciente no íntimo que não andava no caminho certo rumo ao céu. Aquele que é o perfeito conhecedor do coração do homem sabia bem onde estava a raiz do problema daquela alma. Aquele homem tinha um ídolo escondido no fundo de seu coração, e nem ele mesmo sabia que aquele era o seu ídolo, até o momento que Jesus chegou e mexeu nessa imagem de escultura guardada no fundo do seu coração. Seu deus era o dinheiro - as riquezas, e ele em nada queria soltar o amor a esse deus mamon e quando Jesus disse-lhe: “Vende tudo o que tens, dá aos pobres, depois vem e segue-me e terás um tesouro no céu”, aquilo ressoou como a mais terrível mensagem que já ouvira; um duro conselho que não queria escutar. Ele almejava herdar a vida eterna, mas jamais queria soltar seu ídolo que estava apegado às paredes do seu coração iludido pelo pecado (Jeremias 17:1). Ele foi embora triste. Era um “rico” na alma, e naquela situação jamais poderia se curvar perante as exigências do Rei do céu.  
         A história de Zaqueu em Lucas 19 mostra exatamente o oposto do que ocorrera com aquele moço rico. Zaqueu também foi um homem rico materialmente falando, mas o que ocorreu com ele revela a diferença entre a pobreza e a riqueza, segundo o que nosso Senhor está ensinando em Lucas 6. Zaqueu se viu diante do Senhor; a ele foi dada a fé que somente os eleitos recebem (Tito1:1), por isso seus olhos espirituais foram abertos e Ele ficou fascinado ante a majestade do Filho de Deus. Ele rapidamente despregou-se do seu ídolo para agarrar-se ao Deus Vivo e Verdadeiro. Houve na vida de Zaqueu o novo nascimento. Na alma ele se tornou pobre para receber de Deus o Reino do céu, herança que jamais acabará. A pessoa que se torna “pobre” perante o Deus do céu, mesmo sendo alguém materialmente rico, sua postura será de alguém que tem o temor de Deus e seguirá sua vida aqui sempre reconhecendo que não passa de um administrador dos bens de Deus, sendo sempre fiel ao Senhor.
         Amigo leitor, noutras palavras, o “rico” é aquele que a si mesmo se elevou, o “pobre” é aquele que a si mesmo se humilhou. Veja então, como a mensagem do evangelho é tão prático, porque chega ao coração! Sendo assim, qual é a sua situação? Como você é visto em seu coração pelo Deus que sonda a alma? Você foi achado por Deus como alguém realmente pobre e que mediante a Graça foi feito para sempre uma pessoa “rica”? Ou você se mantém endurecido contra o Rei da Glória, empedernido, preferindo persistir no caminho largo seguindo a multidão que vai embevecida e encantada com as promessas do príncipe deste mundo? Sua atitude em relação à Palavra de Deus vai revelar quem você é.
         Quero encerrar mais uma página tentando levar o leitor aos pés do Senhor. A verdade é que o verdadeiro e genuíno crente não tem medo, não foge, não se esconde, porquanto ele sabe onde depositou sua confiança, e ali permanece firme na Rocha!
          

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