“...e,
forçado pelas circunstâncias, ofereci holocaustos” (1
Samuel 13:12)
Caro leitor, não
podemos negar que o primeiro rei de Israel era um homem de fé, mas seus atos
comprovaram que a fé que ardia em seu peito, não era a fé genuína, provada e
aprovada por Deus. A fé que Saul tinha era a fé que os homens naturais possuem;
era a fé cujas asas não eram de águias (Isaías 40:31). Sobrevoava sim, mas como
galo e galinha podem voar até certa altura, mas logo descem para a terra.
Saul estava
provando por sua fé que aquilo que ele realmente queria – a glória para si
mesmo – estava conseguindo pela sua própria habilidade e não por obediência
simples e singela à Palavra do Senhor Deus. Era um homem zeloso e caprichoso,
mas usando o estilo carnal e presunçoso do homem em avançar conforme manda seu
coração e não submisso à liderança do grande General e Capitão – o Senhor dos
exércitos. A religião de Saul era a religião dele; conforme o que ele pensava e
queria fazer. Seu sistema de adoração era padronizado por ele mesmo. Por isso,
quando algo não estava dando certo, então imediatamente as providências eram
tomadas segundo o que ele queria. Por essa razão ocupou a posição de sacerdote,
quando ali ofereceu holocausto, algo terminantemente proibido.
Caro leitor, a fé
circunstancial é assim, e Saul teve esse modelo de fé, aliás tão abraçada pelo
sistema religioso moderno. O princípio é o mesmo – seja feito segundo a tua fé.
A fé circunstancial não pode esperar em Deus; não há qualquer sinal de submissão
e obediência aos detalhes, por essa razão a fé circunstancial é pego nas
armadilhas das dificuldades que aparecem na vida. A fé circunstancial opera
assim, e está sempre tomando a dianteira da Palavra de Deus. A fé
circunstancial tem consigo seus apetrechos de guerra, pois confia plenamente na
capacidade dos homens e acredita no braço forte dos homens, a fim de que aquilo
que quer seja alcançado.
Caro leitor, a fé
circunstancial é essencialmente desobediente à Palavra de Deus; é atrevida e
não submissa. A fé circunstancial busca a honra e a glória para si, por essa
razão Saul foi censurado no cap. 15. Ao pensar que estava cultuando a Deus,
realmente estava adorando e oferecendo culto aos demônios (1 Samuel 15:23). É
esse o tipo de fé moderna. Ela é fabricada no “quintal do diabo”; ela é feita
dos mais coloridos plásticos da natureza carnal, por essa razão não pode
suportar o fogo da provação, por não ser feita do puro “aço celestial”. Essa fé
parece que está subindo às alturas das bênçãos, parece tão atraente e cheia de
fervor, mas logo que a pressão chega ela muda de rumo.
Quanta diferença
da fé verdadeira – a fé que pertence aos verdadeiros convertidos e salvos. A fé
genuína não é circunstancial, ela é submissa e obediente a verdade revelada. A
fé verdadeira não busca honras e glórias para si, mas perseverança em fazer com
que Deus seja exaltado em tudo. A fé genuína sobe com asas de águias às alturas
da confiança; anda com perseverança, corre com firmeza e quando precisa há de
voar em oração e santa dependência de Deus.
Oh! Quão terrível
é a fé circunstancial! Em nada ela tem a admiração do Senhor! Não demora muito
e ela mostrará seu completo fracasso e revelará que nada tem no céu e que por
isso está de mãos dadas com o mundo, com a impiedade mundana e com esse sistema
maligno de promessas passageiras.
Caro leitor, se
sua fé é circunstancial, tudo aquilo que você tanto anela há de achar aqui
mesmo. Você quer dinheiro, fama, prestígio, saúde e amizades, então seja feito
conforme a sua fé. Mas logo você verá que tudo o que você tanto almeja
derreterá em suas mãos e tornará seu coração mais duro e obstinado contra Deus
e contra a Palavra Dele!
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