2. Tiramos proveito da Palavra, quando aprendemos que o mundo é um
inimigo, ao qual devemos resistir e vencer. Ao crente é ordenado combater o, "... Bom combate da fé...".
(I Timóteo 6:12), O que subentende
que há adversários a ser enfrentados e derrotados. Tal como existe a Santa
Trindade – o Pai, o Filho e o Espírito Santo – assim também há uma maléfica
trindade, a carne, o mundo e o diabo. O filho de Deus é chamado a entrar em
combate mortal contra essa trindade maléfica; e dizemos "mortal",
porque ou o crente obtém a vitória sobre esses três adversários, ou é destruído
por eles.
Portanto, meu prezado
leitor, ponha na sua mente, que o mundo é um inimigo mortífero; e, se você não
o vencer no seu coração, então é que não é filho de Deus, porquanto, está
escrito: "... Tudo o que é nascido de Deus vence o mundo.''. (l João 5:4).
Dentre muitas outras razões, poderíamos apresentar as seguintes, que mostram
por que o mundo deve ser
"vencido".
Em primeiro lugar, todos os
seus objetos tendem a desviar a nossa atenção, alienando da de Deus as afeições
da alma. Assim é necessário que seja, porquanto, a tendência das coisas
visíveis é desviar-nos o coração das realidades invisíveis. Em segundo lugar, o
espírito do mundo é diametralmente contrário ao Espírito de Cristo; por isso
mesmo, é que o apóstolo escreveu: "Ora, nós não temos recebido o espírito
do mundo, e, sim, o Espírito que vem de Deus...". (I Coríntios 2:12). O
Filho de Deus veio a este mundo, mas, "... O mundo não O
conheceu...". (João 1:10). E, por esse motivo, os seus
"poderosos" e governantes O crucificaram (I Coríntios 2:8).
Em terceiro lugar, as
preocupações e cuidados do mundo são hostis para com uma vida devota e
celestial. Os crentes, tal como o resto da humanidade, têm por dever trabalhar
seis dias na semana; porém, estando assim atarefados, precisam estar
constantemente de sobreaviso, a fim de que interesses cobiçosos, não venham governá-los, ao invés de serem dirigidos pelo
senso do cumprimento do dever. "E
esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé". (1 João 5:4). Nada, senão
a fé conferida por Deus pode vencer ao mundo. Porém, assim como o coração se
ocupa com realidades invisíveis e eternas, assim também vai sendo libertado da
influência corruptora dos objetos mundanos. Os olhos da fé discernem aquilo que
fere os sentidos físicos em suas verdadeiras cores, percebendo que as coisas
terrenas são vazias e vãs, que não são dignas de comparação com os grandes e
gloriosos objetivos da eternidade.
O senso das perfeições e da
Presença de Deus faz o mundo parecer menos do que nada. Quando o crente vê que
o Divino Redentor morreu pelos seus pecados, vivendo para interceder pela sua
perseverança, bem como para manobrar os acontecimentos, com vistas à sua
salvação final, exclama: "Ninguém há na terra que eu deseje além de ti, ó
Senhor!". (Salmo 73:25).
E como se dá no seu caso,
prezado leitor, enquanto ouve essas considerações? Talvez você concorde
cordialmente com o que acabamos de dizer. Mas, na realidade, como as coisas
correm em sua experiência? Você pratica as coisas que os homens não regenerados
tanto apreciam, qual pessoa enfeitiçada? Basta que se tire do indivíduo mundano
aquilo em que ele se deleita, para que se sinta um miserável. E isso também
sucede no seu caso? Ou a sua alegria e satisfação presentes, se encontram em objetos que jamais poderão ser-lhe arrebatados? E não cuide o prezado leitor,
que essas coisas são destituídas de importância, rogamos-lhe; antes, que
pondere seriamente sobre elas, na presença de Deus. A resposta honesta,
apresentada a essas perguntas, servirá de índice para que perceba se está sendo
enganado ou não, ao pensar que é uma "nova criatura" em Cristo Jesus.
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