terça-feira, 29 de maio de 2012

A TRISTE DECISÃO DO PECADOR (16)


"Assim diz o Senhor: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas: qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para as vossas almas; mas eles dizem: não andaremos." Jeremias 6:16.
A TRISTE DECISÃO DO HOMEM:
         Prezado leitor, o final deste verso nos coloca diante da decisão que é de se esperar por parte do homem em seus pecados, porquanto ele obstinadamente dirá ao convite de amor do evangelho santo: “Não andarei nesse caminho”. Seu andar pelo caminho largo faz com que ele sinta as agradáveis brisas que vêm deste mundo enganador; seus pensamentos, emoções e vontade circulam em torno daquilo que está abaixo do sol, e nada mais (Eclesiastes 1:14). Mesmo as advertências dirigidas pela Palavra da verdade, em nada fazem estremecer sua alma, porque o engano do pecado fortalece seu egoísmo, e sua incredulidade o mantém cego em relação às coisas eternas.
         A reação do povo judeu contra a misericordiosa mensagem do profeta é a mesma reação daquele que persevera em seu mau caminho: “Enganoso é o coração e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9). Vemos nesse verso por que o homem natural age como age, simplesmente porque seu coração é enganoso e corrompido. O pecado na sua arte de ludibriar mantém o homem no caminho perigoso pensando que está no caminho certo, sem perceber que está carregado de justiça própria. Ele se acarreta de religião e de atos religiosos, sem, contudo perceber que seus motivos são carnais e mundanos. Deus permite que um homem prossiga sua jornada enganosa sentindo uma perigosa paz, porque não há um lugar melhor para acalmar um coração enganoso e enganado senão numa vida religiosa.
         Porém, quando chega o momento adequado, o coração revelará publicamente suas motivações pervertidas. Judas caminhou tranqüilo e sossegado por muito tempo como discípulo e apóstolo, até que sua motivação de torpe ganância veio à tona, e então mostrou que sempre havia desprezado o bom caminho, preferindo as glórias mundanas. O que o homem no pecado quer, ele há de ter. Se sua fé natural anseia por dinheiro, prazeres, conforto, seja feito segundo a sua fé. O deus deste século (2 Coríntios 4:4) sabe como manter uma alma entretida e ocupada; ele chega à alma com promessas de uma vida melhor e mais confortável em seu mundo; ele sabe como elevar uma alma até as alturas da soberba e sustentá-la assim até o fim.
         Mas, venho tomar a gloriosa Palavra da verdade a fim de atrair corações para a verdade. O Deus da Bíblia jamais pode ser iludido pelas artimanhas e manipulações do coração. Vemos em Jeremias 2 que o povo judeu estava sempre usando de desculpas quando ouvia a mensagem. Quando Deus falava àquele povo da sua impureza e idolatria, eles replicavam dizendo: “... Não estamos contaminados, nem andamos após baal...” (2:23). Estavam sempre chamando Deus de mentiroso na tentativa de encobrir seus caminhos tortuosos. Mas em seguida, eis o que Senhor diz: “... vê o teu caminho no vale; conhece o que fizeste...” (2:23). Quão enganoso é o coração! Quer sempre discutir com Deus; quer sempre repreender e ensinar o Soberano! O Senhor está sempre apontando ao orgulhoso coração as marcas deixadas pelos seus pés nos caminhos tortuosos por onde anda: “vê o teu caminho no vale”. Em sua conversa, o que faz, por onde anda e com quem anda, o homem está deixando suas pegadas provando pelos seus atos que recusa o bom caminho.
         Qual a solução? Só uma atitude de humilhação: “... Conhece o que fizeste...” (Jeremias 2:23). O Deus da Bíblia tem prazer num coração humilhado e quebrantado; o Deus da Bíblia achega-se para falar ao coração arrependido e sua graça ergue do pó o desvalido.
         Quão insensata é a decisão do homem em relação ao bom caminho! “Não andaremos”, será sempre a resposta que sai dos seus lábios, ou mesmo que fique escondida no recôndito de sua alma, será eventualmente revelado em seus atos. Não há outro recurso, senão apelar para as misericórdias do Senhor e assim apresentar aos homens a mensagem do evangelho, a qual mostra o Deus de toda graça, que se aproxima para atrair o pecador ao Seu amor. Eis aí a gloriosa e santa lei que mostra a triste condição do homem no pecado; que revela a profundidade do poço da perdição, onde a alma se encontra atolada no lamaçal da sua abominável escolha em Adão. Ah! Como os homens fazem festas e cantam vitórias em sua ignóbil condição! Como os olhos do coração estão completamente tapados! Eles nada sentem, senão o prazer do momento! E nessa perigosa situação acham que Deus está perto e que Suas mãos de bênçãos estão estendidas sobre eles. Desconhecem aquele que habita no Alto e Santo lugar e que tem o nome de Santo (Isaías 57:15).
         A mensagem graciosa do evangelho é fundamentalmente a mensagem de um Deus Soberano. Ela afirma que é Deus que faz com que o pecador se aproxime Dele, e o faz na Sua livre misericórdia. Encaremos o que Ele mesmo fala em tom desafiador:: “... Pois, quem de si mesmo ousaria aproximar-se de mim?...” (Jeremias 30:21). Essas palavras mostram que a esperança do pobre pecador está na decisão do coração compassivo e terno do Senhor, e não na decisão tomada pela iniciativa humana. Sendo assim, como não apelar para o Redentor e Senhor? Como não rasgar o coração perante Ele em atitude de humilhação? Como não confessar: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como o trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento nos arrebatam” (Isaías 64:6)?
         Amigo leitor, está bem claro que sem a atuação da livre compaixão de Deus o pecador continua cercado pelo engano, suspenso pela soberba, amarrado em seus erros e lisonjeado pelo deus deste século. O poder do pecado é arrebatador e o homem não consegue livrar-se da sedução mundana. A mulher de Ló ficou enfeitiçada pela euforia e amizades de Sodoma e Gomorra, e mesmo sendo puxada para fora da cidade, seu coração estava aprisionado lá, até que a morte chegou para selar seu compromisso com aquilo que tanto amou. Onde estava seu tesouro, ali estava também seu coração. O mundo é o paraíso do pecado, e a alma não salva jamais consegue desviar-se desses atrativos carnais. Sua glória está aqui; seus bens são armazenados neste reino transitório; sua família é a sociedade amotinada contra Deus, e sua esperança é que o império da mentira seja mais iluminado das vanglórias provenientes do seu príncipe.
         Preciso levar o amigo leitor ao trono da misericórdia; almejo expor perante a verdade o leitor que, de coração, deseja conhecer o Deus que dá vazão à Sua misericórdia. Enquanto brilha essa compaixão de Deus não há alternativa, senão anunciar ao pecador a tão grande salvação conquistada pelo Cordeiro de Deus na cruz do calvário. Somente uma alma humilhada pode achegar pela fé ao único Redentor e Senhor. Deus conversa com o pecador no território do arrependimento; Ele fala à alma humilhada; Ele está perto daquele que O invoca de todo coração; Ele chega com todos os tesouros da salvação eterna para o pecador desejoso de conhecê-Lo. A água da vida Ele a dá para o que tem sede; é Ele o pão vivo para o que tem fome. Eu não sei onde essa meditação tem chegado. Eu a envio na certeza que a Palavra de Deus corre velozmente, alcançando corações e produzindo fruto para a Glória desse Deus que se revelou aos pecadores. 



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