domingo, 29 de setembro de 2013

ENRIQUECENDO COM A BÍBLIA (18b) Pink



4. Beneficiamo-nos realmente da Palavra, quando discriminamos acertadamente entre as promessas de Deus.
Muitos, dentre o povo de Deus, tornam-se culpados do pecado de furto espiritual. Ao assim dizermos, referimo-nos ao fato de que esses se apropriam de coisas, a que não têm direito, porquanto pertencem a outrem. Alguns termos do pacto, estabelecidos entre o Senhor Jesus Cristo e Seus eleitos remidos, são inteiramente incondicionais, naquilo que concerne a estes últimos; mas, existem muitas outras ricas declarações do Senhor, que contêm estipulações que devem ser ciosamente resguardadas, pois, de outro modo, não obteremos as bênçãos ali prometidas.
Uma parte das pesquisas diligentes que você faz, deve visar a esse importantíssimo ponto. Deus haverá de cumprir no seu caso, as promessas que fez; tão somente, você deve observar zelosamente as condições estipuladas no pacto. Pois, somente quando cumprimos as exigências de uma promessa condicional, é que podemos esperar que aquela promessa seja concretizada para nós". (C. H. Spurgeon).
Muitas das promessas Divinas se dirigem a caracteres particulares, ou, usando de uma linguagem mais correta, visam ao derramamento de graças particulares. Por exemplo, em Salmos 25:9, o Senhor declara que ele, "Guia os humildes na justiça, e ensina aos mansos o seu caminho".
Porém, se por acaso eu estiver fora de comunhão com Ele, e estiver palmilhando uma vereda de minha própria escolha teimosa, se meu coração for altivo, então não estarei com a razão ao pensar que, esse citado versículo pode consolar-me. Novamente, na passagem de João 15:7, o Senhor nos ensina como segue: "Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito".
Porém, se eu não gozo de comunhão experimental com o Senhor, e se os Seus preceitos não estão regulamentando a minha conduta, então minhas orações ficarão sem resposta. Pois, apesar do fato de que as promessas de Deus se derivam de Sua pura graça, contudo, nunca nos deveríamos olvidar que a graça reina, "... Pela justiça...", segundo se lê em Romanos 5:21, jamais ficando eliminada a faceta da responsabilidade humana.
Se, porventura, eu ignorar as leis da saúde, não poderei ficar surpreendido se as enfermidades me impedirem de desfrutar de muitas das misericórdias temporais de Deus; e, por semelhante modo, se eu estiver negligenciando aos preceitos Divinos, terei de culpar somente a mim mesmo, se porventura não receber o cumprimento de muitas das promessas do Senhor. Que ninguém suponha que, devido às Suas promessas, Deus se obrigou a ignorar as exigências de sua santidade, porquanto, Ele jamais exerceu qualquer de Suas perfeições a expensas de outra. E que ninguém imagine, por semelhante modo, que Deus haveria de magnificar a obra expiatória do Calvário, se porventura, proporcionasse de seus frutos a almas impenitentes e descuidadas.
Neste ponto, há certo equilíbrio da verdade que precisa ser preservado; infelizmente, esse equilíbrio, nestes nossos dias, com frequência é olvidado, e isso sob a pretensão de exaltar a graça Divina, que assim os homens, na realidade, tornam em "lascívia". Com quanta frequência se ouve a seguinte citação: "Invoca-me no dia da angústia: eu te livrarei, e tu me glorificarás" (Salmos 50:15). Mas esse versículo começa somente depois das palavras antecedentes. "Cumpre os teus votos para com o Altíssimo.".
Assim também, com grande frequência se ouve repetir: "Sob as minhas vistas, te darei conselho". (Salmos 32:8). Mas isso é dito por pessoas que não dão a mínima atenção ao contexto dessa passagem! Contudo, temos aqui a promessa de Deus para aqueles que, tiverem confessado a sua "iniquidade" (ver Salmos 32:5). Assim sendo, se você tiver deixado de confessar algum pecado que lhe pesa sobre a consciência, dependendo do braço da carne, ou buscando ajuda da parte de seus semelhantes, ao invés de esperar somente em Deus (Salmo 62:5), então não terá qualquer direito de esperar pela orientação sob as vistas de Deus. Esta orientação Divina necessariamente pressupõe que, você estará andando em comunhão com Ele, já que não posso estar sob a vigilância de alguém, se estou distante desse alguém.

5. Tiramos proveito da Palavra, quando somos capacitados de fazer das promessas de Deus nosso apoio e arrimo.
Essa é uma das razões que explicam por que Deus nos deu as Suas promessas, – não somente a fim de manifestar o Seu amor, tornando-nos conhecidos os Seus benévolos desígnios, mas, também a fim de consolar nossos corações, e desenvolver a nossa fé. Se Deus assim tivesse querido, poderia proporcionar-nos as Suas bênçãos, sem avisar-nos de antemão acerca dos Seus propósitos. O Senhor poderia conferir-nos todas as misericórdias de que necessitamos, sem comprometer-Se de forma alguma a fazê-lo. Nesse caso, entretanto, não poderíamos ser crentes; pois, a fé sem qualquer promessa, seria como um pé sem chão onde pisar.
Nosso terno Pai celestial planejou que desfrutássemos por duas vezes em seguida de Suas bênçãos – primeiramente, através da fé; e então, pelo recebimento concretizado das promessas feitas. Por esses meios Ele, mui sabiamente, desliga os nossos corações daquelas coisas que vemos e que perecem, convocando-nos para olhar para frente, e para o alto, isto é, para aquelas realidades espirituais e eternas. Além disso, se não houvesse nenhuma promessa, não somente seria inexistente a fé, mas também não haveria esperança. Pois, do que consiste a esperança, senão da expectação daquelas coisas que Deus declarou que nos daria? A fé olha para a Palavra que faz a promessa; e a esperança espera a concretização da promessa. Assim também sucedeu no caso de Abraão: ''... Esperando contra a esperança, creu... E, sem enfraquecer na fé, embora levasse em conta o seu próprio corpo amortecido, sendo já de cem anos, e a idade avançada de Sara, não duvidou da promessa de Deus.". (Romanos 4:18-20).
Outro tanto aconteceu na vida de Moisés: "... Porquanto considerou o opróbrio de Cristo, por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão". (Hebreus 11:26). E a mesma atitude sustentou o apóstolo Paulo: "... Pois, eu confio em Deus, que sucederá do modo por que me foi dito". (Atos 27:25). Assim também acontece em seu caso, prezado leitor? As promessas Daquele que não pode mentir são o lugar de descanso de seu pobre coração?

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