Por John Flavel (1628-1691)
Se a
morte de Cristo foi aquilo que satisfez a Deus em favor dos nossos pecados,
existe uma infinita malignidade no pecado, visto que ele não pode ser expiado
de outro modo, senão por meio de uma satisfação infinita. Os tolos zombam do
pecado, e existem poucas pessoas no mundo que se mostram verdadeiramente
sensíveis a respeito da sua malignidade. No entanto, é certo que, se Deus exigisse
de si a penalidade completa, os sofrimentos eternos não seriam capazes de
expiar a malignidade que se encontra num só pensamento pecaminoso. Talvez pense
que é muito severo o fato de que Deus sujeitaria as suas criaturas aos
sofrimentos eternos por causa do pecado e nunca mais ficaria satisfeito com
elas.
Quando, porém, considerar bem a
verdade de que o Ser contra o qual você peca é o Deus infinitamente bendito e
meditar em como Ele agiu em relação aos anjos que caíram, você mudará de ideia.
Oh! Que malignidade profunda existe no pecado! Se você deseja entender quão
grave e horrível é o pecado, avalie os seus próprios pensamentos, quer à luz da
infinita santidade e excelência de Deus, que é ofendido pelo pecado; quer à luz
dos sofrimentos de Cristo, que morreu para oferecer satisfação pelo pecado.
Então, você obterá compreensões profundas a respeito da gravidade do pecado.
Se a morte de Cristo satisfez a
Deus e, consequentemente, nos redimiu da maldição do pecado, a redenção da
nossa alma é caríssima. As almas são preciosas e muito valiosas diante de Deus.
"Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro,
que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição,
recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um
cordeiro imaculado e incontaminado.” (1Pedro 1:18-19) Somente o sangue de Deus
é um equivalente para a redenção da nossa alma. Ouro e prata podem redimir-nos
da servidão humana, mas não podem livrar-nos da prisão do inferno.
Toda a criação não vale a
redenção de uma única alma. As almas são muito preciosas; Aquele que pagou o
preço da redenção delas pensou nisso. Mas os pecadores vendem por um valor
muito baixo as suas próprias almas. Se a morte de Cristo satisfez a Deus no que
diz respeito aos nossos pecados, quão incomparável é o amor de Deus para com
pobres pecadores! Se Cristo, por meio da Sua morte, consumou uma plena
satisfação pelo pecado, Deus pode perdoar com segurança o maior dos pecadores
que crer em Jesus.
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