quinta-feira, 26 de setembro de 2013

ENRIQUECENDO COM A BÍBLIA Pink (continuação)



3. Tiramos proveito da Palavra, quando aprendemos que Cristo morreu a fim de livrar-nos "deste mundo perverso" (Gálatas 1:4).
 O Filho de Deus veio a este mundo, não somente com o fito de "cumprir" os requisitos da Lei Mosaica (Mateus 5:17), de, "destruir as obras do diabo", (I João 3:8), de livrar-nos "da ira vindoura" (I Tessalonicenses 1:10) e de salvar-nos dos nossos pecados (Mateus 1:21), mas, também veio a fim de livrar-nos da servidão a este mundo, liberando-nos a alma de suas influências enfeitiçadoras. Isso foi prefigurado na antiguidade, quando das relações entre Deus e o povo de Israel. Os israelitas tinham sido escravos no Egito; e o "Egito" é um dos símbolos deste mundo. Ali se encontravam em servidão cruel, passando todo o tempo a fazer tijolos para Faraó. Eram incapazes de libertar-se. Mas o Senhor, em seu grande poder, os emancipou e os tirou da "fornalha de ferro". Outro tanto faz Cristo em favor dos que Lhe pertencem. Também interrompe o poder que o mundo tem de atrair seus corações. Torna-os independentes do mundo, de tal maneira que nem cortejam os seus favores e nem temem as suas ameaças.
Cristo deu-Se como sacrifício pelos pecados de Seu povo, a fim de que, em consequência disso, sejam eles libertados do poder condenatório e das influências dominadoras de todos os males que existem neste mundo: de Satanás, que é o seu príncipe; das concupiscências que ali predominam; das conversas tolas dos mundanos. E o Espírito Santo, por habitar nos santos, coopera com Cristo nessa obra bendita. Ele desvia seus pensamentos e afetos para longe das coisas terrenas, para que se fixem nas realidades celestiais. Devido à operação de Seu poder, Ele os livra da influência desmoralizadora que os circunda, amoldando-os aos padrões celestiais. E à medida que o crente vai crescendo na graça, vai reconhecendo esse fato mais e mais, agindo de conformidade com esse reconhecimento. E assim o crente busca libertação ainda mais completa deste "presente mundo mau", implorando a Deus que o livre totalmente do mesmo. E assim, aquilo que antes o atraía, agora lhe causa náuseas. Anela pelo momento em que será tirado deste palco terrestre, onde o seu bendito Senhor foi tão vilmente desonrado.

4. Somos beneficiados com o uso da Palavra, quando nossos corações são desligados do mundo.
"Não ameis o mundo, nem as cousas que há no mundo." (I João 2:15). "O que a pedra de tropeço é para o pedestre, no caminho, o que a carga é para o fundista e os ramos de folhas para o pássaro em seu voo, assim também é o amor ao mundo para o crente, em seu curso – ou desviando-lhe completamente a atenção desse curso, porque o fascina, ou forçando-o a desviar-se do mesmo" (Nathaniel Hardy, 1660).
A verdade é que enquanto o coração não for expurgado de suas corrupções, o ouvido será surdo para com as instruções Divinas. Enquanto não formos elevados acima das coisas pertencentes ao tempo e aos sentidos físicos, também não seremos levados a obedecer a Deus. As verdades celestiais escapam da mente carnal, como a água escorre de qualquer corpo esférico sobre o qual caia. O mundo voltou as costas para Cristo; e embora o Seu nome seja professado em muitíssimos lugares, nada quer ter a ver com Ele. Todos os desejos e desígnios dos indivíduos mundanos, visam à satisfação do próprio "eu". Que esses alvos e inquirições sejam tão variados quanto o queiram tais homens, o fato é que o próprio "eu" reina supremamente, e tudo tem por escopo agradar ao próprio "eu".
Ora, os crentes se encontram no mundo, não podendo sair dele; precisam viver o tempo que o Senhor lhes determinou. E, estando aqui, têm de ganhar o próprio sustento, e de cuidar de seus familiares, além de darem a devida atenção às suas atividades profissionais. No entanto, aos crentes é proibido amarem ao mundo, porquanto este não pode torná-los felizes. Seu "tesouro" e sua "porção" se encontram algures. O mundo mostra-se atraente para cada instinto do homem decaído. Contém mil e um objetos que o encantam – esses objetos atraem a sua atenção, a atenção cria o desejo e o amor por esses objetos, e, de maneira insensível, mas segura, vão fazendo impressões cada vez mais profundas em seu coração.
O mundo exerce a mesma influência fatal sobre todas as classes de homens. Porém, por mais sedutores e atraentes que sejam seus variados objetos, todos os interesses e prazeres do mundo, têm por intuito promover a felicidade somente nesta vida, para isso estando adaptados – pelo que também foi feita a indagação: "Pois, que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?". (Mateus 16:26). Os crentes são ensinados pelo Espírito Santo, e através da apresentação que Ele nos faz de Cristo, à nossa alma, os nossos pensamentos se desviam para longe do mundo. Tal como uma criancinha abandona um objeto sujo qualquer, quando algo mais agradável lhe é oferecido, assim também o coração que se acha em comunhão com Deus, dirá: "Considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus meu Senhor... e as considero como refugo, para ganhar a Cristo" (Filipenses 3:8).

5. Beneficiamo-nos da Palavra, quando andamos separados do mundo.
         "Não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus". (Tiago 4:4). Um versículo como esse deveria ser capaz de sondar-nos de um lado a outro, fazendo-nos estremecer. Como posso confraternizar com aquilo ou buscar o meu prazer naquilo que condenou o Filho de Deus?  Se, porventura, eu vier a assim fazê-lo, de imediato serei identificado como um dos seus inimigos. Oh, meu prezado leitor, não se equivoque, quanto a esse particular. Está escrito: "Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele" (I João 2:15).
Desde os dias antigos, foi dito acerca do povo de Deus, que eles seriam um, "... Povo que habita só..." (Números 23:9). Não há que duvidar que, a disparidade de caráter e de conduta, de desejos e de alvos, que distingue os regenerados dos não regenerados, deve ser um fator que os conserva separados uns dos outros. Nós, que professamos ser cidadãos de outro mundo; que nos reputamos orientados por outro Espírito; que nos consideramos dirigidos por outra regra; que nos imaginamos como quem viaja para outro país, não podemos andar de braços dados com aqueles que, desprezam essas realidades!
 Por conseguinte, que todas as coisas, em nós e ao nosso derredor, exibam o caráter de peregrinos crentes. Sempre seremos: "... Homens de presságio...", ou seja, de significância (Zacarias 3:8); e isso porque não nos amoldamos a este mundo (Romanos 12:2).


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