segunda-feira, 30 de setembro de 2013

ENRIQUECENDO COM A BÍBLIA Pink



6. Tiramos real proveito da Palavra, quando esperamos com paciência, pelo cumprimento das promessas de Deus.
 Deus prometeu a Abraão um filho; mas, Abraão teve de esperar por muitos anos, até que essa promessa tivesse cumprimento. Simeão recebeu a promessa, de que não provaria a morte física, enquanto não visse ao Ungido do Senhor (Lucas 2:26). Contudo, essa promessa só se cumpriu, quando ele já estava praticamente com um dos pés no sepulcro.  Geralmente ocorre um longo e difícil inverno, entre o tempo da semeadura da oração, e a colheita da resposta. O próprio Senhor Jesus ainda não recebeu plena resposta para a oração que fez, e que se acha registrada no 17o capítulo do evangelho de João, embora a tenha feito há quase 2000 anos.
Muitas das melhores promessas Divinas para o Seu povo, não receberão Sua mais rica realização enquanto não Se acharem os remidos já na glória. Aquele que tem a eternidade inteira à Sua disposição, não precisa de pressa. Com frequência Deus nos faz esperar, a fim de que a paciência seja "aperfeiçoada"; não devemos, pois, desconfiar Dele. "Porque a visão ainda está para cumprir-se no tempo determinado, mas, se apressa para o fim, e não falhará; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará". (Habacuque 2:3). "Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas, vendo-as porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra" (Hebreus 11:13).
Neste versículo podemos perceber o escopo inteiro da fé – conhecimento, confiança e aderência amorosa. As palavras "... de longe...", se referem às realidades prometidas; essas os santos antigos "viram" com a mente, discernindo a substância existente por detrás da sombra simbólica, descobrindo nesta última, a sabedoria e a bondade de Deus. E também "saudaram-nas", porque estavam "persuadidos" a seu respeito. Não duvidaram, mas antes, ficaram convictos de que haveriam de participar daquelas promessas, sabendo que não ficariam desapontados. Essa palavra também expressa o deleite e a veneração que tiveram, em que seus corações se aferraram às promessas com amor, saudando cordialmente às mesmas.
As promessas foram o consolo e o arrimo daquelas almas crentes, em suas peregrinações, tentações e sofrimentos. Várias finalidades são alcançadas por Deus, quando Se demora na execução de Suas promessas. Não somente a nossa fé é submetida a grande teste, de forma que assim transparece mais claramente o seu caráter genuíno; não somente a paciência, ou constância se desenvolve, e à esperança é conferida a oportunidade de exercitar-se; mas, também a submissão à vontade Divina é fomentada.
"O processo de desligamento ainda não se cumpriu por essa altura: ainda almejamos pelos consolos que o Senhor deseja que ultrapassemos. Abraão muito festejou quando Isaque, seu filho, foi desmamado; e talvez nosso Pai celestial faz outro tanto conosco. Deita-te, coração orgulhoso. Abandona os teus ídolos; esquece-te dos teus feitos queridos; e a paz prometida te será conferida". (C. H. Spurgeon).

7. Tiramos real proveito da Palavra, quando nos utilizamos corretamente de suas promessas.
Em primeiro lugar, em nosso relacionamento com o próprio Deus. Quando nos avizinhamos de Seu trono, isso deveria ser feito para pleitearmos alguma de Suas promessas. Elas formam não apenas o alicerce de nossa fé, mas, também, a substância dos nossos pedidos. Precisamos fazer nossas petições de conformidade com a Vontade de Deus, se quisermos ser ouvidos; e a vontade do Senhor acha-se revelada naquelas boas coisas que Ele declarou que há de nos dar. Portanto, compete-nos tomar posse das certezas que Ele nos confere, expondo-as perante Ele e dizendo: "Faze como falaste". (II Samuel 7:25). Observamos como Jacó pleiteou certa promessa, no trecho de Gênesis 32:12; como Moisés, o fez, na narrativa bíblica de Êxodo 32:13; como Davi agiu, segundo se lê em Salmo 119:58; e como fez Salomão, conforme se aprende em I Reis 8:25. Quanto a você, prezado leitor, aja por semelhante modo.
Em segundo lugar, utilizamo-nos corretamente das promessas de Deus, segundo a forma de vida, que vivermos neste mundo. Na passagem de Hebreus 11:13, lemos que, os patriarcas não somente discerniram as promessas Divinas, confiando nelas e saudando-as de longe, mas, também somos informados acerca dos efeitos que essas promessas produziram sobre eles: "... Confessando que eram estrangeiros, e peregrinos sobre a terra", O que significa que, se manifestaram publicamente acerca de sua fé. Reconheceram eles (e demonstraram-no através de sua conduta), que os seus interesses, não estavam fixados nas coisas deste mundo; antes, sua porção satisfatória, era as promessas de que se tinham apropriado pela fé. Seus corações se voltavam para as realidades celestes; pois, onde estiver firmado o coração de um homem, aí estará igualmente o seu tesouro. "Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne, como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor do Senhor.". (II Coríntios 7:1).
Esse é o efeito que essas promessas devem produzir em nós; e assim sucederá, de fato, se nossa fé apossar-se delas. "... Pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas para que, por elas, vos tomeis coparticipantes da natureza Divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo" (II Pedro 1:4).
Ora, quando o evangelho e suas preciosas promessas são graciosamente conferidos, e poderosamente aplicados, exercem profunda influência sobre a conduta, e sobre a pureza de coração, ensinando os homens a negarem a impiedade e as concupiscências mundanas, a fim de que vivam sóbria, justa e piedosamente.
Estes são os poderosíssimos efeitos das promessas contidas no evangelho, debaixo da influência Divina, o que leva os remidos a se tomarem participantes, no íntimo, da própria natureza Divina, e para que, externamente, se abstenham das corrupções prevalecentes, e evitem os vícios que caracterizam os homens em seus dias.


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